Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

5.

Na manhã seguinte, após uma noite de sonhos perturbados, Inês tomou o desjejum com Matilde, que também se tinha demorado a noite passada.

- Estou exausta.- Murmurou a jovem castelhana.

- É bem feito! Onde é que já se viu duas jovens da vossa idade, solteiras ainda para mais, a festejar daquela maneira?!- Maria resmungou enquanto arrumava alguns dos baús de Constança.

- Mas Maria, Constança só chega a Portugal uma vez na vida... não poderíamos rejeitar as boas maneiras do rei.- Matilde defendeu enquanto provava o ovo cozido com sal.

- Por falar nisso, onde está Constança?- Inês notou por fim, a ausência da sua senhora. E se estavam ali as três, então quem estaria com ela?

- O infante pediu para a chamarem. Pelo que sei não sairão do palácio, e garantiram-me que ficariam à vista de todos.- Maria passou as mãos pelo vestido de veludo verde, que tinha borbotos de lã devido às roupas de Constança.- O príncipe pediu privacidade, pelo que me transmitiram.

Inês não pôde deixar de se sentir inquieta. O marido da sua melhor amiga ousou lisonjeá-la a noite passada, longe do olhar de todos, e hoje pedia privacidade. Tinha razão, o príncipe de Portugal era um maldito mulherengo incorrigível, mas pelo menos um mulherengo que tentava as cartas consigo, onde não teria chance de ganhar.

Pior será quando tentar com outras mulheres que cederão com facilidade aos encantos lusitanos.

💕👑💕

- Fale-me sobre si.- Pedi a Constança, sentados os dois na pouca relva do pátio do palácio, perto da vista dos guardas, dos estribeiros e damas da corte, principalmente as da minha mãe. 

- O que quer saber ao certo?- Endireitou o vestido, levemente incomodava com a mancha de erva no tecido.

Encolhi os ombros, incentivando-a a falar do que quisesse, sem parecer muito aborrecido. A minha mãe tinha-me forçado a esta fantochada. Estou casado, não preciso de me fazer de interessado para uma estranha.

- Bem, eu pertenci à corte de Castela, até receber vossa proposta de casamento, que o meu pai não hesitou em aceitar.- Admitiu envergonhada, devido aos constrangimentos que o rei impôs ao vassalo.

Era adorável.

- Eu gosto de bordar e caminhar, principalmente na companhia de Inês.- Sorriu e de repente a conversa ficou interessante.- Ela sempre me foi uma aia fiel, é como uma irmã para mim. Além disse é ótima com as piadas, ela é incrível.

- Pa...parecem tão dife...ferentes...- Indaguei e silenciei-me frustrado. Pela admiração chapada no rosto de minha mulher, ninguém lhe disse que eu... isto vai ser ainda mais embaraçoso do que previ.

- Sim. Somos sim. - Constança apertou-me a mão com ternura e pude respirar de alivio. 

Constança era a mais contida, a mais formal e gentil, porém Inês foi a alma da festa de ontem, desregrada, feliz e satisfeita.

O seu brilho irradiava por todo o salão de festas, o seu sorriso deslumbrante só incentivou os músicos a tocarem com mais vigor, e cada vez que a ouvia rir só a via a ela e mais ninguém. Era só ela, era com ela que eu queria dançar.

- Verdade. Talvez por isso nos demos tão bem.- Admitiu com um sorriso doce, arrancado umas ervas enquanto as passava pelos dedos.- Inês é uma pessoa com os pés assentes na terra, não se deixa levar por devaneios e é bem mais divertida que eu. É tão dedicada aos outros... põe sempre o meu bem-estar acima do seu. Verá, quando a conhecer melhor.

- Sabe ler? Escrever?- Encostei-me mais descontraído no velho carvalho que deixava uma sombra agradável nas tardes de Primavera e Verão. Hoje ouvíamos o som agradável do vento a passar-lhe pelas folhas robustas, o que talvez mascarasse as palavras que atropelava.

- Sim, alteza.- Declarou com uma certa altivez. Castelhanas!

- Pois bem. Sinta-se à vontade para ir à biblioteca o quanto quiser. Só desejo que não deixe as suas responsabilidades de esposa para trás, por causa disso.

O seu olhar era trocista:

- Devo agradecer-lhe?

- Sim.- Garanti. Era óbvio, eu não seria um marido repressivo para Constança. Se lhe dava gosto aprender e ler, então estaria à vontade. Há demasiados maridos a afastarem as esposas do que mais gostam de fazer por razão nenhuma.

- Talvez numa outra altura.- Girou a pulseira de ouro que brilhava no pulso esquerdo.

