1 capítulo
"Quando eu te vi me apaixonei e você sorriu porque sabia.
- William Shakespeare"
Brasil - São Paulo, 09:20am
O carro onde estava Lauren Jauregui, a futura herdeira da empresa fabricante de tecido, J&J têxtil, estaciona na frente do enorme prédio onde toda a mágica de produzir diversos tecidos que era distribuído para milhares confecções que transformavam aqueles tecidos, em peças de roupas de todos os tamanhos, cores e formas.
Lauren ainda não era CEO da empresa e sim, uma simples funcionária que levava o sobrenome de um dos presidentes da empresa. A jovem empresária ocupava o cargo de gerente de marketing da empresa, havia batalhado muito para chegar a esse posto, todos sabiam que mesmo sendo filha do dono, não tinha absolutamente nenhum privilégio, além dos milhares de zeros em sua conta bancária.
- Tudo bem, Senhora Jauregui? - o motorista pergunta olhando para sua chefe pelo retrovisor vendo a mulher com os olhos fechados e a cabeça encostada no banco de couro.
- Nem entrei na empresa e já estou com dor de cabeça. - murmura, o homem perfeitamente uniformizado, abre o porta luvas e retira duas cartelas de remédio.
- Para enxaqueca ou para dor de cabeça normal? - pergunta gentilmente estendendo as duas cartelas.
- Vou levar essa cartela de enxaqueca. - suspira pegando a cartela completa, retira um comprimido da mesma, pega sua garrafa de água que estava no apoio de braço e engole o comprimido antes mesmo de beber água - Obrigada. - esboça um sorriso gentil pegando sua bolsa que estava do outro lado do banco - Esteja aqui no mesmo horário de sempre, se ocorrer algum imprevisto, eu te mando uma mensagem avisando. - toca o ombro do homem antes de sair.
- Tenha um ótimo dia. - o homem de cabelos grisalhos diz antes que a empresária saia do carro e feche a porta.
Lauren caminha arrumando seu blazer da cor azul escuro, passa a mão por seu cabelo retirando algumas mechas que caíam em seu rosto. Ao se aproximar da porta de entrada da empresa, cumprimenta com um aceno de cabeça um dos seguranças que estava parado perto da entrada.
A empresária anda pela recepção indo diretamente para o elevador, aperta o botão que ia para o seu andar e espera pacientemente enquanto olhava seus e-mails em seu smartphone.
Assim que coloca os pés para fora do elevador, sua assistente aparece ao seu lado a acompanhando em sua caminhada pelo andar que era responsável.
- O Senhor Jauregui pediu para que você passasse na sala dele assim que chegasse pois ele queria conversar com a Senhora. - assim que fala, Lauren para de andar e encara a mulher de cabelos cacheados.
- Ele disse sobre o que é o assunto? - questiona e a mulher nega com a cabeça fazendo-a dizer internamente todos os palavrões que conhecia.
Ela odiava quando seu pai a chamava em sua sala e não dizia sobre o que queria conversar. Toda vez ela pensava que iria ganhar um lindo e belo; está demitida.
- Certo. Obrigada, Beatriz. - sorri - Você pode ir buscar um café com creme e levar até a minha sala, por favor? - peço.
- É para já. - afirma com a cabeça com um sorriso.
Lauren gostava da sua assistente. Sempre estava de bom humor e fazia tudo com perfeição, era organizada e cronometrada, algo que Lauren admirava. Ela havia demorado meses até achar uma assistente que a agradasse em todos os sentidos profissionais, suas antigas assistentes ou eram preguiçosas, ou tinham mal humor ou eram desorganizadas. Tudo o que ela odiava.
Lauren da meia volta voltando para o elevador, aperta o botão o chamando e em seguida vai para o último andar. Seus punhos estavam fechados para tentar esconder o quanto aflita ela estava, Lauren sabia que o seu setor não tinha sobre o que ser reclamado mas ela sempre tinha medo de ser demitida. Por quê? Nem ela mesma sabia responder essa pergunta.
- Querida, sente-se. - Miguel, seu pai diz assim que vê sua filha entrar em sua sala.
- Pediu para me chamar? Aconteceu algo? - questiona se sentando na cadeira em frente a mesa cheia do Presidente da empresa.
- Não, não aconteceu nada. - sorri negando com a cabeça e desabotoa um dos botões de seu blazer - Meu sócio e eu estávamos conversando sobre você e chegamos a uma conclusão... - é direto fazendo Lauren prender a respiração já ouvindo o "demitida" - Achamos que você vêm se dedicando muito a essa empresa então... - estende um papel em direção a Jauregui mais nova.
Lauren assim pega o papel, lê de forma superficial e rápida franzindo o cenho ao ver que era um papel falando sobre dois meses de férias.
- Você merece férias. Trabalha aqui a seis anos e nunca tirou dois dias de descanso. - cruza os dedos sobre a mesa com um enorme sorriso olhando a reação surpresa e aliviada de sua filha.
- Dois meses? Não sei muito? Quem ficaria no meu lugar? - dispara perguntas fazendo seu pai rir.
- Sua mãe disse que você anda muito estressada. Esses dois meses te farão bem. - pausa - E se não aceitar, será demitida. - brinca fazendo a mulher revirar os olhos e soltar uma risadinha baixa - Suas férias darão início na próxima segunda, já selecionamos quem ficará no seu lugar durante esses dois meses e tudo mais.
