Capítulo 65
POV Ludmilla
Em menos de 10 minutos, Ludmilla já invadia o apartamento dos Gonçalves que estavam tão perplexos quanto a negra. O noticiário da TV informava que durante a transferência para o presídio de segurança máxima, Caio e mais alguns prisioneiros escaparam naquela manhã...
Jorge: - Ludmilla, diga que isso é mentira. - Com os olhos inchados de tanto chorar, o mais velho abraçou a nora que também se entregou as lágrimas.
Mia: - Estou despedaçada... - Mia parecia anestesiada... Ela estava sentada no sofá da sala, olhando para o nada e repetindo a mesma frase a cada 5 minutos. Brunno por sua vez, tentava forçar a mãe a tomar um remédio que a tranquilizasse, porém não obteve sucesso.
Brunno: - Ainda não acredito que isso está acontecendo... - Suspirou derrotado. - A Jú está vindo, mais pelo que ela contou, esse canalha já está com a Bru a umas 3 horas e até agora não entrou em contato.
Ludmilla: - Não sei o que esse filho da puta pretende, mais tenho medo que a intenção dele não seja financeira...
Jorge: - Como assim? - Olhou preocupado com a afirmação da negra.
Ludmilla: - A Bru o denunciou, depois dela vieram outras, porém o motivo dele ter sido preso, foi a coragem da minha princesa... - Assentiram. - Meu receio é que ele queira vingança, fazê-la sofrer, ou...
Brunno: - Não completa! - Falou com a voz embargada. - Vamos encontra-la ok?
Ludmilla: - Nem sei por onde começar...
Uma batida na porta atraiu a atenção de todos, a expectativa de ver Brunna passando por aquela porta era imensa, porém, era Juliana que adentrava o apartamento.
Juliana: - Ludddd. - Correu e abraçou a negra, tremendo de nervoso e fazendo o clima voltar a ficar pesado e triste. - Eu juro que eu queria ter feito algo...
Mia: - Minha filha... Eu quero ela de volta! - Abriu os braços para oferecer abrigo a Juliana.
Juliana: - Tia, e agora? - Fungou. - Alguma notícia dela?
Mia: - Nada...
Jorge: - O inspetor Maurício está chegando para nos auxiliar.
Ludmilla: - Nesses casos é melhor não envolver a polícia....
Jorge: - Eu não vou fazer da minha vida uma novela, pois são só nelas que o bandido determina o que a família faz ou deixa de fazer. - Falou firme. - Precisamos de apoio policial, se quisermos ter alguma chance!
Ludmilla: - Me desculpe. - Abaixou a cabeça e voltou a chorar silenciosamente.
Jorge: - Desculpe você, eu acabei me exaltando...
Brunno: - Eu sei que os nervos estão a flor da pele, ta foda mesmo, mais vamos tentar manter a calma, precisamos ser frios pra agir com cautela e não colocar tudo a perder!
Juliana: - É aquele Maurício?
Brunno: - Sim...
Ludmilla: - Por que esse suspense? - Estranhou.
Jorge: - Maurício é um amigo da família, ele é investigador, trabalha paralelamente com a polícia...
Mia: - E sempre foi apaixonado pela Brunna.
Ludmilla: - Como é? - Franziu o cenho.
Mia: - Antes dela resolver estudar fora, ele veio se declarar, mais a Brunna nem considerou a possibilidade de lhe dar uma chance, tudo por causa do maldito do Caio.
Ludmilla: - Entendi. - Cruzou os braços e tentou disfarçar o incomodo.
Juliana: - Maurício nunca teve chance e agora muito menos. - Piscou e se permitiu sorrir ao lembrar que Ludmilla não tinha motivos para ter ciúmes, já que além de ter o amor da amiga, também havia lhe ajudado a realizar o sonho de ser mãe.
Mais algumas batidas na porta e dessa vez foi o investigador quem adentrou no apartamento.
Maurício: - Olá a todos. - Cheio de adereços, o rapaz foi até a linha telefônica e instalou uma espécie de escuta que era interligada a um notebook que ele carregava. - Desculpe a pressa, mais é que a Brunna pode estar em perigo e não podemos perder tempo.
Mia: - O que está fazendo?
Maurício: - Coloquei uma escuta que vai rastrear qualquer ligação que receberem, basta que permaneçam pelo menos 1 minuto com a outra pessoa na linha.
Brunno: - Certo...
Maurício: - O sequestrador já entrou em contato?
Ludmilla: - Não!
Maurício: - Desculpe... Você, quem é? - Estranhou a presença de Ludmilla.
Ludmilla: - Sou a namorada da Brunna, prazer. - Estendeu a mão e percebeu que o rapaz resistiu um pouco até corresponder o gesto.
Maurício: - Não sabia que...
Ludmilla: - Somos mesmo discretas, porém, muito felizes. - Sorriu largo e virou-se de costa, pois estava tentando se conter para não falar um belo de um palavrão.
Jorge: - Espero que consiga nos ajudar.
Maurício: - Farei o meu melhor!
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5 dias depois....
Jorge: - Bom dia Renato. - Cumprimentou o amigo com um forte abraço.
Renato: - Como vocês estão?
Jorge: - Não consigo te responder. - Deixou algumas lágrimas caírem. - Mirian e Júlia foram pra casa de Angra, as coisas estavam pesadas demais pra minha pequenina.
Renato: - Eu imagino... - Lamentou. - Onde está a Ludmilla?
Jorge: - Ali sentada no chão, ela passa quase todo o tempo assim, chorando, rezando e se debatendo...
Renato: - Nossa, me parece até um pouco mais magra.
Jorge: - Sim, está se alimentando mal, só sai daqui pra tomar banho, porém passa pouco tempo fora...
Renato: - Vou tentar conversar com ela, mais tenho certeza que não terei sucesso.
Jorge: - Sua filha está se mostrando mais forte do que realmente é e isso é invejável, pois eu desabo todas as vezes que me recordo que estamos a quase 6 dias sem saber da minha Bru.
Renato: - Calma meu amigo...
Jorge: - E se ele...
Renato: - Não pense bobagens, ela está bem e vai voltar pra casa sã e salva. - Assentiu.
Enquanto Renato tentava consolar a filha que agora chorava em tom de desespero, Jorge recebeu uma ligação anônima e tratou de sinalizar para que todos fizessem silêncio.
POV Jorge
Ligação on 📱
Jorge: - Alô!
Caio: - Oi chefinho, sentiu minha falta?
Jorge: - Onde está minha filha seu covarde.
Caio: - Nossa, está raivoso.
Jorge: - Se você fizer algo com ela, eu juro, vou te caçar até te encontrar e te matar com as minhas próprias mãos!
Caio: - Olha aqui seu velho de merda, é assim mesmo que quer tratar o cara que está com a sua joia mais preciosa? - Falou com sarcasmo na voz. - Eu juro que estou tentando facilitar pra vocês, mais ligar pra ser insultado não faz muito o meu estilo, portanto, ou você começa a falar direito nessa porra, ou acabo com tudo agora mesmo, entendeu?
Jorge: - Sim...
Caio: - Que bom que não vou precisar repetir!
Jorge: - Qual é o seu preço?
Caio: - Opaaaaaaaaaa, agora sim está me tratando como mereço. Prepare seu bolso!
Jorge: - Eu preciso ouvir a voz dela, quero uma prova que está tudo bem!
Caio: - Fala oi pro seu papaizinho meu amor.
Brunna: - Papai socorroooo, pelo amor de Deus, eu não posso mais ficar aqui, ele está louco!
Caio: - Cala a porra da boca. - Ouviu-se um estalo que pelo resmungo ao fundo, indicava que ele tinha agredido Brunna.
Jorge: - Se você continuar encostando a mão nela...
Caio: - Olha aqui, quem dá as cartas sou eu! - Alterou o tom de voz. - E vou bater nela até eu achar que devo, sabe por que? - Gargalhou. - Agora vocês temem do que sou capaz, mais quando essa puta me jogou no xilindró ninguém pensou no meu sofrimento... Isso não é poético?
Jorge: - Você está doido Caio.
