Pêndulo VII
O homem concede a si mesmo
os indultos que lhe garantem a liberdade dos seus sonhos perversos,
e intensamente vulgares,
perpetuação das contingências em vigência,
o olhar cerrado que desconfia
e desconfigura as sombras nas paredes de chapisco
e outros adereços de luxo que, agora, não vêm ao caso.
A musa resplandece,
oferece sua soberba em sonhos para que eu me envaideça,
me extasie em prazeres e belezas -
oh, vaidade,
quem me dera cair envolto em conversas entediantes, satisfações triviais,
na espera triste que se veste de tédio,
a miséria a me convencer de um desejo insuportável,
que devolvo,
porque o gosto que sai da minha boca enquanto proclamo este poema
tem o sal da terra.
As palavras formavam uma grande muralha,
e eu afundei meus pés e cabeça sobre as nuvens.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro