XX
Oi..
Primeiramente: desculpe a demora.
Estava passando por um bloqueio criativo infeliz. Eu sei o que irá acontecer a seguir na história, tenho um roteiro, mas na hora de escrever não encontrava as palavras certas na hora de escrever.
A notícia boa é que já não está mais tão forte como antes, então vou voltar a postar um pouco mais rápido.
É isso.. beijos, boa leitura e até a próxima 😘
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Drogas quando usadas por um longo período de tempo, tendem a danificar o corpo. O cérebro do indivíduo é prejudicado, muitas vezes causando danos na capacidade cognitiva, na memória, no raciocínio lógico. Também afeta sistemas importantes como o sistema nervoso, fazendo com que o usuário perca parte de sua capacidade de controlar o próprio corpo. Muitas vezes também, esses efeitos são físicos, causando danos aos órgãos internos, como coração, estômago, rins.
Stiles ouviu isso tantas vezes na escola.
Era comum ao menos duas vezes no ano ter uma palestra sobre os efeitos das drogas; que muitas vezes eram apresentadas exatamente por seu pai, o Sheriff. Contavam-lhes como tudo era ruim e matava aos poucos o usuário e também sua família. Instruíam aquela orda de adolescentes curiosos a ficarem longe daquele tipo de coisa.
Stiles entendia isso.
Entendia como era ruim.
Mas mesmo assim ignorou todo o aprendizado e se jogou de cabeça naquele mundo na primeira dificuldade que encontrou.
Na cabeça dele, de início, nada daquilo chegaria a acontecer com ele; os entorpecentes era apenas para distração, um analgésico para sua mente cheia de problemas. Algo corriqueiro que não chegaria a se tornar rotineiro.
Mas agora ele percebia que estava errado.
Enquanto se encolhe de dor sobre a cama do loft, numa tarde fria, ele lembra como começou naquilo.
À princípio era apenas mais uma maneira de irritar o pai, de desafia-ló fazendo exatamente o que sempre lhe ensinou ser o errado; depois o que era birra se tornou uma válvula de escape, após seu cérebro hiperativo conhecer o efeito anestésico que a coisa tinha, Aderall nenhum tinha mais efeito e foi ali que ele percebeu que já não tinha mais volta, seu corpo havia se viciado.
Depois de se entregar de vez ao destino que ele mesmo traçou, passou meses afundado naquilo. Não voltava mais para casa, foi abandonado a escola, os amigos; muitas vezes roubava para conseguir manter as doses em dia. O álcool também começou a fazer parte da rotina, e depois de brigar sem motivos com Scott, ele percebeu o que fazia.
Percebeu que, mesmo sendo com diferenças, ele estava começando a agir como o pai, se tornando uma pessoa bebada, agressiva e intolerante. Tudo o que mais repudiava.
Com uma força de vontade a mais conseguiu se manter longe por um tempo, se recuperou e voltou ao quase normal de sua vida. Claro, até novamente voltar a praticar. Depois mais uma vez ele caiu na real e se afastou, aceitando a oferta de ir para Nova Iorque com o casal de amigos, conseguindo um emprego e estabilidade o suficiente para morar sozinho.
O que aconteceu depois você já sabe.
Más influências existem, e não são apenas contos de terror que os pais inventam para manipular seus filhos.
Após cair novamente no poço com o empurrãozinho de Meredith, Stiles já estava se acostumando com a montanha russa que era sua vida. Uma hora no topo, uma hora no precipício.
Subir e se manter limpo daquela vez, porém, se tornou uma tarefa um pouco mais difícil do que das outras vezes, e quando pensou que finalmente havia atingido novamente o topo, as consequências lhe morderam a bunda e jogaram na cara dele que com o destino não se brinca.
Depois de seu momento com Issac, o castanho voltou para casa com um peso a menos nas costas. Tomou um banho quente e demorado, comeu uma refeição decente e nutritiva, deitou-se para descansar e então foi obrigado a levantar as pressas e colocar para fora toda a comida.
O mal estar que sentia não era como o efeito da abstinência, ao qual ele vomitava por conta do enjoo e da febre; aquele mal estar foi repentino, o fazendo vomitar de tanta dor que sentia, transformando seu estômago em uma escola de samba.
Foi inevitável não pensar na voz de seu pai, enquanto ele listava todos os problemas que a dependência poderia causar enquanto palestrava no auditório da escola; enquanto ele e Scott faziam caretas para as fotografias feias, porém realistas, dos viciados passando no telão. Pessoas magras, com dentes estragados e olhos fundos.
Se em algum momento o Stilinski de um mês atrás tivesse parado e olhado para um espelho, ele poderia ver ali refletido a perfeita imagem representativa de um sem-futuro, como seu pai chamava-os.
Stiles ainda se achava um sem-futuro, mas ao menos estava com uma aparência melhor.
E naquele momento ele desejava mesmo não ter um futuro. Seria um alívio se sua vida acabasse ali, contanto que a dor em suas entranhas cessasse.
