Pêndulo XXVIII
A voz estridente que atormenta o sono dos covardes
abala os eixos das casas,
com suas vidraças de mal gosto, e paredes opacas,
exiladas em campos castigados pela secura desse tempo presente.
Acabo distraído com o dançar das nuvens
que descem mais à terra nessa época,
e é possível avistar alguns anjos travessos,
e também outros entristecidos.
Quando caem, são cuidados com respeito e zelo por aqueles que mal dizemos,
e como recompensa ou gratidão,
eles cantam as canções que jamais ouvimos,
ensinam feitiços,
e outros truques para suportar o tempo e suas mazelas.
As figuras se dissipam no lusco fusco,
nessa ideia absurda de absurdo que nos assola e gela os ossos.
Quando chove, ficam todos desabrigados,
e então retornam aos céus escoltados em carruagens de fogo
que nos consomem
e a todos demais homens.
Deixa o sangue secar na palma da mão esquerda,
e nos sedarmos com incensos baratos, velas velhas e sedas.
Deixa que o rito aconteça.
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