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Capítulo 2: Fantasmas do passado.

Então eu acordei, e não era mais dia e sim noite... Uma noite fria e silenciosa, a noite de natal.

No quarto escuro, apenas ouvia minha respiração pesada por causa da dor, e a brisa fria que sempre quando batia na janela elevava suas cortinas vermelhas.

Me sentia tão impotente deitado nessa cama sem poder mover um músculo se quer, pois se o fizesse, sentiria mais Dor. (Que diabos de remédios são esses que não fazem efeito?!).

Por secar de segundos, essa minha situação me lembrou de alguém... E a vontade de me auto julgar só aumentava, eu era podre, um ser humano terrível.

Enquanto eu me perdia em devaneios a porta é aberta, e de lá sai à mulher a qual havia me prendido me prendido para me ensinar algo... Para cuidar de mim!

— Por que esta me olhando com essa cara de defunto? – Perguntou carregando uma grande caixa de papelão em mãos.

Dessa vez usava uma regata vermelha e um short jeans simples, os pés descalços mostrando o quão casual era.

— Ahh, por que sempre faz isso? – Colocou as caixas no chão de qualquer jeito e então virou se em minha direção com um olhar questionador.

— Isso o que? – Consegui falar mesmo que devagar a garganta não ajudava.

— Quando lhe pergunto algo você me olha com um olhar perdido e fica assim calado com cara de defunto. – Realçou a palavra "Defunto"

— Bem... Eu apenas não tenho muito que responder. Às vezes a melhor resposta é o silencio. – Digo vendo a mesma ficar calada em resposta — Viu, sua resposta foi o silencio, as vezes temos que o fazer para não cometer uma besteira.

— Você parece muito vivido... Sabe?! Há muitos conhecimentos que a vida passa, basta nós sabermos usá-los, então, tente aprender usar seus conhecimentos, pois tenho certeza que se o usasse não estaria a tentar se matar na noite passada. – Disse tudo àquilo com um conhecimento de um monge, estaria ela certa?.

— Qual é o seu nome? – Perguntei movendo minha cabeça para o lado, assim a vendo melhor, estava apoiando seu queixo na mão, suas costas encostada-se à parede diante de mim enquanto me encarava.

— Alessandra. – Olhou para baixo cortando o contato visual.

— Defensora do homem! – Falei surpreso

— Como? – Levantou seu olhar me encarando curiosa

— O seu nome significa Defensora do homem ou Defensora da humanidade!

— E como sabe disso? – Apertou seus olhos me questionando novamente

— Usei meus conhecimentos...

(...)

Tédio, essa era a palavra que me definia, estava cansado de ficar deitado sem mover um músculo, precisava sair da cama ou então morreria com meu mau humor.

— Eu vou levantar... – Disse para mim mesmo fazendo uma força incomum que me fizera gemer de dor.

Apertei minhas mãos no lençol branco que estava sob a cama, e então coloquei toda minha força em meus braços e consegui ficar sentado.

Respirei fundo soltando o ar pelos lábios. Tudo em mim doía, parecia que larva quente havia passeado por todo meu corpo deixando sua ardência presente.

Coloquei meus pés no chão sentindo a madeira fria, e então com um impulso consegui ficar em pé, a tontura me tomou ao dar meu primeiro passo, parecia que em meu corpo não havia nenhuma estrutura óssea, apenas carne.

Tudo pareceu girar como uma roda gigante, e então eu cai... e cai novamente em câmera lenta, meu cérebro processava tudo lentamente, senti quando minha cabeça bateu sob as caixas de papelão, e pude ver o que saiu de lá... Um porta-retrato com uma foto preto e branco, nele havia uma foto de uma menina, sua pele branca e rosto redondinho de garota de mais ou menos seis anos. Os olhos puxados como a de um asiático e os lábios repuxado em um grande sorriso mostrando sua "janelinha" ao lado dessa menina estava Alessandra com o braço envolta dos ombros da criança, sorrindo alegramente.

Fiquei alí deitado encarando aquela foto por muito tempo, não conseguia mover meu corpo. Não sentia nada.

— Mas o que esta acontecen... – Alessandra entrou no quarto, olhou em Volta, seus olhos foram de mim ao porta retrato. Pude ver pela primeira vez sua face cheia de dor e lembranças de fantasmas do passado.

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