Capítulo 27 - O Leque De Xiao
Shen Shining não quis pensar muito nisso e apenas escutou o monge. Ming Song selou sua dor no fundo de sua mente, mas ele não foi irracional e abraçou Xiao No fortemente, o homem enterrou seu rosto no peito dele escondendo sua reação. Ming Song também abraçou os irmãos Yin e perguntou por Shen Feng mas Yin Chang respondeu que não sabia onde ele estava.
Ming Song partiu com cinquenta mil soldados sem derrubar uma lágrimas, mas por dentro sua cabeça estava freneticamente sendo invadida pela lembranças dele com sua irmã mais velha. Os olhos de Xiao No encarou Ming Song partir em cima do cavalo até ele sumir do horizonte, logo em seguida com a cabeça baixa ele partiu com os meninos e dez mil soldados para as planícies centrais.
Yin Ping perguntou em um sussurro para Yin Chang: "Você acha que ele está em condições de lutar?"
Yin Chang imaginou se perdesse Yin Ping ele não conseguiria lutar nem se milhões de vidas estivesse em suas mãos. "Certamente não mas o tio é forte." Afinal Ming Song não era Yin Chang.
As planícies centrais estavam tranquilas, afinal ali só teria soldados inimigos se eles conseguissem passar pela primeira divisão, onde Ming Song estava lutando com os cinquenta mil soldados. Xiao No deu ordem para que os soldados fizessem trincheiras no chão como refúgio pois parecia que eles ficariam um bom tempo naquele lugar. Os dez mil soldados acataram a ordem sem pestanejar e em sete dias ele conseguiram fazer escavações profundas que possuíam proteção feitas com obstáculos, como arames farpados, minas terrestre e barreiras de proteções. Os primeiros dias foram tranquilos e eles conseguiram matar trezentos soldados inimigos sem deixar nenhum passar pela segunda divisão em direção a Chang'an.
Os dez mil soldados de Xiao No foram reduzidos para sete mil na terceira semana. Yin Chang começou a ficar preocupado vendo o estado do homem, os cabelos castanhos curtos dele estavam desgrenhados e os olhos claros fundos. Yin Chang cozinhou em uma tenda improvisada e levou para Xiao No que estava em uma sala de barro na trincheira.
"No você não precisa ficar tão preocupado." Yin Chang entregou um prato quente para ele. "Ele está aguentando até agora."
"Eu sei." Xiao No respirou fundo e agradeceu o ensopado de Yin Chang. "Talvez você um dia entenda esse sentimento Chang."
Yin Chang podia não compreender ainda mas ele sabia que poderia estar um dia na mesma situação que Xiao No. O futuro é imprevisível afinal de contas.
"Talvez."
Xiao No sorriu comendo e Yin Chang ficou mais tranquilo com isso. Ele pulou com outro prato para uma outra trincheira pequena. O quarto não era muito grande e Yin Ping estava treinando com a cimitarra. Yin Chang sorriu e acenou para ele comer.
"Como está Tio No?" Yin Ping estava com as bochechas avermelhadas por conta do esforço. Yin Chang respondeu que ele estava bem e já tinha levado comida para ele. "Tio Ming?"
"Ainda nenhuma notícia. Fazem três dias que ele não mandou nenhuma carta."
"Imperador Zhou?"
"Parece que ele descobriu algo e entrou em contato com Xiao No, mas ele se esqueceu de abrir a carta. Lembrarei ele disso amanhã."
Yin Ping dividiu o ensopado com Yin Chang e depois pegou a cimitarra. "Eu descobri algo." Ele disse se cortando com a lâmina da cimitarra. Yin Chang se assustou mas Yin Ping tranquilizou ele dizendo: "Não dói. Essa lâmina é afiada mais não machuca, olhe." O sangue de Yin Ping foi sugado pela lâmina e o corpo prateado criou espinhos que se enrolavam no braço dele até o cotovelo. "Ela é apenas uma lâmina normal e você não sente dor se ela te cortar mas quando ela bebe sangue é como se ganhasse vida."
Yin Chang ignorou não querendo saber disso e tratou a ferida de Yin Ping que disse: "Qual vai ser o nome dela?"
Sem interesse ele apenas respondeu: "Dala."
"Mamãe sempre disse que aqueles que tem sangue alquimistas não são bons com nomes. O que você acha de Dala-Yi?" Yin Chang confirmou e Yin Ping escreveu na lâmina prateada. "Dala-Yi não provoca dor e seu nome significa 'Aqueles que não podem ressurgir' porquê palavras machucam mais que cortes."
"Idiota." Yin Chang sorriu. "Você seria um bom professor."
"Quando tudo isso acabar eu gostaria de me tornar um acadêmico."
"Tudo bem. Você certamente conseguirá." Yin Chang apoiou.
Encarando Yin Ping era como se olhar no espelho. Através disso Yin Chang se tornaria ministro de guerra e sempre teria sangue em suas mãos, ele não seria alguém diferente do imperador Zhou. Ao contrário, o seu irmão tinha um sorriso inocente e queria viver ensinando para as pessoas. Então para Yin Chang tudo bem ter sangue em suas mãos. Eles foram dormir mas Yin Ping não parava de falar enquanto olhava as estrelas, quando ele adormeceu ele ainda teve a ousadia de ficar chutando Yin Chang.
No outro dia mais de setecentos soldados suicidas chegaram na planícies centrais. Eles se explodiram levando mais de quinhentos soldados de Chang'an para a morte. Xiao No protegeu os meninos do impacto das bombas e foi arremessado para o chão. Yin Chang canalizou uma barreira fechando os soldados suicidas em um espaço e um deles explodiu levando todos os outros para o inferno.
"Tio No você está bem?" Yin Ping ajudou Xiao No a se levantar do chão.
"Ficamos com apenas quatro mil soldados. Algo deve ter acontecido na linha de frente para ter tanto inimigos chegando nas planícies centrais." Xiao No disse divagando enquanto tratava suas feridas. "Eu irei até lá, Chang você fique aqui."
Yin Chang queria Impedir mas Xiao No era seu superior e ele apenas afirmou vendo o homem subir em um cavalo e partir para a linha de frente. Na primeira semana Yin Chang treinou a habilidade de Dala-Yi de beber seu sangue e conseguiu lutar contra os soldados inimigos, mas logo a situação ficou crítica e ele se sentiu anêmico e exausto. Ele foi para a trincheira que antes pertencia a Xiao No e escreveu uma carta pedindo para que o terceiro esquadrão de dez mil soldados viesse ao seu reforço e entregou para um viajante.
O viajante perguntou: "A antiga carta do imperador Zhou, você já tem a resposta?"
Yin Chang negou e procurou a carta nos pertences de Xiao No. O papel de seda com o brasão de leão estava jogado dentro de um baú simples e pequeno. As palavras do imperador Zhou continha um conteúdo que deixou Yin Chang extasiado e em choque como se mil lâminas tivesse perfurando seu peito do nada.
O monge fez suspense novamente e Shen Shining quase arrancou os cabelos. "O que tinha na carta?"
Li Yan respondeu como se tivesse atuando: "Claro comodante do segundo esquadrão, Xiao No, essa majestade foi informado que dois conhecidos dele está se passando por soldados em sua divisão. Você e o ministro de guerra provavelmente não sabem, mas aqueles que vocês chamam de família estão ameaçando o estado natural de Chang'an. Assim que possível, por favor entregue-os. Aguardo ansiosamente a sua resposta em sete dias, se não houver, então eu irei pessoalmente encontrá-los."
Yin Chang ficou sem saber o que fazer. Ele e seu irmão conseguiram se esconder por cinco anos vivendo em harmonia com Ming Song e Xiao No. Isso seria destruído? E então a lembrança de Xiao No tentando fazer um bolo de aniversário para ele e Yin Ping ficou sangrenta. Quando Ming Song ensinou ele a ler e a escrever a cena ficou sangrenta. O lugar onde ele plantou uma árvore de Sakura com Yin Ping ficou sangrenta. O rio que ele nadou com Shen Feng ficou sangrenta. Tudo se tornaria um mar de sangue como a Vila Qin. Yin Chang perderia sua família amada novamente.
Ele pegou Dala-Yi e jogou Yin Ping em um cavalo deixando todos os outros soldados confusos para trás. "Chang o que você está fazendo?"
Yin Chang pegou as rédeas do cavalo que disparou rapidamente. "O imperador Zhou descobriu."
Yin Ping sentiu a garganta ficar com um bolo por conta do desesperado e choque e ele perguntou com dificuldade sentindo seu corpo tremer. "Como?"
"Eu não sei!" Yin Chang suava frio. "Não temos outra opção a não se encontrar Ming e No para fugirmos."
Yin Ping não conseguia dizer mais nada por conta do desespero. Eles dois não pararam por nada em direção a primeira divisão para se encontrar com Ming Song. Afinal, eles dois ainda eram dois jovens desesperados e com traumas que sempre corriam em direção ao seu guardião buscando proteção ou carinho dele.
Três dias e eles chegaram ao campo de batalha principal. Não era nada tranquilo mas nada chocante para eles. Lanças enficadas no chão profundamente com cabeças humanas decapitadas e gritos e som de lâminas de aço se chocando. Yin Chang tentou ignorar os membros degolados voando tentando achar Ming Song naquele mar de sangue. Ele pulou do cavalo e cortou a palma da mão quando viu um soldado indo em sua direção, Dala-Yi bebeu seu sangue gratificante e se tornou uma lâmina afiada pronta para degolar.
Yin Chang estava sem tempo e apenas com um único movimento de Dala-Yi ele cortou o soldado ao meio. Não era uma sensação boa matar alguém mas não era como se ele tivesse outra opção. Naquele tempo era matar ou morrer, e ele se sentiu ignorante por não querer morrer.
O campo da primeira divisão era apenas um mar de caos, suas águas eram vermelhas de sangue e os peixes eram os pedaços de membros extirpados. Yin Chang movimentava Dala-Yi sem parar para poder descansar, no final ele conduziu a cimitarra para enficar seus espinhos até a metade de ser rosto bebendo sangue e ficando mais sanguinária. No final Dala-Yi ficou mais afiada e pesada com sede de sangue, seu poder era assustador e tremendo a ponto de dizimar seus inimigos até mesmo da lâmina prateada os cortarem.
"Chang já está bom!" Yin Ping abraçou Yin Chang de costas. Seus olhos negros voltaram ao normal e ele notou que na região não tinha mais nenhum inimigo, só estão ele ficou tranquilo e caiu exausto de joelhos no chão ofegando pesadamente.
"Algum sinal de No ou Ming?" Sua garganta estava seca implorando por água, mas no final ele ignorou isso e viu Yin Ping negando com a cabeça. "Devemos ir mais para o sudeste, ele é o campo de batalha principal."
Yin Chang estava planejando se levantar quando algo cortou o ar e passou rapidamente através de seu rosto. O corpo do cavalo caiu no chão com um baque forte e uma flecha estava atravessando um de seus olhos, aquela região começou a desintegrar e o cavalo relinchou de dor. Yin Chang se posicionou na frente de Yin Ping tentando protegê-lo enquanto olhava por todas as direções.
Se era um arqueiro então a situação estava perdida. O ataque de Yin Chang era com os punhos ou a cimitarra, ambos lutas corporais próximas. Ele não teria como se defender de flechas envenenadas ou proteger seu irmão.
"Tio No!" Yin Ping gritou vendo um cavalo correr na direção deles. O homem agarrou os dois e arrastaram eles para longe.
"O que vocês estão fazendo aqui?!" Seu rosto estava escorrendo sangue e suas mãos esfoladas.
Yin Chang contraiu a dor e respondeu: "Ele descobriu."
Ele não precisava dizer mais nada, Xiao No entendeu rapidamente e exclamou: "Merda! Como diabos aquele patife descobriu?!"
Yin Chang negou com a cabeça indicando que não sabia. Ele não conseguia pensar em nada por conta da situação. "Song está no campo de batalha principal. Devemos ir para lá, ele saberá o que fazer."
"Você conseguiu falar com ele?"
Xiao No respondeu: "Sim, a situação não está boa. Quarentena e sete mil soldados morreram, contando com os da segunda e terceira não sobra muito. No campo de batalha principal temos apenas três mil. Se nós nos rendermos então seremos mortos ou pelos inimigos ou pelo Imperador Zhou."
Estava tudo perdido.
De repente algo cortou o ar novamente. O cavalo relinchou e jogou eles no chão fugindo de medo mas não foi muito longe quando caiu morto no chão. Algo pulou entre as árvores e apontou o arco para eles três. A mulher vestida de manto verde e orelhas pontudas sorria diabólico quando disse com a voz inebriante doce: "Finalmente peguei os ratinhos."
Xiao No pegou o leque de sua cintura e conjuro ele em seis punhais que voaram na direção da mulher. Três punhais perfuraram a pele dela que jorrou sangue e ela caiu no chão. Xiao No se virou rapidamente para verificar se os meninos estavam bem.
"Song deve está nos esperando, devemos ir rápido."
Yin Chang arregalou os olhos quando viu Xiao No cuspir sangue e algo atravessou sua boca. Ele olhou espantado para o próprio corpo que estava ficando banhado de sangue. "Eu não morreria assim tão fácil com apenas alguns punhais." A mulher pegou outro punhal e perfurou o peito de Xiao No e depois o estômago dele.
Xiao No caiu no chão com seus olhos ainda vidrados nos irmãos gêmeos e sorriu tranquilamente dizendo: "Obrigado por terem sido a minha família."
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