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Capítulo seis

Primeiramente eu queria agradecer a @Kactus_ (nome dela no Social Spirit) por betar o capitulo sz

E me perdoem não ter postado o capítulo ontem (que era a data prevista). Bom agora vamos pro capítulo.



 A semana se iniciou com um clima nublado e cinzento, com grossas nuvens escondendo o tímido sol da manhã. Emanuel seguiu a mesma rotina que sempre fazia e desceu para tomar café da manhã antes de seguir para a escola, porém, ao descer, notou que seus pais não estavam na cozinha, apenas Maria se encontrava ali deixando seu café na mesa e se sentando ao lado. Puxou a cadeira e se pôs à mesa para fazer o seu, olhou para a mulher ao seu lado que sorria o olhando com carinho, tomou um gole de leite e perguntou:

— Onde meus pais estão?

— Seus pais saíram mais cedo hoje, querido. Viajaram a trabalho novamente e comentaram que talvez essa demore mais que o normal, acho que vão ficar seis meses fora pelo o que eu entendi.

— Certo. Bom, não é como se eu não estivesse acostumado a ficar sem eles aqui.

 A mulher concordou com a cabeça e os dois terminaram de tomar café, Maria deu um beijo nos cachos ruivos do menino e esse então saiu andando na direção de sua escola. Quando encontrou-se com Caio, ambos ficaram comentando sobre os acontecimentos de sábado, dizendo o quanto o loiro parecia o protagonista de algum filme clichê de romance. Foram rindo e conversando durante todo o percurso até o colégio, e lá encontraram Samuel e James os esperando na entrada. Os quatro se cumprimentaram e foram para a sua sala a fim de esperarem o professor chegar, o que não demoraria muito, mas, mesmo assim, ainda tinham um tempo para dar continuidade às conversas bobas.

 Assim que o professor chegou, todos se encaminharam para seus devidos lugares para que se desse início a aula, teriam dois períodos seguidos de geografia, nos quais, em boa parte da aula, o ruivo ficou divagando em seus próprios pensamentos ao ver que já sabia a parte da matéria que o professor explicava. Procurou uma página limpa no caderno e ficou fazendo rabiscos a fim de passar o tempo. Escreveu o nome de seu amigo e de James, além do seu e de Sam involuntariamente, porém, ao perceber, tratou de apagar enquanto torcia para que ninguém tivesse visto aquilo. Voltou às folhas onde estava anotando a matéria ao ver que exercícios eram passados na lousa, pegou sua caneta, começando a anotar e torcendo para a aula acabar logo, queria conversar com Caio sobre uma coisa, todavia precisava ser em particular, afinal, não queria expor nem o amigo nem a si mesmo.

 Os períodos de aula foram passando e o ruivo agradeceu quando a aula de matemática foi encerrada com o sinal para o intervalo. Inventou uma desculpa qualquer para os amigos e saiu puxando Caio para um canto mais reservado sem nem dar chance do loiro se despedir momentaneamente. Quando se viram sozinhos no pátio secundário, ambos se sentaram perto do bebedouro, Emanuel então deixou as mãos caídas sob o próprio colo e, sentindo as pontas das orelhas esquentarem, pôde ver de relance o melhor amigo cruzar as pernas e bater o pé no chão a fim de saber o que aconteceu.

— Vai me contar o que 'tá rolando ou a gente pode ir comer?

— Caio, eu queria saber como você percebeu que estava gostando do James.

— Bom, é uma longa história, pensei que eu já o havia contado.

— Acho que já, mas faz tempo. - O loiro olhou o amigo desconfiado, afinal, o ruivo não era de se interessar muito por esse tipo de assunto, mas apenas ignorou e concordou em contar.

— Bom, eu "conheci" o James quando tinha doze anos, e nós caímos juntos pela primeira vez na mesma sala. Nós sentávamos perto um do outro, porém nunca chegamos a nos falar. Nessa época, ele e o Sam já eram como unha e cutícula, não se separavam pra nada! Eu já o achava muito bonito naquela época, então ficava admirando de longe sempre que eu podia, sabe? Nos intervalos, filas, apresentações de trabalho - Enquanto o amigo falava, Emanuel pôde perceber o carinho na forma que ele falava do moreno. - Porém, nos anos seguintes, nós nunca mais havíamos caído na mesma sala, então tentar iniciar uma conversa era praticamente impossível, afinal, ele poderia achar estranho um garoto aleatório tentando falar com ele.

— Você poderia estar só tentando ser amigável. - O ruivo fez uma careta e riu da expressão do amigo. Olhou o celular, vendo que ainda tinham mais ou menos uns quinze minutos.

— Bom, continuando: eu comecei a sentir umas coisas estranhas, mas nunca tinha falado p'ra ninguém e, como nunca senti nada parecido, fiquei com medo e omiti isso dos meus pais também por receio da reação deles, porém, um tempo antes de você chegar na escola, ainda era férias e eu acabei por esbarrar com o James na rua e eu senti que meu coração ia parar de bater a qualquer momento. Nós nem chegamos a conversar, ele apenas sorriu e eu sai correndo - o loiro riu, lembrando-se do momento. - Corri de volta para casa e contei aos meus pais que vinha sentindo algo estranho por uma pessoa, e eles disseram que eu estava apaixonado. É lógico que eu ri e estranhei, afinal, eu não poderia estar apaixonado por outro garoto; todos os outros meninos gostavam das garotas! Eu continuei negando isso e achando que era apenas admiração por ele ser bonito e inteligente. No dia seguinte, eu passei o dia trancado no quarto, procurando sintomas de paixão na internet, e adivinha? Foi um balde de água fria quando tudo o que eu estava sentindo batia exatamente com o que estava escrito nos sites. É claro que eu fiquei assustado e com medo de contar aos meus pais, mas eu não podia esconder isso das pessoas que sempre me deram apoio em tudo, sabe? Então, depois de alguns dias, eu chamei os dois e contei que a pessoa pela qual eu estava tendo sentimentos estranhos era um garoto e que achava que estava apaixonado por ele, eu ainda consigo lembrar dos dois sorrindo e me abraçando, dizendo que me amavam de qualquer maneira.

 Emanuel sorriu com o fim da história, lembrava-se com poucos detalhes; entretanto, o loiro se lembrava de cada mísero acontecimento como se tudo houvesse rolado no dia anterior. Ambos, então, levantaram-se e foram para o refeitório comer junto com Sam e James, os quais os esperavam. O ruivo ficou pensativo no caminho da cantina até a mesa. Sabia que os pais biológicos de Caio haviam o abandonado e que o garoto fora adotado. Achava extremamente amável seus tios se consideração aceitarem o melhor amigo do jeito que ele era. Aquecia-lhe o coração saber que o loirinho era tão amado e perguntava-se se seus pais lhe aceitariam caso gostasse de garotos — apesar de ter quase certeza que a resposta seria um grande "não" e que ainda haveriam consequências caso um dia se atrevesse a dizer algo a seus progenitores.

 Quando ambos se sentaram, todos os garotos engataram em uma conversa aleatória sobre como ornitorrincos são aberrações genéticas da natureza e ainda assim conseguem ser fofos. As risadas rolavam soltas quando James fez uma cara surpresa, parecendo ter se lembrado de algo.

— Sam, quando é que você tinha que ir pegar a Gabi na rodoviária mesmo? - James perguntou, fazendo Samuel arregalar os olhos e soltar o pão que levava à boca na mesa, a cara ficando branca de medo. O moreno olhou para o melhor amigo e, sorrindo de canto, em claro desespero, disse:

— Hoje. — E nesse momento o outro começou a rir, segurando o próprio estômago e batendo as mãos nas coxas. — Para de rir, James. Caralho, ela vai me matar se souber que eu esqueci.

— É por isso que eu 'tô rindo. Enfim, você quer que eu vá com você?

— Você sabe que se não for ela vai na sua casa te puxar pelos cabelos, né?

 Então James riu, concordando. Ambos terminaram de comer num silêncio calmo, cada um grudado em seus próprios pensamentos até o sinal tocar, indicando que todos deveriam voltar para suas respectivas salas. Pegaram suas coisas e então rumaram em direção à aula de biologia torcendo para que o dia não demorasse a passar.

 Com o passar das horas, as aulas se encerraram e todos os alunos foram deixando a instituição e seguindo seus caminhos. Samuel e James concordaram de se encontrar às quinze horas na frente da casa de James para o pai do garoto os levar até o aeroporto. Foram juntos para casa, despedindo-se quando o mais novo dos dois entrou em sua residência. Sam fechou o sorriso e subiu direto para o quarto. O casarão estava silencioso, como sempre, mesmo que sua mãe e irmã estivessem em casa.

 Sam deixou suas coisas no quarto e se dirigiu até o da irmã, que ficava de frente ao seu, bateu na porta, ouvindo um leve "pode entrar" e sorriu ao ver a irmã com uma saia com glitters pulando pelo quarto enquanto uma música tocava. Juntou-se à garota e ficaram pulando juntos e dando risadas.

— Vou buscar a Gabi no aeroporto hoje, Jenny. — A menina então sorriu e comemorou, adorava muito a sua cunhada, esta que sempre lhe trazia algo mesmo que fosse mais nova que si.

— Então vai se arrumar, cabeção. Parece noiva, demora vinte anos p'ra escolher uma roupa.

— Vai se lascar, garota.

 Ambos riram e Sam saiu do quarto, voltando para pegar algumas roupas para ir buscar a namorada no aeroporto. Pegou uma camiseta preta, uma calça rasgada nos joelhos, seus tênis e uma jaqueta para completar, deixou tudo separado em cima da cama e se dirigiu ao banheiro para tomar banho. Quando entrou, olhou-se no espelho, tocando com carinho as pontas do cabelo e constatando que precisaria retocar a cor em breve, mas não se preocuparia com aquilo naquele momento. Ligou o chuveiro na água morna e colocou-se debaixo, passando as mãos pelos cabelos e os puxando para trás enquanto a água escorria pelo corpo, lavou então os fios com carinho e, depois, o resto.

 Pegou a toalha e a enrolou na cintura após se secar então levou uma outra menor aos cabelos — deixando-os apenas úmidos e não mais molhados — penteou os próprios fios e seguiu de volta para o próprio quarto para se trocar, não demorando muito para ter tempo de comer com calma antes de sair de casa. Assim que se aprontou, desceu para a cozinha, encontrando sua mãe sentada na mesa com uma garrafa de vinho ao lado, sorriu triste e deu um beijo no topo da cabeça da mulher, indo pegar seu almoço para então parar e se sentar para comer.

— Mãe, vou ir buscar a Gabi no aeroporto com o James hoje, então talvez eu volte um pouco tarde.

— Tudo bem, filho. Só volte antes de, bem, você sabe - a mulher riu, claramente meio bêbada.

— Tudo bem, mãe. Te amo, estou de saída.

 Depois de terminar seu almoço, Sam escovou os dentes, indo para a frente da casa de James vendo o garoto encostado na parede, à sua espera. Sorriu e ambos entraram no carro do pai do mais velho e foram em direção ao aeroporto. Samuel parecia inquieto, e seu silêncio apenas realçava isso, afinal, depois de anos de amizade, James aprendeu a ler cada movimento e expressão do melhor amigo. Cutucou-o de leve com o cotovelo e questionou-o se estava tudo bem com o olhar, mesmo que soubesse que a resposta seria uma mentira. Sam apenas assentiu, então James puxou-o para perto, passando um de seus braços pelos ombros do amigo, abraçando-o enquanto afagava com carinho seu braço direito.

 Assim que chegaram ao seu destino, ambos se despediram do pai de James, logo se dirigindo até a sessão de desembarque para esperar Gabrielle, a qual deveria chegar a qualquer momento. Alguns minutos depois, puderam avistar a cabeleira prateada e cacheada tão típica da garota. Os lábios muito bem pintados de vermelho e o conjunto preto e dourado a faziam chamar a atenção de todos como se fosse uma superestrela famosa no mundo inteiro. Quando chegou perto o suficiente dos dois, deixou a mala para pular no pescoço de ambos enquanto sorria e dizia o quanto estava com saudades de seus garotos.

— Vocês não aprontaram enquanto eu estava fora, né? - Sorriu com carinho, puxando a orelha de James e bagunçando o cabelo de Sam, os dois rapidamente negaram, fazendo com que a garota os soltasse. - É bom mesmo, tico e teco.

— Olha quem fala, né: o próprio pateta. - Sam mostrou a língua para a cacheada, a qual, em resposta, devolveu-o com um tapa na nuca. - Isso dói, praga.

— Me respeita, garoto. Ainda sou a sua namorada.

Pipipi, popopo. Nunca vi namorada que mais bate que do que dá carinho.

— Você é uma piranha, Samuel. Eu deveria ganhar um prêmio por te aturar me enchendo o saco pedindo ajuda pra escolher roupa. Fique feliz que são só tapas.

— Bem, gente, vamos pedir um carro ou vamos ficar discutindo aqui na recepção do aeroporto mesmo? - James comentou, rindo ao ver os amigos mostrarem a língua um para o outro, parecendo duas crianças.

— Jamie, o Sam é muito malvado comigo! Ele não me dá um beijinho de boas-vindas. - Gabrielle então fez uma carinha de cachorro que caiu da mudança e abraçou a cintura do melhor amigo. - Você é o único que me dá amor aqui, Jamie.

— Olha aqui, sua bruxa...

— Calada, sua piranha. Você não tem direito de fala dentro deste relacionamento!

— Abusada. - Sam fez um biquinho e puxou a garota pela cintura, dando-lhe um beijo carinhoso na bochecha, fazendo-a sorrir. - Você sabe que eu amo você e estava com saudade.

— Eu sei, bebê. - Ela fez um carinho nos fios castanhos de Samuel. - Seu cabelo está lindo, sabia?

 Conversaram por mais um tempo e então pediram um carro, indo para casa. Os três foram para a residência da menina. Faziam isso sempre que queriam privacidade: iam para a residência de Gabrielle, entravam na grande casa da árvore que fora construída quando os três ainda eram crianças, apesar de só terem se conhecido ao final do ensino fundamental e coincidentemente descobriram que eram vizinhos de rua. Esses fatores apenas ajudaram os três a virarem amigos inseparáveis; todos passavam boa partes de suas tardes conversando e comendo porcaria na casa da árvore. Diversas vezes, acabaram por pegarem todos no sono lá em cima e só se darem conta ao acordarem todos amontoados. Fizeram, então, o caminho tão conhecido, subiram para a casa de madeira — que agora estava sendo iluminada pelo sol das três e meia. Sorriram com o ar de nostalgia que aquele lugar os trazia, afinal, fazia alguns meses desde que a cacheada estava fora, então acabavam por ficar longe daquele lugar.

 Gabrielle então desceu, dizendo que iria pegar biscoitos para eles comerem enquanto colocavam a conversa em dia. Não demorou muito para que a garota estivesse voltando com três caixas de biscoito, copos descartáveis e uma garrafa de dois litros de suco de uva. Ajeitaram tudo na mesinha que havia ali e se sentaram enquanto comiam.

— Ok, agora vocês podem me contar tudo o que aconteceu nesse tempo que estive fora.

— Nós fizemos dois novos amigos - James comentou, sorrindo ao lembrar de Caio e Emanuel.

— Sim, e o James se apaixonou por um deles. - Sam provocou o amigo, fazendo as bochechas do outro garoto ganharem um tom de rosa enquanto fuzilava Samuel com o olhar.

— O quê? Meu Jamie 'tá apaixonado? E não é por mim? - Gabrielle fez um biquinho, porém em seguida sorrindo, verdadeiramente feliz pelo amigo. - Me diz: como ele é?

— Bem baixinho, o cabelo dele parece que foi feito com linhas de ouro de tão bonito e brilhante, as bochechas tem um tom rosinha e os olhos castanhos parecem que tem um brilho próprio - comentou de maneira apaixonada. - Ele é simplesmente incrível, Gabi, além de ser extremamente fofo.

— É tão bonita e carinhosa a maneira que você fala dele, eu espero que vocês fiquem juntos. Mas vocês falaram no plural, tem mais alguém?

— Ah, sim. Tem o Emanuel, que é melhor amigo do Caio. Os dois têm praticamente a mesma altura, mas o Manu tem o cabelo cacheado e ruivo como se fosse feito de fogo, os olhos verdes e várias sardinhas pelo rosto. É bem fofo, na verdade.

— Tem certeza que é só o James que 'tá apaixonado?

— Boba, você sabe que só tenho olhos pra você, gatinha - Sam riu e se deitou no colo da namorada, recebendo um cafuné no cabelo.

— Garoto, nem p'ra mim você tem olhos. 'Tá achando que eu não te conheço?

Bleh, você é muito chata, gatinha. Você sabe que eu te amo.

— Eu sei, bobão. - Gabrielle sorriu, revirando os olhos e vendo o moreno ajeitar-se em seu colo. Sabia que ele realmente a amava, entretanto, também sabia que não era de uma maneira romântica e agradecia por isso.

— Hm, Gabi, acho que o Sam dormiu - James riu, apontando para o menino ressonando baixinho no colo da menina, a qual também começou a rir ao constatar que, realmente, Sam estava dormindo em seu colo. - Vou levar ele p'ra casa. Nos vemos amanhã, na escola?

— Claro. E, por favor, me apresente ao seu crush e ao amigo dele.