- O Senhor tem certeza disso? - seu tom sai desconfiado. Seu pai nunca foi tão caridoso quando se tratava da empresa.
- Aproveite o meu bom humor. - batuca a mesa fazendo Lauren rir ao se lembrar do porque o bom humor.
O aniversário de casamento de seus pais estavam chegando. Eles fariam trinta e cinco anos em menos de duas semanas, sua mãe sempre preparava algo novo e mirabolante para comemorar, no último ano, a Senhora Clara Jauregui, planejou uma viagem para o Caribe e como sempre, era Lauren quem sentia a mudança do clima de normal para romântico e sofria as consequências pois seu pai sempre deixava algo para ela fazer. Mas dessa vez era diferente, ela iria ganhar férias junto com ele.
- Ok. - diz depois de uma longa troca de olhares divertida com seu pai - Precisa de mais alguma coisa?
- Não, era só isso. Pode se retirar.
- Não se esqueça que a mamãe quer um cachorro de presente. - Lauren fala alto antes de sair do escritório do homem ouvindo um suspiro frustado e derrotado de dentro da sala.
Clara estava doida para ter um cachorro mas Miguel não queria de forma alguma, porém a Jauregui anfitriã iria obriga-lo a dar um animalzinho de presente no dia do aniversário de casamento.
Ao entrar em sua sala, primeiro Lauren bebe o seu delicioso café com creme para depois botar a mão na massa, fazer pressão em alguns funcionários e nos intervalos de tempo, pesquisar alguns lugares para poder passar suas tão adoráveis férias.
Ao passar dos dias, Lauren pediu a ajuda de sua assistente para que ela fizesse uma lista dos locais longe da cidade grande onde ela poderia se hospedar pelos próximos dois meses.
Depois de muitas pesquisas, Lauren decidiu que iria se hospedar em uma pousada, mais especificamente, em um bangalô. Essa pousada ficava em Preá, no Ceará. Ela era perto da praia e com vários lugares como restaurantes perto, além do quarto da pousada ter tudo o que Lauren precisaria pelo mês que passaria ali.
Alguns dias depois, o jatinho particular dos Jauregui estava pousando no aeroporto de Jericoacoara e como havia uma Mercedes estacionada na frente do aeroporto a sua espera, em menos de trinta minutos ela já estava dentro do quarto que ela havia alugado, mais especificamente com o rosto enfiado na enorme cama. Mesmo tendo quase atropelado uma moradora da cidade, a viagem havia sido calma.
Preá - Ceará, 09:26am
Camila se encosta na cadeira de plástico e foca sua atenção no pastor que falava a mesma coisa que havia dito a exatas três semanas. Ela sabia isso de côr, era algo terrivelmente decorado e isso a deixava entediada, gostaria muito de poder revirar os olhos e bufar mas sabia que se fizesse isso, a mão da sua mãe iria voar diretamente sua coxa mandando-a se comportar.
Nesse momento, Camila só queria estar na sua cama, abraçando um travesseiro e dormindo mas como toda segunda, seus pais obrigavam sua irmã mais velha e ela a irem na igreja. Certo que sua irmã não ia por obrigação, ela gostava de ir, já Camila era outra história. Ela queria ter a opção de não ir nos cultos mas a opção não ir, não existia no universo de seus pais, era ia ou ouvia duas horas de sermão e depois ia do mesmo jeito.
Camila não aguentava mais ficar sentada naquela cadeira desconfortável, lendo e ouvindo algo que não lhe interessava. Ela fazia uma festa interna sempre que o pastor começava a passar os envelopes do dízimo pois significava que a sua tortura já estava chegando ao fim.
Ao sair do pequeno prédio alugado onde a igreja ficava, Camila informa que comprar algo para comer, por sorte, seus pais permitiram e a insuportável da sua irmã não se ofereceu para ir junto. Ela finalmente pode ter seu momento de paz longe da sua família.
Seus olhos percorrem sua calça jeans velha que implorava para ser trocada por uma maia nova. Por sorte, a igreja que seus pais frequentavam não obrigavam ninguém a usar saias ou cabelo gigante, Camila sabia que se ela precisasse usar algum desses dois, ela provavelmente já teria surtado e ido morar em qualquer abrigo longe de casa.
A cearense estava perdida em seus pensamentos e só se da conta que quase foi atropelada quando um carro buzina a trás para a realidade. Seus olhos assustados param sobre a Mercedes branca de vidros escuros.
Camila da alguns passos para trás para esperar os carros passarem mas assim que a Mercedes passa, o vidro traseiro se abaixa revelando uma mulher de pele clara.
Camila olha a mulher a sua frente ignorando as buzinas dos outros carros, os olhos verdes percorrem pelo corpo de mulher para ter certeza que ela estava bem.
- Você está bem? - pergunta parando seus olhos verdes sobre o rosto da garota.
Assim que seus olhos se encontram, Camila fica a encarando sem reação por uma fração de segundos e isso faz Lauren sorrir.
- Sim, eu... Uh, desculpe. - pede e a mulher afirma com a cabeça.
- Tome mais cuidado, Srta. - se despede em um aceno com seus dedos enquanto o vidro escuro começava a subir novamente e o carro acelera saindo daquela rua em segundos.
Olá, pessoal. Gostaria de perguntar, vocês gostaram do primeiro capítulo?
E eu não terei dias fixos para postar, sempre irei tentar att o mais rápido que eu conseguir :)
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