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Capítulo 1

6 anos depois...

Cecília havia crescido em uma família predominantemente masculina, e sendo filha única, vivia às voltas com seus primos e seus amigos.

Quando era criança era chamada de “moleque” por toda a vizinhança e costumava não ter hábitos considerados adequados e educados para uma menina.

Ao menos era isso o que a sociedade preconceituosa dizia.

Ela havia se tornado então uma moça irreverente e indomável, sendo considerada geniosa demais pelos pais.

Ela acreditou que homem nenhum conseguiria lhe meter rédeas e mesmo sendo safa e esperta, daquela vez Cecília se via em uma tremenda cilada, pois havia se envolvido com a pessoa errada.

Rapaz este que apesar de não conseguir dominar os seus sentimentos, havia conseguido aprisionar Cecília em um limbo, onde todos os dias, ela era atormentada por seus piores pesadelos.

Havia se arriscado demais nessa sua última aventura, mas mesmo diante de consequências desastrosas, não se arrependia de nada do que tinha vivido, pois no final, havia ganhado algo que havia feito com que cada segundo de escuridão valesse a pena.

O que Cecília não sabia, porém, é que a vida esconde segredos e mistérios, que são capazes de confundir e enganar. E que conhecer tão pouco da própria mente, poderia ser fatal, diante da maneira com que ela viria a se relacionar com as pessoas, agora que a moça poderia ser tão incrivelmente livre para escolher o próprio destino.

Depois de viver muitos anos em qualquer tipo de prisão, é normal sentir sede em se expressar e simplesmente viver. Mas também é bastante comum não se ter mais a mínima ideia de como se comportar diante de todas as outras pessoas.

E era justamente naquele ponto do mapa da vida, que Cecília se encontrava naquele precioso segundo da sua existência.

Ela aprenderia à duras penas que as aparências enganam e que quando nos julgamos mais fortes e maduros, é quando estamos mais fracos e errados.

Cecília sabia que os seus pais nunca a perdoariam por não ter conseguido ser o que eles esperavam e que também, jamais se orgulhariam dela algum dia, e aquele sentimento a fazia se sentir mais rebelde e destruída ainda. Mas ela já havia aprendido há muitos anos a sobreviver sem o respeito ou sequer o amor dos seus genitores.

Ela havia se quebrado há muito tempo, quando ainda era uma adolescente de apenas quinze anos que havia estacionado no tempo, sem tomar ciência disso.

No instante em que havia entrado para a sua festa de quinze anos, tudo havia desmoronado em sua existência.

Aquele era um marco na vida de toda garota e para Cecília, havia sido às avessas, transformando a sua alegria e amor pela vida, em autodestruição e rancor.

Mas ela ainda teria que caminhar bastante na jornada do autoconhecimento para entender em que ponto havia deixado de ser vítima, para se tornar a algoz de sua própria história.

E naquele instante, ao se olhar no espelho, ela via apenas uma garota forte e destemida, que estava apenas sobrevivendo e se defendendo das agruras da vida. E Cecília ainda precisaria chegar à beira do abismo, para acordar e então perceber, que estava prestes a pular em um buraco muito escuro e profundo, do qual talvez não tivesse volta.

Mas naquele momento, a moça se via  anestesiada pela sua dor e então simplesmente não conseguia se arrepender de nada, pois ainda tinha muita coisa por baixo do tapete, que Cecília precisava descobrir, até encontrar novamente a menina espontânea e divertida que havia sido um dia, e apenas estava perdida nos recônditos da sua mente, entre tantos traumas e vícios de comportamento, que nem ela mesma sabia possuir.

Ela estava cega de alma e por isso, quase deixava a sua essência tão linda e única, se esvair nas vielas da vida.

No fundo, Cecília sabia de tudo o que ela havia passado, mas negar que tudo aquilo era real, era um jeito covarde e mais fácil de seguir adiante, sendo ela apenas uma garota de vinte e um anos, que havia ficado presa na mente imatura de uma adolescente.

Cecília não sabia naquele instante, mas chegava a hora de enfrentar todo o seu passado e também se aproximava o instante crucial, onde ela precisaria optar por evoluir e abandonar as suas limitações pessoais, ou perder tudo e todos que mais amava.

E decidida a sumir no mundo, ela embarcou na grande virada de sua vida. Mas como era perigoso demais o fazer sozinha, o destino trabalharia para que tudo ocorresse da forma que deveria ser, para então colocar um ponto final em um milhão de segredos, acontecimentos e mistérios, que haviam marcado não só a história de Cecília, mas também a de todo o seu grupo de amigos.

Todos aqueles fatos haviam sido jogados para trás do sofá, como se dessa forma, tudo pudesse magicamente ser esquecido ou solucionado.

Mas ignorar fios que ficaram pendentes, poderia ser perigoso demais, fazendo os envolvidos em toda a história de vida de Cecília, ficarem ainda mais enrolados em suas omissões. E é por isso que é possível se dizer que em uma mesma trama, todos podem ser igualmente mocinhos e vilões. E que o que os diferencia no final, é o que farão de seus erros, a partir do momento em que perceberem que estão falhando tão miseravelmente uns com os outros.

Apesar de tudo, Cecília não se considerava uma pessoa medrosa, mas naquele momento, sabia que precisava agir com cautela.

Tentava se esconder dos sermões de seus pais e também dos planos deles para ela, agora que estava de volta na casa deles.

A moça estava cansada de uma vida onde quase todo mundo queria que ela fosse uma marionete, pronta para seguir um roteiro de planos e regras de comportamento.

Então resolvera se esgueirar e ficar ali pelo quintal da casa de sua tia Laura, que era muito menos ditadora do que os seus pais e então assim, decidir o que faria de sua vida.

Cecília não sabia se era porque era a única neta mulher na família, mas cobravam muito mais dela do que jamais cobraram de qualquer outra pessoa.

Queriam que ela fosse uma dama e arrumasse um bom emprego, mas nada daquilo estava nos seus planos.

Ela gostava mesmo era de trabalhar no pub La Cave, servindo bebidas e conhecendo gente nova a cada dia.

Ali a diversão era garantida e não havia lugar para o tédio e nem para os seus pensamentos sombrios.

Naquele lugar ela era finalmente respeitada e apreciada, sem precisar mudar a sua personalidade.

No entanto, não havia mais lugar para ela naquela cidade. Sua vida corria perigo e por mais destemida que fosse, Cecília gostava de viver.

Caminhou em direção dos balanços que tia Laura havia construído para o seu primeiro neto, quando então ouviu as vozes de seu primo Samuel e de seus dois melhores amigos, Leonardo e Diogo.

Havia crescido se espelhando naqueles rapazes, que apesar de serem quatro anos mais velhos do que ela, sempre a haviam tratado como igual.

Contudo, nos últimos seis anos, Leonardo passara a tratá-la com certa animosidade e arrogância, e Cecília sabia que aquilo se devia unicamente ao fato de ela ter se relacionado com Renan, que era filho do homem que havia tirado a vida da irmã caçula de Leonardo, em um terrível atropelamento.

Porém, Cecília não era de julgar as pessoas pelos erros de seus parentes, afinal ela sabia que os seus próprios pais também já haviam errado muitas vezes com ela e com os outros, e era por isso, que ela havia se envolvido com Renan.

A verdade era que a relação conturbada com Leonardo a irritava e até mesmo desestabilizava, e desde então, havia se afastado até mesmo do primo Samuel, que tanto amava.

Cecília parou no corredor, esperando que os rapazes se afastassem dali, pois não queria se irritar naquele dia, no entanto, a conversa que seu primo teve com os amigos, acabou por animá-la.

— Acho que chegou a hora de sairmos por esse mundo a fora — disse Samuel. — Se ficarmos esperando a hora certa, nunca faremos o mochilão que tanto sonhamos...

— É verdade, brother — respondeu Diogo, de maneira descontraída. — Já temos vinte e cinco anos e logo não tardará que tenhamos trinta e logo mais quarenta.

Por toda a vida o primo de Cecília e seus amigos planejaram conhecer o mundo, mas diante de tantos acontecimentos e da rotina de estudos e trabalho, aquilo havia ficado para depois, mas parecia que havia chegado a hora.

Samuel era o mais otimista do grupo e aquela vivacidade e alegria que emanavam dele, sempre haviam salvado Cecília das suas piores tempestades, quando ela era ainda apenas uma garota que nada sabia da vida.

Sam era leve e agradável e não a admirava o fato de toda a família o amar.

Diogo era divertido, tagarela e ambicioso. Acreditava que podia vencer qualquer obstáculo com o seu bom humor. Era um pouco impulsivo e com isso, muitas vezes tomava as atitudes erradas, mas nunca tinha medo de recomeçar.

Já Leonardo era o mais fechado e introvertido da turma. Não ria de qualquer piada e não se dava bem com qualquer pessoa. Porém, dentre os três era o mais inteligente e determinado, o que fazia dele muito bem sucedido em qualquer coisa que decidisse fazer.

Tinha muitos talentos e era admirado na vizinhança, pois era muito cordial e respeitoso com as pessoas mais velhas.

Houve-se um breve silêncio, até Cecília ouvir a voz grave de Leonardo:

— É tudo o que consigo pensar nos últimos tempos — ele disse. — Trabalhei duro e poupei quase todo o dinheiro que ganhei durante a vida,  justamente esperando esse momento.

— Então podemos ir o quanto antes — disse Samuel. — Sei que a minha mãe não vai ficar feliz por eu ter largado o meu emprego no escritório da Tower, mas eu nunca seria verdadeiramente feliz, se não realizasse esse sonho.

Laura não iria mesmo ficar feliz. Ela era uma boa mulher, mas sonhava com uma família tradicional. Queria que os filhos se formassem, arrumassem um bom emprego e se casassem, mas Samuel não estava afim de seguir os passos do irmão mais velho e se prender a um emprego entediante e naquele momento, nem mesmo a uma família.

Se considerava jovem demais. Queria viver a vida e Cecília o admirava por isso.

— Só precisamos voltar a nos concentrar e decidir onde será o nosso primeiro destino — disse Leonardo.

— Acho que devíamos começar pelos outros países da América do Sul — disse Diogo, de maneira animada. — Acho que podemos encontrar muita mulher bonita e diversão nesses destinos.

Para Cecília não importava para onde iriam, bastava apenas que se eles saíssem do Brasil, que a levassem junto.

Ela estava em apuros e precisava fugir, mas não conhecia nenhum destino e nem como poderia conseguir entrar em qualquer outro país, sem arrumar mais confusão.

Via ali a oportunidade perfeita e não iria perdê-la.

Avançou em direção a eles, sem deixar que terminassem a conversa.

— Seja para onde é que forem, me levem junto com vocês — ela disse de maneira direta e séria, olhando para Samuel.

Ele ficou boquiaberto, sem saber o que dizer. No entanto, Leonardo não perdeu tempo, destilando o seu humor azedo em cima de Cecília.

— Não queremos ninguém pelo qual tenhamos que ser babás — ele sibilou. — Queremos liberdade e paz!

Ela o encarou enfurecida.

— Eu não preciso que tomem conta de mim — ela cuspiu as palavras em cima dele.  — Eu só preciso que me mostrem um caminho do qual eu possa seguir!

Cecília olhou dentro dos olhos negros de Leonardo e percebeu como eles estavam impenetráveis.

— Por que o interesse repentino, prima? — Samuel questionou calmamente.

— Não vou mentir que estou em apuros — ela disse, sem rodeios. — Eu preciso fugir do Brasil o quanto antes!

— Era só o que nos faltava, ter que levar confusão na nossa aventura! — ralhou Leonardo. — Sem chance! Se levarem ela, eu estou fora da viagem.

Samuel parecia aturdido, sem saber de quem tomar partido.

Cecília seria capaz de esbofetear Leonardo se ele continuasse a lhe tratar como uma incapaz, mas no fundo ela sabia que ali eram apenas as mágoas do passado gritando alto.

— Seria legal se nos dissesse no que está metida... — interveio Diogo de maneira amena.

— Eu não posso dizer — ela falou a verdade, sabendo que se dissesse, colocaria eles também em péssima posição. — Só posso contar que é uma questão de vida ou morte e que se não puderem me ajudar, então terei que dar o meu jeito sozinha!

Samuel olhou para Leonardo de uma forma suplicante. Ele e Cecília eram tão próximos, que o rapaz a tratava como a irmã que nunca teve. Dava para sentir que estava preocupado com ela.

Leonardo então remexeu nos cabelos, que eram tão negros quanto os olhos. Direcionou o seu olhar então para Cecília.

A presença dela o perturbava profundamente, mas ele não era insensível.

— Aposto que tem a ver com aquele bandido do Renan — falou entre os dentes. — Você pode ir com a gente, desde que não atrapalhe a nossa viagem!

Fez-se silêncio e então Leonardo voltou a falar, já se pondo a caminho da saída.

O seu corpo parecia uma muralha, com seus um metro e noventa de altura.

— Se ela arrumar qualquer confusão, eu me separo do grupo e sigo viagem sozinho! — ele disse, olhando para Samuel, como um lembrete de que ele devia controlar a prima.

Aquilo causou uma fúria quase palpável na moça, mas ela precisou engolir o orgulho e a ira, pois precisava sair dali o quanto antes.

Leonardo saiu logo em seguida, deixando uma tensão no ar.

— Deixe os seus documentos comigo que vou preparar tudo — Samuel disse, de uma maneira amigável. — Não se importe com o Leo, pois para mim será um prazer ter você comigo nessa viagem. Só, por favor, tome cuidado, pois você é importante para mim!

Ela abraçou o primo e se pôs na ponta dos pés, para beijar a sua bochecha.

Samuel também era alto, mas diferente de Leonardo, era loiro e tinha os olhos de um verde quase cristalino.

— Será bom voltar a ter um toque feminino no nosso grupo — saudou Diogo.

— Só não pensem em me explorar! — Cecília disse, em tom de brincadeira, dissipando o clima ruim que havia ficado.

Diogo era mais baixo e era descendente de japoneses. Tinha os cabelos muito lisos e um sorriso muito bonito, que conquistava muitas garotas.

Depois daquele instante, Samuel prometeu que entraria em contato com a prima, informando todas as coordenadas.

E então para Cecília, só restou torcer para que não demorassem a partir.

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