Capítulo 17
POV Brunna
Poucos minutos se passaram até que enfim a barreira foi rompida, embora o convite para lhe fazer companhia tivesse vindo de Brunna, a loira se sentia tensa e ansiosa.
Ludmilla: - Juro que não é pra ser clichê, mais você vem sempre aqui? - Olhou pro o lago a sua frente, evitando contato visual com a loira e sorriu ligeiramente envergonhada.
Brunna: - Ahh não é pra ser clichê?
Ludmilla: - Juro que não... É literalmente pra saber se costuma mesmo vir!
Brunna: - Desde que voltei é a minha primeira vez, na verdade nem sei o que me trouxe neste lugar...
Ludmilla: - É mesmo, esqueço que tu passou um tempo fora...
Brunna: - Sim e antes de viajar, eu pouco vinha... - Respirou fundo. - Com 22 anos eu só queria saber de baladas na Lapa, barzinhos e pagode nas comunidades.
Ludmilla: - Entendi...
Brunna: - E você? Vem sempre aqui? - Sorriu.
Ludmilla: - Sim, quase toda a semana... - Suspirou. - Eu gosto da paisagem e amo a paz desse silêncio que se mistura com vozes sorridentes de crianças ou até mesmo casais apaixonados. - Olhou para a loira com intensidade nessa última parte. - Hoje eu precisava disso, então vim...
Brunna: - De certa forma, eu também procurava o mesmo, e achei que aqui seria a melhor opção, ou pelo menos parecia... - Colocou a mão sobre o rosto.
Ludmilla: - Fala isso pelo cara que veio agora pouco com flores e chocolates?
Brunna: - Sim... - Disse frustrada.
Ludmilla: - Quem é ele? - Encarou a loira que parecia desconfortável. - Desculpe se estou sendo invasiva.
Brunna: - Não, tudo bem... - Respirou fundo. - Ele é o meu ex namorado.
Ludmilla: - Pelo que eu vi esse status de relacionamento não é aceito por todos.
Brunna: - Nosso término é recente, porém o namoro foi longo, acho que é normal ter uma certa resistência neste momento.
Ludmilla: - Você está bem com isso? - Olhou com medo da resposta ser negativa, elas não tinham nada, mais a negra possuía uma espécie de sentimento de posse que não estava mais conseguindo controlar.
Brunna: - Sim... - Pensou se deveria ou não falar a respeito. - Fui eu quem colocou um ponto final nessa relação, então acho que entrar com o pé é mais fácil.
Ludmilla: - Certo...
Brunna: - Estava me observando a muito tempo? - Se virou, ficando de frente para a negra.
Ludmilla: - Não... - Corou. - Quando te avistei foi como se tudo acontecesse muito rápido... O rapaz chegou, você o dispensou e logo eu vim conversar contigo.
Brunna: - E o que queria falar mesmo?
Ludmilla tomou um susto com a pergunta direta da loira, arregalou os olhos e tencionou o corpo... Afinal, ela falaria o que pensa?
Ludmilla: - Vim te pedir desculpas, ontem acabei agindo feito a idiota que você disse que eu sou. - Abaixou a cabeça. - Não deveria ter brigado com a sua amiga, namorada, ficante... Sei lá... - A negra jogou tudo que tinha, tentando descobrir ao menos o status atual da loira.
Brunna: - Ana, chame-a apenas assim. - Assentiu.
Ludmilla: - Que seja... - Capturou a mão de Brunna. - Perdão, eu estraguei o momento de vocês e não tinha esse direito... - Respirou fundo. - Fui grossa e como estavam juntas, era óbvio que a garota ia te defender. - Tentou novamente arrancar alguma resposta da loira.
Brunna: - Hum...
Ludmilla: - A Lulu disse que depois acabaram indo embora e puxou a minha orelha por ser tão intempestiva. - Levemente acariciou a mão da loira. - Não quero que agora que sinalizamos ser capazes de superar aquela primeira má impressão, a minha atitude nos faça recuar... - Suspirou... A negra tinha muito a dizer, porém não sabia se era o certo.
Brunna: - Eu também não me portei bem... - Dessa vez foi Brunna que segurou firma a mão da negra. - Me meti onde não devia e acabei escutando o que não queria. - Ergueu os ombros. - Nunca fiz isso, acho inclusive super indelicado prestar atenção na conversas dos outros, porém quando me dei conta já era tarde, lá estava eu querendo saber da sua vida... - Olhou em seus olhos. - Me desculpe também!
Ludmilla: - Vamos renovar nosso pacto da paz? - Ergue a mão e foi acompanhada pela loira. - Eu amo brigar contigo, mais queria passar um tempinho só sorrindo ao seu lado.
Brunna: - Combinado! - Sorriu largo. - Podemos começar agora. - Piscou e recebeu de volta o sorriso que dava...
Ludmilla e Brunna conversaram por longos minutos, em alguns momentos o silêncio entre elas retornava, não por falta de assunto, mas porque o que queriam conversar exigia coragem e ambas estavam mais apegadas aos desencontros que tiveram, do que com a possibilidade de enfim falarem a mesma língua...
Ligação on
Jorge: - Oi filha!
Brunna: - Oi papai... - Olhou para Ludmilla que balançou a cabeça negativamente e sorriu, era de novo Jorge quem atrapalhava a conversa do casal.
Jorge: - Você não chegou ainda, estou preocupado.
Brunna: - Está tudo bem, segui seu conselho e me dei ao luxo de incorporar a dona da Event G.O hoje.
Jorge: - Sim, mais achei que só iria chegar mais tarde...
Brunna: - Resolvi ficar de folga papai, aconteceu algo?
Jorge: - Claro que não, também estou pensando em sair mais cedo, as coisas estão bem calmas.
Brunna: - Certo, então nos vemos em casa. - Tentou dispensar o mais velho.
Jorge: - Onde está?
Brunna: - Vim passear no Jardim Botânico, precisava pensar um pouco.
Jorge: - Algum problema?
Brunna: - Talvez, mais nada que seja difícil de resolver.
Jorge: - Caso precise, sabe que estou sempre disponível pra ti.
Brunna: - Obrigada papai, te amo!
Jorge: - Te amo. Beijos!
Ligação off
A loira desligou o celular e sorriu... Era impressionante a facilidade que seu pai possuía de interromper nos melhores momentos.
Ludmilla: - Olha sr. Jorge aí de novo. - Segurou o sorriso.
Brunna: - Pois é...
Ludmilla: - Fez bem em falar com ele, dona Silvana quando me liga, conta até quantos toques dá antes de eu atender.
Brunna: - Sério?
Ludmilla: - Sim... Ela é terrível.
Brunna: - Meu pai também, porém desta vez acho que preciso agradece-lo.
Ludmilla: - Por que? - Franziu o cenho.
Brunna: - Ele me fez retornar ao início da nossa conversa... - Mordeu o lábio.
Ludmilla: - Hum... - Tentou disfarçar o nervosismo que começou a consumi-la de uma hora pra outra.
Brunna: - Aquele dia que me levou em casa sabe? Junto com a minha mãe e fomos interrompidas...
Ludmilla: - Onde quer chegar Brunna?
Brunna: - Na minha resposta...
Ludmilla: - E que diferença isso faz agora?
Brunna: - Estou curiosa... - Recolheu sua mão e cruzou os braços. - Se cansou de me irritar, qual seria o próximo passo então? - Falou de forma mais firme, atraindo o olhar da negra para si e despertando um incêndio em ambos os corpos...
Ludmilla: - Quer mesmo saber?
Brunna: - Acho que já enrolamos demais... - Ergueu uma sobrancelha.
Ludmilla: - Certo... - Pareceu pensar no que dizer, era como um divisor de águas, valeria mesmo a pena expor tudo que estava sentindo e arriscar esse princípio de boa convivência que estavam tendo? E se acovardar? Era de seu feitio? - Está bem Brunna, vou ser sincera e espero que não me entenda mal...
Brunna: - Farei o possível! - Piscou.
Ludmilla: - Eu não sei o que acontece comigo quando estou perto de ti... Mais eu travo, fico sem reação quando me olha e perco a força quando sorri! - Respirou fundo. - Aquele dia meu pensamento era estar próxima o suficiente pra te fazer desejar o meu desejo, ou ao menos me dar algum sinal que não é total loucura da minha cabeça esse clima que existe quando estamos pertinho! - Saiu de frente da loira e sentou-se ao seu lado, estreitando ainda mais o espaço entre elas. - Sente? - Acariciou seu rosto com uma das mãos, fazendo a loira fechar os olhos instantaneamente. - Viu? Reage ao meu toque, provavelmente na mesma frequência em que dispara meu coração... E isso está acontecendo a dias... Fazem semanas que eu só penso em te beijar, sentir seu cheiro e parar de brigar com quem eu quero tanto!
Brunna: - Meu Deus! - Arregalou os olhos e respirou fundo... Aquela sensação ofegante estava voltando e um gelo na barriga se fez presente...
Ludmilla: - E é com esse pensamento que eu fiquei péssima beijando outra pessoa que não fosse você... - Suspirou. - Parece loucura, mais eu me senti culpada e não deveria, porém foi impossível controlar e isso me assustou...
Brunna: - Fala mais... - Sussurrou.
Ludmilla: - Tô morrendo de medo de estar nessa sozinha, mais não adianta segurar não é mesmo? Minha atitude ridícula na balada me entregou...
Brunna: - Como assim? - Olhou para os lábios da negra e depois em seus olhos, os corpos estavam mais colados e as respirações próximas o suficiente...
Ludmilla: - Te ver beijando aquela garota me destruiu...
Brunna: - Ah, eu não deveria...
Ludmilla: - E por que não? - Mordeu os lábios e colocou seu nariz no rosto da loira.
Brunna: - Por...que... Foi só pra te provocar! - Confessou.
