Capítulo 34
POV Ludmilla
Aproveitando a última semana de férias, Marcos e Ludmilla fizeram algumas reformas no estúdio da Rocinha e alinharam como seria aquele novo ano de atendimento na Comunidade.
Daiane: - Como pretendem organizar as aulas? - Os amigos estavam fazendo um lanche no Trapiá.
Marcos: - Lud, pensou em algo? - A negra estava com o pensamento longe. - Ludmilla? - Alterou o tom de voz para chamar sua atenção.
Ludmilla: - Oi... Desculpa, estava distraída... - Sorriu.
Marcos: - Deixa eu ver se adivinho... - Colocou a mão no queixo e fingiu estar pensativo. - Pensando na Brunna?
Daiane: - Ah mais isso é óbvio!
Ludmilla: - Ela não sai da minha mente, acho que pode ser saudade...
Marcos: - Pelo amor de Deus, vocês se viram ontem! - Ergueu os braços endossando o questionamento.
Ludmilla: - Mais foi rápido... - Fez um bico.
Daiane: - Sai desse corpo que não te pertence!
Ludmilla: - Claro que pertence, essa é a versão que eu relutei tanto pra assumir.
Marcos: - Uma eterna romântica! - Revirou os olhos e viu Daiane gargalhar.
Ludmilla: - Vocês são uns invejosos! - Bufou.
Marcos: - Acho que agora temos a atenção dela...
Daiane: - Sim... - Sorriu.
Marcos: - E aí, como pensou em organizar as aulas agora que recebemos novos alunos?
Ludmilla: - Quanto foram no total.
Daiane: - 20!
Ludmilla: - Caraca, sério? - Sorriu largo.
Daiane: - Sim... A ação do final de ano deu bons frutos.
Marcos: - Minha mãe disse que as crianças estão se animando com o projeto, teremos futuros fotógrafos na Rocinha.
Daiane: - Tenho muito orgulho do que fazemos. - Falou animada.
Ludmilla: - E eu? Como acham que me sinto estando a frente de algo tão nobre? E mais... Compartilhando esse sonho com amigos que considero como irmãos?
Marcos: - Essa é a hora que nós choramos?
Ludmilla: - Acho que sim. - Sorriu. - Abraço coletivo?
Daiane: - Sim!! - Levantou-se, seguida de Marcos e Ludmilla para o cumprimento.
Ludmilla: - Amo vocês!
Marcos: - Nós também, mesmo agora você sendo toda emocionadinha.
Daiane: - kkkkkkkkkk. - Encerrou o contato.
Ludmilla: - Enfim... Vamos continuar atendendo em 2 dias da semana, formaremos 4 turmas com aulas de segunda e terça-feira.
Marcos: - Nossa, não é melhor mais no meio da semana?
Ludmilla: - Esses dias são mais calmos na empresa do meu pai, eu repensei e acho que preciso dar um suporte maior lá.
Daiane: - Olhaaaa! - Arregalou os olhos.
Ludmilla: - Querendo ou não, eu mantenho tudo que construí com os dividendos que ganho da Imagine. - Respirou fundo. - Não vou assumir cargo nenhum, mais quero estar mais disponível, principalmente agora que a Lulu voltou.
Marcos: - Entendi...
Ludmilla: - Segunda e terça atendemos na Rocinha e de quarta em diante todos ficam livres para suas demandas particulares, o que acham?
Daiane: - Por mim fechado!
Marcos: - Está mais que ótimo!
Ludmilla: - Marcos, eventualmente eu vou te convocar para fazer alguns trabalhos comigo.
Marcos: - Opa, perfeito!
Ludmilla: - Precisamos também intensificar nossas aulas no início da semana mesmo. - Assentiu.
Marcos: - Já que teremos algum tempo livre, posso começar o curso que me indicou.
Ludmilla: - Seria ótimo, assim eu apenas complemento com a minha experiência.
Daiane: - Já eu, vou aproveitar o resto da semana pra galinhar o máximo que conseguir.
Marcos: - Uma hora tu ainda vai entrar numa fria. - Alertou a amiga.
Daiane: - Relaxa Markito, todas são solteiras e já aviso que é só sexo casual.
Ludmilla: - Solteiras? - Franziu o cenho. - E a Lorena? Ela tinha namorado né?
Daiane: - Foi um deslize...
Marcos: - E a Suzana?
Daiane: - Ok, outro deslize... - Coçou a cabeça.
Ludmilla: - Dai, não vou criticar o seu estilo de vida, até porque também me relacionava sem compromisso, porém nunca com várias ao mesmo tempo e muito menos comprometidas.
Daiane: - Elas me atentam...
Ludmilla: - Isso é coisa séria, não quero que se envolva em algo que não dê conta de sair, tome cuidado!
Daiane: - Vou me policiar! - Piscou.
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Mais tarde, ao chegar no apartamento, Ludmilla e Marcos resolveram ver um filme qualquer e conversar um pouco sobre a vida.
Marcos: - Quais os planos do final de semana?
Ludmilla: - Combinei de viajar com a Brunna e os irmãos.
Marcos: - Irmãos? - Encarou a negra sem entender.
Ludmilla: - O irmão dela deu a ideia de sairmos de casal, mais a pequena Júlia disse que quer nos acompanhar.
Marcos: - Entendi... - Sorriu. - E vão leva-la?
Ludmilla: - Sim, ela é um amorzinho, não vai dar trabalho nenhum.
Marcos: - E pra onde irão?
Ludmilla: - Angra dos Reis.
Marcos: - Poxa, legal...
Ludmilla: - E você, o que pretende fazer?
Marcos: - Luiz Jorge me chamou pra sair.
Ludmilla: - Hummmm...
Marcos: - Vou né? - Corou.
Ludmilla: - Já sabe, se quiserem esticar e ficar por aqui, o apartamento é seu! - Assentiu.
Marcos: - Valew Lud!
Ludmilla: - Alguém precisa transar nesse lugar. - Gargalharam.
Marcos: - Você e a Brunna, nada?
Ludmilla: - Sinto que ela não está confortável, então quero dar o tempo necessário que ela precisa.
Marcos: - E não sente falta?
Ludmilla: - Claro que sim, mais é diferente... - Suspirou. - Meu corpo pede algo, mais minha mente é sábia o suficiente para manter o controle da situação. - Piscou. - Ainda estamos no início do namoro, não vou acelerar nada, pois qualquer momento com ela, sendo na cama ou não, são igualmente prazerosos.
Marcos: - Cadelinha raiz?
Ludmilla: - Com muito orgulho. - Sorriu largo.
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POV Brunna
Depois de mais um dia cheio na empresa e com os pensamentos a mil, Brunna chegou no apartamento de seus pais. A loira tinha que colocar em prática o que combinou com Fernanda, já que no dia seguinte teria uma nova consulta.
Brunna: - Boa noite. - Cumprimentou a família que estava na sala. - Que bom encontra-los juntos, preciso conversar com vocês. - Respirou fundo, demonstrando um certo nervosismo.
Brunno: - Aconteceu alguma coisa? - Entranhou a postura tensa da irmã.
Mia: - Que foi meu amor?
Júlia: - Oi Bru, está tudo bem?
Brunna: - Está sim pequena, preciso que você vá jogar vídeo game, a conversa é só para os adultos. - Se aproximou da menor e depositou um beijo em seu rosto.
Jorge: - Júlia, faça o que sua irmã pediu.
Júlia: - Tudo bem, vou ver se o Yuri está online. - Sorriu sapeca e saiu correndo.
Mia: - Solta a bomba!
Brunna com certa dificuldade contou o que houve naquela noite com Caio, também aproveitou para falar sobre o relacionamento deles nesse período em que ela esteve fora do país e por fim do quanto tudo isso está afetando-a psicologicamente.
Jorge: - Está me dizendo que eu apoiei um abusador? - Levantou-se e ficou andando de um lado para o outro. - Vamos agora prestar queixa!
Brunno: - Eu quero quebrar esse vagabundo. - Cruzou os braços e fechou a cara. - Por que não nos contou antes? Agora que temos essa medida restritiva, não podemos ir até ele!
Mia: - Mais nada nos impede de fazer o correto, que é realizar a denuncia. - Abraçou a filha de lado que estava visivelmente abalada.
Brunna: - Não sei... - Soluçou. - Por favor, me deem mais tempo...
Jorge: - Não quero te ver chorando meu amor. - Se aproximou e envolveu a loira em seus braços. - Tudo o que nos disse aqui, é tão sério que meu coração está em pedaços, ainda assim, antes de me afundar em culpa, preciso estar firme para te ajudar a resolver tudo isso!
Brunna: - Culpa?
Jorge: - Fui uma pai de merda, te joguei pra esse canalha por achar que ele era um bom partido... - Balançou a cabeça negativamente. - Afinal de contas, quem eu penso que sou pra saber o que é ou não bom pra ti?
Brunno: - Ele te enganou, assim como a todos nós!
Mia: - Falem por vocês, eu nunca fui a favor dessa relação e sempre deixei bem claro!
Jorge: - Verdade...
Mia: - Ainda assim, agora não é o momento de procurar culpados, de forma geral todos somos vítimas e a maior está aqui. - Apontou para Brunna que ainda estava abraçada com seu pai.
Brunna: - Mamãe tem razão... - Respirou fundo. - Nós não temos culpa da falha de caráter dele.
Brunno: - Mais somos responsáveis pela possibilidade dele ficar impune! - Falou firme. - Precisamos denuncia-lo Brunna.
Mia: - Sua irmã pediu um tempo e iremos respeitar isso.
Brunno: - Mais...
Mia: - Sem mais Brunno. - Falou séria. - Nós não passamos pelo que ela passou, então não estamos em posição de força-la.
Jorge: - Sua mãe está certa...
Mia: - Eu quero justiça tanto quanto vocês, mas não pretendo passar por cima dos desejos da Brunna! E como Matriarca dessa família, ordeno que respeitem também, não estamos aqui pra seguir os mesmos passos desse abusador medíocre.
Brunno: - Certo. - Engoliu seco.
Brunna: - Obrigada... - Chorava se cessar.
Mia: - Meu amor, somos sua família e jamais vamos te abandonar. - Se aproximou e se juntou a Jorge no abraço. - Nunca mais quero te ouvir falando que foi fraca, você é a menina mais forte que eu já conheci e tenho muito orgulho de ser sua mãe.
Brunno: - Existe apenas um culpado aqui, chega de dividir isso com ele, não é justo contigo se colocar em um lugar que só o pertence. - Beijou a loira e deixou uma lágrima escapar. - Sou seu irmão e prometi te proteger com a minha vida... - Soluçou. - Mesmo me sentindo incapaz, quero que saiba que estou aqui, por você sempre!
Brunna: - Obrigada...
Jorge: - Tudo será no seu tempo, e iremos juntos à delegacia quando decidir ser o melhor momento!
Brunno: - Ninguém larga a mão de ninguém!
Mia: - Porque somos os Gonçalves e filha da puta nenhum, vai nos fazer chorar e passar batido!
Brunna: - Amo vocês! Amo demais. - Se abraçaram e perceberam a chegada de Júlia que sem perguntar absolutamente nada, se juntou ao demais.
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No dia seguinte, com os ânimos mais estabilizados, Brunna chegou cedo na empresa pois precisava se programar para uma de suas reuniões, que foi remarcada para próximo do horário do almoço, visto que a loira tinha consulta com Fernanda no período da tarde.