Esbocei um sorriso ostensivo.

- Não gosto de mulheres altivas.- Gaguejei, mas não pareceu diverti-la.

- Não aprecio homens déspotas. Vamos tentar agradar um ao outro.- Segredou e pareceu-me que este casamento se viria a mostrar mais divertido do que pensava. - Também não quero prender aqui o meu adorado esposo mais do que o necessário.- Inclinou a cabeça com um sorriso perspicaz  e balouçou os pés pela relva húmida de janeiro.- As aias da rainha já devem de estar satisfeitas, podeis ir fazer sei lá... aquilo que um infante de Portugal faz.

Talvez Constança não seja tão tonta quanto pensei de inicio.

- Quero ver todo esse descaramento na nossa primeira noite juntos.- Murmurei-lhe certo do meu golpe. Nunca falha com as mulheres.

E também não começaria a falhar agora.

- Sois um porco.- Resmungou de olhos entreabertos.

- Não, sou um príncipe.- Levantei-me e sacudi as roupas com alguma erva, para depois também a ajudar a levantar.- Esposa.- Ainda pensei em beijar-lhe a mão, porém aproximei-me para receber um beijo, afinal somos casados.

Constança recuou e pregou os olhos no chão, roxa de embaraço.

- Ham... eu... eu devia...- Apontou para trás, tão acanhada e envergonhada como nunca a vi. Tão diferente de há pouco.

Este matrimónio prometia... já só faltam 50 anos para morrer, não é verdade?

- Até depois.- Murmurou enquanto praticamente corria para longe.

Castelhana esquisita...

- O que foi?! Não têm nada para fazer?!- Gritei para todos os que pararam para nos ver, ali no pátio, e quando ergui o olhar, ali estava.

Em todo o seu esplendor, com toda a elegância e tão firme e segura quanto uma muralha, Inês. Parece que assistiu ao teatrinho de Constança, e não gostou, aliás, o seu olhar parece-me uma promessa de morte. Uma promessa que me parece vazia em alguém tão frágil, gabo-lhe a coragem, no entanto. 

Sorri altivo e acenei com a cabeça ao seu desafio. Finalmente alguma coisa de interessante neste palácio, para variar.

- Vish! Parece que correu bem.- Ouvi o André atrás de mim e vi Inês voltar costas, lá em cima, da varanda que dava para o pátio.- Toda a gente viu, meu caro.

- Volta a tocar num cabelo de Inês, e garanto-te que não voltas a acordar na manhã seguinte.- Sorri para o meu melhor amigo. Era uma brincadeira muito séria.

- Hum... essas ameaças só me irão preocupar quando fores tu a sentar o rabinho no trono do teu pai.- Gargalhou e cruzou os braços.- Céus, ela é uma dançarina incrível.

Desembainhei a espada e apontei ao seu pescoço:

- Certo, Inês não. Tudo bem. Entendi. Ficou claro, muito claro, alteza.

- Ainda bem que chegamos a um entendimento.- Baixei a espada e apertei-lhe o ombro num carinho familiar.

💕👑💕

- Inês, ele tentou...

- Eu vi.- Murmurei quando entrei nos aposentos de Constança.

A minha senhora caminhava incessantemente de um lado para o outro, tensa, desrespeitada.

- Eu senti-me tão envergonhada.- Coçou a testa, atirou para longe a touca e deixou cair os cabelos castanhos entrançados.- Estavam todos a olhar.

- Oh Constança...- Abracei-a com força para a tranquilizar e sentamo-nos na cama coberta de pele de lobo.

- Eu pensava que nos estávamos a entender.

- Mas Constança...- Tentei iniciar quando a notei mais calma.- Vocês são casados, não teria mal. Digo, é terrível que seja contra a vossa vontade, mas não seríeis desavergonhada... se vos agrada.- Hesitei.

- É que... mal o conheço.- Murmurou e vi o temor no seu rosto.

Constança sabia que tinha um dever como esposa e tinha receio de que a sua timidez o impedisse, enfurecesse o rei, enfurecesse Pedro e que a conversa chegasse aos ouvidos de Castela.

- És Constança Manuel. Não há nada que possas temer.- Tentei animá-la ao apertar a sua mão com carinho.- Da próxima vez que se virem, pegas-lhe pela camisa, com força - não é para ser romântico, é para ser assustador - e dizes-lhe assim "Eu sou Constança Manuel, filha de Castela e de Aragão, e não há nada que eu tema!"

A minha melhor amiga ria a bandeiras despregadas enquanto ainda secava as lágrimas de há pouco.

- Céus, eu vou adorar conversar com o teu futuro marido.- As suas bochechas tinham uma adorável cor rosada e os seus olhos estavam felizes de novo.

