Pêndulo IV
Pelas ruas desta cidade retrógrada, histórica,
as histórias e seus protagonistas morrem aos poucos,
seja na partida das pessoas antigas,
ou pelo desprezo venoso que vem de quem é mais novo.
Estes, os mais novos, se afundam dentro dos próprios bolsos,
que é para esconderem suas mãos finas e negligentes.
A capela ainda mantém a porta aberta, mas continua vazia,
pois sua gente está exaurida do tanto faz nefasto que paira sobre este ambiente,
feito uma bomba de gás lacrimogêneo
que nos tira lágrimas quentes,
mas sem qualquer sentimento ou consequência.
A vida segue seu fluxo, cega e surda, sem nenhuma interferência.
A capela faz fundo a um parque onde crianças se divertem em balanços vertiginosos,
e gangorras que as aproximam do céu.
Há alguns anjos que as levam em passeios em suas asas macias e esplêndidas.
Há também uma gama de outros anjos, estes feridos atrás das nuvens,
silenciosos,
desejosos de virtudes novas, eternas.
Quem dera eu voltasse para casa numa carruagem abandonada,
com alguém à minha espera.
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