18.
Esse capítulo vai ser um pouquinho diferente, mas juro que ele é importante para o desfecho de algumas situações que vão acontecer lá na frente então postarei esse e mais um que já vai voltar ao formato normal, espero que gostem 😉❤❤
Emma's Pov
Acordei depois da festa de ontem completamente acabada e com a cabeça doendo
Porra
Olhei em volta pra saber onde exatamente eu estava e fiquei feliz com o resultado, estava deitada na minha cama com a Ashley do lado e eu sorri pra mim mesma ao ver a menina morena do meu lado
- ei- sussurrei no seu ouvido e ela ainda sonolenta me deu um selinho carinhoso
- meu Deus eu nunca bebi tanto- ela murmura e eu rio enquanto me levanto indo pegar meu celular para ver que já era 13:00 da tarde
- ontem foi uma bagunça, eu ia atrás da Sophie e do Harry mas o Liam disse que era melhor deixar ela resolver sozinha- encolhi os ombros lembrando da cena
- nem me fale, o Harry como sempre estragou tudo- ela revira os olhos claramente irritada, acho até que fofa a maneira como ela não consegue esconder a raiva que ela tem do Harry
- ele não é tão mal quanto você pensa, se desse uma chance a ele veria que ele é um cara legal, só um pouco, alterado- defendo meu amigo e ela apenas bufa e se levanta me fazendo deixar cair minha atenção sobre seu corpo magnifico, pelo menos pra mim, mas ela não percebe
- acho ele um babaca, ele beijou outra, isso não é qualquer coisa, se algum dia eu te pegar beijando outra eu acabo com a sua raça- ela aponta brava mas eu só consigo rir e andar na sua direção
- por que não mudamos de assunto?- aperto sua cintura por trás e beijo seu pescoço enquanto ela joga sua cabeça no meu ombro
- ótima idéia- ela concorda e não demoro a cair com ela na cama de novo
É tudo tão leve entre nós, é como se nada nunca desse errado e isso me assusta
Muito
Sendo uma bissexual já experimentei diversos tipos de amores com homens e mulheres, mas com ela parece que era pra ser, sinto algo diferente de tudo que já senti antes, e é aí que eu começo a esperar pelo pior.
Passamos o dia assim, arrumando um comodo e transando nele na sequência terminando na sala já que a Juliet, minha empregada não viria hoje tínhamos que deixar aqui minimamente apresentável
- seu pai volta quando de viagem?- ela pergunta se jogando no sofá e ligando a tv
- daqui umas duas semanas eu acho, ele não me mantém muito informada do seus paradeiros- digo me sentando ao seu lado e ela acaricia meu cabelo como se sentisse pena pela relação bosta que eu e meu pai levamos
- tudo bem, sério, não me importo, eu até prefiro! Sem ele aqui, podemos viver um pouco em paz- lhe dou um selinho cauteloso e em seguida apoio minha cabeça no seu ombro para assistir a um filme que passava na tv, era uma ficção estranha que surpreendentemente nos prendeu e nos deixou discutindo feito crianças quem matou quem quando um barulho de chave me faz saltar e quando olho pra porta vejo meu pai
Puta que me pariu
- Emma- ele diz largando as malas no chão e eu faço um aceno para que a Ashley levante ao invés de fazer a cara de apavorada que ela estava fazendo
- o que faz aqui? Pensei que voltaria daqui duas semanas- me atropelo um pouco nas palavras enquanto ele arqueia as sobrancelhas e se aproxima de nós
- eu estou bem também querida, a viagem foi ótima obrigada por perguntar- ele debocha e se foca na Ashley- que bom que trouxe uma colega para ficar com você
Encaro Ashley que sorri nervosa e apenas estende a mão para o meu pai
- é um prazer senhor- ela diz educada mas aquilo me incomoda, me incomoda imensamente
Eu não queria aquilo
Não queria meu pai chegando aqui e chamando minha namorada de colega, não queria ter de esperar meu pai sair pra viajar para poder trazê-la aqui e tratá-la não apenas como uma amiga, não queria mais mentir
- na verdade pai...- comecei chamando a atenção da Ashley que me olhava desesperada porém controlada- Ashley não é minha colega... É minha namorada
Silêncio constrangedor
Ok eu já esperava
Mas o que eu não esperava é que ele começasse a rir
Rir muito, deixando eu e a Ashley sem qualquer reação
- namoradas?- ele repete ainda rindo me fazendo sentir um leve gelo no cu de ter pensado em contar
- e desde quando essa palhaçada vem acontecendo?- ele fala em tom alto
- olha Emma...- Ashley começa mas eu sei o que ela vai dizer. Ela vai dizer que é melhor deixar pra lá, que não vale a pena, mas vale a pena
Ela vale pena
- não! Isso não é palhaçada, isso é sério, já é sério a algum tempo, se prestasse tanta atenção em mim como presta ao seu trabalho teria reparado a muito tempo- grito de volta vendo ele ficar vermelho de raiva e dar um passo em nossa direção
- eu deveria reparar? Desde que sua mãe morreu você não demonstra sequer interesse em ter uma conversa comigo e queria que eu repasse que você nunca experimentou uma rola de verdade pra querer ficar se esfregando com mulher?- ele grita estérico me fazendo gelar e claramente afetando a Ashley com suas palavras
- é melhor eu ir- ela diz baixo recolhendo sua mochila que trouxe pra passar uns dias aqui e já sinto as lágrimas queimarem no meu rosto
- eu também acho muito bom você sair da minha casa- meu pai grita indo em direção a porta e abrindo com violência a mesma enquanto Ashley ia amoada e envergonhada passando pela mesma
- não pode tratar ela assim, se expulsa-la é o mesmo que estar me expulsando- grito pra ele caminhando rápido em sua direção para ficarmos cara a cara
- então saia com ela- ele grita mas depois se abaixa para ficarmos bem próximos e sussurra- eu não criei filha sapatão
Suas palavras me atravessam e eu apenas empurro Ashley porta a fora e ouço a porta bater atrás de nós e o choro me consome na mesma hora
- calma- Ashley me abraça e eu caio nos seus braços num aperto desesperado
- não acredito que ele falou assim com você, eu não acredito... Porra eu não acredito nele- soluço no seu colo enquanto ela acaricia meu cabelo
- está tudo bem, vai tudo se acertar entre vocês, ele só precisa de mais tempo pra entender tudo- ela beija o topo da minha cabeça e eu aceno que sim com a cabeça- espera ele se acalmar e volta pra lá para conversarem
- está louca? Eu não vou voltar pra lá- digo indignada pela sua ideia e logo me afasto para limpar meu rosto
- e onde vai ficar então?- ela pergunta e eu fungo
- pensei em ficar na sua casa- fungo dizendo o óbvio
- não pode, minha mãe andou pegando meu celular e você tem ido muito lá em casa, ela está começando a desconfiar- ela diz insegura e minha expressão logo se fecha
- desconfiar de que?- pergunto tentando controlar minha irritação
- que eu sou lésbica!- ela sussurra como se fosse um crime
- mas você é lésbica Ashley, sua mãe deveria saber disso- reclamo vendo ela arquear as sobrancelhas
- assim como você achava que seu pai deveria saber e olha no que deu- ela aponta pra minha casa- a verdade é que isso é muito bom quando é só a gente ou seus amigos e alguns amigos meus, mas a gente tem que crescer e entender que não funciona assim na vida real, que isso tudo, nós duas, isso não...
- não vale a pena?- eu termino por ela recebendo um silêncio longo dela e um olhar cabisbaixo- era isso que ia dizer? Que não vale a pena? Ia me dizer que apesar de eu ter encarado meu pai lá dentro e te defendido você ainda acha que isso não tem futuro não é?- eu me engasgo com o nó que tem em minha garanta agora
- eu só estou dizendo que minha visão de namoro é poder levar a namorada em casa, apresentar a mãe, não precisar sair correndo de um estabelecimento toda vez que eu vir um parente ou um conhecido- ela suspira- eu tô dizendo, que isso não está dando certo
Meus argumentos, minha coragem, minha vontade de debater tudo se foi, e apenas me restou uma cara de idiota e um coração partido na calçada de frente a minha casa, casa essa que eu fui expulsa por defender minha namorada, namorada a qual está me deixando nesse exato momento
Como eu disse, quando está tudo indo muito certo, preocupe-se
- acho melhor você ir- é tudo que arranjo força pra dizer enquanto vejo ela querer dizer várias coisas mas sem dizer nenhuma ela dá de costas e destrava seu carro entrando no mesmo e acelerando com ele sem nem sequer me olhar
Enxugo as lágrimas e disco o primeiro número que eu consigo pensar
- Emma?- a voz da minha melhor amiga soa do outro lado
- Sophie...- me preparo para descarregar todos os acontecimentos dos últimos minutos pra ela mas ela me interrompe
- eu sei o que vai perguntar, como estão as coisas entre mim e o Harry depois daquele barraco ontem na sua casa- ela começa a se explicar e eu tentava ouvir uma brecha para poder dizer que não era isso mas ela continuou- e na verdade, mesmo sabendo que a Ashley vai me matar depois, eu o perdoei... Eu sei é ridículo mas eu não consegui, eu simplesmente não consigo mais, ficar sem ele entende?
Engulo o nó na garganta e enxugo as lágrimas
- claro!- disfarço a voz
- olha precisamos conversar melhor, juro que eu não perdoei fácil- ela se explica e eu sorrio com sua preocupação de me provar algo
- nos falamos amanhã na aula ok?- digo chateada porém contente que ela não me deu oportunidade de eu falar no começo, ela já tem seus problemas e não precisa da soma dos meus
- ok até amanhã- ela diz e eu apenas solto um 'ok' desligando o celular e me sentando na guia pensando no que fazer agora
Não posso ir pra casa, nem pra casa da minha... Ex
Não posso pedir nada a Sophie, eles devem estar se acertando e eu lá apenas atrapalharia tudo
Então o número mais óbvio de todos se instala na minha cabeça
Dígito seu número rapidamente e pressiono o celular na orelha com o choro vindo de novo
- isso é hora de ligar? Estava no vigésimo sono- Louis reclama com a voz cansada
- Lou- é tudo que consigo dizer antes de cair no choro
- o que aconteceu?- ele diz já reconhecendo meu choro desesperado
- posso ir pra sua casa? Por favor!- peço sem muito rodeio e ele nem exita
- claro, o porteiro já te conhece é só entrar direto
- obrigada- digo sincera e desligo o telefone
Ótima maneira de terminar a noite
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