Já faziam dois dias que ele vinha sentindo os efeitos do que ele acreditava ser seu carma chegando.
De alguma maneira toda a química que ele injetou em si próprio deve ter começado a corroer seu estômago, pois a sensação era que havia um buraco no lugar onde deveria estar o órgão digestivo.
Depois de um dia inteiro com a sensação exaustiva ele finalmente engoliu o orgulho e pediu ajuda a Scott. Nada de hospital nem visita a médicos; também rejeitou – mais uma vez – a oferta de hospedar-se na casa do McCall, onde o amigo e sua esposa cuidariam dele. Tudo o que ele pediu foi um remédio para dor e foi obrigado a prometer que ligaria de volta caso não tivesse melhoras.
Ele não melhorou; mas também não ligou.
Scott e Alisson nada podiam fazer por ele naquela situação, e de maneira nenhuma ele iria estragar o jantar de ação de graças deles. Já bastava ele próprio estar quebrando as expectativas deles ao não poder comparecer.
Desejava profundamente que Alisson não cumprisse sua promessa de ir até ele e o arrastar pelos cabelos.
Ele sorri com o pensamento. O primeiro sorriso verdadeiro depois de dois dias de corno.
Pensar em Alisson, no seu jeito emotivo e amoroso, o fazia tão feliz. Scott McCall era seu melhor amigo desde a infância, praticamente dividiram a mamadeira, mas Alisson Argent, com seu sorriso contagiante o ganhou na primeira conversa.
Stiles daria qualquer coisa pra ter aquela mulher como irmã. Mas mesmo que não fosse, ele a considerava como tal. Ela sempre ocupou bem o papel de irmã mais velha chata e implicante, mas que sempre estava ali pra apoia-ló e defendê-lo. Stiles se sentia culpado quando pensava nela, porque doía nele a ideia de vê-lá sofrer com aquela situação.
Aquele bebê que estava prestes a chegar seria seu sobrinho em dobro. Ele ficaria muito ofendido se não ganhasse o título de padrinho.
Padrinho!
Ele sem dúvidas seria o padrinho.
Mas padrinho não é aquele quem dá os melhores presentes? Stiles perguntou-se. Como diabos ele daria um bom presente se nem ao menos tinha um tustão furado?
Deus, ele seria um péssimo padrinho!
Certamente não seria uma boa influência. Mas estava decidido a mudar aquela realidade e fazer dar certo. Havia prometido a si mesmo, mudaria para poder ser o melhor possível para seu bebê.
O primeiro passo era levantar daquela cama e partir atrás de algo decente para fazer.
Lembrou-se da oferta de Derek sobre o emprego em sua empresa. Ele ainda seguia relutante em aceitar, era uma amarra a mais o prendendo à aquele homem, mas ele estava sem outras opções. Tinha consciência de que não conseguiria um emprego facilmente, nem mesmo o ensino médio havia completado, não tinha carteira de motorista e no momento estava sem nenhum documento. Da última vez tudo o que conseguiu foi uma vaga como lavador de pratos em um restaurante chinês, que durou cinco meses. Ele ainda podia sentir a viscosidade de gordura sob as unhas.
Derek poderia reclamar das condições dele, mas sendo o dono da porra toda, certamente poderia dar um jeito.
Ele ainda pensou. Uma; duas; três vezes, antes de pegar o celular e enviar uma mensagem para o homem.
"Eu aceito sua oferta de emprego."
Direto e objetivo. Não precisava fazer cera em torno daquilo. Esperaria ele entrar em contato de volta e então combinariam tudo.
Ele se contentaria com qualquer coisa, desde limpar privadas à passar o dia inteiro separando papéis. Só esperava que fosse o mínimo longe possível do homem, para que não precisasse passar tempo demais na presença dele e acabasse se enrolando; porque Stiles tinha consciência sobre si próprio e sabia que hora mais ou hora menos acabaria dando um jeito de se envolver sexualmente com ele.
Principalmente depois daquela noite mal acabada deles.
Se se concentrasse, ele ainda podia sentir a firmeza da mão grande dele envolta de seu pau, os dois duros e pingando, sendo esfregados um no outro; os sons de luxúria e desejo que eram impossíveis de conter; o frio indo embora assim como a sanidade e o autocontrole.
Só de pensar em fazer sexo com Derek novamente ele já se sentia duro e carente de seus toques. Então seria um martírio trabalhar ao lado dele e não ataca-ló sobre uma mesa de escritório.
Ele não viu Derek desde aquela noite. Não se falaram por telefone e nem mensagens. Ele nem apareceu mais ali, mas Stiles esperava que ele não ignorasse sua resposta sobre o emprego. Ele precisaria e muito dele.
Derek não respondeu a mensagem; ao contrário disso apareceu no loft vinte minutos depois da mensagem enviada, o que deixou Stiles surpreso por ser tarde da noite em um feriado de ação de graças.
Derek como sempre impecável em seu terno, como se tivesse acabado de sair de uma sala de reuniões; as expressões duras como alguém de mal humor, mas Stiles já sabia que aquela cara de constipação era normal no denominado lobo mal. Até, claro, ele estar nu e suado, gemendo e dizendo coisas sujas em seu ouvido, com a face exalando luxúria.
Stiles daria qualquer coisa agora para ter Derek na cama novamente.
Mas não seria ele a dar o braço a torcer primeiro. Se algo fosse acontecer, Derek era quem deveria dar o primeiro passo; afinal foi ele quem o excitou e depois deixou jogado no chão da sala e sumiu por dias.
Derek tirou o paletó e vagava pela cozinha do loft com naturalidade de quem está em casa. Stiles se obrigou a levantar da cama e ir até ele para conversarem.
– Porque está aqui? — Stiles questionou a ele.
— Você me disse que aceitava o emprego. Vim para negociarmos — Derek respondeu sem o olhar enquanto preparava as coisas para passar um café.
— Às onze da noite?
— Horário não importa pra mim.
— Tá, mas hoje é noite de feriado, não deveria estar com sua família enchendo a pança de peru e batatas? — Stiles diz em tom de brincadeira.
— Deveria. Mas não estou! — Derek responde apenas.
— Com esse seu senso de humor acredito que sua família adoraria que você estivesse presente no jantar — Stiles cutucou.
— Não use seu sarcasmo comigo, garoto! — Derek diz com uma nota de indiferença, finalmente virando e encarando Stiles sentado do outro lado da ilha da cozinha; ele franze a sobrancelha — O que você tem?
— O que?
— Parece que não dorme a dias. Está doente?
Stiles abaixa a cabeça e coça a nuca em constrangimento; realmente não dormia a dias, e se sentia mesmo doente, mas não sabia que seu abatimento era notável.
— Não é nada demais, é só minha enxaqueca dando sinal de vida. Mas isso não vai me atrapalhar no trabalho, eu garanto!
— Ok, mas cuide disso — Derek diz voltando a fazer a bebida — Eu preciso de seus documentos para agilizar a contratação.
E ele havia acabado de tocar na ferida do pobre garoto.
— Só tem um probleminha — Stiles diz sem graça.
— E o que é agora? Já foi preso? Bom, isso não é um problema.
— Eu não tenho meus documentos.
Derek para um momento o que fazia, virando-se e olhando para Stiles novamente com a testa franzida — Não tem documentos?
— Fui roubado na rua, levaram minha mochila com todos os meus pertences, então, não tenho documentos. Espero que isso não seja um problema também.
Derek suspirou profundamente e pressionou os dedos na têmpora. Sempre uma novidade. Ele já estava começando a se acostumar com a caixa de surpresas que Stiles era.
— Porque você não vai até o cartório e consegue outra via de documentos? — Derek pergunta frustrado.
— Bom, primeiro porque não tenho um centavo nem pra comprar um pão, imagina fazer uma viagem até o outro lado país.
— Você já ouviu falar de e-mail? — o moreno pergunta retóricamente.
— Eu... não tinha pensado nisso, na verdade — Stiles diz rendido. Agora se sentia muito burro por não ter pensado no óbvio.
Derek sorri de lado antes que pudesse conter e Stiles percebeu. Mesmo não sendo um sorriso de verdade, ele podia ver como era algo bonito.
Derek entregou a ele uma xícara de café após servir a si mesmo. Stiles à pegou para esquentar as mãos, mesmo que não fosse beber já que seu estômago ainda estava irredutível na escolha de não aceitar nada além de água.
— Então faça isso o quanto antes, por favor. Você pode começar a trabalhar na próxima semana. Eu passo aqui pra te pegar pela manhã.
Stiles acenou em confirmação, já se sentindo ansioso. Pensar que voltaria a trabalhar em algo que não envolvesse ele estar nu para alguém lhe dava uma esperança a mais.
— Eu acho que você não me colocará em um trabalho análogo a escravidão, então eu quero metade do salário que tenho direito — Stiles declarou.
— Que? — Derek questionou rindo sem humor — Garoto, você terá um trabalho normal, com um salário normal. O que pensa que eu estou fazendo?
— Você se esqueceu que eu te devo uma quantia enorme de dinheiro?! Nós fizemos um trato, você me emprestava o dinheiro e eu pagaria de volta quando conseguisse um emprego.
— Eu me lembro disso, mas não significa que você precisa me pagar agora. Deixe isso para depois e se concentre em conseguir de volta uma vida melhor.
— Derek! — Stiles exclamou em reprimenda.
— Stiles! — o moreno devolveu no mesmo tom — Eu não vou aceitar dinheiro nenhum de você.
— Mas nós combinamos que...
Derek já não escutava mais. Estava deliberadamente evitando aquele assunto com ele enquanto se dirigia a sala com a xícara de café morno em mãos.
— Porque essa TV ainda está na caixa? — ele pergunta vendo Stiles bufar irritado por ter sido ignorado. Ele tem que segurar novamente um sorriso.
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E aí, o que achou?
Tem apostas para o que acontece a seguir? 😏
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