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Capítulo 27 Os frutos da impulsividade

Ser cigana é, muitas vezes, carregar o peso de rótulos que distorcem a nossa verdadeira essência, desconsiderando a riqueza de nossa cultura. A situação lamentável da joalheria, me feriu profundamente; não só pelo momento de confusão interna que enfrentava, mas também por saber que experiências assim não são raras. Elas acontecem com frequência, não só com nosso povo, mas com muitos, que assim como nós, em algumas situações, são vistos por lentes retorcidas. 

Se soubessem como isso machuca, teriam mais empatia. Nós ciganos, como qualquer ser humano, temos o desejo de ter uma vida comum. Fazer parte de um mundo sem distinções; ao invés de ser vistos como uma ameaça, muitas vezes enfrentando olhares desconfiados e sussurros maldosos. O peso destas situações me tornaram uma garota insegura que tinha medo de tomar decisões e se arrepender. Principalmente se essas decisões implicassem em sair da minha zona de conforto onde me sentia segura e protegida. Trágico dizer isso quando escolhi me envolver com um homem proibido.

Para cada atitude que tomamos na vida, existe uma consequência, e agora eu estava sentindo esse peso enquanto colhia os frutos de minhas escolhas. As coisas foram acontecendo e, quando dei por mim, me vi envolvida em um emaranhado de problemas que não fazia ideia de como escapar. Samuel se mostrou um bom companheiro, sempre me tratando com carinho e fazendo planos para nosso futuro; mas o fato de não ser cigano dificultava muito as coisas. Estar com ele era uma sensação boa, e, ao mesmo tempo, assustadora, como dançar à beira de um abismo. 

Sabíamos desde o início que seria assim, porém, nos envolvemos sem pensar nas consequências. Eu só não contava com essa façanha do destino, que no decorrer dessa viagem maluca, me aproximou do Ian; agora eu sentia um conflito dentro de mim como se dois mundos colidissem. Na época eu, apesar da idade, era imatura demais e muito influenciável, o que se tornou meu maior empecilho para enxergar de fato o que realmente setia. Aquele que nunca se perdeu em seus próprios sentimentos que me julgue.

Às vezes, eu me via sonhando com uma vida ao lado de Samuel, longe de todas as regras e olhares críticos, mas logo a culpa me envolvia como um manto pesado ao me lembrar de que em meio a essa história confusa, havia Ian; a pessoa mais incrível que conheci. O fato de não poder decifrar seus sentimentos me deixava ainda mais confusa como se eu caminhasse o tempo todo sobre uma corda bamba, em um espetáculo de incertezas.

— Me sinto como se estivesse desistindo de mim — disse Samuel, quando conversávamos na varanda após o jantar. Eu lutava para encontrar as palavras que traduzissem a confusão que habitava meu peito. Sempre que tentava compartilhar meus medos com ele, Samuel parecia desviar o assunto, e, em um impulso, me via mergulhando em seus braços novamente. Era como se a falta de coragem para me impor me empurrasse de volta para a segurança de seu abraço, deixando minhas inquietações à deriva.

Aquela noite, as estrelas brilhavam intensamente, como se soubessem o meu dilema. Me perguntei se dois amores poderiam realmente habitar um único coração. Mas ao olhar para Samuel a minha frente, senti que meus sentimentos por eles haviam enfraquecido, mas a forma carinhosa como ele me tratava, me impedia de lhe dizer o que realmente sentia. Eu só queria encontrar meu caminho em meio aquela crise existencial que atravessava. 

— Eu te peço desculpas por tudo isso. É que fui criada de outra forma e a velocidade com que as coisas estão acontecendo me assusta.

— Eu não vou dormir na sua cama até que me peça — disse ele, desviando o olhar para a escuridão a nossa frente. Soraia conversava com Cristian e os patrões a alguns metros sobre algo que não me dignei a prestar atenção, e aquela interação, nos permitiu um pouco de privacidade.

— Não é só pela cama, nós...

— Tudo bem. Eu não estou te cobrando nada. Você não quer que te toque intimamente, e eu respeito sua decisão.

— Por favor, Samuel, não fique chateado comigo... Você... entende? — perguntei surpresa, ao assimilar sua resposta.

— Sim, é a sua cultura e eu respeito. Sei que quando for minha esposa teremos muito tempo para nos curtir. Não me custa nada esperar um pouco.

— Eu realmente me surpreendi agora — murmurei, me sentindo ainda mais culpada. Precisava resolver aquela situação quanto antes, só não imaginava que seria tão difícil.

Não consegui dizer o que realmente queria, mas conversamos discretamente sobre minhas inseguranças, e a resposta dele me surpreendeu: uma maturidade que eu não esperava. Ele cumpriu o combinado e não dormiu comigo no quarto. Mas a verdade é que eu já estava tão acostumada a ter alguém ao meu lado que a solidão pesou. Demorei a pegar no sono, e quando finalmente adormeci, meus pesadelos começaram. Venâncio aparecia, me arrastando pela mata, e Ian tentava me salvar, mas desaparecia em um buraco profundo. 

Era sem lógica, mas o desespero era tão intenso que, ao acordar, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Soraia me acolheu e ficou acordada comigo até que voltasse a adormecer; dessa vez, sonhei com coisas sem sentido que acabei apagando da memória.

— Que noite foi essa? — murmurou Soraia enquanto ajeitava a cama pela manhã.

— Me desculpa — respondi em um tom quase sussurrante. — Parecia tão real. Quando vi Ian sumir naquele vazio escuro, senti um aperto sufocante aqui no peito. Foi como se parte de mim tivesse ido com ele.

— Foi só um sonho ruim, minha irmã — Soraia me envolveu em um abraço apertado. — Você tem uma ligação muito forte com ele, por isso se sentiu assim.

— Eu gosto do Samuel, Sô. Mas não é com a mesma intensidade que gosto do Ian.

— Isso é muito sério, Natacha. Se você não tem certeza de seus sentimentos, não deveria deixar o Samuel ficar fazendo planos.

— Eu tentei me abrir com ele, mas o olhar apaixonado que ele me lança me quebra. E tem outras coisas envolvidas, eu... — respirei fundo e encarei minha irmã com lágrimas nos olhos. — Eu e ele já...

— Não me diga isso, Natacha!

— Foi só uma vez, mas...

— Se o Ian te escolhe, como vai explicar que não passa na prova do lençol?

— Ele já sabe, mas pela amizade que temos decidiu me ajudar. Eu sinto que é o certo ficar com o homem que me tocou primeiro, entende?

— Natacha, escuta bem: você precisa conversar abertamente com Ian e entender sua verdadeira intenção. Mas também precisa ser sincera com Samuel, a vida a dois não é uma brincadeira que você muda quando se cansa. Isso tudo é muito sério.

— Lá no sul, eu conheci uma garota que tinha dois namorados, mas um não sabia da existência do outro. Ela dizia que amava os dois na mesma intensidade, e que não renunciaria a nenhum deles. Eu a julguei tanto, e agora me sinto como se estivesse fazendo algo parecido.

— Não se compare a ninguém, até porque, sua situação é bem diferente. Tanto você quanto eles são amigos de infância, e é compreensível que não queira magoar nenhum dos dois. O Samuel está sempre fazendo promessas e investindo nessa relação, trazendo uma sensação de segurança. Mas considerando a nossa realidade, o Ian seria a melhor opção. E ele também é um cara que facilmente viraria a cabeça de uma mulher.

— O que você quer dizer com isso?

— Que eu não queria estar em sua pele.

— Valeu! — sorri nervosa. — Isso foi realmente útil.

— Nat, você está dividida entre a razão e o coração. E, independentemente da sua escolha, não será fácil. Alguém vai sair machucado.

— Eu preciso voltar para casa. Preciso me afastar dos dois para colocar meus pensamentos em ordem.

— O pai disse que vai mais uns três dias para terminar a reforma; a chuva dificultou um pouco.

— O que eu faço enquanto isso?

— Continuo pensando que deveria procurar o Ian e ter uma conversa franca com ele. Talvez tudo o que está sentido seja só uma confusão da sua mente, afinal, acabou de voltar e... — Soraia respirou fundo e me olhou nos olhos. — Faça isso logo, Nat.

— Ele não vai querer falar comigo. Ontem eu liguei no início da noite e não me atendeu.

— O Cristian me disse que ele foi para a cidade com a Juliana. Tinha um evento da pecuária e, pelo que entendi, terminaria tarde e ele dormiria por lá.

— Por isso não me atendeu, ele estava com ela — falei, desanimada. — Não sei o que fazer.

— Então descubra logo, porque daqui a pouco o conselho começará a pressionar nossa família sobre seu compromisso seu com Ian. Se ele recusar, podem acabar influenciando o pai a te arrumar outro cigano.

— Valha me! Mas o Ian disse que ia adiar o pedido para me ajudar — falei apreensiva.

— Disse, mas a vida dele não vai parar por conta de suas confusões. E enquanto fica aí remoendo essa dúvida, a outra lá investe pesado para conquistar o coração dele. Se eles se entenderem, com a rapidez com que as coisas estão acontecendo, é apenas uma questão de tempo até que percebam que ele está se envolvendo com essa menina, o que o tiraria imediatamente da sua lista de possíveis pretendentes.

— Você acha que eles podem ficar juntos?

— Essa pergunta só ele pode te responder.

***

Saí para dar uma volta, buscando espairecer a mente. Precisava de um momento sozinha, pois as palavras de Soraia rondavam a minha cabeça, que já estava bastante confusa. Caminhei pelo jardim até chegar nas instalações do escritório e acabei me deparando com Ian e sua amiga, rindo enquanto acariciavam um cavalo tão preto que brilhava sob a luz do sol. Meus olhos se estreitaram enquanto observava por entre os arbustos cada movimento. 

A maneira como Juliana olhava para Ian e sorria ao tocar seu braço me fez querer ir até lá interromper aquela conversa, mas simplesmente não consegui. Eu não sabia como agir; era como se um nó apertado prendesse meu estômago. O gosto amargo do ciúme me consumia, e sabia que estava colhendo os frutos de sementes que eu mesma havia plantado. Eles conversavam animadamente sobre raças de equinos e suas particularidades, um tema que me era completamente desconhecido. Apenas observei, passando discretamente por ali, para que não me vissem. Soraia tinha razão, a vida dele não ia parar por minha causa.

— Agora ela desfila pela fazenda, como se fosse a dona.

Fiz uma parada brusca e voltei para onde Brenda estava sentada sobre a cerca de tábuas, ao lado de Vívian. Pareciam duas serpentes prontas para dar o bote, me encarando com desdém. Eu poderia esperar qualquer coisa, menos que as duas garotas com quem eu tivera atritos se unissem para me provocar.

— E aí, Natacha, como é ser trocada por uma gadjí? — Vívian disparou, seu sorriso debochado fez meu sangue ferver. Tentei ignorá-las e seguir meu caminho, mas é claro que não consegui. 

— Não provoca senão ela corre para a barra da saia da mãe como um bebê chorão — a venenosa da Brenda acrescentou.

— Ah, garota, cuida da sua vida! — retruquei, usando um tom de voz que saiu mais alto do que pretendia.

— Qual é o problema aqui? — perguntou Ian, se aproximando ao lado de Juliana.

— Seu fã clube está me torrando a paciência! — respondi áspera, antes de lhes dar as costas.

— Natacha, espera! — chamou Ian, acelerando o passo para me alcançar. Aumentei meu ritmo e entrei no galpão onde ficavam estocados produtos veterinários e equipamentos de segurança. — Eu disse para me esperar! — ele insistiu, segurando meu braço.

— O que você quer? — perguntei ríspida, puxando o braço bruscamente.

— Não estou entendendo seu comportamento — Ian bloqueou meu caminho ao tentar passar por ele.

— É tudo culpa sua! Você fica por aí desfilando com aquela sua amiga e agora elas resolveram usar isso como provocação!

— Que criancice — Ian franziu o cenho, me olhando como se eu tivesse falado uma grande besteira. — Qual é o problema de vocês?

— Qual é o seu problema, Ian? Você agora deu para ficar grudado naquela...

— Você realmente acha que está em posição de me cobrar alguma coisa?

— Está certo. Eu não sou ninguém para te fazer cobranças — respondi, abaixando o tom de voz. — Foi um erro pensar que se importasse comigo. Idiota.

— Você tem razão, eu sou um idiota. Fiquei ao seu lado como uma sombra todo esse tempo, assistindo de camarote seus encontros clandestinos. Tive que ouvir do "meu amigo" como era bom acordar ao seu lado todas as manhãs, e ainda aceitei dar cobertura para os pombinhos que se amam poderem fugir em paz. Só um verdadeiro idiota faria isso!

— Não me cobre nada quando você desfila todo sorridente com a "amiga" que já levou para cama!