Durante a reunião, Brunna pediu que seu irmão a acompanhasse, pois percebeu que um dos clientes estava com outras intenções.
Brunno: - Eduardo, vamos até a minha sala para formalizarmos a devolução?
Eduardo: - Claro que sim. - Olhou para seu acompanhante. - Reinaldo, vai me esperar?
Reinaldo: - Não, vou acompanhar a Brunna no almoço.
Brunna: - Vai?
Reinaldo: - Sim, ouvi que está indo almoçar, então te faço companhia.
Brunna: - Não precisa...- Falou sem graça.
Reinaldo: - Claro que precisa, faço questão! - Levantou-se e foi até a porta, indicando que a loira saísse. - Vamos!
Brunna: - Sabe o que é Reinaldo? - Passou pela porta e foi seguida pelo rapaz. - Não vejo com bons olhos sair contigo pra almoçar.
Reinaldo: - Brunna, é só um almoço, o que tem de mais nisso? - Entraram no elevador.
Brunna: - Eu notei os seus olhares durante a reunião, não sei o que veio fazer aqui, mais eu tenho 0 interesse em corresponder as suas investidas.
Reinaldo: - Achei que tivesse conseguido disfarçar...
Brunna: - Não conseguiu e me deixou desconfortável. - Saíram do elevador e caminharam até o saguão. - Espero que entenda que prefiro seguir só!
Ao se esquivar do rapaz a loira foi interceptada por ele, que lhe deu um puxão no braço, fazendo seus corpos se colarem momentaneamente.
Reinaldo: - Fica muito difícil resistir a você! - Tentou se aproximar, porém foi empurrado por Brunna.
Brunna: - Dá próxima vez que tocar em mim...
Reinaldo: - Vai fazer o que? Vai me bater? Estou só tentando te cortejar.
Ludmilla: - Acho que ficou muito claro que ela não tem interesse em você! - Empurrou o rapaz com certa força, fazendo-o tropicar. - Oi amor!
Brunna: - Oi. - Sorriu largo e se aproximou da negra. - Quantos beijos merece por me chamar assim?
Ludmilla: - Se forem muitos, posso repetir de 5 em 5 minutos. - Beijou a loira com paixão, ignorando o local onde estavam e as pessoas ao redor.
Reinaldo: - Que palhaçada é essa... - Cruzou os braços e ficou assistindo a cena, até notar que ao se separarem a negra veio em sua direção.
Ludmilla: - A sua sorte é que estamos na empresa dela e quero evitar qualquer tipo de comentário. - Encarou o rapaz. - Mais se tocar na minha garota de novo, eu juro que te arrebento a cara.
Reinaldo: - Isso é uma piada?
Ludmilla: - Sim, você achando que tem chance com a minha namorada é mesmo a melhor piada que eu vou ouvir hoje. - Puxou Brunna pelo braço e a abraçou de lado. - Amor, ele não vai mais te importunar.
Brunna: - Ótimo!
Reinaldo: - Quer saber, tanto faz, eu não quero mesmo voltar nessa empresa de corruptos!
Brunna: - Nós também não fazemos questão de continuar a parceria com vocês, nossa empresa presa pelo respeito e isso você desconhece! - Olhou para a negra. - Almoça comigo Lud? Estava procurando uma boa companhia.
Ludmilla: - Claro meu amor, vim mesmo te buscar, estava com saudades! - Deu-lhe um selinho e entrelaçou seus dedos.
O casal saiu andando, deixando Reinaldo enfurecido no saguão. A cumplicidade que aos poucos ia se formando entre elas, era sem dúvida nenhuma, combustível para firmar ainda mais aquela relação que já fazia tão bem para ambas.
***
Oieeee!
Voltei pessoal...
Beijos e avisem dos erros!
Estamos evoluindo a relação do casal, acham que a Fernanda vai conseguir encorajar a Brunninha? E o fato dela não querer denunciar o Caio, é normal?
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