Eu não queria acompanhar o ritmo da música.

A ansiedade corroía meu ser.
A pressa acelerava meu coração.
Os passos tranquilos e harmoniosos não me agradavam.

A melodia não era como eu queria.
Os passos não eram como eu queria.
Como assim? Nada era como eu queria!

Foi então que a ansiedade aumentou.
A espera parecia ser algo sem utilidade.
Esperar para quê?
Me acalmar para quê?

Eu poderia criar meu próprio ritmo.
Eu poderia criar minha própria melodia.
Eu poderia criar meus próprios passos.
Eu poderia...

Então eu criei minha própria dança,
forcei meus pés a acompanhar o novo ritmo.

A dança não era nada calma.
A dança não tinha harmonia.
A dança não me trazia nenhum conforto.
A dança só aumentava minha ansiedade.

Então eu fui além.

A melodia ficou cada vez mais rápida.
A melodia ficou cada vez mais forte.
A melodia ficou cada vez mais agressiva.
A melodia ficou cada vez mais descompassada.

Meus pés já não aguentavam,
Foi então que caí.
As feridas foram profundas.

Meu coração batia confuso.
Meu peito doía.
Meu corpo tremia
Meu ser sucumbia.

O arrependimento, presente, se fazia,
pois ao lembrar que um dia
minha dança já se manteve em harmonia,
percebi o mal que a ansiedade me fazia.

Então eu prometi
não sair mais do compasso,
não dar mais nenhum passo
que me tire do ritmo.

Então eu prometi
não me causar mais dor,
não sentir mais o amargor
que a rebeldia tem a me oferecer.

A única dor que valerá a pena
é a que sentirei em meus joelhos
depois de dobra-los diante de Ti

Não é do meu jeito.
Não é no meu tempo.
É do Teu jeito.
É no Seu tempo.

Pois Tu sabes o que é melhor para mim.
Pois Tu tens um plano perfeito para mim.
Pois Tu tens um amor verdadeiro por mim.