Capítulo 8
A Detetive Monica Reagan acordou em um sobressalto.
O mesmo pesadelo voltara a lhe atormentar.
Ela se encontrava em um bosque. De onde estava, conseguia ver o rio.
A água, ora tranquila, ora revolta, balançava em ondas.
Não estava sozinha. Sua mãe estava ao seu lado. As duas, em silêncio, olhavam para a imensidão verde que se projetava a sua frente. Não tinham preocupações, medo ou qualquer sensação ruim. Monica sempre teve a impressão de que aquela seria a definição perfeita do paraíso.
No entanto, antes mesmo que qualquer uma das duas se desse conta, tudo mudava. O rio de repente parecia um monstro, selvagem e indomável. O céu azul adquiria um tom escarlate, sangrento.
Monica olhava para a mãe. Seu rosto se transformava. De repente, já não era mais doce e adorável. A pele se desprendia dos ossos e ela podia ver seu esqueleto.
Aquele esqueleto horrendo virava a cabeça em sua direção.
Monica tentava correr, mas o chão parecia enlaçar seus pés. O vento balançava seus cabelos, e por causa da areia, ela mal podia abrir os olhos.
"O que você fez? Tudo isso é culpa sua, Monica!", gritava o esqueleto, e Monica sentia dor nos ouvidos ao escutar aquele grunhido macabro.
Ele se aproximava. Não era amigável. Era assustador, tentava devorá-la.
E então, quando ele estava prestes a consumi-la, ela abria os olhos.
Sua testa estava encharcada de suor.
Olhou para o relógio, que marcava quatro e trinta e oito. Levantou e foi ao banheiro. Ligou o chuveiro, em uma tentativa de que a sensação de pânico que estava sentindo no momento fosse levada pela água.
Não foi.
Desligou o chuveiro, vestiu o pijama e voltou para a cama.
— Querida, tá tudo bem? — perguntou seu marido, assim que abriu os olhos. Erick Reagan nunca sabia o que esperar do trabalho da esposa.
— É só um velho pesadelo voltando a me atormentar, não é nada demais — respondeu, tentando aplacar o nervosismo.
Ainda se sentia uma farsa.
Deitou-se e abraçou as costas dele em uma tentativa de se acalmar, mas sentia dentro de si a angústia que o pesadelo lhe causava. Pensou no rosto escalpelado de sua mãe, aquele cadáver repugnante que clamava por justiça.
Sentia saudades de sua mãe. Era uma mulher adorável. Era, acima de tudo, uma pessoa boa.
Cindy Rogers havia falecido há 3 anos, vítima de um tipo de câncer raro e potencialmente agressivo. Havia lutado bravamente.
Toda vez que Monica ia visitá-la, sentia o medo tomar conta de si. Nunca havia vivido em um mundo onde sua mãe não existisse, e a simples ideia de um dia isso acontecer era o bastante para assustá-la.
Cindy a encarava, os olhos ternos, pacíficos. Não queria morrer, mas não tinha medo.
— Eu tenho tanto orgulho de você, minha filha. Não me importo de partir — falava, e nesses momentos, Monica sentia o nó em sua garganta ficar ainda maior. — Eu vivi o bastante para ver a minha filha se tornar uma detetive! Imagina só, aquela garotinha curiosa agora prende os bandidos. Como eu poderia ficar triste?
Nessas horas, Monica apenas a abraçava, sentindo o corpo frágil e magro em seus braços.
Cindy Rogers se orgulhava da filha que tinha. Se orgulhava do caráter impecável dela. Para Cindy, a maior qualidade de uma pessoa era o seu caráter. Odiava pessoas corruptas, que se davam bem as custas dos outros.
Por isso, Monica Reagan tinha pesadelos recorrentes.
Nem sempre seu caráter havia sido tão incorruptível.
───────•••───────
Monica Reagan conheceu Jamie McClintock na academia. Ele era o seu mentor. Quando ela era apenas uma novata, Jamie era seu norte, o detetive que um dia ela gostaria de ser. Com a convivência e a confiança, ele se tornou o pai que ela nunca teve.
Aprendeu com ele todos os truques. Como jogar psicologicamente com a mente de um assassino, como buscar todas as pistas, olhar além do óbvio.
Se Monica era a detetive respeitada que era, devia muito a Jamie McClintock.
Por isso, quando um novo caso surgiu naquela manhã de julho, Monica sabia exatamente o que fazer. Na verdade, não era um caso tão complicado assim. Um motorista invadiu a pista contrária e acabou atropelando uma mulher e seu filho. A mulher teve algumas quebraduras, mas a criança não resistiu. Restava agora a polícia descobrir alguma coisa sobre o motorista, que havia fugido sem prestar socorro.
Como toda boa policial, Reagan foi em busca de respostas. Fez perguntas aos vendedores de cachorro quente que se aglomeravam na calçada e a algumas pessoas que ainda estavam na cena, horrorizadas com as manchas de sangue no asfalto.
— Foi exatamente o que aconteceu, moça. Um carro, desses chiques, sabe? Última linha. O carro veio a toda velocidade, pegou em cheio na mulher e na criança. A gente até ficou em choque, essa rua costuma ser muito segura — falou um dos vendedores.
— Você sabe me dizer se tem alguma câmera de segurança por aqui?
— Tem sim, moça. Por causa da escola, eles colocaram muitas câmeras. Sem contar as que já tinham nos prédios em volta. Do jeito que as coisas estão, a gente tem que ficar de olho não é?
Monica assentiu, e pode ver o olhar orgulhoso do vendedor de cachorro quente ao colaborar com a elucidação do acontecido.
Falou com os donos das lojas em frente. Por sorte, uma delas tinha uma câmera que apontava para a rua. O proprietário, um tanto desconfiado, cedeu as filmagens, portanto, era apenas uma questão de tempo até alguma pista aparecer.
"Seja como um cão pastor, Reagan, sempre fareje!", disse-lhe Jamie, mais vezes do que ela conseguia se lembrar.
Estava farejando.
Sua busca a levou até a mãe. Era paciente no Hospital Geral.
Entrou no quarto pequeno, de paredes brancas e cortinas azuis. Sua experiência em hospitais não lhe trazia memórias agradáveis, de modo que ela sentiu um calafrio lhe percorrer a espinha.
Olhou para a mulher. Estava deitada, os olhos fixos em algum ponto além da janela. De onde estava, Monica conseguia ver um corte profundo na testa dela, com pontos recentes. Os braços estavam com manchas roxas, a cabeça enrolada em uma faixa branca. Parecia perdida em seus pensamentos, tentando entender como havia parado ali. Provavelmente viria a sofrer com concussões.
Se aproximou dela, mas sua presença fora ignorada.
— Olá, eu sou a Detetive Reagan. Qual é o seu nome? — perguntou. Naquele momento, precisava estabelecer uma conexão com a mulher, fazê-la se sentir segura.
A desconhecida olhou para ela. Não estava assustada, aflita ou ansiosa. Seu rosto não demonstrava nenhuma emoção. Um dos olhos estava roxo e muito inchado, mal era possível vê-lo. Virou a cabeça para a janela outra vez.
— Eu estou aqui para entender o que houve com você e o seu filho... — falou a detetive Reagan, cautelosa.
— Eu não sei... — ela disse, depois do que pareceu ser uma eternidade. Com a porta entreaberta, Monica conseguia ouvir o burburinho dos corredores. Alguém gritava de dor. — Não era pra eu estar aqui...
Monica meneou a cabeça e olhou para a ficha da paciente, que estava em uma mesinha ao lado da cama. A mulher se chamava Eleanor Lynn e tinha 28 anos. Havia fraturado o pulso e três costelas. Iria se recuperar.
— Senhorita Lynn, você se lembra de alguma coisa?
A mulher balançou a cabeça.
— Eu estava levando meu filho... para a escola... — começou a falar, a voz sussurrada, um pedido de socorro. — A gente estava bem perto da escola... um carro surgiu... é só o que consigo me lembrar. Então... acordei aqui...
— Você sempre fazia esse trajeto?
— Sim...
Monica achou melhor não insistir. Não achou que a senhorita Lynn seria capaz de lhe passar mais informações. Agradeceu e saiu.
Sempre achara que a pior parte de seu trabalho era ter que lidar com a tristeza. Não eram os cadáveres, o sangue ou as larvas. Era a dor que via nos olhos das pessoas. Dor que estava escancarada nos olhos de Eleanor Lynn. Mas não era só a dor de ter sido atingida por um carro em alta velocidade. Era a dor da perda, que certamente lhe esmagava mais do que qualquer outro ferimento.
Monica voltou para a delegacia. As fitas de vídeo estavam em análise.
Quando as imagens da câmera de vídeo foram verificadas, a cena se materializou diante dos olhos dela. O Sedã branco invadiu a pista contrária, se jogando diante dos dois corpos. Depois disso, ele sumia no ângulo da câmera.
A placa estava borrada, mas os programas de vídeo estavam avançados o bastante, e em pouco tempo, o culpado responderia pelo menos por homicídio culposo, agravado por fuga e direção perigosa.
Caso resolvido.
Mas a vida não costuma ser sempre preto no branco. Havia o cinza.
E o cinza entrou na vida de Monica Reagan quando o Detetive Jamie McClintock, agora também o Capitão McClintock, do Décimo Primeiro Distrito, a chamou em seu escritório.
— Capitão, você queria falar comigo? — perguntou ela, adentrando na sala. Nas paredes, conseguia ver a carreira do Detetive McClintock. Certificados pelo bom trabalho prestado a cidade. Prêmios por ter sido o detetive com mais casos resolvidos no ano. Uma foto da sua família em cima da mesa. Os sorrisos orgulhosos de quem o havia visto ser o mocinho, o herói.
— Feche a porta, por favor — disse ele. — É você que está cuidando do caso do atropelamento, certo? — Jamie McClintock tinha seus 50 e poucos anos. Os cabelos grisalhos lhe conferiam um charme, assim como a barba por fazer. Usava suspensórios, camisa branca e calça social, o que sempre a fazia lembrar de algum detetive dos anos 40, desses que fumam charuto e bebem uísque caro, ao melhor estilo James Bond.
— Sim. Algum problema?
Jamie brincava com uma caneta. Parecia aflito.
— Você pensa em algum dia ser promovida, Reagan? — perguntou, o timbre de voz rouco, enquanto colocava e tirava a tampa da caneta.
— É claro, Jamie. Você sabe que eu tenho pretensões de um dia prestar a prova para capitã. Eu fiz algo de errado? — falou, sentindo o nervosismo crescer dentro de si. Ela ainda era novata e sabia que qualquer erro poderia comprometer seu futuro na polícia.
— Eu soube que a sua mãe está doente, Reagan. Eu sinto muito — replicou, como se estivesse mudando subitamente de assunto. Não estava. Aquela era apenas uma maneira de preparar o terreno.
— Ela acabou de descobrir um tipo raro de câncer nos ossos. Estamos tentando fazer o possível, mas o tratamento é caro e o plano de saúde não cobre todos os gastos... Jamie, eu fiz alguma coisa fora do regulamento? — perguntou outra vez, aflita.
Ele levantou. Monica era alta, mas perto dele, se sentia uma formiga.
— Eu sou detetive há muitos anos, Reagan. Nem sempre fui perfeito, cometi meus erros — fez uma pausa. Pigarreou. Prosseguiu. — Mas você sabe o que eu nunca deixei de lado? A minha família. Foi por ela que eu sempre lutei. Acho que você pode fazer a mesma coisa... você quer dar o melhor tratamento para a sua mãe, não quer? — terminou, fitando os olhos nela.
Ela assentiu. Sentia que estava entrando em um caminho tortuoso, mas não conseguia se desvencilhar. Jamie McClintock havia sido seu mentor. Havia a levantado todas as vezes que ela caíra. Sentia como se sua carreira na polícia estivesse intrinsecamente atrelada a ele. No fundo do seu coração, Monica Reagan sabia que faria qualquer coisa por Jamie McClintock.
—É claro que eu quero...
— Então... ignore esse caso, Reagan. Faça isso como um favor pessoal para mim — ele disse, e as palavras ecoaram pela sala.
Monica o encarou. Os olhos azuis dele pareciam assustadores.
— Como assim? — perguntou, certificando-se de que havia mesmo escutado o que ele falou. Não parecia real. Se fosse um livro da Jornada do Herói, então esse seria o momento em que o personagem principal se depara com uma prova que moldará seu caráter, mais ou menos como quando Luke tem que decidir se irá para o Lado Sombrio da Força ou ficará do lado dos Jedi.
— Nós não podemos dar continuidade a esse caso. Você vai ter que... dar um jeito. Reagan, eu garanto que vale a pena. Você sabe que eu nunca a meteria em uma confusão— ele fez uma pausa. — Espero que isso possa ajudá-la a se decidir — falou, antes de lhe entregar um cheque no valor de 50 mil dólares.
Monica Reagan sempre achou que era incorruptível. Tinha defeitos, é claro, mas nunca achou que sucumbiria a uma chantagem. No entanto, olhando para o cheque, se perguntava por quanto tempo seu caráter inquebrantável duraria.
— Jamie...eu... — falou, gaguejando.
— Monica, eu vejo potencial em você. Desde a academia você não era como os outros. Era determinada, tinha garra. Você tem um futuro brilhante, eu odiaria ver você perder tudo... — disse ele, em um tom que parecia levemente ameaçador. — Pense em como essa quantia pode ajudar a sua mãe em um hospital de primeira linha...Você sabe que o salário de um detetive novato não é o bastante...
— Mas o que eu digo pra aquela mãe desesperada? — falou Monica, pensando no quanto aquela situação parecia surreal.
Jamie McClintock deu de ombros.
— Ela vai superar. Pense até amanhã sobre isso, Reagan. Eu sei que você vai tomar a decisão certa.
Desde que o conhecera, Monica Reagan sempre pensou em Jamie McClintock como sendo Obi-Wan Kenobi.
Agora, ao encará-lo sob a penumbra, os olhos azuis parecendo mais ameaçadores do que nunca, ela passava a se questionar se ele não estava mais para um Lorde Sith.
— E se eu não aceitar? — ela falou, sentindo sua voz estremecer.
— O que você vai fazer? Denunciar o meu comportamento para a corregedoria? — ele perguntou, e Monica detectou a ironia em sua voz. Ele tinha razão. Ela não poderia fazer nada. — Eu sei que você vai tomar a decisão certa, Reagan. Quando for capitã, vai me agradecer por ter lhe dado uma oportunidade como essa. E claro, seja discreta sobre o que conversamos. Odiaria saber que você deu com a língua nos dentes...
Monica saiu da sala. Seguiu o dia todo com a sensação de que algo dentro de si havia se quebrado.
Todos tem um preço. Qual seria o dela?
Depois do expediente, foi até a casa de sua mãe. Era uma casinha do subúrbio, pintada de azul, com um jardim de begônias na frente.
Lá dentro, Cindy Rogers estava sentada em uma poltrona, olhando TV. Sorria, distraída com as piadas do apresentador. Com a luz fraca da sala, Monica conseguia ver os fios de cabelo cada vez mais ralos.
— Como foi o seu dia? — perguntou, sentando-se ao lado dela.
— Foi bom — respondeu Cindy, a voz um pouco cansada. As sessões de quimioterapia estavam consumindo o que restava dela. — Latoya trouxe os meninos para me verem. Foi um dia feliz. E o seu?
— Nada demais. Papeis, relatórios, coisas assim — completou Monica, tentando tirar o foco de si.
Olhou para a mãe. Cindy Rogers havia passado um terço da vida servindo aos outros. Ser uma mulher divorciada com 4 filhos para criar havia cobrado o seu preço. Por anos a fio, se sentiu humilhada. Monica sabia disso. Já a escutara chorando muitas vezes, contando os poucos trocados que recebia como doméstica, torcendo para que fossem o suficiente para que todos os filhos tivessem o que comer no dia seguinte. Monica jurou para si mesma que, quando crescesse, a mãe nunca mais iria passar dificuldades.
Agora que Cindy tinha 60 anos, era tão injusto que estivesse definhando. Era tão injusto que não tivesse forças nem mesmo para ir da sala até a cozinha.
O cheque veio a sua mente.
Não era o suficiente para que elas mudassem de vida. Mas era o bastante para que a mãe tivesse pelo menos um tratamento decente.
Monica se despediu. Chegou em casa as onze horas. Tomou banho, falou com o namorado Erick ao telefone e, por fim, tentou dormir, mas, em vez disso, ficou rolando na cama, tomada pela dúvida que persistia.
Quando o relógio marcou uma da manhã, ela pegou o celular. Procurou pelo nome de Jamie McClintock e enviou um SMS.
"Negócio fechado"
Duas palavras que mudariam sua vida para sempre.
Talvez ela tivesse que lidar com a consciência culpada e com a carga emocional que aquela decisão lhe trazia. Ainda assim, justificava para si mesma que sua mãe era mais importante do que qualquer pessoa e que um dia, ainda se orgulharia muito dela.
Tentava se enganar. Era a única coisa que podia fazer.
No dia seguinte, ligou para Eleanor Lynn. Disse que mais informações seriam dadas em breve e que estavam fazendo todo o possível para encontrar o culpado.
E se sentiu um lixo por tudo isso.
Três semanas depois, ligou novamente.
— Eleanor Lynn?
— Sim, quem fala? — perguntou a voz do outro lado.
— Aqui é a Detetive Reagan. Estou ligando para informar que os resultados da câmera de segurança saíram...
— O assassino do meu filho vai ser condenado? — perguntou, e mesmo pelo telefone, Monica conseguiu sentir uma pequena pontinha de esperança crescer no coração dela.
— Eu sinto muito — falou, e explicou que o carro havia sido roubado dois dias antes do crime e que, sendo assim, era ainda mais difícil encontrar o motorista.
— Ah... obrigada por ter telefonado — respondeu Eleanor Lynn.
Monica desligou. Ficou encarando seu próprio reflexo pela tela do computador. Queria dizer a verdade. Dizer que John Traynor, o motorista, era um empresário milionário que não podia ter o nome envolvido em um atropelamento com fuga. Queria dizer que descobrira que Jamie McClintock, o homem que ela havia confiado, não era tão correto quanto suas medalhas condecorativas queriam dar a entender. Queria gritar para aquela mãe, dizer que havia feito escolhas das quais não se orgulhava. Mas não disse nada disso.
Apenas seguiu a vida, tentando ser a melhor detetive que conseguia. Deu tudo de si, sacrificou noites de sono.
Não podia negar que se sentiu aliviada quando, dois meses depois, o brilhante detetive Jamie McClintock foi encontrado morto em casa, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Um ano depois, o Décimo Primeiro Distrito se fundiu com o Décimo Segundo e ela foi promovida. Recebeu casos importantes. Se tornou respeitada. Tentou esconder seus segredos o mais fundo que conseguiu.
Por isso, quando o nome de Eleanor Lynn surgiu como um letreiro luminoso na agenda de Dalila Littlejohn, Monica Reagan sentiu seu estômago revirar.
E se questionou se havia enterrado seu segredo em um buraco tão profundo assim.
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