Caio: - Tô mesmo, tô malucoooooooooooooooo! - Gritou. - E posso fazer barbaridades com a Brunna se não fizer exatamente o que estou pedindo.
Jorge: - Quanto?
Caio: - 10 milhões, em espécie.
Jorge: - Meu Deus!
Caio: - Se reclamar eu aumento o valor...
Jorge: - Onde faremos a troca, qual a garantia que realmente não vai fazer nada com ela?
Caio: - A garantia sou eu, você vai ter que confiar, simples assim! - Respirou fundo. - Vou entrar em contato amanhã pra combinar a troca, mais já aviso, se colocar polícia nisso, ela morre!
Jorge: - Ok...
Caio: - E quanto a Ludmilla, diga pra ela ficar tranquila que ainda não toquei na namoradinha dela, mais estou estudando a possibilidade de arrombar sua bucetinha, só pra dar o gostinho dela nunca mais esquecer de mim quando estiverem na cama.
Jorge: - Olha....
Caio: - Tchau velhote, amanhã falamos!
Ligação off 📱
Ludmilla: - Ela ainda está viva... - Correu e abraçou Jorge que estava igualmente emocionado.
Maurício: - Já tenho a localização, agora se quiser, podemos acionar a polícia e planejar a invasão.
Jorge: - Vamos ter cautela. - Ponderou.
Brunno: - Isso mesmo, esse cara não está pra brincadeira e não podemos arriscar a vida da Bru.
Ludmilla: - Onde eles estão?
Maurício: - Aqui indica que a poucos km de nós, eles estão na Rocinha.
Ludmilla ouviu aquela informação e por alguns minutos ficou estática, processando tudo, até que saiu as pressas, sem dar nenhuma satisfação.
Renato: - Meu Deus, só espero que ela não esteja indo fazer alguma bobagem.
Brunno: - Eu também...
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POV Ludmilla
Sem pensar, era assim que Ludmilla estava diante daquele volante... Ao ouvir o nome do lugar onde possivelmente Brunna estava, a negra não perdeu tempo e foi tentar resolver as coisas da sua maneira.
Ao chegar na Rocinha, ela foi até a casa de Pascoal, um influente e respeitado membro da comunidade.
Denise: - Ludmilla? - Franziu o cenho. - Não esperava a sua visita...
Ludmilla: - Desculpe vir sem avisar Denise, é que precisava muito falar com o Pascoal.
Denise: - Está tão abatida... - Encarou a negra de cima a baixo. - Aconteceu alguma coisa?
Ludmilla: - Aconteceu... - Respirou fundo. - Minha namorada foi sequestrada a alguns dias, e hoje o desgraçado resolveu fazer contato com a família dela.
Denise: - Minha nossa! - Deu passagem. - Entre pra me contar direito essa história, o Pascoal está saindo do banho.
Ludmilla entrou na casa de Denise e desabafou sentada no sofá, a negra estava tão vulnerável que mesmo não tendo tanta intimidade com a moradora, acabou chorando ao relatar tudo que estava acontecendo.
Denise: - Como existe gente ruim nesse mundo... - Lamentou. - Eu sei que o Pascoal não é a melhor versão de pai e nem de marido, pois eu vivo morrendo de medo dele nunca mais voltar pra casa toda vez que resolve sair pra resolver essas merdas, ainda assim, eu não consigo imaginar a minha vida sem o meu rabugentinho...
Pascoal: - Falando de mim mulher? - Apareceu na sala e abraçou Denise de lado.
Denise: - Sim... - Sorriu. - Estava comentando que não te acho um bom exemplo, mais morro de medo de te perder!
Pascoal: - Eu sei que tu esperava um príncipe encantado... - Fez um carinho em seu rosto. - Mais vai ter que se contentar com o sapão aqui! - Piscou.
Denise: - Credo, odeio sapo! - Brincou.
Pascoal: - E você Ludmilla, a que devo a honra dessa visita?
Ludmilla: - Preciso da sua ajuda!
Pascoal: - O que aconteceu?
Ludmilla: - Sequestraram a Bru e ela tá em algum lugar aqui da Rocinha.
Pascoal: - Tem certeza do que tá falando?
Ludmilla: - Sim, absoluta!
Pascoal: - Certo... Pera ai!
Pascoal ficou 20 minutos fazendo algumas ligações, enquanto isso Ludmilla tentava se distrair com sua própria esperança.
Ludmilla: - E então?
Pascoal: - Um rapaz alugou uma casa na ponta do morro. - Mostrou o celular. - Esse cara aqui.
Ludmilla: - É ele, é ele!!!! - Levantou-se eufórica.
Pascoal: - Calma... - Estendeu a mão. - Lá na ponta é difícil subir de carro, também tem pouco morador, é mais esquema de tráfico mesmo...
Ludmilla: - O que quer dizer?
Pascoal: - Se for entrar, vai ter que ir sem polícia, senão vai me queimar.
Ludmilla: - Eu vou, só me explica onde fica!
Pascoal: - Porra, não é assim... - Falou sério. - Acha que eu vou te deixar meter as caras nisso sozinha?
Ludmilla: - Ela está correndo risco de vida...
Pascoal: - Vamos traçar um plano, você vai precisar confiar nos manos e em mim, já é?
Ludmilla: - Já é!
Denise: - Amor, tem uma senhora que precisa falar contigo.
Pascoal: - Veio pagar imposto?
Denise: - Ela não quis adiantar o assunto.
Pascoal: - Qual é o nome?
Denise: - Guionor.
Ludmilla: - Guionor?
Pascoal: - Tu conhece?
Ludmilla: - Pode ser coincidência, mais é o nome da mãe de um dos sequestradores.
Pascoal: - Nesse mundo do crime, nada é por acaso. - Olhou para a esposa e assentiu. - Manda entrar!
Assim que adentrou na casa de Pascoal, Guionor tomou um susto ao ver Ludmilla, e até tentou voltar atrás, porém foi segura por Denise.
Denise: - Oxi, aonde pensa que vai?
Ludmilla: - Dona Guionor. - Avançou até a mais velha. - Vou fazer a sua filha pagar tudo que me fez e se ela tocar um dedo na minha Bru... - Cerrou o punho. - Juro que não vou me importar de passar o resto dos meus dias atrás das grades!
Guionor: - Olha lá como fala da Isa.
Ludmilla: - FALO COMO EU QUISER!!!!! - Gritou e foi segura por Pascoal.
Pascoal: - Cara, se afasta. - Deu um leve empurrão na negra. - Deixa que eu resolvo aqui. - Olhou para Guionor. - O que quer?
Guionor: - Me indicaram você para encontrar minha filha...
Pascoal: - Caraca, tô com cara de detetive agora. - Ergueu os braços.
Guionor: - Eu preciso salva-la, por favor, me ajude.
Ludmilla: - Salvar uma sequestradora de merda??? Está brincando?
Pascoal: - Cala a porra da boca Ludmilla, só está piorando as coisas. - Repreendeu a negra que corou. - Explica essa história direito.
Guionor: - Minha filha se chama Isabelly, ela está grávida e infelizmente se uniu a um traste chamado Caio, que sequestrou uma moça.
Pascoal: - E o que eu tenho a ver com isso?
Guionor: - Eu sei que nada, porém aqui quem fala é uma mãe desesperada, que sabe que a filha está fazendo besteira, mais acredita que ela tem salvação... - Abaixou a cabeça e começou a chorar. - Tenho certeza que o senhor como um bom líder de comunidade, não vai querer a polícia rondando as extremidades e eu também não quero nem pensar na minha filha saindo daqui dentro de um camburão... - Respirou fundo. - Ajude-me a encontra-la, não sei como te pagar, estou sem dinheiro, mais prometo...
Pascoal: - Chega!
Guionor: - Desculpe...
Pascoal: - Eu já sei onde sua filha está, e vou leva-la até lá.
Ludmilla: - E eu?
Pascoal: - Você vem junto!
Ludmilla, Guionor e Pascoal partiram, deixando Denise apreensiva sobre o desfecho de toda aquela situação...
***
Beijos galeraaaaaaaaaaaa!
Voltei hennn, e aí, a Lud fez certo de ir sozinha nesse resgate?
Avisem dos erros, votem e comentem muito!
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