Capítulo 1: Parte 1. (Eu estava quebrado)
[24/05/2014]
Véspera de natal; todos reunidos com seus familiares comemorando a breve chegada do natal.
De longe era possível ouvir o riso das crianças, o cantalorar da tão famosa música natalina. A casa decorada com inúmeros piscas, e um boneco de neve logo em frente... Oh à Neve! se eu pudesse voltar a minha infância essa palavra seria preciosa para mim, pois sempre que nevava eu subia as escadas do beliche e acordava meu irmão mais velho, Davi. Divertíamos por horas, seu sorriso largo me fazia acreditar que estava a fazer o certo, eu era a chama da felicidade.
Passei a mão sob o nariz sentindo o mesmo gelado, minhas mãos estavam cobertas por uma luva preta cheia de furinhos demonstrando que estava chegando aos seu fim. Calçava um chinelo simples juntamente com uma calça jeans surrada e um casaco. Esse era meu novo eu, meu novo Agora.
Virei à esquerda entrando em uma rua estreita, ao fim da rua se encontrava um grupo de adolescentes fumando e bebendo. Um homem alto de pele parda vendia saquinhos com um conteúdo branco dentro... Drogas.
Fechei meus olhos sentindo lembranças ruins virem à tona, me fazendo sentir dor com elas. pensando em quando fazia tais besteiras e meu irmão mais velho vinha ao meu socorro, ele sempre vinha...
Quando tinha Dezessete anos adiante preocupava muito a aqueles que me amavam, me tornando um completo fardo. Agora, depois de alguns anos, sou um mendigo perdido na vida e esquecido pela família! Tão louco ao ponto de fazer tudo por um pouco de álcool, fazer de tudo para esconder essa dor profunda do peito.
Aproximei-me daquele grupo, havia bebidas ali, e para o que eu queria fazer, necessitava de álcool.
— Licença. – Abordei o grupo de adolescente. Nem eu mesmo reconhecia minha voz, era tão baixa e rouca, parecia que estava sem falar por séculos.
— Fala véi – Fora um menino a falar, parecia ter dezesseis anos, cabelos loiros, olheiras profundas, corpo magro e pálido.
— Será que vocês poderiam me dar uma garrafa dessa bebida? – Perguntei apontando para garrafa de vidro transparente, estava aberta e pela metade.
O menino loiro olhou em volta com um sorriso de lado, colocou um cigarro nos lábios tragando o mesmo.
— O que acham galera? – Sua voz divertida me deixava desconfortável, os adolescentes diante de mim deram uma risada baixa.
Não me surpreendi ao ver meninas de quinze anos a adiante envolvidas nessa névoa de fumaça. Recordo-me que comecei da mesma forma aos dezessete anos, quando os problemas começaram a acontecer.
— Pode pegar coroa, faça bom proveito. – Então o menino me entregou a garrafa em meio aos risos de sua galera.
Mesmo com luvas senti o vidro Gélio da garrafa, estava pronto! Caminhei pela neve sabendo que as marcas de meu chinelo estariam ali, mas minha alma e corpo não. De longe pude avistar a ponte coberta pela neve, minha passagem para o abismo já estava a centímetros de mim. Acelerei o passo e pude enfim chegar.
A paisagem era bela, o lago por baixo da ponte refletia os pisca natalino, era algo magnífico. E também era minha hora. Virei à garrafa com o conteúdo desconhecido por mim diretamente na boca, sentindo seu líquido queimar minha garganta, o gosto era terrível, pude perceber que o conteúdo que acabei de ingerir... Era gasolina.
Asas cortadas, eu era uma coisa quebrada, eu tinha voz.
A melodia de uma cantora vinha a toma em minha mente no momento em que levantei minha perna para subir a borda da ponte. Essa música estava a definir meu momento.
Eu estava quebrado.
Sentia tudo arder. Minha sanidade havia se desintegrado, tenho certeza que tinha algo além de gasolina naquela garrafa.
Desequilibrei-me escorregando meu pé na ponte coberta por neve deixei a garrafa cair se espatifando por completo no chão, estava perdido, iria cair, eu desejei isso... Eu queria isso. Fechei meus olhos pronto para me deixar cair, meu pé que estava deslizando pelo gelo aos pouco foram puxados por mãos escuras que fez de tudo para não me deixar cair, fui puxado para o lado violentamente e conseqüentemente batendo a cabeça no chão.
Estava tudo muito lento, por segundos não ouvi nada, apenas conseguir enxergar turvo uma mulher diante de mim dizendo palavras incoerentes, essas que não pude compreender logo em seguida tudo se escureceu, e não pude enxergar nada, estava em um completo abismo.
Hola! Postarei o próximo capítulo em breve. Beijos 😙
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