- Tens um com responsabilidades o suficiente para te ocupares...- Aproximei-me da janela que tinha uma vista muito bonita para a cidade.

- Dá para acreditar? Um dia serei rainha de Portugal... eu nunca pensei ser rainha de nada... talvez princesa, duquesa... mas rainha?

- Tenho de mandar renovar o meu guarda roupa, e terás de fazer do azul a cor oficial da corte.- Brinquei com ela, enquanto atava e desatava a minha pulseira de ouro.

- Detesto azul. É uma cor tão fria.- Deitou-se para trás, nos seus novos aposentos.

O quarto maciço do palácio era aquecido com uma grande lareira, nos dias frios como o de hoje, a cama de dossel de lençóis de linho, tinha cobertas de lã e pele de lobo ao fundo, e agora tinha as cortinas verdes escuras em veludo abertas. No chão, uma carpete vermelha e bege com padrões era a mais nova cama de um gato.

Não era nosso, não o trouxemos de Castela, mas Constança tinha gostado tanto do tareco que decidiu não o incomodar quando as criadas o tentaram afugentar dali. Só ainda não lhe tínhamos dado um nome.

Nas paredes haviam algumas tapeçarias que não deixavam o lugar tão frio, e quanto à mobília, ainda a estavam a arrumar. Uma cadeira de balouço, e um baú ao fundo da cama eram os únicos itens por enquanto.

- Amanhã à tarde iremos bordar com a rainha. Convidou-me esta manhã.

Bordar? Estamos num país novo com tanto para ver, e só me querem pôr a bordar?

- Estou a ver que as coisas com a sogra estão a ir bem.- Sorri.

- Sim. D. Beatriz é muito querida e deu-me até alguns conselhos para lidar com Pedro.

- Pois então muito boa sorte.- Encorajei e rimos ao mesmo tempo. Será que a rainha sabia quem eu era? Ter-me-ia reconhecido?

- Disse também que Pedro treina com um amigo de manhã, coisas de homens, as artes da cavalaria. Permitiu-nos assistir, vai ser tão divertido!

Ui, óbvio que sim: ver um asno montar um cavalo.

- Vai ser tão romântico! Pedro, ali, o meu cavaleiro, príncipe...

- A tua criatividade diverte-me.- Sorri e sentei-me perto da lareira, em cima da carpete. Tentei afagar o pelo do gato, mas o bicho fugiu para longe. - Bonito, bonito seria ele convidar-vos para um passeio a cavalo.- Lancei.

- Que romântico seria!

- Depois fariam um piquenique...

- Seria dos céus!- Saltitou entusiasmadíssima.

- E por fim, ele esquecia-se de ti e só dava conta quando chegasse ao palácio, obrigando a pobre e indefesa dama, passar horas a fio ao frio, sem saber o caminho de volta e...

Levei com uma almofada e ri divertida.

- És cruel, Inês.- Resmungou mal-encarada.

- Sou sincera, isso sim. O teu marido só não se esquece da cabeça porque está presa ao pescoço, garanto-te.- Peguei noutra almofada e foi a minha vez de lhe acertar em cheio.

- Estás a ser injusta. Ele nunca te fez mal algum. Acabamos de chegar!- Acertou-me com a almofada, mais zangada do que antes.

- Acredita em mim, vai fazer.- Sorri travessa e lembrei-me daquela terrível tez morena e olhos castanhos. O príncipe iria fazer estragos, grandes estragos. 

- Para de me dar com a almofada!- Resmungou e eu não parei.

A guerra estava declarada, as armas a postos e só acabaria quando as munições cessassem, que é como quem diz, que era até vermos as penas voarem pelo quarto.

- Senhora dona Constança?- Escutamos uma outra voz no quarto e voltamo-nos assustadas.- Lamento entrar assim, porém bati algumas vezes e ninguém respondeu.

Sorri constrangida, para exibir as covinhas marotas.

- Sim?- Constança desceu da cama e entregou-me a almofada. Encarava a senhora, como se a mulher pudesse vê-la só a si e não ao autêntico galinheiro que o quarto se tinha transformado, com tanta pena pelo ar.

- A rainha deseja vê-la.

- Vou já.- Prometeu e olhou para mim em pânico, presumindo estar toda despenteada e amarrotada.

- Seremos rápidas.- Prometi à dama de companhia da rainha e mal a porta bateu de novo, corri para pentear Constança, procurei os sapatos, afastei as penas...

- És louca.- Atreveu-se a rir de mim.

- Com orgulho.- Apertei um pouco mais a pulseira e o toucado alvo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro