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1.

Sophie's Pov

Entrei no carro do Harry e tudo que conseguia fazer era chorar, o Richard tentou manter a calma pelo o telefone mas pelo som da sua voz engasgada dava pra ver que não foi apenas um arranhão, e só o fato de não ter sido a minha mãe a ligar dá pra saber que ela não está em estado para tal
- em qual hospital ele está Sophie?- Harry me desperta
- no central Westminster- eu digo secando as lágrimas do meu rosto e sentindo a mão dele agarrar na minha coxa e acaricia-la gentilmente
- vai ficar tudo bem, prometo!- ele diz sem tirar os olhos de mim e eu só consigo concordar com a cabeça

Sinceramente espero que ele esteja certo

Nem espero que ele estacione o carro direito eu já saio do mesmo correndo pra dentro do hospital
- Sophie espera!- ouço sua voz gritar ao longe mas estou ocupada demais chamando a moça da recepção que fofocava algo com a amiga que com certeza não era mais importante que meu irmão
- Ben Baltimore, ele tem 7 anos e foi vítima de uma bala perdida- digo desesperada e ela continua mascando o chiclete como se fosse uma vaca ruminando o capim e pisca lentamente
- a senhora terá que se sentar- ela diz apenas ignorando toda a ficha que lhe apresentei
- minha mãe já está aqui, só quero saber em qual quarto eles estão- tento novamente dessa vez com menos paciência e vejo quando ela revirar os olhos pra amiga

Se ela não tem paciência para lidar com pessoas

POR QUE CARALHOS ELA TRABALHA DE RECEPCIONISTA!

NUM HOSPITAL!

- acho que você não entendeu moça- o Harry diz quando para atrás de mim fazendo a garota ruiva corrigir a postura e a amiga sorridente dela abrir mais seu sorriso de trezentos dentes- ela disse que quer ver o irmão e a mãe, será que é muito trabalho nos dizer onde caralho eles estão?

A moça parecia em dúvida entre babar por ele ou ficar assustada com seu jeito de falar mas vejo que ela opta por obedece-lo quando vejo ela pesquisando algo em seu computador

- aqui! Ben Baltimore, terceiro andar quarto 23!- ela diz e eu saio rápido sem nem agradecer afinal convenhamos ela não merece e ainda ouço o Harry pronunciar um " lhe caiu a mão por a caso?" Se vingando por mim

Cliquei no elevador umas trinta vezes, já demora geralmente mas hoje parece pior

- Sophie ele não vai vir mais rápido só porque está apertando duzentas vezes- Harry aponta me fazendo bufar e cruzar os braços e andar de um lado pro outro impaciente com a demora dessa máquina inútil
- Sophie...- Harry tenta começar mas ouço a porta se abrir e corro pra dentro sem nem lhe dar chance e logo aperto o botão pro terceiro andar e continuo a andar de um lado pro outro
É como se eu pensasse em tudo e em nada ao mesmo tempo, eu não queria realmente perceber o quão grave tudo isso era pois se eu parar pra pensar eu vou surtar mais do que já estou

- Sophie!- ele me chama mais uma vez me fazendo virar pra ele vendo um Harry amoado no canto do elevador claramente sem palavras e sem saber como agir
- não precisa falar nada- eu digo já sentindo as lágrimas voltarem em meus olhos e quando ouço a porta se abrir caminho rapidamente para fora olhando feito uma louca para os números das portas ouvindo os passos do Harry logo atrás de mim

-merda!- sussurro pra mim quando não consigo achar o 23 mas quando olho pra frente vejo Richard abraçado com a minha mãe me fazendo correr na direção deles por instinto, minha mãe levanta a cabeça me vendo vindo desesperada em sua direção e não demora pra se levantar e me tomar em seus braços num abraço tão necessitado quanto o que eu estava lhe dando

Nossos soluços eram audíveis e pude ver Richard de cabeça baixa passando as mãos no cabelo
- como ele está?- é tudo que consigo perguntar em meio ao choro
- achamos que o médico viu algo que não quer nos contar, ele disse que precisava ver alguns exames eu não sei- ela diz claramente perturbada se sentando novamente ao lado do Richard
- quero vê-lo!- digo desesperada mas minha mãe balança a cabeça negativamente
- o médico não quer ninguém no quarto, não por agora- ela diz enxugando os olhos com um papel amassado me fazendo encostar as costas na parede de frente pra eles
- como isso foi acontecer?- eu pergunto passando a mão na cabeça, uma enxaqueca insistia em martelar na minha cabeça
-estávamos os três no banco, eu só precisava sacar trinta reais pra comprar um bichinho que ele havia visto na loja em frente e como só tínhamos levado o cartão e a loja  só aceitava dinheiro pedi ao Richard que sacasse  enquanto Ben e eu o esperavamos nos bancos, foi quando um grupo de assaltantes entrou e mandou todos se deitarem e não tentarem nada- ela parecia lembrar de cada momento naquele lugar- quando o homem virou de costas o Ben se levantou pra pegar os trinta reais que haviam caído no chão... Tentei segura-lo mas foi tudo tão rápido quando vi ele já tinha atirado, uma moça se aproveitou da distração dele e quebrou o alarme de segurança e tudo começou a apitar e eles foram embora.

