CAPÍTULO 17
Milena
A sirene do colégio tinha acabado de tocar indicando final da última aula.
Quando eu estava saindo dei de cara com a Mikaele e Thaysson. A Mikaele tinha parada de falar comigo por causa do pai, ele já não gostava quando eu andava com ela por conta dos boatos de que eu era amante do Corujão, agora porque estou trabalhando na casa dele. E o Thaysson tentava dar em cima de mim mas eu não dava abertura, ele sempre ficava com outras sem dar a mínima importância pra mim.
— Ei! Mi! — uma voz masculina me gritou quando eu passava no corredor. Me virei dando visão do Thaysson que corria até mim. — Quanto tempo não nos falamos, né? — falou quando chegou ficando em minha frente.
— Tô trabalhando e estudando, aí tá complicado pra mim. — falei dando um sorriso de lado.
— ih, tá trabalhando em quê. — cruzou os braços sorrindo como não tivesse acreditando.
Exitei em falar, eu sabia que o Thaysson iria me julgar e jogar na minha cara, já que eu falava que odiava traficantes e sentia nojo de quem trabalhava pra eles, mas minha situação era simplesmente diferente, eu precisava do dinheiro pra ajudar minha mãe a mobilhar a casa ou até mesmo conseguir comprar uma.
— Que foi? Não vai me dizer que.... — ele parou e pensou por alguns instantes. — Você tá fazendo programa? Mas você era da igreja.
— Não! Eu tô tomando conta de uma criança, só isso. — minha voz saiu mais alta do que o necessário. — Você sempre pensando o pior de quem mora lá, né? Nunca pensei que você seria um cara tão preconceituoso a esse ponto.
Fui saindo mas o Thaysson me puxou pelo braço me fazendo voltar ao mesmo lugar que estava.
— Você me entendeu errado, eu não sou preconceituoso. Você acha que alguém preconceituoso iria ir aos bailes como eu vou? Que me envolveria como pessoas de lá? — ele falou olhando nos meus olhos.
— Você só vai lá por causa das drogas que você consome, e as pessoas que você se envolve é de puro interesse.
— Eu uso umas paradas mas não é nada de vício. — ele falou baixou e pensou um pouco. — Eu tenho uma prima que engravidou de um cara de lá, minha tia tá louca atrás dela porque já tem uma semana que ela saiu e não voltou. Eu queria sua ajuda.
Meu coração se partiu em vários pedaços. Depois que eu tinha começado a tomar conta da Lore eu não tinha tempo pra nada; isso estava consumindo meu humor. Eu já não me reconhecia mais.
— Desculpa...É que tô meio nervosa esses dias. Pode contar comigo, tá?
— Tudo bem. — sorriu — Vamos, eu te dou carona até a Babilônia .
— Não precisa, de verdade.
— Para com isso; a gente é parça. — ele falou sorrindo e me abraçou de lado
[...]
Corujão
Merda! Eu tinha passado a manhã inteira na boca e tinha esquecido da Larissa. Lá na casa não tinha nada de comida.
Peguei minha moto e voei até o barraco. Quando cheguei lá a mesma estava deitada no sofá assistindo.
— Quem você pensa que é pra me deixar aqui sem nada, hen?! — ela veio pra cima de mim com ódio.
Segurei ela pelo braço apertando bem forte. Ela olhou pra mim engolindo em seco com os olhos arregalados.
— Abaixa a porra dela bola. — falei baixo e a encarando.
Soltei ela e reparei que ficou com o lugar vermelho. Peguei minha carteira e tirando mil e duzentos reais.
— Aqui é pra tu comprar algumas roupas e comida. Depois eu trago o resto. — entreguei o dinheiro.
E já contou e olhou com cara de deboche.
— Com esse dinheiro eu comprava um sapato.
— Vai lá agora e compra um sapato. — me olhou com raiva. — Vamo.
— Onde?
— Bater uma larica. Ou você não tá com fome?
— Tô
Montei na minha moto e esperei ela trancar a porta. Assim que ela montou arrastei a moto em alta velocidade indo em direção ao bar. Geral do morro me olhou quando eu passei com a Larissa, já deve tá correndo por aí que ela é minha fiel; certeza.
— Fala patrão. — Dona Ieda veio me atender.
— Vou querer o churrasco de sempre, duas poções e duas Cocas. — falei sentando na mesinha.
— Já tá vindo. — ela terminou de anotar e olhou pra Larissa da cabeça aos pés. — Quem é essa? Novata?
— Não é da tua conta. Não te dei essa intimidade. — falei sério
A Ieda era o tipo de veia fuxiqueira. Era assanhada pra um caralho, seu Afonso que não abra o olho dele.
Ieda saiu me deixando sozinho com a Larissa.
— Pensei que ia me levar em um restaurante, não em uma espelunca. — sorrir com deboche ao escultar suas palavras — O que foi?
— Sua realidade agora é outra, só aceita o caralho.
Ela ficou quieta até o fim do almoço.
Assim que eu gosto.
[...]
Cheguei em casa e já era sete da noite.
Antes de entrar em casa escutei gritos de mulher.
— Que porra é esses gritos? — falei quando entrei na sala.
Era a Tayane e o Marquinhos discutindo.
— Esse filho da puta! — ela gritou dando tapas no mesmo que tentava desviar — Ele me traiu com uma puta do pistão!!
— Porra princesa, sabe que aqui a carne é fraca. — falou sinico e acabou levando um tapa na cara.
Toma distraído.
— Porra Corujão, faz alguma coisa aqui. — falou quando a Tayane começou uma sequência de socos e tapas.
— Resolve teus b.O porra. — falei assistindo a sena
— Não aparece nunca mais em minha porta! Nunca mais! — falou e saiu chorando.
— Tayane porra! espera! — falou mas a menina ja tava longe. — Bom irmão tu é, nem pra me ajudar.
— Vai tomar no cu; quem mandou vacilar.
— Não fiz nada não pow, foi a louca da Dandara que inventou.
— Inventou o que? — Milena apareceu na porta acompanhada da Lorena.
— Tua irmã é uma filha da puta, qualquer hora dessas ela vai acordar careca. — falou com ódio saindo da sala.
A Milena ficou sem reação.
— Tá aqui ainda por que?
— Eu pedi ela pra ficar até você chegar papai.
— Ok. — mandei um radio pro colombiano aparecer pra levar a mina em casa.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro