Pêndulo XIV
Abri meus olhos feridos numa manhã quente e morosa,
rosas murcham nos parapeitos das casas
ao menor toque de mãos sofridas e descaracterizadas de afeto.
São minhas,
e são todas as mãos que avisto.
Eu as sacudi no ar denso, estiquei meus ossos,
e alcancei a revelação num movimento nítido com a cabeça,
mas me falta sabedoria e conhecimento para entendê-la.
Me faltam tantas coisas -
principalmente amor próprio,
e um jeito menos intempestivo de conviver com a vida,
fogueiras, galhos e folhas secas.
Me lancei sobre a cidade superlativa,
minha dor é característica, uma chuva leve,
garoa fina;
minha dor é dívida,
é imensa e subjetiva.
Feri meus olhos abertos com a luz da matina,
poeira
e interjeições vindas do fundo da minha cabeça.
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