— Como se você não fosse caçar os dois caso a gente não os apresentasse.

— Você me conhece tão bem, Jamie.

 Despediram-se e James pegou Sam no colo no estilo noiva, então desceu pelo escorregador que havia sido instalado ali justamente para descerem de maneira mais rápida, despediu-se da amiga e de seus pais e levou Sam para a sua casa. Foi recebido por Jenny, que sorriu ao ver o irmão dormindo tão tranquilamente. Os dois levaram o moreno para o seu respectivo quarto, onde fora depositado com delicadeza. James tirou os tênis de Sam e o cobriu, saiu do quarto e fechou a porta, deu um abraço na irmã do amigo e foi embora para a sua casa a fim de descansar também.

 Quando o dia amanheceu, Sam notou que estava em seu quarto e não na casa da árvore, onde se lembrava de ter adormecido. Não se preocupou, muito afinal, sentia-se até mesmo nostálgico. Espreguiçou-se, tomando coragem para se arrumar ao lembrar que ainda era uma terça-feira e, portanto, começo da semana. Tomou um banho, catou os materiais necessários para as aulas e desceu para tomar café, tendo uma grande surpresa ao ver não só sua família, mas a imagem de sua namorada sentada e tomando café com sua família. Sorriu ao ver os cachos presos em um coque e usando o uniforme da escola, afinal, Gabrielle ficaria deslumbrante até mesmo vestindo um saco de lixo.

 Aproximou-se, sentando-se ao lado da garota, cumprimentou os pais e a irmã e deu um selinho rápido na platinada, logo se pondo a fazer o desjejum para irem à escola sem ter de correr. A mãe de Sam mantinha uma conversa animada com a cunhada, perguntando como havia sido ter a experiência de viajar para outra cidade por tanto tempo e sem poder visitar os conhecidos. Jenny se mantinha calada, apenas escutando a conversa e falando algo uma vez ou outra. Já o pai de Samuel nem olhava para os filhos ou a cunhada.

 Quando terminaram de comer, ambos escovaram os dentes e pegaram seus materiais, saíram e se encontraram com James já saindo de casa e sorrindo enquanto acenava para o casal. No fim, o trio tão inseparável estava finalmente unido novamente. Os três conversavam sobre coisas triviais durante o caminho até o colégio, todavia, o verdadeiro ponto alto do dia foi quando Caio correu em direção a James, o qual o abraçou com vontade, fazendo Gabrielle e Samuel tentarem segurar as risadas em respeito ao momento do amigo. A garota não notou, mas o moreno percebeu quando um certo ruivo parou ao seu lado com um sorriso confuso. Assim que o loiro se soltou do amigo ele notou a presença a mais de Gabrielle, fez uma expressão de quem tenta se lembrar de algo e não consegue e, de maneira rápida, Sam pôs-se a falar:

— Caio, Emanuel, essa é minha namorada, Gabrielle. - E então o moreno passou o braço pela cintura da menina que o abraçou pelo pescoço, depositando um beijo em sua bochecha.

— Oh, então é você a Gabrielle. Sam e James falam bastante de você. - O loiro sorriu e olhou de canto para Emanuel, o qual parecia meio abalado com a notícia. - Eu sou Caio e esse é o Emanuel.

— Ai, meu deus, você é fofo assim como James disse que era. E, nossa, seu cabelo é lindo! O que você passa p'ra ser tão brilhante?

— James falou de mim? - O loiro corou, mirando o amigo que olhava a garota com um rosto de poucos amigos e as bochechas num tom rosado, sentindo as suas esquentarem gradativamente também.

— Oh, se falou - A cacheada riu e levou um beliscão do amigo. - Ai, Jamie! Isso dói sabia?

— Isso é pela sua boca grande.

— Malvado. - Fez um biquinho e depois realmente notou a presença do garotinho ruivo, o qual parecia tão pequeno que a menina temeu chegar muito perto e o assustar. - Você deve ser o Emanuel, né?

— Ah, sou sim. Prazer em te conhecer.

— Hm, eu lembrei que preciso pegar uma coisa e o Manu disse que ia me ajudar, nos vemos depois. - Caio sorriu e agarrou o amigo pela mão, correndo até dentro da escola. Quando já estavam lá, o loiro puxou o outro para uma área mais afastada. - Ok, agora você vai me dizer o que foi aquela cara de quem viu um espírito.

— Não pensei que ela fosse tão bonita.

— Manu, preciso que você me responda uma coisa com sinceridade.

— Tudo bem.

— Você gosta do Sam? Romanticamente falando.

— É claro que não! - O ruivo sentiu as bochechas começarem a esquentar; sabia que seu rosto deveria estar avermelhado naquele momento.

— Bom, p'ra mim isso parece ciúmes, sabe?

— Você 'tá delirando, Caio. Vamos logo p'ra aula.

 O loiro riu. Sabia que o amigo devia estar se apaixonando por Sam e apenas não queria admitir isso, afinal, havia passado pelo mesmo com James anos atrás. Não iria o forçar a aceitar isso agora, era algo que Emanuel devia perceber por si próprio. Quando chegaram na sala, os dois garotos já estavam sentados, entretanto, não havia nenhum sinal da garota cacheada, então James os avisou que ela acabou por ficar na sala ao lado por questão numérica de alunos.

 Emanuel se sentou sem conversar muito com os amigos, ao contrário de Caio, que parecia querer saber de tudo sobre a vida da garota. Ele revirou os olhos e se afundou em seus próprios pensamentos, nos quais revivia as falas do melhor amigo. Estaria mesmo apaixonado por Sam? Negou para si mesmo, aquilo era uma besteira do loiro para o deixar confuso. Apenas ficou em choque ao encontrar uma pessoa que nunca tinha sequer visto tão perto do moreno.

 Por fim, acabou não conseguindo dar o devido foco às aulas que estava tendo; as ideias ficavam vindo a todo momento na sua mente, então desistiu de prestar atenção de fato ao que o professor dizia, apenas esperando que o intervalo chegasse. Quando o sinal da pausa ressoou pelos ouvidos do ruivo, ele agradeceu mentalmente por finalmente poder comer em paz. Entretanto, suas expectativas se quebraram em mil pedaços ao ver a garota encostada na porta e sorrindo ao olhar para Sam.

— Posso comer com vocês?

— Claro, gatinha. Você sabe que não precisa perguntar essas coisas, aposto que o Caio e o Emanuel não vão se importar.

— É claro que não; quero saber tudo sobre você! - O loiro disse animado, fazendo com que a menina concordasse sorrindo e o puxasse pela mão para escolherem um lugar para sentarem.

— Ok, o que você quer saber? - Gabrielle perguntou enquanto via os outros três garotos chegarem e se acomodarem junto com seus lanches.

— Hm, como vocês três se conheceram?

— Eu conheci o Sam e o James quando tínhamos treze anos por um acaso. Eu sempre via os dois indo embora juntos e, na época, eu não era muito popular, então quando eu me mudei p'ra perto da casa deles, minha mãe nos apresentou e acabamos por ficar amigos muito rápido. Nós passávamos praticamente as tardes inteiras na minha casa.

— Que incrível! Quando vocês começaram a namorar?

— Ah, isso aconteceu por alguns motivos, mas eu já gostava do Sam, então quando ele me pediu em namoro eu aceitei na hora, afinal, eu estaria namorando o meu melhor amigo, a pessoa que mais me entende, sabe? Não tinha nada de mais perfeito.

— Vocês são fofos juntos - Caio disse sorrindo ao ver a menina deitar a cabeça no ombro de Sam.

— Obrigada, eu amo o meu amorzinho. Mas e você e o Emanuel? Como se conheceram? Vocês parecem bem próximos.

— Entendo, mas como todos vocês ficaram amigos?

— Bem, eu acabei indo conversar com o James e o Manu acabou falando com o Sam. No fim, a gente acabou marcando de sair e, bom, aconteceu que ficamos amigos rápido.

— Entendi. Fico feliz que esses dois têm outros amigos agora, né, tico e teco?

— Calada, pateta.

— Você é um chato, amor.

 No fim, todos ficaram conversando de maneira descontraída. Emanuel sabia que não tinha o direito de ficar incomodado com as demonstrações de afeto entre Sam e Gabrielle, mas não conseguia evitar a sensação de estar sendo trocado e de sentir uma certa raiva da garota mesmo que ela não tivesse culpa de nada. Suspirou, pegando suas coisas e alegando que ia no banheiro, então saiu do refeitório e, ao chegar em seu destino, olhou para si mesmo no espelho, lavou o rosto para tentar se reconhecer, afinal, aquele não era ele. Nunca havia se sentido assim antes, então por que diabos estava experienciando tantas coisas estranhas agora? Deixaria para pensar nisso depois.



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