•Segundo•
Harry Pov's
Observava enquanto Ben tentava falhamente enterrar a bola na cesta
Era um dia agradável, descemos até uma pequena pracinha que tinha perto do meu apartamento e nela tinham várias quadras e equipamentos de exercícios que me quebravam um galho nos dias que eu queria atividades ao ar livre
- eu sou péssimo!- Ben joga a bola com raiva no chão e eu chacoalho a cabeça em negação
- não seja chorão, um bom jogador aceita perder e aceita que tem limitações- digo pegando a bola e vendo o menino moreno me encarar confuso
- mas, quando estávamos jogando videogame você perdeu e jogou o controle no chão- muleque filho da puta
- exato, eu sou um exemplo de como você não deve ser- em vários sentidos
Ele ri pra mim e não me seguro em lhe devolver com um sorriso e jogar a bola pra ele
- anda, tenta de novo- insisto e ele volta a treinar as jogadas que lhe ensinei
Ben, sem sombra de dúvidas, foi uma das melhores coisas que já me aconteceram... Embora olhar pra ele me traga muitas lembranças
Assim que Louis descobriu que era um menino os três entraram num consenso de que o nome do garoto devia ser Ben
Na época me lembro de ter ficado furioso
Nem tinha motivo pra tal
Apenas fiquei
Talvez porque eu soubesse que foi tudo culpa minha
Ou pelo menos, boa parte
Mas na maioria das vezes eu tentava não pensar muito naquela época da minha vida e me focar mais no meu presente, e no momento isso se resumia ao Ben
- a gente pode tomar sorvete agora?- o menino ofegante me pede
- já desistiu?- pergunto e ele com a língua pra fora em sinal de cansaço assente com a cabeça me fazendo rir
- ok garoto, vamos lá- levanto pegando a bola e vendo ele correr feliz na minha frente a procura de um carrinho de sorvete qualquer, enquanto eu nos meus passos largos consigo me manter logo atrás dele
Olho pro lado e uma mulher morena passa por mim e me dá uma piscada, mas decido limitar-me a dar apenas um sorriso mínimo em retribuição
A verdade é que estou solteiro a cinco anos
Desde que ela saiu da minha vida
E nos últimos anos tudo que tenho tido foi romances de uma noite ou casos não muito sérios, e sinceramente eu preferia assim, não me vejo tendo nada daquilo que tive de novo
Nada daquilo que perdi
- padrinho, achei!- Ben grita se pendurando no carrinho de sorvete de um senhor de idade e já vou tirando a carteira do bolso para pagar o maldito sorvete da criança
- hoje a noite você vai ficar com a rosa ok? A Sammy vem brincar com você tenho algumas coisas pra resolver- omito
Sammy é a filha de uma mãe solteira que conheci num aplicativo a uns três anos, aplicativo esse que Louis me obrigou a entrar
A verdade é que eu fiquei mal por muito tempo depois de tudo que aconteceu, acho que essa foi a maneira dele de me "reanimar"
Seu nome era Nancy e ela foi a mulher com que tive mais interação nos últimos anos, o fato era que ela me entendia, ela era divorciada e também não o tinha esquecido completamente mas queria ocupar a cabeça, então fazemos favores um ao outro basicamente
- vai a um encontro com aquela moça?- ele pergunta lambendo o sorvete e eu o seguro
- quem lhe disse isso?- ele arqueia os ombros
- minhas mães disseram, e também disseram que você é o maior galinha, mas não sei o que isso significa- ele lambe o sorvete e eu reviro os olhos
- bom alguém deveria calar a boca das suas mães- continuamos a andar
- você namora ela?- ele volta a perguntar
Menininho curioso
- com quem?- pergunto enfiando as mãos nos bolsos
- a mãe da Sammy?- ele pergunta inocente e eu suspiro com um sorriso cansado e faço que não com a cabeça
- a verdade Ben, é que eu não pretendo namorar nunca mais- digo sincera
Não tenho nem porque
Nem se eu quisesse
Não conseguiria ter esse sentimento de novo
- está certo, papai diz que é muito trabalhoso- eu ri com a simplicidade na sua fala
- não é que seu pai disse alguma coisa que presta- rio e ele sorri pra mim e sou rápido em pegá-lo no colo e colocá-lo sobre meus ombros o fazendo gargalhar a risada mais gostosa que já ouvi
- se pingar sorvete em mim se considere um garoto morto- ele ri mais ainda
Eu não tinha mais autoridade nenhuma com aquele guri, qualquer coisa que eu falasse era uma diversão pra ele
E sinceramente, eu gostava pra caralho
6 horas depois...
Eu entrava e saia do corpo de Nancy em movimentos não muito rápidos porém profundos, ela estava deitada de frente pra mim com as pernas bem abertas e gemia meu nome repetidas vezes me dando mais vontade de gozar até que finalmente o faço
- eu não terminei ainda mocinho- ela me olha travessa e reviro os olhos já me ajoelhando e enfiando a cabeça no meio de suas pernas para terminar o trabalho
Nossa relação era simples e eu gostava disso, já bastava todas as complicações que tive antes, tê-la ali era algo que me mantinha um pouco mais relaxado
Depois que ela terminou eu fui pro banheiro do motel e liguei o chuveiro pra que agua começasse a encher a banheira
- será que as crianças estão bem?- ela pergunta deitada de lado na cama virada pra mim
- acho bom ligar pra ter certeza- as palavras saem meio estranhas na minha boca mas eu devo aceitar que eu me tornei um pai que fica duas horas longe da criança e já quer ligar desesperadamente
Volto ao banheiro e sento em frente a banheira enchendo enquanto Nancy liga pra minha casa onde as crianças estão com a babá e começo a pensar hipnotizado pela água caindo
Pensando sobre como minha vida mudou nesses últimos anos
Depois da depressão que tive em dois anos eu comecei a prestar atenção no que eu realmente queria pra mim e que pessoa eu queria ser, foi quando eu decidi parar de ser interno em cardiologia e sim em pediatria e finalmente admitir que sim
Eu gosto de crianças
E afinal elas se dão bem comigo, coisa que nunca vou entender
A segunda coisa que decidi fazer foi vender meu antigo apartamento, a verdade é que ele tinha histórias demais, brigas demais e momentos bons demais
E isso não era o que eu precisava
Foi quando achei um apartamento estilo loft bem grande e com boa vista e não pensei duas vezes
A vida é boa, não posso reclamar
Estou passando com uma pscicologa agora para aprender a controlar minha raiva e ver o lado bom das coisas, e até agora vem funcionado pra mim
Meus pensamentos são interrompidos pelo celular tocando
- fala!- digo logo
Talvez meus jeito ríspido não tenha mudado tanto assim
- sempre um encanto de pessoa não?- Louis debocha do outro lado da linha e sorrio de canto- e aí como você está?
- bem, na verdade estou num encontro com Nancy agora- digo orgulhoso mas logo afasto o celular por conta de Louis gritando comigo do outro lado da linha
- e onde é que está meu filho seu porra?- volto a encostar o celular no ouvido
- relaxa, tá com uma babá de confiança, a filha da Nancy está lá também- ouço seu suspiro aliviado do outro lado da linha
Ser pai o deixou muito exagerado
- espero que esteja aproveitando a quarentona já que deixou meu filho com uma estranha pra isso- ele diz bravo mas sei que ele não está
- pro seu governo estou aproveitando bastante, a quarentona sabe como chupar bem um pau
- Ah Harry, me poupe dos detalhes- rio de sua reação- enfim, só queria confirmar se vai levar o Ben na casa da Emma e da Ashley no sábado? Eu vou pra lá e seria bom pra nos vermos, faz bastante tempo, a não ser que já tenha planos com a sua sugar mommy e não possa- ele provoca e eu rio novamente
- relaxa seu ciumento, não tenho planos pro sábado posso almoçar por lá- começo a brincar com a água que já está quase na quantidade perfeita dentro da banheira
- certo, até sábado então... E vê se volta logo pra casa cuidar do seu afilhado- ele implica e eu bufo
- vai dar o cu- desligo com um sorriso brincalhão nos lábios e minha atenção agora está na porta onde Nancy está completamente nua e se encosta no batente
- as crianças estão ótimas, vai dar até tempo de brincarmos mais um pouco- ela me olha safada e eu lhe sorrio com a mesma perversidade
- as damas primeiro- indico a banheira e logo que ela entra eu vou logo por cima da mesma e depois disso é só o som dos nossos corpos se chocando e da água vazando da banheira
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