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Con†o 17 - De pelo branco e olhos vermelhos (Especial de Páscoa)


Geralmente as pessoas nunca gostam do lugar onde moram, muitas vezes por motivos fúteis e banais, mas as pessoas que moram na cidade de Dowtown Hills são diferentes, eles tem razões e motivos para odiarem onde moram. Tudo isso se deve ao fato de que em todo início da semana de páscoa crianças somem sem nenhum vestígio, e logo depois a outra triste notícia, no último domingo de Páscoa as pernas, os braços e as cabeças das crianças são encontrados espalhados pela cidade.

Após anos de acontecimentos e a dita e até então, evidente existência de um psicopata lunático na cidade, fez com que o pânico tomasse conta de muitos moradores, os com mais condições se mudaram, outros nem davam bola, os que não podiam se mudar conviviam ali mas de forma cautelosa e amedrontados, alguns viam tudo como se fosse apenas crimes isolados, afinal, pessoas são mortas em todos os lugares.

Agora, a páscoa não é mais a mesma por ali, antes que se inicie a semana da páscoa os moradores lotam os supermercados, ao invés de comprarem chocolates e ovos de páscoa eles compram mantimentos, mantimentos suficientes para passar toda a páscoa sem saírem de casa, como se fosse acontecer algum apocalipse ou desastre, todos se trancam em suas casas para protegerem suas crianças. Voluntários ajudam a polícia e formam grupos para fazerem rondas por toda a extensa cidade, mas tudo em vão, crianças sempre somem nessa data, e nessa páscoa não foi diferente, crianças sumiram.

Agora você lerá o relato de uma garota de 12 anos, Julie Bell Compton, única criança que desapareceu e foi encontrada com vida e inteira.

"...era noite de domingo, todos estavam em suas casas e provavelmente em suas camas assim como eu e minha avó. Mesmo com alguns barulhos de carros, de passos e luzes de lanternas e viaturas que passavam pelas frestas da janela eu caí no sono.

Acordei assustada e com falta de ar, em um colchão grande jogado no chão, coberto por um lençol branco com o cheiro sufocante de fumaça, do meu lado três outras crianças que acordavam da mesma maneira que eu; Erick de dez anos, Sophia e Josh, ambos com onze anos.

Estávamos em um porão, tinham velas apagadas em suportes presos nas paredes ao lado de algumas cruzes de madeira fixadas nas velhas paredes feitas do mesmo material. No centro do porão, embaixo de uma lâmpada com luz forte acesa tinha uma mesa com cadeiras em volta, uma mesa cheia de chocolates.

Assim como eu todos choravam e gritavam pedindo ajuda, mas no fundo a gente sabia que não adiantava nada. Ninguém tinha noção do tempo, mas nós sabíamos que já havia passado horas, estávamos assustados, nada acontecia e a única porta que tinha no topo de uma pequena escada estava fechada.

A fome fez com que os choros e angústia fossem quase que esquecidos ao comermos os chocolates que estavam na mesa, o gosto não era bom, mas fez com que o barulho que nossas barrigas faziam parassem.

Depois de mais uma eternidade presos ali, a luz da lâmpada no centro do porão se apaga, apavorados vimos as velas se acenderem sozinhas uma a uma, iluminando parte do local e dando destaque nas cruzes de madeira, deixando o porão mais sombrio do que se estivesse em completa escuridão.

Corremos para o colchão e nos abraçamos, poucas palavras eram ditas, o que dizer quando se está presa com outras crianças que sentem tanto medo quanto você?!

O cheiro de fumaça nos sufocava, então tiramos o lençol, mas de nada adiantou, o colchão exalava o mesmo cheiro. Mesmo com aquele cheiro sufocante e pavor o cansaço e o sono falaram mais alto, dormimos.

Acordamos da mesma forma que fomos dormir, abraçados. As velas estavam apagadas e a lâmpada no centro do porão estava acesa de novo, a mesa cheia de chocolates novamente, como se enquanto estivéssemos dormindo alguém tivesse os colocado de novo.

Não tínhamos e nem sabiamos o que fazer, o tempo parecia passar em câmera lenta mais uma vez, eramos quatro crianças apavoradas passando o tempo chorando, comendo chocolates para matar a fome e com inúteis palavras de conforto. Mesmo com medo eu me preocupei em poupar forças, pois o fato da mesa estar cheia de chocolates novamente me dava uma esperança, queria estar acordada para ver o que acontecia enquanto dormíamos.

Um longo tempo depois e a luz do centro se apaga, as velas acendem e todos novamente de forma desconfortável se aconchegam como podem no colchão. Eu estava atenta, olhava pras escadas que levavam para a única porta dali.

A briga com o sono era intensa mas mesmo entre cochilos forçados eu pude ouvir um baixo rangido da velha porta de madeira se abrindo, as velas iluminavam pouco me permitindo ver apenas uma figura com orelhas pontudas e um pequeno focinho com 2 dentes pontiagudos saltados para fora, carregando uma cesta com chocolates, movimentava as pernas curvadas lentamente em direção da mesa onde colocou os chocolates, em seguida caminhou em nossa direção, o medo fez com que eu fechasse meus olhos e me encolhesse ainda mais, mesmo eu com meus olhos fechados pude sentir a presença dele ali, nos observando, eu estava apavorada, só abri meus olhos quando ouvi o rangido da porta se fechando. Depois daquela situação consegui dormir convicta que realmente havia uma esperança, eu tinha um plano e adormeci com isso na cabeça.

Acordamos e novamente a luz estava acesa, contei o que vi para Erick, Josh e Sophia, todos decidimos poupar forças e descansar para executar o plano, iríamos atacar o tal homem fantasiado com os pedaços de madeira das cadeiras que quebramos, estávamos confiantes. Os chocolates na mesa foram comidos e o tempo passou com a gente apreensivos, tínhamos uma chance de escapar, mesmo que pra isso fosse necessário matar o dito homem fantasiado de coelho.

A luz se apagou e as velas se acenderam, nos deitamos no colchão cada um com um pedaço de madeira em mãos e aguardamos, eu estava tremendo e podia sentir que os outros também estavam. O rangido da porta se abrindo foi ouvido e desta todos podiam ver a mesma figura que eu já tinha visto, orelhas grandes e pontudas, o focinho com os dentes pontiagudos saltados e o caminhar lento das pernas curvadas em direção da mesa, eu me levantei e assim os outros também, o pegamos desprevenido com madeiradas, chutes e o cortando com as partes quebradas da madeira, mas tudo em vão, com empurrões ele nos afastou e nos jogou no chão, eu bati minha cabeça e fiquei levemente desnorteada, ele simplesmente ignorou eu, Erick e Sophia, apenas agarrou um dos pés de Josh e o levou escada a cima, o que pensei ser apenas um homem fantasiado de coelho na verdade era algo demoníaco, pude perceber isso ao ouvir seus grunhidos quando os atingimos. Depois que a porta se fechou tudo que pudemos ouvir foi os gritos e choros de Josh, e depois de alguns segundos apenas nossos próprios choros eram ouvidos.

Ficamos acordados, abraçados e trêmulos sentados naquele colchão, mais apavorados do que antes, pois sabíamos que o que quer que tivesse acontecido com Josh também aconteceria com a gente, era só questão de tempo. O tempo ia passando e a gente permanecia ali, cada um sendo dominado por seu próprio medo.

A gente não tinha escolha, a gente tinha que sair dali de qualquer jeito, eu tinha outro plano e fiz com que Erick e Sophia acreditassem que dessa vez daria certo. Notei que quando a tal criatura entrava ele largava a porta aberta, dessa vez nós não iríamos ataca-lo, iríamos correr pra fora do porão assim que ele se aproximasse da mesa, essa era a única chance que tínhamos de sair dali.

Novamente poupamos energia e dormimos mesmo com a luz forte que iluminava o porão, a gente precisava estar dispostos para correr e fugir, mesmo assustada eu mostrava confiança, na tentativa de fazer Sophia e Erick crer que ficaríamos bem.

O porão novamente ficou sombrio com a luz que iluminava o porão, estávamos acordados e pudemos ver de novo a criatura andando em direção da mesa com uma cesta de chocolates em mãos. Me levantei e puxei Sophia e Erick, os encorajando pra sair dali, caminhamos cautelosos e trêmulos até antes de chegar na escada e passar correndo rápido pela porta, fechei a porta e me deparei com um corredor longo, no fim do corredor uma outra porta de madeira e no meio do corredor outras duas portas, uma do lado esquerdo e outra do lado direito, a porta do lado direito estava trancada, a do outro lado estava aberta, e lá estava o que sobrou do corpo de Josh em uma mesa, sabíamos que era Josh, pois assim como seus braços e pernas sua cabeça estava jogada no chão, a sua barriga estava inchada e pulsava de forma grotesca, parecia que algo tentava sair, arrancando vômitos e desconforto, o pavor tomava conta da gente mas precisávamos correr, não podíamos perder tempo.

Assim que iríamos correr para a porta no fim do corredor a outra porta ao lado que estava fechada se abre e uma mão com pêlos sujos de sangue e unhas podres puxa a perna de Erick, eu e Sophia os seguramos pelas mãos, mas não tínhamos forças, Erick estava sendo arrastado e nós também, ele chorava em desespero, assim como eu e Sophia, suas mãos se soltaram das nossas e vimos ele sendo arrastado pro cômodo e a porta se fechando.

Sophia estava em choque caída no chão, não conseguia se mexer, eu tentei, eu tentei levanta-lá mas não consegui, se a gente ficasse ali morreriamos, não consegui arrastar Sophia comigo então a deixei e corri até a porta no fim do corredor torcendo pra que ela não estivesse trancada, e não estava.

Abri a porta e desci uma escada que levava até uma sala também toda de madeira, grande, vazia e sem janelas, apenas uma outra porta de madeira logo a frente, corri até ela e a abri, logo que abri a porta uma decepção seguida de medo intenso me dominou, pois ao abrir a porta tudo o que eu via era uma completa e densa escuridão, um vazio negro e frio como um buraco sem fim.

Voltei a mim quando escutei algo rolando escada a baixo, era a cabeça de Sophia, com seu cabelo longo e loiro encharcado de sangue, rolava, pincelando de vermelho degrau por degrau até o fim da escada, no topo dessa mesma escada eu podia ver com perfeição o ser que nos mantinha presos, era realmente um coelho, um coelho mas andava como um humano, um coelho diabólico. Descia as escadas lentamente com suas patas curvas, as orelhas grandes dançavam lentamente como se tivessem vida própria, pelos brancos encardidos com manchas de sangue fresco e os olhos tão vermelhos quanto o sangue em que pisava, no lugar dos olhos apenas um vazio escuro e sem vida, dois dentes grandes e pontiagudos saltados pra fora seguidos de outros dentes menores, conforme caminhava uma baba gosmenta caia de sua boca, caminhava olhando pra mim, eu estava completamente apavorada, tudo o que eu fiz foi cambalear e desmaiar ao cair naquela escuridão..."

Julie Bell Compton foi encontrada na entrada da cidade, algum tempo depois as cabeças, pernas e braços das outras crianças também foram encontrados espalhados por Downtown Hills. Assim como a garota contou pra policia, que não acreditou, ela também contou para sua avó e a cada detalhe relatado fazia a velha senhora relembrar de um passado macabro daquela cidade, um passado conhecido por alguns dos mais velhos e esquecido pelo tempo.

Mary Bell Compton conta que há 60 anos atrás, quando a cidade ainda estava em fase de crescimento, havia um pastor chamado Edward Lucius, um homem fervoroso e temente a Deus, além de suas ovelhas ele também era responsável por uma igreja, a única igreja da cidade, igreja onde alimentava todo o povo com a palavra de Deus.

A velha senhora diz, que na Páscoa em questão, todos respeitavam a abstinência de carne durante toda a semana e se reuniam cada dia dessa mesma semana para orar, pedir perdão e escutar a palavra de Edward Lucius durante horas na igreja. Assim como Mary, o as outras crianças achavam angustiante, mas os adultos se sentiam satisfeitos com tais atos.

Os anos foram passando, a cidade crescendo, pessoas chegando e tradições trazendo. Em uma das Páscoas o tal coelho se popularizou, obviamente junto com os ovos de chocolate, e a cada ano que passava menos pessoas frequentavam a igreja nessa data.

Edward Lucius não aceitava, passava toda a tarde na praça manifestando sua indignação. Mary Bell Compton tinha apenas 13 anos, não se lembra de muita coisa que ele dizia, mas uma frase que levou tempo para esquecer retorna para lhe perturbar. Ela diz que o Pastor gritava com a bíblia erguida "O que adoram hoje será a desgraça de amanhã, se arrependam disso, ainda há tempo", eram as palavras que ele mais dizia, mas de nada adiantava, quase ninguém dava atenção e os que davam era pra debochar.

Em uma das Páscoas, andando pelas ruas de Downtown Hills, um estranho homem fantasiado de coelho com uma cesta cheia de ovos de chocolate, distribuía para todos, todos estavam felizes, as crianças o abraçavam e comiam chocolate enquanto os pais sorriam. Um coelho de físico franzino, os olhos negros intimidadores que perdiam destaque com o pelo branco que encobria das pontas das orelhas até os pés, uma fantasia nitidamente costurada a mão com couro e lã.

Nessa mesma páscoa duas crianças sumiram, já iria completar quase dois dias e ninguém encontrava as crianças. Então, junto com a polícia, os moradores resolveram criar grupos de buscas para ir de casa em casa procurar as crianças, Mary se disponibilizou a ajudar e tantos outros também, os que não se disponibilizaram a ajudar cederam de bom grado a entrada em suas casas para as buscas, e assim foi feito, uma a uma as casas da já não tão pequena Downtown Hills eram verificadas.

Era noite de domingo, o último dia de Páscoa daquele ano, várias casas já haviam sido revistadas, não faltavam muitas. Mary disse que o grupo de buscas em que estava ficou encarregado de vistoriar a casa do pastor Edward Lucius, bateram na porta e chamaram por seu nome, mas ele parecia não estar na casa, deram a volta na casa para procurá-lo em um pequeno celeiro que ficava nos fundos da casa, ele não estava lá, mas o grupo notou que as ovelhas estavam sem seus pelos, foi aí que se deram conta que o estranho homem fantasiado de coelho era o pastor, não só Mary mas também o restante do grupo se lembrou do que o pastor dizia em todas as missas de páscoa que fazia.

"Essa é a época em que devemos pedir perdão para Deus e para seu filho, Jesus, homem que morreu por nós, nós, humanos tolos, que mesmo com toda sua bondade e milagres realizados não acreditamos nele, ele foi morto em terra e ressuscitou para que a gente pudesse crer que existe um Ser maior que o universo, ressuscitou e subiu aos céus, pois se continuasse entre nós, ele seria morto novamente... digo isso pelo simples fato de que tivemos a prova viva da ressurreição e de que um Deus olha por nós, e mesmo assim muitos de nós somos descrentes, somos mals... devemos pedir perdão, pedir perdão com o coração!"

Lembrar de tais palavras fez com que todos acreditassem que o pastor havia sequestrado as crianças por indignação e repúdio por tudo o que vinha acontecendo durante as Páscoas, pois tinhamos fugido completamente de tudo aquilo que ele acreditava, tudo aquilo que era certo acreditar, estávamos sorrindo e comemorando, quando tínhamos que pedir perdão.

A casa foi invadida, encontraram Edward Lucius no porão da casa se escondendo, também no porão, foram encontradas as duas crianças, mas já estavam mortas, as crianças estavam fantasiadas de coelhos, o pastor havia costurado a fantasia na própria pele das crianças, morreram sufocadas, pois nas fantasias não haviam brechas para que pudessem respirar. Logo todos da cidade já estavam sabendo, todos estavam com raiva, com ódio, tal crueldade não poderia ser perdoada, ele tinha que pagar.

Mary conta que após tirar os corpos das crianças os moradores amarraram o pastor em sua própria cama e encharcaram a casa por dentro e por fora com gasolina, a velha senhora não sabe ao certo, mas a polícia nem ao menos tentou impedir e mesmo que tentassem não conseguiriam, estavam todos com ódio e dispostos a fazer o pastor pagar com a própria vida pelo o que fez. Edward Lucius foi queimado vivo junto com sua casa e a fantasia de coelho feita por ele, Mary diz que enquanto tudo pegava fogo todos podiam ouvi-lo gritando as mesmas palavras que gritava na praça "O que adoram hoje será a desgraça de amanhã".

A velha senhora é uma das poucas que vivenciaram esse passado viva e que ainda mora em Dowtown Hills, todos se recusam a acreditar, acham que ela está apenas prejudicando a recuperação de sua neta Julie, alimentando a sua imaginação com uma história inventada. Mas depois do que houve com sua neta, Mary sabe que é real, que aquela cidade está amaldiçoada.

Mary e Julie são sozinhas, uma cuida da outra, sem condições de saírem da cidade, tudo o que a avó de Julie pode fazer foi mandar sua neta para um orfanato distante, para mantê-la segura. Mas Julie não se sente segura, Julie quase não dorme, pois sempre que dorme tem pesadelos com aquela figura assustadora, pesadelos que a fazem crer que ela voltará. Cada dia que passa a garota sente mais medo, e assim vai ser até a próxima Páscoa, próxima Páscoa que talvez seja sua última.
































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