4. Momentos
O senhor do tempo para e observa o horizonte mais uma vez, enquanto brinca com o besante por entre os dedos. Ali ela estivera mais cedo. E ali, por um acaso, eles tiverem mais um de seus encontros, bagunçando completamente a linha temporal do outro.
Ele prefere chamar esses incidentes de serendipidade. Breves momentos de felicidade quando está com ela. Pequenos, minúsculos, se comparados com inúmeros que já viveu.
Entretanto, como ele mesmo sabe, nada dura pra sempre. Tudo tem um fim, como amargamente sabe.
Ele detesta finais. Tristes, felizes, dramáticos, ou apenas um ponto final numa última página de um livro: os abomina. Pergunta-se por que alguns momentos não poderiam durar para sempre. Porém, como um bom entendedor do tempo, ele entende que tudo um dia termina. E tudo se renova. De alguma forma, nunca finda.
O Doutor sopesa mais um pouco o objeto, dado por River, em sua mão. Mesmo que não ousasse dizer, é lindo. E só o era porque fora dado por ela. Ele perderia todo o tempo possível admirando as linhas e formas do presente, tudo porque não queria perder o momento na memória.
Era apenas mais uma ocasião entre incontáveis que guardava na lembrança. Ele tem uma boa memória, sempre se gabara disso. Contudo, para não correr o risco de perder um único momento com ela entre suas recordações, faria questão de marcá-los a ferro em sua mente. Mesmo que doesse, em todos os sentidos, lembrar dela quando já não estava mais lá, fazia questão. Era acostumado com tanta dor, o que era mais pouco?
Resignado, coloca o besante de volta no bolso e se ergue da elevação. Com firmeza, caminha de volta para a TARDIS.
Ele a encontraria novamente, em algum lugar no tempo, era certo. Enquanto isso, esperaria junto de suas lembranças.
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