Capítulo 8: O Perdão
Alessandra as vezes me assustava com suas palavras e reações, havia hora que me sentia deslocado por não poder ajudar.
- Você está pronto? - Me perguntou a mulher de me olhando profundamente, as vezes parecia que Alessandra podia enxergar a minha alma, captar completamente a minha essência.
Respirei fundo e assenti. Estava em frente a casa de minha família, meu coração batia em velocidade luz, se não fosse por Alessandra ao meu lado me passando segurança enquanto segurava minha mão, eu realmente não saberia o que fazer.
- Olhe para mim, Stephen. - Pediu, e assim fiz. - Você não está sozinho. Mesmo que receba um não de sua família agora, tenha em mente que futuramente recebera um sim.
- Eu errei muito. - Desvio meu olhar dela e então abaixo a cabeça me lamentando.
Essa casa esta carregada em lembranças do passado, não apenas lembranças ruins, como também lembranças boas; lembranças de meu pai chegando do trabalho com um presente em mãos, era uma bola de futebol, lembro que eu e meu irmão ficamos elétricos com o presente, nosso pai logo nos ensinou a jogar, nôs divertiamos muito, nossa mãe ficara muito brava quando nos viu sujos de lama, mas mesmo brava ela riu, nos mandou tomar banho e beijou os lábios de meu pai. Esse então foi um dia especial para mim, o primeiro dia que joguei futebol, uma linda lembrança da família.
- Stephan, você precisa ir. - Me despertou para o mundo real
- Eu não estou Pronto. - Me sentia um fracassado
- Claro que esta! - Exclamou Alessandra dando um passo a frente e apertando a campainha.
Alessandra deu alguns passos para trás, até sumir completamente de vista.
Minutos depois a porta fora aberta, de lá sairá um homem com a aparência saudável, estava forte, e os olhos verdes vivos, era impossível não reconhecer esse homem...
- Jorge. - Pronúncio seu nome quase que em um sussurro.
Meu corpo estava amolecido, o coração acelerado, as mãos suadas, e a respiração ofegante. Respirei fundo afim de me acalmar, eu preciso me acalmar! Caso contrário tenho certeza que irei desmaiar.
- Meu filho... Eu não acredito, sabia que iria voltar, eu sabia. - Jorge falava e falava, mas quando ouvir a palavra meu filho, me desarmei por completo.
As lágrimas rolaram, e não pude controlar o choro alto que saia de minha garganta.
Senti um aperto forte, braços me abraçavam fortemente, estava sem reação com o abraço de Jorge.
Me vi em minha infância novamente, onde o único sentimento que sentia por ele era amor, puro e lindo. Não havia raiva, rancor, apenas amor.
Pensando nisso pude mexer meus braços como se estivesse me soltando de correntes que me prendiam ao passado, eu o abracei, e o alívio me tomou, soltei o ar pela boca como se estivesse respirando novamente, como se estivesse a muito tempo me afogando e uma mão me puxasse para a superfície. Me sinto vivo, me sinto liberto novamente, pronto para perdoar, pronto para ser perdoado.
- Eu te perdôo, meu pai. - Chorei mais ainda.
Meu pai me olhou com um sorriso e sussurrou um "Eu também te perdôo"
- Pai? Quem está aí? - Meu sangue gelou ao ouvir a voz de Davi.
Me virei para olha-lo e lá estava ele na cadeira de rodas como da última vez que o vi.
- Da..vi, Davi... - Seu nome saiu de minha boca como uma lamentação, como um balde de saudades, e as lágrimas rolaram inundando meu rosto, a necessidade crescia, a necessidade de ser perdoado.
Só se escutava meu choro naquele ambiente, a noite estava tranquila e silenciosa. O cenário era decadente, decadente para mim que necessitava de seu perdão. Meu pai em pé no hall da casa nos olhando, meu irmão na cadeira de rodas em frente a porta, ainda dentro de casa me olhava sem reação, e eu... Eu me encontrava já de joelhos o olhando e suplicando seu perdão.
- Por favor irmão... A vida não foi boa comigo, eu tive a chance de mudar, mas escolhi errado e não mudei, mas agora, quero voltar a trás, quero ser uma pessoa melhor, mas sei que sem o seu perdão, não irei conseguir isso, então por favor, me perdoe, me perdoe, me perdoe, me perdoe.
.
.
.
Hola amados.
O capítulo foi bem intenso. Pretendo chegar até o capítulo 15 ou 20 até o final do livro.
Eu confesso que chorei escrevendo esse capítulo, ai podemos ver a falta humana, seus erros, mas também vemos a necessidade do ser humano ajeitar suas falhas e transformar seus erros em acertos.
Até o próximo capítulo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro