Com o seu olhar pude perceber o quão guardados seus medos e sentimentos estavam, mas seu olhar... Seu olhar mostrava tudo e ao mesmo tempo não mostrava nada.

— O que esta fazendo no chão? – Não me olhou nos olhos, pois os mesmo estavam fincados no porta retrato.

— Eu tentei levantar e... Cai – Só pude falar isso, cabisbaixo com sua expressão de dor, não aguentaria mais esse sentimento, sou impregnado dele.

— Vou lhe ajudar. – Veio até mim abaixando se em minha frente, olhei para suas tatuagens podendo analisar o desenho... Uma rosa branca que com seus espinhos envolviam todo seu Antebraço.

— Não olhe muito... – Pediu me ajudando a levantar. Pôs seu braço envolvido em minhas costas e com o meu envolvi em seu pescoço.

— Desculpe.

Andamos em passos lentos, acredito que estava a ser um fardo novamente, mas antes de me auto-lamentar iria querer saber o significado por detrás daquela tatuagem, o significado por trás daquele porta retrato.

— Pode perguntar – Disse ela como se estivesse lido meus pensamentos.

Sentei na cama com dificuldade encostando minhas costas no travesseiro, a cama afundou quando Alessandra sentou, e olhando em meus olhos ficou em silêncio esperando minha pergunta.

— Você ira me responder tudo?

— Não. Irei lhe responder o necessário, apenas o necessário.

— Quem era a menina do porta retrato?

Alessandra sorriu olhando para o chão, onde estava a foto da garotinha.

— Tiffany Wehan... Esse era seu nome. Seus pais eram coreanos, mas ela não era coreana... Eu cuidava daquela menina e... Por um erro meu algo muito ruim lhe aconteceu. – Respirou fundo antes de continuar — Hoje em dia penso em como tudo poderia ser diferente, mas também penso que não devo remoer o passado e esquecer o presente.

Era incrível a combinação de mulher e realidade que eu via em Alessandra, pois era isso que ela era, real.

— Esta me olhando assim novamente.

Achou graça e sorriu, poderia sorrir junto, mas estava interessado em outra coisa... Em sua tatuagem.

— O que significa? – Apontei para as iniciais em seu braço.

Sua reação não foi nítida, mas pude ver algo semelhante ao medo em sua face.

E então ela segurou minha mão, sua palma era muito gelada, mas reconfortante, senti seu aperto, e um sentimento nunca sentido por mim se revelou, algo a qual não pude descifrar.

— Não estamos prontos para isso. Você não esta pronto para conhecer minha história, assim como eu não estou preparada para lhe contar tudo.

Manteve seu aperto. Estava curioso, ansioso, e estranhamente estranho. Não sabia o que sentir ou o que fazer, estava sem chão a muito tempo, mas parecia que meus pés estavam querendo descer de onde quer que ele esteja.

— Sabe... Com tanta conversa e desconversa, eu não perguntei o seu nome. Então... Como se chama?

Inclinei minha cabeça para o lado estranhando sua pergunta, estranhado porque nunca mais havia ouvido alguém perguntar meu nome, assim como nunca mais alguém o disse.

— Stephan... Meu nome é Stephan. – Respondi sentindo minha voz grave se tornar mais grave ainda.

— E como é seu sobrenome? – Perguntou ainda segurando minha mão

Respirei fundo e a responde cabisbaixo:

— Não sou digno de usar o sobrenome de minha família... Então, por favor, apenas Stephan.

— Por que faz isso? O que de tão terrível cometeu para se odiar tanto?

A todo momento seus olhos castanhos me encarava, e a todo estante eu fazia de tudo para fugir de seu olhar.

— Se eu lhe contar ficara apavorada, e então perceberá que esta abrigando um verdadeiro monstro. – Respondi encarando a parede branca com um olhar vazio.

— Stephan... Olhe para mim! – Mandou tocando meu queixo me fazendo assim encontrar seus olhos determinados — Todos nos temos monstros aprisionados em nosso interior, alguns conseguem fugir e então devastar tudo, e os outros apenas cometem pequenos erros. Mas no final... Somos todos iguais.

Mas um capítulo! A história não se passará apenas nesse quarto, já já nosso man se recupera e então veremos se ele absorveu as palavras sabias de Alessandra.