Capítulo 9
******Gael******
O filme que Ally havia escolhido era simplesmente grande demais e o sorvete já tinha acabado.
- Ally, eu vou pedir uma pizza. Está ficando tarde e você precisa se alimentar.
Ela sorriu e disse:
- Tudo bem, mas você também precisa. - ela suspirou. O filme havia acabado. Finalmente, pensei comigo mesmo. - Posso usar seu banheiro?
- Claro, vem que eu te mostro onde fica.
Ela me acompanhou em silêncio e ao chegar em frente a porta do meu quarto, ela me puxou para um abraço.
- Obrigada Gael! - sussurrou em meu pescoço e o ar quente que saiu de sua boca me provocou arrepios imediatos. Retribuí seu abraço e senti que havia algo errado, e novamente ignorei. Ela me soltou e entrou no banheiro, enquanto isso eu pedi a pizza que rapidamente fora entregue.
Estávamos na cozinha quando a campainha tocou.
- Ally, você pode atender por favor? Já estou quase terminando de arrumar a mesa.
- Claro. - ela sorriu gentilmente e foi.
Assim que a porta foi aberta eu senti o cheiro insuportável do inferno. Um demônio estava ali. Corri para a porta, mas Ally já havia fechado.
- Hey, você está pálido. Está tudo bem? - ela colocou nosso jantar no sofá e tocou meu rosto preocupada.
- Estou sim, acho que é a fome. - disse e sorri para ela, que pareceu não acreditar muito na minha resposta.
- Então vamos comer! - ela disse batendo palminhas animadas.
*****
Enquanto estávamos comendo, comecei a pensar em uma maneira de perguntar sobre o entregador sem parecer estranho.
- O entregador já te conhece? - ela perguntou como quem não quer nada.
- Acho que não, porque? - perguntei já desconfiado.
- Ele disse que você poderia pagar depois e na tampa da pizza estava escrito "para o anjo Gael". Achei um pouco estranho, por isso perguntei.
Senti meu corpo enrijecer na mesma hora. Alguém estava querendo mostrar para Ally quem eu realmente sou.
- Ah, é uma brincadeira da pizzaria. Eles me chamam assim porque eu nunca reclamo quando eles esquecem de mandar alguma coisa.
A pior desculpa do mundo, Deus do céu que vergonha.
- Interessante. - ela sorriu e eu senti que ela queria perguntar mais, mas ela se manteve em silêncio.
O mundo estava ruindo ao meu redor e eu não sabia o que fazer. Estava perdido em meus pensamentos quando Ally passou algo em meu rosto.
- Hey, o que é isso? - perguntei fingindo estar bravo.
- Você não estava prestando atenção no que eu estava dizendo, então passei maionese em você. Algum problema? - ela disse sorrindo em afronta.
- Nenhum querida. - limpei meu rosto e fui para cima dela com o meu pedaço de pizza e ela correu.
Quando ela atravessava a porta que ligava a cozinha à sala, acabou escorregando no meu tapete e por instinto tentei segurá-la e foi aí que o desastre aconteceu.
Eu esqueci da pizza em minha mão e acabamos caindo os dois e nos sujando.
- Está tudo bem? - quando a olhei, vi que estava vermelha como um pimentão e havia lágrimas em seus olhos. - Eu a machuquei? - quando perguntei isso o som mais bonito que eu já tive o prazer de ouvir entrou em meus ouvidos. Ela estava gargalhando da nossa vergonha e eu me senti tão feliz naquele momento, que poderia vivê-lo para sempre.
Peguei em sua cintura e fiz cócegas, não queria que aquele som acabasse. Ela começou a se contorcer e seu vestido começou a subir. Eu não queria ter pensado nada inapropriado, mas era impossível. O corpo dela era uma obra de arte e tolo o que não parasse para admirar.
Quase sem fôlego ela começou a acenar me pedindo para parar, relutante a deixei e a ajudei a se levantar.
- Ai Gael, olha minha situação. - disse apontando para si mesma e eu não vi nada de errado. - tem recheio de pizza até no meu cabelo. - disse rindo ainda.
- Você pode tomar um banho se quiser. - sugeri.
- E eu vou vestir o quê? - ela perguntou cruzando os braços.
- Você pode dormir aqui essa noite. Nós lavamos seu vestido e enquanto ele seca você usa alguma roupa minha. - dei de ombros enquanto ela parecia pensar.
- Bom, pode ser então.
Fui até o quarto com ela e abri o guarda roupa.
- Aqui tem tudo que você precisar, pode pegar o que quiser. Vou para a sala para te deixar a vontade. - disse saindo sem esperar uma resposta.
Alguns minutos depois escutei o barulho do chuveiro e eu só conseguia pensar que gostaria de estar lá com ela.
Quando pensei em ir atrás dela, ela veio para a sala. Estava vestida em uma das minhas camisas e aparentemente não usava nada por baixo.
Senti uma leve tontura ao pensar que uma roupa minha a estava envolvendo quando eu o queria fazer.
- E aí, como estou? - ela perguntou dando uma voltinha.
- Linda como sempre! - disse sincero e ela sorriu o sorriso mais bobo do mundo.
- Escolheu o filme? - perguntou animada.
- Na verdade não. Eu estou um pouco cansado, o que acha de irmos dormir?
- Ahh, tudo bem. - disse decepcionada mas rapidamente voltou a sorrir - Dessa vez sou eu quem vai dormir na sala se não se importar.
- Você pode dormir no meu quarto, eu fico aqui.
E começamos uma longa discussão sobre quem dormiria aonde.
- Dorme comigo então. - ela disse e se soubesse o que aquele convite faria comigo não o teria feito. Quando viu que eu não responderia, retomou - a cama é grande o suficiente para nós dois, deixa de ser chato, vamos.
E me puxou antes que eu esboçasse alguma reação.
- Eu, é... - estava nervoso, não tinha dormido com ninguém antes - eu preciso me trocar.
- Tá bom, eu fecho os olhos. - e colocou as mãos em frente os olhos.
Me virei de costas, sorri e comecei a tirar minha camisa. Assim que levantei os braços senti suas mãos em volta de mim.
- Gael, eu preciso de você. - ela disse como um gemido e eu quase enlouqueci ali mesmo.
- Do que você precisa Ally? - disse ainda de costas e de olhos fechados.
- De você. - suspirou e começou a beijar minhas costas. Senti meu corpo amolecer e me entreguei ao momento. Suas pequenas mãos passeavam por minha barriga, enquanto sua boca percorria minhas costas. No momento em que me virei frente a frente com ela, vi sua pupila dilatada e entendi que seu desejo por mim era real.
A tomei nos braços e a beijei com toda vontade que eu tinha. Levado pelo meu instinto, a deitei na cama e ainda a beijando, deslizei minhas mãos sobre seu corpo. Tive medo de que estivesse avançando demais, a olhei e ela mantinha os olhos fechados e a boca aberta e aquilo foi demais para mim.
- Ally, se quiser que eu pare...
- Shhh! - disse e me beijou novamente. Seu beijo era tão doce e tão selvagem, a mistura perfeita.
Suas mãos percorreram minhas costas e suas unhas cravaram forte quando encostei minha intimidade na dela. Eu senti dor, mas a dor era suportável, então a deixei de lado. Ally estava mesmo nua embaixo da minha camisa e eu ainda estava com minha calça.
- Gael, por... por favor...
- Diga Ally, diga o que você quer. - os gemidos dela entravam em meus ouvidos e uma corrente elétrica percorria meu corpo. Uma estranha e gostosa sensação.
- Eu quero você. Eu quero você, Gael. Agora.
Sem pensar demais tirei as peças restantes em mim e voltei para perto dela. Coloquei as mãos suavemente por baixo da camisa e a subi levemente. Ela me olhava suplicante e em meio a toda àquela luxúria, eu a deixei totalmente nua e foi a melhor visão que eu já pude ter.
Ter a Ally nua em meio aos meus lençois era uma cena estupidamente erótica. Eu a toquei levemente e sua pele se arrepiou. Deslizei meus dedos em seus braços até conseguir segurar em suas mãos, as coloquei acima de sua cabeça e então a possuí.
A sensação foi mágica. Eu me sentia leve e completo pela primeira vez em muito tempo. A medida que eu investia contra ela, os gritos dela aumentavam.
Eu sabia que aquilo era errado, mas era um erro que eu não me arrependeria de cometer.
Seu suor se misturou com o meu e tamanha era nossa vontade de estar cada vez mais perto, que já não dava para saber onde ela começava e onde eu terminava. Éramos um.
Ally era finalmente minha e eu era completamente dela.
As pernas dela envolveram meu quadril e naquele momento eu me senti como se estivesse no céu outra vez. Eu atingi meu ápice e com um grito abafado em meu ombro ela atingiu o dela.
Num quase silêncio confortável, ela me abraçou e ao som de nossas respirações ofegantes nós acabamos dormindo nus.
Aquela noite traria graves consequências, mas eu não queria me preocupar, não agora.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro