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Con†o 20 - Distúrbio

Jornal local, seria uma reprise se não fosse o fato de falar sobre pessoas diferentes, variando de más notícias e algumas poucas notícias boas, uma de minhas diversões rotineiras.

Desligo a TV e logo Laura aparece, com uma faca na mão, me olhando com seus olhos tão negros quanto seus cabelos, um olhar de desprezo, aflição e qualquer um outro sentimento que a incomode. Me levanto do sofá de forma calma, pego meus sapatos e os calço, vou ao banheiro e encaro algumas rugas recentes em meu rosto, a água fria da torneira molhando toda minha cabeça alivia um possível mal estar que poderia vir a tona.

Abro a porta da minha casa, mais uma vez ignorando Laura, assim que abro a porta ele está lá, meu vizinho Jhonatan, parado no quintal da sua casa, em suas mãos, uma tesoura de jardinagem, com os olhos marejados e a feição de raiva e ódio, passo por ele como se nem ao menos tivesse notado sua presença.

As luzes acesas espalhadas pelo beco onde passo anunciam que já é fim de tarde, o céu parcialmente escuro acompanhado de um silêncio mórbido fez com que o barulho dos meus sapatos ao tocar o solo me causasse um certo desconforto.

Alguns cachorros de rua mexendo em um pequeno amontoado de lixo ao lado de um poste, as luzes de algumas casas acesas e o cheiro de comida sendo preparada, a rua quase vazia, os poucos comércios do local já preparam para abaixar suas portas. Eu me sentei no banco de concreto de um ponto de ônibus, logo em seguida uma senhora se aproximou, suja de terra, me olhando com nojo, o repúdio que ela transmite é memorável, não sei qual o seu nome, não havia me dito e isso nunca me importou.

Os faróis do ônibus que eu espero se mostram presentes à alguns quilômetros do ponto de ônibus, dou o sinal para que ele pare e assim o motorista o faz. Subo os pequenos degraus e me deparo com uma quantia considerável de pessoas, todas sentadas. Entrego 10 reais nas mãos do cobrador ao ouvir o "boa noite" dele, ele libera a catraca e me direciona o troco, eu apenas o encaro em negação, ele não entende, mas de forma educada me agradece.

Caminho até o final do ônibus em direção a um lugar vazio sem que ninguém fique ao meu lado, caminho olhando as pessoas, todas quietas, com olhares suspeitos, para mim e também entre elas.

Me sento, observo o caminho do ônibus até o centro da cidade, local ao qual me dirijo. Momentos depois um senhor se senta ao meu lado, é o Senhor Alberto, antigo síndico do conjunto habitacional onde já morei, em seu colo, um martelo. Ele nunca gostou de mim e isso nunca me importou, eu também nunca gostei dele. Consigo sentir seus olhos me fitando, posso sentir o desconforto inquietante que seu corpo involuntariamente transmite, ele obviamente continua não gostando de mim.

Chego ao ponto desejado, desço do ônibus e caminho pela calçada de tijolos vermelhos e amarelos encaixados simetricamente no chão, logo posso ver a igreja, caminho olhando e admirando sua estrutura antiga e bem conservada, subo as escadas da mesma, atravesso a grande porta dupla de madeira e me deparo com três longas fileiras de bancos também de madeira que formam dois corredores com tapetes vermelhos que se encerram em três degraus que dão acesso ao altar, me sento na fileira do centro, no meio da fileira, mesmo lugar onde sentei semana passada.

A missa havia acabado à alguns minutos, observo os movimentos das poucas pessoas que ainda se encontram dentro da igreja, momentos ali sentado sinto um cheiro forte de gasolina, em seguida Thamires senta-se no banco a minha frente, seu cabelo vermelho cor de sangue ê inconfundível, agora posso sentir cheiro de queimado, lentamente ela virasse para trás e me encara, ela continua bonita, mesmo com a maquiagem borrada pela cachoeira de lágrimas que caem de seus olhos.

Noto que a igreja já está praticamente vazia e me levanto, caminho por um dos corredores em direção ao altar, percebo uma cruz de metal repousada no púlpito feito de acrílico frente a uma outra cruz maior que sustenta o corpo crucificado de um homem que todos dizem ser Jesus, discretamente pego a cruz de metal e caminho para tras do altar, em direçao do confessionário.

Antes de chegar ao confessionário uma mulher passa por mim, aliviada e com uma feição de contentamento, certamente se confessou e crê que Deus a tenha perdoado de seus pecados. Continuo andando até o confessionário e me deparo com o padre Josias, mesmo padre que celebrou a missa da última vez que estive aqui, ao me ver se aproximando ele acena com a cabeça e volta para o confessionário, eu inquieto também entro no confessionário.

Me sento segurando firme a cruz de metal que peguei momentos atrás, agora tudo que me separa de padre Josias eram pequenos quadrados amadeirados que formavam uma simples janela. Um silêncio momentâneo invade o local, o padre diz para eu não ter medo, diz que Deus era bom o bastante para perdoar qualquer que fosse meu pecado se eu realmente estiver arrependido.

Eu hesito por alguns instantes mas logo começo a falar, falo dos meus pecados já cometidos e dos que ainda cometo, o sinto atônito, acho que nem ele acredita que Deus possa me perdoar.

Meus dedos abraçam a cruz de metal com força, a adrenalina transmitida pelo padre junto com a lembrança das pessoas que eu vi antes de chegar até aqui causavam terremotos de flashes em minha cabeça que rapidamente me alertava que eu não vim em busca de perdão, o padre também notou isso, mas felizmente, já era tarde demais.

Após colorir a água benta exposta em um recipiente próximo ao local de vermelho e abandonar a igreja, vejo o padre Josias, parado com o olhar triste, segurando uma cruz de metal em uma de suas mãos, como se estivesse me esperando.

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