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Ainda estava cedo e o jogo não havia começado, mas o bar já estava com uma quantidade considerável de pessoas. As mesas estavam separadas de acordo com os times, tricolores de um lado e os rubro-negros do outro.
Quando adentraram o bar a primeira coisa que viram foi os amigos em uma mesa grande, todos eles vestindo a camisa do Bahia – com exceção de Jeongin que usava uma blusa comum.
O casal se juntou aos amigos, sentando lado a lado na mesa e consequentemente atraindo os olhares dos outros.
— Parceiro do céu, não acredito! — Felipe falou surpreso, gargalhando. — Que tipo de deus você é para conseguir fazer o Miguel usar camisa de time e ainda por cima uma do rubro-negro?
— Eu tenho meus encantos. — O moreno respondeu convencido. — Estão preparados para a derrota do Bahia?
— Se manca seu sofredor, meu Bahia vai dar 3x0. — Thiago retrucou.
Assim como o amigo Cristiano também torcia para o Bahia, mas Thiago era um grande fanático pelo time.
— Nem em seus melhores sonhos o Bahia é capaz de dar 3x0, time ruim da porra.
E Henrique não era tão diferente do amigo quando o assunto era o Vitória.
— Aposto que vai ser 2x0. — Cristiano se intrometeu na conversa. — O Vitória não está no melhor momento dele.
Uma pequena discussão se iniciou entre os três amigos sobre o suposto placar do jogo, apostando duas caixas de cerveja para o ganhador.
Miguel havia desligado totalmente a mente e já não prestava mais atenção no assunto, na verdade o foco do paulista estava em Higor e Jorge que cochichavam bem próximos um do outro na ponta da mesa.
Ele imaginou que Higor estaria no bar já que a tia dele quem era a dona ou algo do tipo, mas não esperava que ele fosse se sentar com eles na mesma mesa e estivesse tão próximo do seu amigo ao ponto de trocar cochichos e sorrisinhos.
— Terra chamando Miguel. — Ouviu a voz do amigo, despertando do pequeno transe.
— O que?
— Você tem algum palpite para o placar? — Samuel perguntou.
— Não faço ideia meu mano. — Respondeu, olhando para a televisão que indicava o nome dos jogadores. — E também prefiro não opinar sobre.
— Oxe e por que não? — Henrique se virou para ele, questionando antes de levar o copo cheio de cerveja até os lábios e beber o líquido.
Miguel se limitou a sorrir para o namorado, beijando o rosto dele com o intuito de distrai-lo. Além deles dois o único que também vestia uma camisa do Vitória na mesa era Higor.
O baiano se distraia com os petiscos enquanto ouvia as conversas paralelas, tentando ignorar as piadinhas de Thiago direcionadas ao seu time do coração. Estava olhando para o nada enquanto pensava, totalmente desligado do que acontecia ao redor dele, porém quando voltou a si e focou os olhos em um ponto aleatório ficou boquiaberto ao ver Higor e Jorge em uma troca de saliva nada discreta.
Cutucou o namorado indicando com a cabeça o beijo dos outros dois, vendo que assim como ele Miguel ficou totalmente chocado. Ele não esperava por isso, dentre todas as pessoas DO MUNDO, jamais imaginou que seu amigo ficaria com seu arque-inimigo.
— Qual foi mané que cara é essa? — Felipe o questionou, rindo. — A gente não te contou que o Jorginho anda saindo com ele desde que você voltou pra São Paulo?
— Não mano. — O paulista respondeu ainda em choque. — Ele realmente nunca teve bom gosto.
Jorge riu após se afastar do baiano, empurrando-o levemente pelo ombro ao perceber que ele e o amigo travavam uma guerra somente com o olhar.
— Calem a boca que vai começa! — Henrique falou rápido, focando os olhos na tv.
Todos da mesma fizeram o mesmo logo depois, totalmente focados no jogo que iniciava.
☮
— MAS QUE DESGRAÇA, ESSE JOGO FOI ROUBADO! — Henrique gritou totalmente irritado.
Ele estava irritado com o time, com as insinuações dos amigos que não paravam de comemorar ao seu lado e também com uma tricolor que não tirava os olhos do seu namorado.
— Chora mais, perdedor. — Thiago retrucou e riu, apontando para o amigo. — Como é que a galinha faz?
No meio do bar o baiano começou a imitar uma galinha enquanto rodeava Henrique que estava calado se mordendo, bufando irritado igual um boi prestes a dar uma chifrada em alguém.
— Você me deve duas caixas de cervejas. — Cristiano o lembrou, levantando enquanto tateava o bolso da bermuda. — Calma aí amor, vou pegar mais uma garrafa.
— Não, chega de beber! — Samuel tentou intervir, seguindo o namorado enquanto pareciam discutir entre si.
Miguel observava atentamente o namorado, ele estava com o rosto corado não apenas por causa da quantidade de álcool que ingeriu, mas também pela raiva que passou. Dentre todos que estavam no bar assistindo o jogo Henrique foi o que mais gritou, totalmente inconformado com o time e o resultado do bavi.
O placar ficou 2x0 como Cristiano havia dito, Henrique estava claramente triste com a derrota.
— Não fica assim meu gatinho. — O paulista sussurrou próximo o ouvido do namorado, beijando a bochecha dele. — No próximo jogo o Vitória ganha, você vai ver.
Henrique iria questionar se o namorado estava tirando uma com sua cara, mas apenas fez biquinho e concordou quando o olhou e percebeu que ele queria apenas o consolar.
— Vamos 'pra casa? Está tarde e você tá bem molinho por causa da bebida.
— Tudo bem... — O baiano respondeu, começando a soluçar. — Cadê o Tino? Preciso pagar a ele.
— Você faz isso amanhã. Vem. — Miguel levantou e então ajudou o menor a fazer o mesmo, abraçando o namorado de lado enquanto segurava firmemente na cintura fina. — Você vai ficar aí, Jorge?
Acabou questionando quando percebeu que os amigos foram se dissipando aos poucos e apenas eles, Jorge e Higor continuaram na mesa.
— Sim, eu vou-
— Nada disso senhor, você vem conosco 'pra casa. — Miguel o interrompeu, vendo-o bufando irritado antes de levantar fazendo barulho. — E sem fazer cara feia, eu em.
— Qual foi cara? Deixa o pivete conversar, levo ele depois. — Higor se meteu, direcionando palavras por pura e espontânea vontade ao paulista pela primeira vez na vida. — Ou só você pode beijar na boca?
Miguel iria retrucar, mas sentiu a mão quente do namorado dar dois tapinhas em seu peito antes de apoiar a cabeça no ombro largo.
— Deixa eles. — Murmurou. — Higor não é louco de fazer besteira, eles querem apenas se divertir como todos os outros.
— Mas-
— Vamos, Miguel. — O puxou levemente, piscando para Jorge que sorriu agradecido. — Se comportem vocês dois.
E com isso o casal saiu do bar, caminhando abraçados pela rua em direção ao apartamento que moravam.
——
Meu deus esqueci que era quarta, foi maaaal (previ o placar do bavi porque o capítulo já estava pronto no domingoKKKKKKKKK
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