Ludmilla: - Então não tem nada com a...
Brunna: - Ana!
Ludmilla: - Isso...
Brunna: - Não temos nada, foi só um beijo que eu já me arrependi! - Falou segura e colocou a mão no rosto da negra. - Fui infantil o suficiente...
Ludmilla: - Xiu... Acho que você só vai me contar esse história daqui a pouco...
Brunna: - É? - Sorriu e recebeu de volta um sorriso largo, com a língua umedecendo os lábios que lentamente foram ao encontro dos seus... - Como quiser!
Ludmilla com uma das mãos abraçou Brunna e apertou firme sua cintura, elas estavam sentadas e se entrelaçaram de maneira que ficassem ainda mais grudadas... Os olhares que ambas trocaram era como se pedissem autorização e assim que sentiram que o sim era recíproco, se permitiram roçar os lábios, até encontrarem o encaixe perfeito!
A negra atacou a boca da loira com ternura, o ritmo em que o beijo acontecia combinava com o ambiente, era calmo, terno e intenso ao mesmo tempo... Ludmilla introduziu a língua e foi correspondida imediatamente, a essa altura o beijo começou a esquentar e despertar certos arrepios! Mais alguns segundos naquela troca de carícias e o casal se sentiu obrigado a interromper o beijo para dar vida aos pulmões que já estavam tempo demais segurando a respiração.
Ludmilla: - Aconteceu mesmo? Não estou sonhando?
Brunna: - Não sei... Acho que teremos que repetir pra ter certeza! - Antes mesmo de terminar de falar, a negra se levantou e lhe deu a mão para que fizesse o mesmo.
Ludmilla: - Dessa vez, você não terá mais dúvidas! - Se aproximou novamente... O beijo que era terno e calmo, se tornou mais urgente, com uma pegada que certamente Brunna não esqueceria, pois além de acariciar o corpo da loira, Ludmilla arranhava sua nuca com certa habilidade, fazendo aumentar ainda mais a temperatura!
Quando sentiram que novamente faltaria o ar, elas encerraram o beijo, porém não se desgrudaram, a sensação de estarem tão próximas era melhor do que imaginavam e soltar-se seria um verdadeiro desperdício.
Brunna: - Ual! - Suspirou. - Você...
Ludmilla: - Beija gostoso... - Deu-lhe um selinho longo. - O mais perfeito que já pude provar!
Brunna: - O seu também não é nada mal... - Tinha os braços entrelaçados no pescoço da negra. - Posso dizer com total certeza, que quero experimentar mais vezes!
Ludmilla: - Isso é um convite?
Brunna: - Talvez...
Ludmilla: - Ah qual é? - Cruzou os braços e deu alguns passos pra trás. - Eu aqui, toda romântica me abrindo pra ti, e tu vai ficar fazendo suspense é?
Brunna: - Estou brincando... - Se aproximou e viu a negra continuar dando passos pra trás. - Vai fugir é?
Ludmilla: - Não vai me beijar de novo, não antes de se abrir também! - Pararam.
Brunna: - Como é? - Franziu o cenho.
Ludmilla: - Isso mesmo, eu te disse uma porção de coisas e não ouvi nada...
Brunna: - E se eu não tiver nada pra falar...
Ludmilla: - Então eu vou te dar mais um beijinho. - Se aproximou e selou seus lábios. - E vou me despedir...
Brunna: - Chantagem?
Ludmilla: - Talvez... - Sorriu.
Brunna: - Certo...
Ludmilla: - Venci?
Brunna: - Sim. - Bufou. - Venceu a minha postura séria, pra causar esses sorrisos bobos quando eu te vejo fazendo qualquer coisa que me prove o quanto a sua forma de viver me desafia e encanta... Um esbarrão realmente mudou a minha vida! Desde então não sei pensar em qualquer coisa que não te envolva e também estou assustada se quer saber! - Respirou fundo. - Acabei de terminar um relacionamento que me consumiu por longos anos e ainda assim me arrisco te desafiar... E sabe por que? - A negra balançou a cabeça negativamente. - Porque eu torço pra você ganhar e me provar que estou errada em não querer sentir, em me bloquear de te desejar tanto, pois eu falho, estou falhando miseravelmente e pouco me importo com isso, desde que seja você ali, com esse sorriso lindo, fazendo loucuras com meu coração, em tão pouco tempo!
Ludmilla: - Isso merece outro beijo?
Brunna: - Com certeza sim!
O casal passou as próximas horas se curtindo e aproveitando para se conhecerem mais. No fim do dia, Ludmilla fez questão de levar a loira em casa. Naquela noite elas demoraram pra pegar no sono, ambas tinham expectativas de um novo encontro, porém por não definirem nada, já se consumiam com a possibilidade de não acontecer.
***
Demorei mais apareci... Andei meio zuadinha de um dente que fez canal, então estava meio sem condições...
Aproveitem que o beijo saiu e se deliciem com esse capítulo.
Beijoss e avisme os erros!
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