— Não seja ridícula. Eu e a Juliana, só temos um compromisso de trabalho.

— Para você é trabalho, mas e para ela?

— E se houvesse um interesse mútuo entre nós? — ele cruzou os braços e me encarou.

— Você é livre — respondi, dando-lhe as costas. Mas ele me segurou novamente.

— Eu não sou o tipo de homem que corre atrás de mulher, e já te falei isso. Te disse que estarei aqui para o que precisar, mas não pense que vou ficar à sua disposição até que decida o que quer da vida.

— Não pedi que se envolvesse nisso. Se é um fardo para você, se livre dele.

— Ok.

— Ok?

— Sim — respondeu determinado. — Você já decidiu o que vai fazer quando chegar a hora de formalizar o noivado? Sem um noivo?

— Eu já tenho um noivo! — retruquei.

— Então não precisa de mim, está irritada por causa de quê?

Aquela pergunta foi como uma lâmina afiada perfurando meu peito. Respirei fundo, refletindo sobre os conselhos que recebi sobre a importância de não ser impulsiva. Decidi, então, baixar a guarda para não piorar a situação.

— Você não me dá mais atenção. Passa o tempo todo com ela, rindo, trocando olhares cheios de intimidades. O que quer eu que pense?

— Você não tem que pensar nada, Natacha! Sequer sabe o que quer da vida. Eu já te disse várias vezes: entendo e respeito essa fase confusa, mas não espere que fique calado assistindo você se afundar como se isso não me afetasse.

— Até parece que se importa.

— Você não é tão ingênua assim — ele se aproximou, exibindo em seus olhos uma mistura de frustração e preocupação. — Se não me importasse, não estaria aqui tentando te fazer ver a verdade que você mesma está ignorando.

— E qual é essa verdade? Você me beijou e agora age como se nada tivesse acontecido. E eu que pensei que tivesse significado alguma coisa.

— Você é muito cabeça dura, Natacha.

Ele me olhava nos olhos com uma intensidade que me desarmava. Meu coração batia forte, as mãos tremiam enquanto a respiração se tornava pesada. Uma mistura de ansiedade e desejo me consumia, e eu não conseguia entender por que tudo nele me atraía tanto. Ian era um enigma que me envolvia.

"Como eu queria que me beijasse agora", pensei, encarando a sua boca.

— Eu te disse que você virá para mim por sua própria vontade — afirmou, como se pudesse ler meus pensamentos.

— Você está se achando demais para quem não tem atitude — eu disse, desafiadora. Ian balançou a cabeça e sorriu, como se não conseguisse acreditar no que acabara de ouvir. Percebi que havia exagerado, mas já era tarde para recuar.

— Eu não tenho atitude? Ah, cigana!

Com um movimento ágil e decidido, Ian me puxou para mais perto, selando nossos lábios em um beijo que não era calmo, nem delicado. Ele me apertou com força, fazendo meu corpo se chocar contra a parede, enquanto nossa diferença de tamanho se tornava irrelevante. Eu me encaixava perfeitamente em seus braços, como se fôssemos feitos um para o outro. Nossas bocas se moviam em uma sincronia perfeita, ele beijava e mordia com uma intensidade que incendiava cada fibra do meu ser. Senti a pressão de seu corpo me comprimindo, e sua mão subiu pelas minhas costas, explorando cada centímetro até alcançar meu cabelo. Com um movimento firme, ele entrelaçou seus dedos e puxou suavemente, forçando com que o encarasse.

— Nunca mais me desafie. Eu não sou um garoto, Natacha.

— Você me confunde a cabeça — respondi, com o coração acelerado, enquanto tentava retomar o fôlego.

— Você me disse que queria se casar por amor e eu respeito sua vontade. Mas agora, é hora de decidir o que realmente quer, porque não vou me sujeitar a ser a segunda opção na vida de ninguém.

— Então me dê motivos para ser a primeira — pedi com um sorriso.

— Você gosta mesmo de brincar com fogo! — Ian sorriu me beijando outra vez.

Quando o beijo terminou, senti uma sensação de vazio. Queria ficar ali acolhida em seus braços, sentindo seu calor contra minha pele, desejando que aquele momento se eternizasse.

— Decida logo o que quer da vida, porque não estou disposto a sustentar essa situação por muito tempo.

— E se eu te dissesse que gostaria de ficar contigo?

— Eu te responderia que, mulher minha, eu não divido com ninguém.

— Me dê um tempo, eu vou voltar para casa, assim consigo organizar minha vida.

— Não quero promessas, quero atitudes — disse ele se afastando.

***

Caminhei com um sorriso radiante nos lábios, ainda sentindo as sensações que aquele beijo me causou. Agora eu não tinha mais dúvidas: era o Ian que eu queria para minha vida. O Samuel me proporcionava momentos agradáveis, mas não conseguia acender em mim aquele fogo que me consumia e me instigava a querer mais, sempre mais. Era hora de voltar para casa e pensar em uma forma delicada de conversar com ele. Apesar de tudo, eu não queria ferir seu coração, nem parecer leviana, como se tivesse brincado com seus sentimentos. As coisas foram acontecendo muito rápido e acabei me perdendo pelo caminho.

— Que mulher linda no meu jardim! — disse Samuel, me envolvendo em seus braços e me beijando de forma inesperada, quando eu retornava para sua casa.

— Ei! — eu o empurrei — Aqui não! — falei olhando ao redor, preocupada.

— Ninguém nos viu, calma — ele sorriu me dando espaço. — Me desculpe, é que estava com saudade.

Engoli em seco olhado para ele, que me ofertava o mesmo olhar apaixonado de sempre; que mais uma vez me quebrou ao meio. Estava exatamente tudo errado.

— Por que foi pedir ajuda justamente ao Ian?

— Não foi uma provocação, se é isso que está pensando. Eu estava conversando com o Alejandro e ele deixou escapar que o conselho fez pressão, não só sobre seu pai, mas também sobre as outras famílias com jovens solteiros em idade de se casar. O Ian era a única pessoa que poderia ajudar porque sua família já deu a benção a ele.

— Então, eu queria falar contigo sobre isso, mas em um local tranquilo onde pudéssemos conversar mais...

— O Ian foi chamado ontem para uma conversa com seu pai. E, pelo que escutei de seu irmão, ele reafirmou seu interesse pelo noivado. Tem outro cigano interessado em você, se Ian não agir rápido em pouco tempo você estará comprometida com outro.

— Mas como? Ele ão me disse nada sobre isso. Quem é esse cigano?

— Eu não sei, o Alejandro disse que faz parte dessas famílias que estão chegando por esses dias.

— Eu não vou me casar com um estranho! Não mesmo, vou me casar com Ian.

— Mas, Nat, e eu? — ele me olhou com lágrimas nos olhos.

— Desculpa — murmurei em um sussurro.

— Tudo bem, meu amor — disse ele, me dando um beijo rápido. — Eu sei que está nervosa, mas não precisa se preocupar. Vou embora da fazenda e te levar comigo — Samuel afirmou decidido.

— Samuel! — chamei, mas ele já havia sumido por entre os arbustos. — Não faz... isso.

Um frio intenso percorreu meu corpo, agora me sentia mais perdida do que nunca.

— Ótimo Natacha! Como vai desenrolar essa situação agora! — me repreendi, enquanto ia em direção à casa.

— Aonde a manca vai com tanta pressa? — Perguntou Vívian saindo do meio dos arbustos.

— Manca é a sua...

— Olha os modos cigana! — ela sorriu debochada. — Sabe, Natacha, eu não sou muito de usar celular, mas até que ele é útil, às vezes.

— Do que está falando? — perguntei desconfiada.

— Esse aqui, por exemplo, tem um zoom maravilhoso, olha!

Ela apontou o celular ara mim, e gelei ao ver na tela a imagem de mim e Samuel nos beijando no jardim.

— Mas o que você...

— Deixe meu Ian em paz, ou essa foto e mais umas que tirei, vão parar nas mãos do conselho.

— Por que está fazendo isso Vívian?

— Não gosto de você, mas esse não é o único motivo. Eu sei as consequências das suas atitudes e o quanto isso vai nos afetar. São anos de convivência pacífica com a fazenda e você não vai estragar isso por egoísmo. Se o Ian ficar contigo terá que ir embora, ou você acha que vai ser diferente?

— E o que sua mente brilhante me sugere?

— Você não é burra. Sabe que pode se casar com outra pessoa, mas gosta de complicar.

— Vou anotar sua sugestão, agora me deixe que tenho mais o que fazer! — respondi lhe dando as costas.

Agora mesmo é que eu precisava de um milagre!

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