O vestido de casamento
As traças! A vertigem com que as traças comiam, comiam minha alma, arranhavam minha carne.
As traças comiam lentamente o pano, com a vertigem de um urubu que come a carne morta.
É isso que as traças faziam, comiam a carne morta. A cada furo que faziam no pano, a cada furo que faziam no meu coração.
Com toda aquela vertigem! A vertigem que eu sentia era pintada pela importância que aquele pano tinha.
Era o manto da morte. O manto que representava a morte da minha felicidade.
O pano que tinha tanto em comum com a carniça era o vestido que minha amada usaria quando fosse me presentear com a eternidade de seu amor, que eu fielmente aceitaria com uma jura.
A carniça que as traças comiam era o fruto da morte de um amor. Um pano que jazia des de que minha amada se fora, se foi com o senhor da morte, o rapaz de asas negras e pele pálida. Ele a levou. O infinito, o eterno, o temor, ele a buscou para nunca mais.
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