35
No dia seguinte Henrique acordou com uma dor de cabeça insuportável por causa da ressaca, o namorado cuidou dele durante a manhã e fez chá para amenizar sua dor além de ir comprar remédios adequados, mas depois do almoço sumiu.
Miguel apenas o disse que precisaria sair para resolver algo, mandando o namorado descansar o resto do dia e chamar por seus amigos se precisasse de algo.
Quando o baiano se deu conta de que o dia parecia bem mais entediante sem Miguel ao seu lado percebeu o quão apaixonado estava, suspirando enquanto rolava pela cama sentindo o maior tédio.
Tentou passar o tempo assistindo anime enquanto esperava ansiosamente pela volta do namorado, recebendo apenas uma mensagem pelo whatsapp de Miguel perguntando se estava tudo bem e informando que demoraria um pouco mais.
Próximo das quatro da tarde o paulista chegou em casa com uma clara expressão de cansaço, deitando na cama ao lado do namorado e dos três gatinhos que dividiam o espaço com ele.
— Você está melhor? — Perguntou baixo enquanto esfregava o nariz na bochecha gordinha de Henrique, beijando a pele bronzeada com carinho.
— Estou sim. — O baiano respondeu, abraçando o namorado. — Posso saber por onde o senhor andou o dia inteiro? Fiquei preocupado.
Miguel riu baixo e então o olhou com certo entusiasmo, notando a expressão confusa do menor.
— Eu fiz algo... — Começou, sem saber ao certo como dar a notícia.
— O que?
O moreno levantou e consequentemente Henrique também ergueu o corpo sentando no sofá, encarando o namorado que estava em pé próximo a ele. Miguel abriu a carteira e então mostrou ao menor uma chave o deixando ainda mais confuso.
Era uma chave pequena demais para ser de um automóvel, eles já tinham casa própria visto que agora moravam juntos e aquele lugar inteirinho Henrique conquistou com o dinheiro do próprio suor, então ele realmente estava sem entender.
— Lembra que eu tinha uma clínica em São Paulo? Precisei fechar ela quando decidi vir morar aqui, resolvi muita coisa nos dias que fiquei lá justamente para me livrar e quitar tudo. — Miguel começou a explicar, clareando um pouco mais a mente do namorado com as informações. — Eu tinha um dinheiro guardado e com a venda dos móveis que tinha no consultório consegui mais grana, então resolvi comprar um espaço que estava vendendo ali no larguinho...
Henrique abriu os olhos em surpresa, rindo desacreditado antes de pular em cima do paulista e o abraçar apertado completamente feliz com a notícia.
— Vou abrir um restaurante lá. — Miguel murmurou, beijando o rosto do menor. — O nosso restaurante.
— Estou tão, mas tão feliz por você, amor. — O menor falou eufórico, beijando todo o rosto do mais velho. — Lembro que você falou quando o conheci que queria abrir um restaurante e fico muito feliz em te ver conquistando algo que você tanto queria.
Miguel sorriu com ternura, beijando de maneira carinhosa a boca bem conhecida do namorado, acariciando o rosto pequeno com as pontas dos dedos antes de se afastarem com relutância somente para se encararem e sorrirem, sussurrando baixinho que se amavam, iniciando um novo beijo cheio de amor.
☮
Henrique estava ajudando o namorado a arrumar o espaço que seria o restaurante deles, compraram os móveis e eletrodomésticos necessários e durante aquela semana ocuparam todas as horas dos seus dias com a reforma do espaço e a montagem do lugar.
Os amigos também ajudaram bastante com as decorações e sempre que anoitecia eles se sentavam em uma das mesas para conversarem e admirarem o trabalho, iniciando tudo de novo no dia seguinte. Infelizmente Felipe, Jorge e Samuel já haviam comprado as passagens para voltar pro estado em que nasceram, aproveitando os últimos dias ao lado dos outros para suprir a saudade que já sentiam.
Jorge já havia se despedido e rompido totalmente o que estava rolando entre ele e Higor, começou rápido e acabou na mesma proporção. Diferente do irmão do meio que estava mais do que apaixonado por Thiago, porém sabia que não conseguiria manter um namoro a distância como Samuel e Cristiano.
Apesar das mil promessas de Felipe que um dia voltaria para os visitar de novo, Thiago não conseguia acreditar naquelas palavras. Ele gostou muito do paulista e do que tiveram, queria sim o namorar se fosse possível, mas sabia que não seria racional começar algo naquele momento com uma data incerta de quando o veria novamente.
Como Miguel resolveu comprar o espaço de supetão e não avisou a ninguém com o intuito da surpresa, seus amigos não conseguiriam ficar para a inauguração do restaurante porque já tinha comprado as passagens de volta para São Paulo. Naquele momento estavam todos no aeroporto de Salvador se despedindo dos outros três.
— Eu não acredito que já acabou. — Felipe falava com a voz de choro e o rosto molhado, abraçando o cunhado. — Eu vou sentir tanto a falta de vocês. — Caminhou ate o amigo e o agarrou, abraçando Miguel tão forte que o faltou ar. — Principalmente de você. — Parou na frente do ficante o olhando nos olhos, abraçando carinhosamente Thiago que tentava se manter sério já que também queria chorar.
— Eu vou pensar em você todos os dias. — Thiago sussurrou próximo o ouvido do outro, apertando o corpo magro um pouco mais forte no abraço.
Felipe concordou choroso e antes que piorasse sua situação preferiu se afastar, acenando para os outros antes de passar pelo portão de embarque. Samuel e Jorge também se despediram, porém não demonstraram tanta fragilidade quanto o irmão, prometendo voltarem antes do natal para os visitar novamente.
Quando Miguel viu os três sumirem totalmente ele suspirou, sentindo uma sensação estranha ao imaginar que se não fosse por sua escolha arriscada ele estaria igual ao Felipe ou pior. Sentiu a mão do namorado em seu peito e a cabeça dele repousar em seu ombro, beijando os fios escuros enquanto permaneciam no mesmo lugar ouvindo o fungar baixo de Thiago e a voz calma de Cristiano o confortando já que ele esperou os outros partirem para começar a chorar.
— Eu amo você. — Miguel segredou, vendo o baiano sorrir abertamente.
— Você com certeza é o melhor presente que a vida me deu. — Henrique admitiu baixo, sussurrando somente para o namorado. — Amo muito você.
Novamente o paulista beijou a cabeça do namorado e o apertou um pouco mais no abraço de lado, agradecendo mentalmente a ele mesmo por todas as escolhas que havia feito. Agradecia pelo surto que teve quando comprou sua passagem para Salvador sendo que uma viagem naquela altura do campeonato não estava necessariamente em seus planos, e também agradecia o surto que teve quando decidiu mudar de estado para viver com Henrique.
Ele sempre se sentiu muito perdido quando o assunto era a própria vida, mas agora que estava ao lado de Henrique sabia que todo o caminho até ali foi necessário para o encontrar e finalmente se achar. Tinha a certeza de que estavam destinados e o amaria todos os dias.
——
Fim.
Sim, esse foi o final e talvez tenha sido meio decepcionante para vocês kkkk mas é o que pensei desde e inicio. Felizmente consegui aplicar todas as minhas ideias para Pelourinho do começo ao fim, porém admito que talvez ela poderia ter sido melhor, não sei.
Enfim, agradeço de coração a todos que leram ate aqui e fizeram a fanfic ter um proposito, isso me motivou a continuar e finaliza-la. Obrigado por tudo, beijão!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro