Capítulo 67
POV Brunna
Diante daquele terrível pesadelo, Brunna e Ludmilla tentavam conter o desespero, porém era difícil... A cena de Isabelly ajoelhada abraçada ao corpo da mãe desfalecido e ensanguentado, causava um medo espontâneo no casal.
Pascoal: - Ei...
Isabelly: - O QUE VOCÊ QUER? - Virou-se e apontou a arma para Pascoal.
Pascoal: - Só dizer que lamento...
Ludmilla: - Isa...
Isabelly: - CALA A BOCA LUDMILLA! - Olhou para a negra e fez menção em apontar a arma, até desistir e se virar novamente para o corpo.
Isabelly falava baixinho, para si mesma, o quanto aquilo estava doendo... Longos minutos silenciosos se passaram, até que Caio resolveu dar o ar da graça.
Caio: - E aí cambada? - Olhou ao redor e sorriu ao perceber o pânico que sua presença causava. - Isa, deixa essa velha aí e vamos pro quarto!
A morena nada respondeu, permaneceu abraçada a mãe, chorando silenciosamente.
Caio: - Eii, não viu o que eu disse? - Caminhou até Isabelly e chutou a perna de Guionor. - Bora que já tá começando a feder esse corpo, você vai ter que tomar um banho pra eu poder te foder!
Isabelly: - NUNCA MAIS OUSE FALAR DA MINHA MÃE! - Levantou-se e encarou o namorado. - VOCÊ MATOU A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA MINHA VIDA! - Gritou.
Caio: - Ela estava enchendo a porra do meu saco. - Bufou. - Será que não percebe que mantê-la viva seria um problema para nós?
Isabelly: - NADA JUSTIFICA O QUE VOCÊ FEZ! NADAAAAAAAA!
Caio: - Não estou gostando desse tom Isabelly! - Deu alguns passos na direção da namorada que apontou a armada pra ele.
Isabelly: - NÃO CHEGA PERTOOOOOOO!! - Esbravejou. - FICA LONGE DE MIM, DO MEU FILHO E DA MINHA VIDA! - Olhou para a barriga. - VOCÊ NUNCA VAI DAR O AMOR QUE EU MEREÇO, NEM PRA MIM E NEM PRA ESSA CRIANÇA.
Caio: - Para de gritar feito uma louca, vai atrair mais olhares pra cá! - Falou sério. - Abaixa essa merda de arma e vamos conversar direito! - Tentou intimidar a morena, porém sem sucesso.
Isabelly: - VOCÊ NÃO MANDA MAIS EM MIM! ENTENDEU?????
Caio: - Mando sim, você só faz o que eu quero e isso não vai mudar só porque está com raivinha. - Olhou para o corpo de Guionor e sorriu. - Eliminei um problema, você deveria me agradecer!
Isabelly: - CALA A BOCA, CHEGAAAAAAAAA! - Alisou novamente a barriga. - Meu filho, perdoa a mamãe, mais eu não tive escolha... - Respirou fundo. - Você não perderá nada, pois seu pai nunca valeu muita coisa.
Caio: - Do que está falando? Que papo de doido é esse?
Isabelly: - Esse filho que eu espero, é seu Caio. - Falou simples. - Achei que era de Ludmilla, mais a alguns dias eu soube que ela não poderia me dar filhos pois é vasectomizada.
Caio: - Como é que é? - Franziu o cenho.
Isabelly: - Isso que ouviu, no dia em que transei com a Ludmilla, também transei contigo e estava no período fértil. - Sorriu. - Esse filho é seu, você vai ser papai, parabéns! - Debochou.
Caio: - Tá me zuando?
Isabelly: - Claro que não! - Continuava com a arma apontada para o namorado. - Pena que essa criança jamais vai te conhecer!
Caio: - Ainda bem que não vou precisar te dizer o que fazer, você sabe muito bem que eu não quero criança nenhuma na minha vida, então dê seus pulos e se livra disso mesmo!
Isabelly: - Não é do bebê que vou me livrar Caio, é de você!
Neste momento Isabelly puxou o gatilho e atirou no peito do namorado, que ao receber a bala, arregalou os olhos e se ajoelhou no chão.
Caio: - O que você fez meu amor... - Olhou para a morena com lágrimas nos olhos. - Chame a ambulância, urgente...
Isabelly: - Diga para a minha mãe que eu a amo muito!
Caio: - Sua mãe está morta... - Sussurrou com a mão sobre o peito.
Isabelly: - Você também está morto! - Mirou a arma na cabeça do rapaz, acionou o gatilho novamente e disparou...
O barulho do corpo de Caio se chocando no chão era o único presente naquele instante... Ludmilla, Brunna e Pascoal estavam estáticos com a atitude de Isabelly e não ousaram falar absolutamente nada.
Isabelly: - Você nunca me amou, sempre me humilhou e me usou como bem quis... - Abaixou-se, ficando próximo do rosto de Caio. - Eu demorei tempo demais pra entender os sinais... - Lágrimas banhavam o seu rosto. - A minha vida acabou, perdi a única pessoa que me amou nesse mundo e matei o homem que eu julguei ser a minha alma gêmea... - Suspirou. - Maldita hora que cruzou o meu caminho! - Cuspiu no corpo do namorado. - Eu só sei sentir nojo de ti!
A morena levantou-se e caminhou até Ludmilla, apontando a arma na direção de sua cabeça.
Isabelly: - Me parece mais fácil acabar com tudo agora e me matar por último! - Engatilhou a arma até ouvir um grito.
Brunna: - NÃOOOOOOOOOOO, POR FAVOR NÃO FAÇA ISSO! - Atraiu a atenção de Isabelly. - EU TÔ GRÁVIDA DELA!
Isabelly: - Grávida? - Caminhou até Brunna.
Ludmilla: - Amor? - Arregalou os olhos e sentiu uma emoção tomar conta de si. - Você.... - Embargou a voz.
Brunna: - Eu descobri pouco antes de ser sequestrada. - Olhou para a barriga e em seguida nos olhos de Isabelly. - Lamento tudo que aconteceu aqui, você foi vítima do Caio e eu também... - Respirou fundo. - A diferença é que nós podemos escolher como essa história vai ou não nos afetar. - Fechou os olhos. - Eu só quero poder viver esse momento ao lado da Ludmilla, porque ela me ensinou a amar de verdade e me deu coragem pra lutar contra pessoas como ele. - Voltou a encarar a morena. - Minha família está em suas mãos, por favor, nos dê a chance de ser feliz!
Ludmilla: - Isa, deixe a Bru ir... - Olhou para a loira com lágrimas nos olhos. - Você mal a conhece... - Começou a soluçar. - Desconte em mim toda a raiva que tem, mais permita que a minha mulher e o nosso bebê sobreviva...
Isabelly: - Nosso bebê? - Franziu o cenho. - E a vasectomia?
Ludmilla: - Eu reverti em janeiro... Agora já sou fértil novamente!
Isabelly: - Então... - Olhou para Brunna e em seguida para a negra. - Você quer esse filho?
Ludmilla: - Claro que sim, é fruto do nosso amor... - Deu um meio sorriso na direção de sua amada. - Eu fiz o processo de reversão pensando no dia em que decidiríamos ser mamães, queria estar pronta, mais acho que Deus decidiu por nós e eu não posso estar mais feliz!
Brunna: - Isabelly, por favor!
Pascoal: - Eu dou um jeito de tu sair daqui, sem polícia...
Isabelly: - CHEGA! - Falou mais alto que o normal. - Não quero ouvir mais nada! - Largou a arma no chão e caminhou até Ludmilla. - Seja o que o Caio não foi e dê para o seu filho todo o amor desse mundo. - Abriu as algemas, libertando a negra. - Eu seria injusta se dissesse que em algum momento não fui feliz ao seu lado, o problema é que eu nunca estive a sua altura, porque não estava entregue por inteiro.
Ludmilla: - Obrigada Isa... - Falou visivelmente emocionada vendo a morena caminhar até pascoal e fazer sinal para que continuasse ali.
Isabelly: - Quero que me prometa que minha mãe terá um enterro digno. - Falou chorosa enquanto libertava o líder da comunidade.
Pascoal: - Tem minha palavra!
Em seguida Isabelly caminhou até Brunna que estava com cordas amarradas nas mãos e nos pés, e enfim a libertou.
Isabelly: - Eu não tenho o direito de acabar com o seu sonho só porque o meu não deu certo. - Suspirou. - Seja feliz Brunna.
A cada passo que a morena dava, ela lembrava das palavras que Guionor lhe disse antes de ir pra cima de Caio.
"você sabe que está fazendo coisas erradas e eu espero que não seja esse o caminho que deseja seguir! Sempre há tempo."
Isabelly sentou-se ao lado do corpo da mãe e voltou a chorar, enquanto isso Pascoal recuperou o celular e pediu que os homens que estavam a paisana entrassem no local de forma pacífica.
Ludmilla: - Amor... - Se aproximou da loira e a abraçou com força, se permitindo chorar e ouvir que a amada fazia o mesmo, não havia nada para ser dito, apenas o alívio de estarem vivas e daquele pesadelo enfim ter acabado.
Brunna: - Eu te amo, queria que soubesse de outra forma... - Encarou a negra e limpou suas lágrimas. - Seremos mamães! - Sorriu.
Ludmilla: - Eu tive tanto medo de te perder... - Alisou o rosto da amada. - Agora mais do que nunca, quero proteger vocês pra sempre... - Colocou a mão na barriga da loira. - Obrigada por esse presente!
Brunna: - Jura que não acha cedo demais?
Ludmilla: - Quero tudo contigo, e se essa é a forma de iniciarmos nosso para sempre, eu só posso dizer que me sinto a pessoa mais feliz do planeta! - Selou seus lábios com amor, ternura, saudade e um pouco de medo... - Nunca mais vou desgrudar de vocês! Te amo... - Se ajoelhou e beijou a barriga de Brunna. - Te amo também neném, vocês são a minha vida!
O casal voltou a se abraçar e trocar carinhos, totalmente alheias ao que estava acontecendo naquele cômodo...
Alguns homens entraram na casa, seguidos de policiais que deram ordem de prisão para Isabelly ao ouvirem de Pascoal o que aconteceu. A morena deu um último beijo em sua mãe e se entregou, sendo conduzida para a viatura.
Pascoal: - Precisaremos ir até a delegacia prestar depoimento.
Ludmilla: - Iremos sim, porém antes eu quero que a Bru passe em algum pronto socorro.
Pascoal: - Claro, eu já avisei a situação e uma ambulância já foi acionada.
Brunna: - Amor, mais eu estou bem...
Ludmilla: - Eu sei meu anjo, mais precisamos nos certificar que está tudo bem contigo e com o bebê, foram dias estressantes e tenho certeza que não se alimentou direito, fora a desidratação. - Olhou para Pascoal. - Consegue uma garrafa de água pra mim?
Pascoal: - Agora mesmo! - Saiu as pressas.
Brunna: - Apesar de tudo eles me mantiveram alimentada...
Ludmilla: - Menos mal, ainda assim, seu rosto está todo marcado!
Brunna: - Ele me bateu algumas vezes... - Abaixou a cabeça. - Mais eu mantive minha barriga protegida. - Olhou nos olhos da negra. - Acho que você precisa mais de hospital do que eu. - Tocou no nariz da amada e sentiu ela recuar.
Ludmilla: - Aiii. - Fez cara de dor. - Com toda essa adrenalina, nem me toquei que talvez tenha quebrado o nariz. - Lamentou. - Estou com certa dificuldade de respirar por ele.
Brunna: - Acho que sou eu quem precisa cuidar de ti... - Fez um carinho em seu rosto.
Em alguns minutos Pascoal voltou com a água que Ludmila pediu e já era possível escutar uma grande movimentação do lado de fora da casa, bem como, o barulho de helicópteros sobrevoando a Comunidade.
Pascoal: - A imprensa já está noticiando sobre o sequestro.
Ludmilla: - Cara, eu nem sei como te agradecer. - Se aproximou do rapaz e o abraçou. - Não quero nem pensar o que poderia ter acontecido caso não tivéssemos entrado.
Pascoal: - Estou feliz que tudo terminou bem pra ti, uma pena foi a dona ali. - Apontou para Guionor.
Ludmilla: - Verdade...
Brunna: - Ela foi muito corajosa.
Ludmilla: - Acho que ela sabia que esse seria seu fim ao ir enfrentar esse bandido, por isso falou tantas coisas pra Isabelly.
Pascoal: - Sim, ela foi pra cova dos leões e se despediu antes...
Brunna: - Que Deus a tenha!
Ludmilla: - Caraca que loucura... - Respirou fundo.
---
Policial: - A ambulância chegou. - Olhou para o casal. - Vocês duas precisam de cuidados médicos.
Pascoal: - Bora, que a perícia vai entrar também. - Assentiram.
Ludmilla e Brunna foram levadas para a ambulância que iniciou os primeiros atendimentos antes mesmo de seguir rumo a algum hospital local.
Na televisão e nas redes sociais só se falava disso, do fim de um sequestro que ninguém sequer sabia que estava acontecendo e da morte do sequestrador e foragido Caio.
***
Beijosssssss
Feliz Natal meu povoooo!
Voltamos a respirar com tranquilidade não é mesmo?
Avisem dos erros, votem e comentem!
A Isa, merece o nosso perdão?
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