°•° Capítulo 05 °•°
— Obrigada...
Agradeço o taxista assim que o carro estaciona em frente ao meu endereço.
A rua já estava bem movimentada, apesar de ainda ser tão cedo. Pego meu troco e rapidamente já estou fora do veículo, com os saltos e minha bolsa em mãos. Flesh's da noite passada invadem meus pensamentos por um momento, mas balanço a mesma mandando as lembranças para longe.
Dou a volta no prédio, para poder pegar as escadas direto para o apartamento. Chanyeol deveria ter acabado de ir dormir, já que o palace Bar ficava aberto até de manhã nos finais de semana. Alcanço minhas chaves com o pequeno chaveiro de coruja e levo o rolo de chaves até a maçaneta. O apartamento estava um completo silêncio, quando entro em meu quarto, vejo uma das cenas mais fofas que já tinha visto na vida: Lola e Amélia estavam dormindo abraçadas uma na outra.
Faço uma careta quando puxo o tecido de meu vestido até meu nariz e sinto o cheiro de vodka no mesmo. Eu estava cheirando a um Mine bar! Em silêncio, deixo meus pertences sobre uma cadeira no canto do quarto e caminho até meu guarda roupa, pegando uma muda qualquer de ficar em casa mesmo. Como era fim de semana, a loja em que eu trabalhava não abria, então eu podia descansar e passar o máximo de tempo possível com minha filha. Já que durante a semana minha vida era bem corrida.
Entro embaixo do chuveiro e sinto a água morna escorrer por minha pele. Um leve arrepio passa por meu corpo, quando lembro dos dedos e da boca de Jungkook, percorrendo cada centímetro de mim. Balanço a cabeça e alcanço logo o sabonete. Precisava afastar aquelas lembranças para longe. Foi bom? Lógico que foi, mas Jungkook era um homem da vida. Do tipo que não gosta de compromisso. E eu sou uma mãe solteira que dificilmente algum homem gostaria de se relacionar sério. Até parecia que eu estava buscando um pai para minha filha. O único homem que eu busquei ajuda sobre Amélia foi o meu irmão Chanyeol e sempre seria apenas ele.
Já vestida confortavelmente. Sinto minha barriga roncar. A fome estava ficando cada vez mais forte. Olho no relógio e já iria ser quase nove da manhã. Amélia já deveria estar quase acordando. Pego alguns ovos na geladeira e o fermento com o chocolate em pó, resolvi fazer um bolo de chocolate e morango, pois eu sabia que era o preferido de minha filha. Alcanço algumas outras coisas também. Já iria começar a preparar algo para o almoço logo.
Enquanto estou terminando de arrumar a massa do bolo na assadeira, um serzinho pequeno vem correndo em minha direção abraçando minhas pernas.
— Olha se não é a mamãe mais linda do mundo!- me abaixo pegando minha pequena no colo e a abraçando fortemente.
— Bom dia minha estrelinha da sorte, dormiu bem?
— Como uma pedra mamãe - solto uma risada.
— A tia Lola fez chocolate quente de noite e eu caí dormindo feito uma pedra.
Caminho com ela até um dos bancos a deixando sentadinha ali. Sua franja estava começando a ficar grande, precisava corta um pouco já.
— Adivinha o que a mamãe está fazendo?
Seus olhos castanhos escuros me encaram com brilho. Amélia soltou um gritinho animado quando notou os morangos que sobraram na vasilha.
— Bolo de morango e chocolate!- respondeu feliz.
— Isso mesmo. Também vou fazer uma torta para o almoço o que acha?- despejo o leite no liquidificador, junto aos ovos para começar a bater a massa. O recheio já estava pronto no fogão.
— Eu gosto mamãe!
Enquanto eu preparava a torta, minha filha começou a contar que uma nova coleguinha de escola tinha ganhado uma nova boneca. Amélia era uma criança inteligente, não me dava trabalho, mas ela ainda era só uma garotinha de cinco anos que apenas queria ter os mesmos brinquedos que as outras. Ainda mais quando as outras faziam inveja para ela.
— Ela ficou falando que a dela era melhor que a minha mamãe, falou que era melhor porque foi o pai dela que deu e como eu não tenho papai, ela disse que a minha nunca vai ser melhor.
Sinto uma dor em meu coração. Crianças sabiam ser maldosas quando queriam. Encaro o rostinho triste de minha filha e a vontade de puxar a orelha da tal garota me invade. Vou até Amélia e me abaixo fincando de sua altura.
— Meu amor, eu sinto muito por você ter apenas a mim. Mas isso não significa que os seus brinquedos sejam piores do que a de qualquer criança. A mamãe já te falou que não é o valor de um brinquedo que conta, e sim a intenção de como ele é dado. Os seus sempre são comprados com muito amor, tanto por minha parte como a de seu tio, ou de qualquer pessoa que ame você.
Seu sorriso fofo volta a se abrir outra vez e ela ergue os bracinhos para um abraço.
— Eu te amo mamãe. - sorrio a apertando mais forte ainda.
— Eu também te amo, um tantão assim. - abro meus braços demostrando.
— Agora posso ganhar uma boneca nova?- Amélia pergunta com os olhos sapecas.
— Boa tentativa mocinha, mas você ganhou vários presentes semana passada no seu aniversário.
— Mas mama.. Atchim!- não termina a frase, pois uma crise de espirro tomou conta da mesma.
— Amélia... Você não inventou de tomar aquele sorvete de noite não é?- me aproximo dela colocando uma mão em sua testa. Arregalo os olhos quando sinto um leve calor na mesma, indicando o começo de uma febre.
— Hmm... Não... - desvia os olhos rápido.
— Amélia Davis!
— Talvez um pouquinho, mas foi bem pouquinho assim oh.- demostra com a mão e nego com a cabeça.
O forno apita dizendo que o bolo já estava pronto. Vou até o mesmo e quando abro a porta do forno, o cheiro de bolo invade a cozinha. Escuto Amélia comemora da cadeira. Corto dois pedaços colocando um em cada prato. Vou até o balcão e pego a forma com a torta, levando a mesma até o forno. Volto para os dois pratos de bolo, pegando um deles para poder esfriar um pouco para Amélia poder comer.
Amélia ainda continuou por um tempo tentando me convencer a comprar uma boneca nova para ela. Um tempo depois, Lola apareceu toda descabelada na cozinha também. Minha amiga comeu uns dois pedaços de bolo e enquanto eu ouvia Amélia dizer seus motivos para o presente novo, fui buscar o remédio para dar para a mesma. Faço uma careta quando vejo que precisava ir na farmácia comprar outro, já que o que eu tinha estava acabando.
Quando já era umas meio dia e meia, meu irmão apareceu apenas de calça moletom, com sua cara inchada de sono. Lolo começou a se afogar com a água que estava bebendo e eu fiz o máximo para não rir. Eu sabia que ela tinha uma quedo em meu irmão, só não sabia o motivo da mesma nunca ter dito algo para ele.
— Estou faminto!- se joga em uma cadeira ao meu lado.
— Fiz torta para o almoço, vou pegar os pratos já.
— Você é a melhor irmã do mundo Alexia!
Coloco a travessa com a torta no meio da mesa e vou pegar os pratos. Amélia começa a tossir outra vez. Eu precisava ir logo comprar o remédio.
— Está doente meu amorzinho?- Chanyeol se aproxima dela colocando a mão em sua testa. — Meu Deus, Alex ela está com febre!
— Acabei de dar remédio, mas vou sair depois do almoço pra comprar mais, porque esse já acabou.
— Se precisar eu vou lá. - meu irmão se oferece preocupado.
— Obrigada, mas pode deixar que eu vou. Você precisa descansar.