Minha cabeça dava voltas nesse momento, como alguém pode atirar em uma criança?

- Sophie- ouço o Harry me chamar e me recordo que ele está aqui também, olho pro lado e o vejo com as mãos nos bolsos claramente deslocado e sem ação- eu já te trouxe acho melhor eu ir agora pra você ficar com sua família
- não!- minha mãe interrompe- se não for pedir muito quero que leve Sophie pra casa
- mãe!- advirto ganhando um olhar mandão dela
- Sophie Louise Baltimore, do que vai adiantar ficar aqui?- minha mãe diz me deixando pensativa, realmente eu não ia poder falar com o Ben de todos os jeitos e nem iriam me deixar entrar já que ainda estavam fazendo exames, mas eu queria ser útil e estar a disposição caso ele acorde
- mas e se ele acordar?- retruco
- se ele acordar ligamos pra você- Richard diz calmo e eu vejo que não terei opção sem ser aceitar
- se quiser ir pra casa não me importo de te levar- Harry diz me fazendo suspirar e aceitar a derrota. Me despedi da minha mãe e do Richard e caminhei até a saída do hospital em silêncio total pensando nas perguntas que faria ao médico quando ele estivesse disposto a falar conosco.

O carro foi o mesmo silêncio que foi no hospital o Harry parecia ter medo de até olhar pra mim e não o culpo, eu já não estou bem por conta do meu irmão e ainda não esqueci sua cena ridícula com aquela loira de hoje a noite.

Ele estacionou o carro no lugar que ele sempre estaciona quando vem a minha casa e eu desço antes dele para destrancar a porta e fico satisfeita quando o ouço entrar logo atrás de mim.

- noite comprida!- a voz do Harry preenche o lugar vazio mas eu só consigo concordar com a cabeça ao seu comentário e depois pego o telefone colocando ele mais perto do sofá que é onde pretendo dormir
- vai que amanhã ou ainda hoje eles me ligam com notícias do Ben!- eu digo cruzando os braços e sentando no sofá ouvindo um suspiro cansado do Harry
- bom... Acho que não precisa mais de mim- ele diz virando nos calcanhares e indo em direção a porta
- Harry!- chamo, não acredito que vou fazer isso- pode ficar aqui?, se puder, lógico
Ele se vira com uma cara desconfiada como se eu estivesse lhe pregando uma peça ou algo do tipo
- quer que eu, fique está noite com você?- ele pergunta com a sobrancelha arquiada me fazendo assentir. Quem estou enganando eu detesto dormir sozinha, a essa hora Ashley já está dormindo pra eu chama-la e bom... Pra quem dormiu com ele depois de tudo que ele fez uma noite inocente aqui não vai ser nada
- ok!- é tudo que ele diz sem muita expressividade na voz e eu subo para pegar uns cobertores, lençóis e travesseiros para ambos já que eu também dormiria lá embaixo.

- aqui!- digo colocando um travesseiro no sofá maior forrando o mesmo com o lençol branco e jogando uma coberta por cima
- pode ficar nesse- ele diz e eu recuso
- você é dez vezes maior que eu como pretende dormir no sofá menor? Você nem cabe no maior- eu rio e ele ri também enquanto me observa cuidadosamente me fazendo retirar o sorriso dos lábios e arrumar o meu sofá e colocar o telefone na mesinha ao lado do sofá por que assim que alguém ligasse eu conseguiria atender
- boa noite!- digo me deitando quando vejo que Harry já se arrumou de maneira engraçada no sofá, pois ele tentou encaixar seu corpo de 1,90 num sofá de 1,70 o deixando numa posição de bebê que até que combinava com ele
- boa noite!- ele responde bocejando provando que estava tão cansado quanto eu
- Harry?- o chamo enquanto bocejo- obrigada!, Por me levar ao hospital e por, bem, por estar aqui agora

Ainda havia muita magoa minha em relação ao Harry, ele fez coisas que são fora da minha compreensão do que se é normal, mas eu devo admitir que todas as vezes que precisei ele sempre estava a disposição

- obrigado você...por me deixar ficar- ele responde e eu balanço a cabeça concordando e desligo o abajur da mesinha que era a única luz do cômodo nos deixando no escuro total.

Ahhh começou a segunda temporadaa.❤❤❤
Tenho um carinho muito grande por essa fic e espero que tenham gostado da história até aqui porque pretendo sempre estar melhorando ela pra vocês <3<3

Bjss e até o próximo capítulo!❤

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