As bolas laranjas suspensas em fios sustentados por torres de energia,
anunciam, silenciosamente, que o destino se aproxima,
embora os lugares não se movam,
mas as pessoas.
Eu me movo na velocidade que posso, e ansioso,
corro, mas não chego mais cedo,
somente mais cansado.

A primeira casa que me recebe tem cortinas no lugar de portas -
é possível ouvir vozes femininas debatendo sobre almoço, chuvas,
e a falta de homens fortes para a labuta.

Os homens estão no pátio,
embriagados pelo mormaço, falando alto - seres insuportáveis,
frágeis em sua valentia tosca, chula.

Enquanto a mim, estou parado de frente a um quadro pendurado na sala,
um caminhão vermelho como essa terra que nos rejeita,
portas abertas
e um senhor maltrapilho em pé segurando seu cajado com a mão esquerda.

Seus olhos me falam do advento,
eu compreendo, e aceito,
engulo a saliva seca.