Coração do Universo
Grisman finalmente chegara ao panteão do cosmos, após superar inúmeros testes e desafios, perdas e traições. Enfim, estava diante do guardião do poder celestial, uma figura de grandeza inimaginável. Barnah, o guardião supremo, emanava uma energia intensa e um brilho dourado radiante que emanava de seu poder. Suas imensas asas duplas, olhos brancos e neutros a tudo, fixavam-se no mago à sua frente.
A figura estendeu sua enorme mão dourada, abrindo-a e revelando em sua palma um item. O olhar de Grisman correu do ser lendário para o tão buscado item logo mais à frente: o pergaminho do conhecimento eterno. Um sorriso se formou em seu rosto. Enfim, tudo valeria a pena! Ele deu um passo em direção ao seu precioso conhecimento. De imediato, sua mente o ordenou que parasse. Seus olhos ainda estavam fixos no pergaminho, que estava ali, tão perto. Bastava pegá-lo. Mas a ferida que lhe rasgava o peito pelo último impasse ainda ardia suavemente, lembrando-o de como as coisas realmente eram para aqueles seres divinos. Sua atenção voltou-se para os olhos brancos do grande ser. Ele sabia que Barnah não entregaria seu conhecimento tão consagrado tão facilmente, ao menos não daquela forma.
Recuando um passo, Grisman observou mais atentamente o pergaminho na mão do guardião. Mesmo à distância, ele conseguia perceber cada detalhe: a textura levemente áspera do antigo papiro dourado, a haste feita do mais puro ouro celestial e os pequenos diamantes cósmicos que a enfeitavam. Era tudo tão firme, real e verdadeiro. Mas Grisman sabia, no fundo de sua mente mais senciente, que não era verdadeiro. Sua essência destoava de tudo o que representava.
Em um movimento rápido, ele conjurou um feitiço. Uma rajada de energia azulada surgiu do cosmo oceano nebuloso, atingindo o falso pergaminho na mão do guardião. O olhar de Barnah era neutro e vazio, assim como seu semblante, mas um quase sorriso se formou em seus lábios divinos. Ele fechou a mão na frente do mago, agora completamente vazia. Os anjos ao redor se transformaram em pó, desaparecendo junto com a energia de suas esferas anelares. Um vento cósmico soprava em todas as direções ao redor do mago, que se mantinha firme, encarando o ser que se desfazia em luz e pó cósmico. Um clarão forte e intenso se acendeu por eras-luz, permitindo que todos os seres de todos os universos soubessem o que ocorria naquela estreita faixa de vida e energia divina.
A escuridão se fez presente, então, e um exíguo e singelo ponto de luz azul rompeu as sombras à volta. O mago observou de longe, curioso e intrigado sobre o que havia ocorrido. Sua mente sábia não o havia preparado para tanto, mas ele ainda se mantinha firme, observando o pequeno ponto de luz selvagem à sua frente. Conjurou rapidamente uma magia que fez acender a safira da ponta de seu cajado. Com cuidado, avançou até próximo da luz. Seu corpo, alma e mente se viam congelados frente àquilo que ele não imaginava alcançar. Na luz, um coração pulsava com a energia primordial do universo.
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