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05. Nolite Facere Quicquam Stultius

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"Espalhar a própria fama por meio de feitos,
Eis uma obra de valor."

Virgílio

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TENTEI MANTER MINHA EXPRESSÃO neutra quando Olivier pronunciou tais palavras, mas conde Raymond, graças a Deus, manifestou sua preocupação.

— Meu senhor, reconsidere esta ideia — o conde se aproximou — Não está completamente recuperado, não deve marchar.

— Faça o que eu pedi, Raymond. Prepare os homens — apesar de suas palavras serem severas, a entonação de sua voz era calma e confiante.

— Como desejar, majestade — o homem se curvou e saiu silenciosamente.

O rei ainda encarava a carta em suas mãos, com as sobrancelhas juntas e os cabelos dourados bagunçados; provavelmente tentava raciocinar sobre possíveis estratégias.

— Por que você vai? — minha voz soou mais dura do que eu previra, me surpreendendo com a preocupação contida nela.

Olivier suspirou.

— É meu dever — ele respondeu — É meu dever como rei. Não posso ficar atrás dos muros de um castelo enquanto deixo outros homens morrerem por minhas ordens. Devo estar a frente, comandando-os.

Era uma atitude nobre, mas o rei parecia esquecer sua condição. Quis dizer-lhe isso, lembra-lo de que era doente, de que poderia chegar um ponto em que ele não conseguiria nem mesmo montar em seu cavalo caso se esforçasse demais, porém não consegui pronunciar tais palavras. Não com os olhos fortes e brilhantes de Olivier me encarando daquela forma.

— Que assim seja então — falei — Vamos jantar.

Jantamos em silêncio, lado a lado, mas o ambiente leve de antes havia se tornado pesado. Quando terminamos, Aneurin retornou para retirar tudo.

— Tenha uma boa noite, Olivier — desejei, incerta sobre como agir, decidindo caminhar em direção a porta que unia nossos aposentos.

— Espere, não vá — ele me chamou de volta.

Quando o olhei, notei que rei me observava um pouco acanhado; era incrível o como aquele governante decidido, apesar da pouca idade, podia se tornar tão tímido de um momento para o outro. Ao notar minha expressão confusa, ele pigarreou.

— Eu gosto da sua companhia. Passe a noite comigo, por favor.

Antes mesmo de chegar em uma resposta, já estava caminhando até a cama. Ao contrário do que eu imaginara no dia de meu casamento, não era desconfortável deitar ao lado de Olivier. Talvez isso se desse ao fato dele conseguir deixar todos confortáveis com sua presença.

Deixei o robe em uma das cadeiras e deitei ao seu lado, puxando as peles e me cobrindo até o pescoço; não estava com sono, mas estava cansada e fechei os olhos.

Quando estava quase adormecendo, a voz calma do rei atraiu minha atenção.

— Sei que não aprova que eu vá com os soldados até Olirk — falou baixo, ao lado de meu ouvido — Mas é meu dever. Não posso deixar que algo me impeça de cumprir meus deveres como rei, seja o que for — o ouvi suspirar — Espero que não julgue minha decisão como imprudência.

Respirei fundo, silenciosamente, e virei na cama ficando de frente para Olivier. Ele já estava me encarando.

— Você não é imprudente. É movido pela honra e isso me preocupa, Olivier — admiti. Isso era realmente verdade. Há pouco tempo o conhecia, e já o tinha em alta estima suficiente para me preocupar com ele — Mas... Eu compreendo seus motivos. Sou filha de um rei e sobrinha de um futuro rei, conheço seus deveres.

— Obrigada por compreender, mademoiselle — ele sorriu abertamente.

Sorri para ele também; parecia impossível não sorrir para Olivier quando ele sorria em sua direção, cheio de gentileza e alegria quase infantil. Na maioria das vezes era fácil esquecer o quão jovem ele era.

Ergui a mão e toquei seu rosto, do mesmo jeito que fizera na manhã seguinte ao nosso casamento; não estava febril, parecia bem, talvez por conta dos líquidos gelados que ingerira quando jantamos. Corri os dedos por seus cachos loiros, que eram tão macios quanto pareciam, eram semelhantes à fios de ouro e muito lindos.

Olivier fechou os olhos e segurou minha mão, a tirando de seus cabelos, e beijou castamente meus dedos antes de soltá-la.

— Durma bem, querida Eleanor — ele murmurou.

— Durma bem — murmurei de volta, observando-o.

Apesar de sua condição, o rei era totalmente consciente de seu dever, e não parecia demonstrar medo de assumir seu posto no que parecia um período conturbado da história de seu reino — bom, nosso reino, agora que éramos casados e ele fizera de mim sua rainha. Ele não desertava. Isso talvez faça com que Olivier IV se torne um símbolo de monarca guerreiro, justo e corajoso para as próximas gerações.

A História com certeza se lembraria dele.

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Despertei gradativamente de meu sono, ainda relutando em abrir os olhos, porém, assim o fiz quando ouvi duas vozes conversando em tom baixo. Uma delas era a de Olivier, e a outra pertencia à conde Raymond. Notei que as cortinas brancas da cama do rei haviam sido puxadas, de forma que minha privacidade fosse respeitada.

Ouvi passos se distanciando e soube que Raymond se retirava. Levantei da cama e afastei as cortinas, encontrando as costas de Olivier, que se apoiava em sua mesa.

— Meu bravo cavaleiro — chamei, sorrindo.

O rei se virou surpreso, devia estar tão distraído com seus próprios pensamentos que mal ouvira me aproximar. Seus lábios estavam rosados, parecia bem. Sorriu ao olhar em meu rosto, e pela primeira vez pude contemplar sua aparência por inteiro, como um rei e guerreiro, o que não fizera antes.

Olivier era alto e esguio, e seu rosto era delicadamente belo, destemido e cheio de alegria, apesar de tudo o que enfrentara e provavelmente ainda enfrentaria; seus olhos eram muito azuis, brilhantes e aparentavam enxergar além do que mostravam. Havia sabedoria ali, e também força, apesar da juventude.

Aquela era a primeira vez que o via vestido para uma batalha. De armadura; as vestes eram azuis e brancas, com detalhes dourados. A capa branca em suas costas e os cabelos de ouro batido só o faziam parecer mais com um cavaleiro saído das canções.

— Desculpe se lhe acordei — ele pediu, se aproximando, em sua voz tão gentil que destoava de seu porte imponente.

Azul e dourado lhe caíam bem; talvez fosse uma herança de família, já que os reis de Anglicourt descendiam da Casa de Anjou, da França, e incorporavam suas cores.

— Já irá partir? — perguntei, sentindo uma pontada de tristeza. O sol nem ao menos tinha nascido completamente.

— Não agora, mas muito em breve — ele pressionou os lábios um contra o outro antes de voltar a falar — Deixei instruções para Raymond, ele irá permanecer aqui para lhe ajudar enquanto eu estiver em Olirk.

— Tem certeza de que deve partir sem conde Raymond? — indaguei.

— Não haverá problemas, irei encontrar Henri Brousseau em Carmouche antes de seguir até Olirk. Ele é um amigo tão confiável quanto Raymond, e foi um dos responsáveis por minha educação militar — esclareceu — Você será a Regente em minha ausência.

— Quando Nathaniel e eu nos despediamos, havia uma frase que sempre dizíamos um para o outro — contei — Nolite Facere Quicquam Stultius. Não faça nada estúpido. E agora eu digo para você: não faça nada estúpido e volte para mim — dei um sorriso — Ainda temos muitas partidas se xadrez para jogarmos.

Olivier segurou meu rosto gentilmente entre suas mãos, seus dedos se enroscando levemente em meus cabelos. Parecia contemplar algo, e então aproximou seu rosto do meu, beijando-me brevemente na testa.

— Eu vou voltar — essas foram as últimas palavras que ele disse a mim, antes de partir para Olirk.

Nathaniel havia voltado para Darian no mesmo dia de minha coroação, como meu pai ordenara, e agora meu marido e mais novo amigo partia para uma provável batalha.

E eu estava sozinha, sendo responsável por um reino.


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