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34.

Eu e Andrew saíamos da empresa conversando sobre como ele veio parar em Londres já que ele é de Nova York, pude perceber sua falta de sotaque de cara já que estou acostumada com o sotaque britânico carregado do Harry
- está gostando daqui?- pergunto enquanto ele abre a porta pra mim
- surpreendentemente sim, nós americanos temos sempre uma impressão mais metida sobre os ingleses, mas na realidade achei todos extremamente educados, gentis- ele sorri abertamente
- fico feliz que meu povo tenha te recepcionado bem- sorrio abertamente e continuo- está aqui a quanto tempo?
- a uns 4 meses na verdade, quis me mudar pra cá por conta do meu emprego mas como estou pensando em mudar d profissão e o senhor LeBlanc me deu a oportunidade, decidi me estabelecer de vez- ele sorri enquanto se senta em um banco de madeira em frente a pracinha e eu me senti logo ao seu lado
- Ah você não é formado em publicidade? No que é formado então... Sem querer parecer intrometida- sorrio sem jeito mas ele nega com a cabeça com uma cara relaxada
- sem problemas, eu na verdade sou psiquiatra, ainda trabalho na clínica de saúde mental HealthyMind, mas é só até eu acompanhar minha última paciente, prometi a mãe dela que antes de sair de lá faria todo o possível pela filha dela- ele diz em tom mais sério agora
- essa menina tem problemas muito graves?- não consigo me imaginar numa profissão dessa, eu admiro e acho incrível quem consegue desvendar a mente humana mas pra mim já é demais
- na verdade nem eu eu sei dizer ao certo, ela aparenta estar normal, a coitadinha passou por muitas coisas, mas sinceramente... Vejo alguns traços estranhos nela, é como se ela simplesmente tivesse congelado e se ficasse em detalhes insignificantes- ele agora encara o chão seriamente- me desculpe, isso é assunto de psiquiatra, a gente adora falar sobre expressões corporais e comportamentos estranhos, um saco!

Ele brinca e eu rio, escolho não tocar no assunto sei que eles tem uma restrição entre médico e paciente então não tem porque eu ficar perguntando também

- Sophie!- uma voz ecoa atrás de mim e me viro rápido encontrando Harry nos olhando

Acho que alguém está prestes a mudar de ideia sobre os ingleses gentis

- Harry o que faz aqui?- digo confusa porém lhe dando um selinho
- vamos passar no shopping e comprar alguma coisa pro bebê da família de três não tá lembrada?- ele zomba e eu bato na testa mentalmente
- meu Deus, esqueci completamente- reclamo e logo me lembro de Andrew atrás de mim
- nossa, eu quase me esquecia, Harry esse é Andrew nosso novo estagiário e Andrew esse é Harry, meu namorado- eu lhes apresento e eles dão um aperto de mão rápido porém firme
- sua namorada é muito gentil, estava me apresentando a empresa e me falando como as coisas funcionam, é um cara de sorte- ele sorri simpático e sinto Harry apertar minha cintura mais junto a si porém sua feição é calma
- eu sei!- ele sorri satisfeito- bom, infelizmente temos que ir, ainda temos que passar em alguns lugares
- claro, claro- ele sorri apertando a mão do Harry e em seguida a minha- Sophie mais uma vez obrigada pela ajuda
- não foi nada, de verdade, até amanhã- sorrio contente e ele se distancia para ir até seu carro enquanto Harry e eu caminhamos para ir para o nosso

- simpatiquinho ele não?- Harry diz ao entrar no carro e eu logo bufo
- não me diga que achou algo de errado no Andrew?- reclamo mas ele nega com a cabeça
- não falo sério, achei ele simpático, educado, só me pergunto o que houve com o Shawn, lembra dele? Seu colega de trabalho gay e comprometido que eu tanto amava?- ele diz ligando o carro e sou obrigada a rir
- está de férias, e amar? Sério? Você deve ter falado com ele umas duas vezes?- Zombo enquanto o carro sai do estacionamento
- sim e nas duas vezes ele não olhou uma vez sequer para o seu peito e ainda elogiou minhas roupas, na minha opinião ele é vale por dez Andrews- ele diz sério mas eu começo a rir
- você não presta!- nego com a cabeça e decido aumentar o volume pra cessar essa história

Chegamos ao shopping e vamos logo a uma lojinha de coisas de bebê no segundo andar, só o cheiro da loja a shampoo de criança já me derretia inteira e por mais que o Harry diga que é um perfume enjoado sei que ele também adora

- posso ajudá-los?- uma mulher baixinha de cabelos pretos para a nossa frente
- queríamos ver roupinhas pra bebês recém-nascidos, sem gêneros por que ainda não sabemos o sexo- sorrio educada enquanto Harry olha tudo de cima abaixo como se estivesse em um universo diferente
- Ah sim, o bebê é de vocês?- ela sorri Alegre e inofensiva e por alguma razão meu semblante cai e juro que posso ver daqui Harry engolindo um seco
- na verdade não, é o nosso afilhado- sorrio desconcertada e ela apenas muda seu sorriso alegre par sim desconcertado
- Ah sim, certo, bom eu vou ver o que temos e trago alguns modelos pra vocês- ela traz de volta seu sorriso animado e vai até o fundo da loja atrás dos nossos pedidos deixando eu e Harry num silêncio estranho

- olha só que gracinha, podíamos dar isso, é pra deixar a criança amarrada junto ao corpo- sorrio pegando o pano que Harry logo tira da minha mão
- impossível uma criança se sustentar nisso- ele encara o pano confuso e começa a enrolar o mesmo em seu tronco e eu disparo a rir do resultado final com as abas todas soltas e totalmente mal feito
- assim não tem como mesmo, tá tudo errado- eu rio tentando desenroscar o emaranhado que ele fez com o pedaço de pano
- eu acho que isso deveria ser melhor explicado isso sim- ele diz lendo o modo de uso que está na caixa ao lado
- relaxa, é na prática que se aprende- digo rindo e ele congela e olha pra mim neutro

Não foi nesse sentido, eu juro

É lógico que quando Harry começou a brincar de enrolar o pano eu já imaginei um mini ele próximo ao seu peito, as covinhas doces que ele puxaria do Harry mas se eu tivesse sorte com o meu temperamento, estaria mentindo se dissesse que essa visão não sai da minha cabeça e eu nem sei porque

Eu sou muito nova, não estou pronta pra ser mãe e depois de testar o suporte para bebês vejo que o Harry muito menos, mas não posso deixar de imaginar

- que foi? Eu quis dizer com o bebê do Louis e da Emma- eu dou de ombros e ele parece tirar um peso das costas
- não vou carregar o bebê, eu nunca peguei bebê nenhum- ele guarda o pano onde pegou
- não me interessa ele vai ser seu afilhado, você vai aprender- a vendedora aparece antes que Harry possa reclamar de mais alguma coisa e começa a mostrar vários conjuntinhos, e macacões uns mais lindos que os outros e de cabeça já separei três peças

Afinal é meu afilhado

E o mais próximo de um bebê que terei por muito tempo

Pov's Andrew

Finalmente estaciono meu carro no estacionamento da clínica, ainda são 18:25 cheguei num horário bom para minha única paciente, a verdade é que estava louco pra encerrar logo essa ficha e finalmente deixar essa fase pra trás, a psiquiatria já foi a minha paixão mas após um tempo fui vendo que isso não é pra mim.

Chego na recepção e já vejo a menina de cabelos negros acompanhada da mãe sentadas na sala de espera, desde que vim pra cá nos últimos 4 meses que o doutor Mendez a deixou comigo, ela será meu último caso até que eu possa finalmente seguir em publicidade, algo que realmente me redescobri

- Bom noite Andrew- Erin a recepcionista me recebe
- boa noite Erin, dia lotado?- pergunto colocando meu jaleco ali mesmo
- até que nem tanto só mais um paciente do doutor Freeman e a sua que já está te aguardando- ela me sorri satisfeita sabendo que logo as agendas se fecharam e ela voltará pra casa
- hoje vai ser rápido, estamos praticamente no fim do tratamento- lhe pisco como se compartilhasse da alegria de logo estarmos em casa e caminho até a recepção até ser finalmente visto pela menina

- Melanie Malik? Podemos começar- chamo a menina que me sorri e me segue para dentro do consultório

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