— Eu me ofereceria para ficar com ela enquanto você vai lá, mas preciso ir embora. - Lola me dá um sorriso de desculpa.
— Tudo bem, eu te dou uma carona pra casa então. - ofereço.
— Aceito.
— Eu fico de olho na Amélia.- meu irmão responde antes de levar um pedaço de torta até a boca e concordo.
Terminamos de comer em silêncio. Fiz uma ligação rápida pelo telefone fixo da sala para a farmácia em que eu era cliente, mas eles só iriam abrir depois das duas da tarde. Então aproveitei para arrumar a casa durante esse tempo. Lola acabou indo embora de táxi mesmo, já que ela precisava estar em casa logo para receber algo que não lembro.
Fiz um chá rápido para tentar melhorar a tosse de Amélia, melhorou um pouco. Mas ela precisava do remédio mesmo. Então quando já era uma e pouco, me arrumei para ir até a farmácia. Deixei Amélia deitada no sofá com meu celular e me despedi dela com um beijo rápido. Só esperava que Chanyeol não caísse no sono. Tentaria ser o mais rápida possível.
(***)
— Trânsito idiota!- xingo alto enquanto checava as horas na tela do rádio do carro.
Demorei quase duas horas e meia para ir compra o bendito remédio. O pior é que eu não tinha trazido meu celular e não tinha como saber sobre Amélia. Quando viro na rua de minha casa relaxo um pouco. Estaciono meu carro em frente ao bar mesmo, estava tão apressada para ver Amélia que nem reparei na moto preta estacionada ao lado de meu carro.
Subo apressada as escadas com minha bolsa e as chaves em mãos.
— Meu amor voltei...
Deixo minhas chaves caírem no chão. Quando ergo meu olhar até o sofá onde eu havia deixado minha filha antes de sair. Jungkook me encarava com um sorriso de lado enquanto Amélia tinha uma boneca de cabelo roxo em mãos. Caminho com passos cautelosos até minha filha, enquanto olho em volta tentando encontrar meu irmão. Aquele tonto devia estar dormindo!
— Mamãe, olha só a Moly!- Amélia levanta a boneca feliz para mim.
— Hmm... Filha, cadê o Chanyeol em?
— Está dormindo - aponta para o corredor.— Não é bonita? Foi o seu amigo que me deu de presente, agora a Hynna vai ver que a minha é mais bonita que a dela!
Prendo a respiração por um momento. Deixo minha bolsa sobre a mesinha e olho na direção do taco de beisebol de Chanyeol que ficava na sala, para minha tristeza, ele estava perto do sofá em que Jungkook estava sentado. Ele acompanha meu olhar e faz uma careta para mim, concluindo o que eu estava pensando.
— O seu amigo é muito legal mamãe, ele veio trazer o seu celular e ainda me deu uma boneca de presente, de bom grato.
Amélia volta a falar e a risada de Jungkook toma conta da sala.
— Meu celular?- pergunto confusa.
— Você acabou pegando o meu celular ao invés do seu.- o Homem explica.
— A gente pode conversar na cozinha. - aponto para o cômoda. Jungkook se levanta do sofá, mas antes de seguir meu comado se vira para minha filha.
— Foi uma honra te conhecer Amélia, você realmente é uma garotinha encantadora.
— Você também é legal tio.- ele faz uma expressão engraçada com o apelido e passa uma das mãos na cabeça de minha filha, bagunçando seus cabelos.
Jungkook passa por mim finalmente entrando na cozinha. Olho outra vez para o taco de beisebol, mas desisto de ir até o mesmo e caminho logo atrás do homem.
— Você é casada e tem uma filha!- acusa rapidamente.
— O quê? O que você está fazendo na minha casa?- pergunto baixo e desesperada.
— Vim buscar meu celular... - balança o aparelho revirando os olhos, como se já houvesse explicado isso antes e não tivesse necessidade de explicar de novo. — Você é casada, e pior, com o Chanyeol.
— Mas que Pergu...
— O que você acha que eu sou?- me corta voltando a terminar sua frase. Jungkook me encara indignado enquanto cobria seu corpo com as mãos. — Eu não fico com mulher casada! Você abusou de mim descaradamente. Sua sem vergonha!
Pisco em seguidas chocada com seu escândalo. Ele realmente parecia ofendido por ter dormido comigo.
— Eu não sou casada!- falo alto e me arrependo.— Chanyeol é meu irmão, e você conhece ele?
— Irmão?- não acredita nem um pouco em minha fala.
— sim, de criação. Mas ele é meu irmão e única família além da Amélia. Agora... Como foi que descobriu aonde eu morava?
Vejo o mesmo relaxar um pouco. Jungkook leva suas mãos até o bolso da calça e balança o corpo pra frente e para trás com um biquinho nós lábios, antes de me responder.
— GPS Damn! - fecho a cara para sua resposta.
— Tudo bem, agora você já pode seguir o GPS de volta para sua casa.
Aponto para a saída e ele me olha sorrindo.
— Não quero! - responde simplesmente.
— Como assim você não quer? Não tem o que querer não, vai logo, chispa.
Abano com a mão desesperada. Mas que cara sem noção.
— Você tem uma filha então... Eu sou o pai?- solta e fico sem palavras por um segundo.
— Sim Jungkook, você é o pai. Eu sou uma mutante que engravidei nessa madrugada e já deu a luz a uma criança de cinco anos.
— Tá, foi uma pergunta besta. - balança a cabeça e o encaro com um olhar que diz "jura" — E quem é o pai?
— Não é da sua conta!- respondo grossa.
— É só pro caso de saber se você é casada ou não. Já disse que não fico com mulher comprometida!- faz um sinal com a mão e tenho vontade de esgana-lo.
— Eu não sou casada!
— Tudo bem então.- fala calmamente.
— Por que você ainda tá aqui?- o encaro angustiada. Jungkook se escora na bancada enquanto me encarava da cabeça aos pés.
— Você é mais bonita do que eu lembrava - sinto minhas bochechas esquentarem e me amaldiçoo.— Vou jantar aqui.
Responde dando de ombros e indignação invade meu rosto.
— Como assim jantar aqui, caí fora logo antes que meu irmão acorde.- vou até o mesmo e começo a empurrar seu corpo. Não tinha notado que eu era centímetros vergonhosamente mais baixa que o homem. Mas também, noite passado os saltos me deixaram maior do que eu realmente era.
— Ele já tá acordado, mandei uma mensagem antes de você chegar dizendo que estava vindo aqui com você para jantar.
Ele nem se move do lugar quando me responde. Quase levo um tombo quando tento empurrar Jungkook outra vez.
— Jungkook meu irmão!- Chanyeol aparece na sala junto a Amélia.— Não sabia que você já conhecia a Alex.
Meu irmão olha de um para o outro e fico sem saber o que falar. Jungkook me olha rapidamente antes de voltar sua atenção para meu irmão.
— Pois é, somos velhos amigos não é Alexizinha.
Sinto a irritação misturada com indignação em meu rosto. Esse cara era mais abusado do que eu poderia imaginar. Fico parada feito uma tonta no meio da cozinha, enquanto meu irmão leva seu amigo — e meu caso de uma noite — de volta para a sala. Minha filha me encara por um tempo desconfiada, mas logo segue atrás dos dois homens. Era só o que me faltava. E eu aqui pensando que nunca mais iria ver a cara de Jungkook outra vez, agora me encontro aqui na cozinha fazendo comida para o mesmo, que estava rindo na minha sala, com meu irmão e minha filha.
______________________
Vão ler minha sohrt fic nova.♥️
JK nem é abusado né? Kkkkk
Aiai, a personalidade de Jungkook nessa fanfic me racha de rir. Desde o tempo da fic do Tae e da Aly, o homem abusado esse kkkkkk
Inté ♥️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro