Conviver com isso é sinônimo de instabilidade.

Fui diagnosticada com cerca de treze anos, não me lembro bem... Mas a notícia veio junto com a descoberta da anemia profunda, na época.

Mesmo hoje, com vinte e um anos, depois de consultas, remédios... eu ainda enfrento crises repentinas, onde eu simplesmente acordo e tudo está errado. É uma merda, sabe? Os pensamentos são tantos e tão embaralhados, que nem sempre consigo me concentrar a tempo de evitar a recaída.

Tem dias em que começo bem, mas em um pequeno momento, que parece insignificante, vem um gatilho e tudo desaba de novo.

É algo que ataca de todos os lados, em diferentes contextos e aspectos. E tem dias que a gente só quer sumir para que isso pare, mas não acontece e nos vemos obrigados a ser forte. Fazer com que pare na marra.

Confesso que é cansativo, mas não se compara ao alívio de estar no controle novamente.

Para aprender a lidar, eu tive que entender que, antes de mais nada, isso não é uma questão de fé ou uma luta onde posso ganhar sozinha.

Eu não preciso estar sozinha.

Nem você.

Procurar um psicólogo e psiquiatra para acompanhamento é o primeiro passo. Ser sincera com quem você ama também. Não precisa estar sozinho, lembra?

Claro, isso não quer dizer que vamos estar plenos e inabaláveis o tempo todo. Não somos robôs e é comum derrapar de vez em quando.

Não é frescura, nem drama.

Não devemos nos sentir inferiores por isso.

Muito pelo contrário.

Só nos mostra o quão forte somos.