Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Piloto

Nᴀ̃ᴏ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ ᴏ ǫᴜᴇ ᴄʀɪᴀᴍᴏs,
ᴀɪɴᴅᴀ sᴏᴍᴏs ғᴇɪᴛᴏs ᴅᴇ ɢᴀɴᴀ̂ɴᴄɪᴀ.

» Dᴇᴍᴏɴs, ɪᴍᴀɢɪɴᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴs.

Na época em que ocorreram tais acontecimentos, eu ainda era frei e isso estava prestes a mudar, pois logo teria idade e faria meus votos definitivos, me tornando assim um padre.

Tendo como inspiração o padre Cícero que sempre admirei desde que me entendo por gente, pois além de ter me criado, também tinha me dado muitos ensinamentos valiosos.

Meus pais eram muito pobres e não tinham dinheiro para me sustentar, portanto quando eu nasci, me entregaram a ele para cuidar de mim, legalmente eu era reconhecido como filho de Cícero e as pessoas consideravam isso estranho, embora um ato de caridade, mas nunca me importei com o que elas pensavam disso.

As pessoas da cidade em que morávamos eram muito fofoqueiras, inventavam muitas coisas a respeito de qualquer um, mas ninguém tinha coragem de dizer na cara da pessoa, obviamente. O impressionante era a criatividade que tinham na hora de dizer suas invenções baseadas em achismo e prováveis vozes da cabeça.

A mais comentada pela cidade era a respeito de uma família muito poderosa e rica, dizendo que eles tinham feito uma coisa imperdoável para subir na vida e prosperar de maneira tão rápida em tão pouco tempo.

O boato corria mais entre as mulheres, embora a senhora Celina não andasse junto com quase nenhuma delas, sempre acompanhada da mãe e às vezes, da única filha, raramente seu marido estava presente nas missas junto da esposa e da sogra.

Diziam que o motivo por trás disso era mais do que óbvio e embora muitos não acreditassem, talvez fosse verdade.

Desde pequeno, sempre recebi muita atenção das senhoras que frequentavam as missas, principalmente das viúvas e solteironas, e conforme fui crescendo, recebia ainda mais atenção, de maneira que mal sabia como reagir, mas Cícero não gostava nada de toda aquela atenção, dizia que um rapaz da minha idade, deveria ficar muito atento, redobrar o cuidado com essa atenção excessiva (especialmente das moças) e evitar nutrir aquilo, embora soubesse que eu não tinha o que fazer a respeito.

Apesar de toda essa atenção que eu recebia, nenhuma moça me chamava atenção, no entanto, considerava algumas muito bonitas, não atraentes, exceto uma. Ela tinha uma graciosidade casual nata, sendo uma combinação inerente a elegância

A missa era às sextas, aos sábados e domingos pela manhã, eu ficava responsável por ajudar o padre e já fazia muito tempo que a filha de Celina a acompanhava, diziam que tinha ido passar alguns anos no exterior.

Outra invenção do povo linguarudo, pois numa das missas de domingo,  ela estava lá. A igreja estava lotada, quando uma moça de estatura baixa, cabelos longos e olhos inconfundíveis entrou, à procura de alguém nos bancos velhos de madeira, vestida de branco feito um anjo, embora seus olhos tivessem um ar oblíquo que não passava despercebido.

— Beto! — Chamou ele, impaciente.
Voltei minha atenção a Cícero e entreguei seu terço, pois iríamos rezar Ave Maria.

— Onde está com a cabeça hoje meu filho? — A carranca tomou seu rosto.

Mantive silêncio, segurando meu terço e acompanhando a oração, fingindo estar emitindo som. Até que ela olhou na minha direção, seriamente.

Simplesmente prendi meus olhos aos seus e não consegui desprender até levar um beliscão do padre.

— Preste atenção! — resmungou, percebendo minha farsa. Suspirei e comecei a falar a oração.

No fim da missa, a fila para pedir a benção de Cícero me fez quase ter cãibra nas pernas, mas ignorei isso quando vi as duas vindo em direção à nós, em meio àquela fila enorme.

— Sua benção padre — Pediu Celina, curvando a cabeça suavemente.

— Deus te abençoe minha filha — disse, tocando o topo de sua cabeça. Em seguida veio sua filha, a garota bela e silenciosa vestia branco, feito um anjo, assim como eram seus cabelos peculiares.

— Padre, preciso me confessar — falou, sem tirar os olhos dos meus. Não consegui me mover por segundos.

— Me espere no confessionário filha, assim que eu terminar, iremos — falou a voz mansa, apontando a saída num gesto simples.

Ela assentiu e saiu, sem olhar para trás, o vento soprou seus cabelos claros, em frente ia sua mãe, Celina.

Não demorou e a igreja foi esvaziando, até só restar nós dois e o eco de cada passo que dávamos.

— Aonde você pensa que vai? — Parou no meio do caminho, vendo que eu o seguia.

— Junto com o senhor — Respondi, quase tropeçando nos meus próprios pés.

— Claro que não, pode ir pegar uma vassoura e varrer o jardim lá atrás, te encontro mais tarde para almoçarmos — Franziu a testa, fazendo suas rugas aparecerem.

Aff!

Engoli a vontade de retrucar e respirei fundo, indo na direção contrária, contrária a minha vontade também.

Porém como sou filho de Deus e tinha minhas fraquezas, a curiosidade me venceu e fui até o confessionário, fui me encolhendo até chegar às escadas que rangiam, embaixo era o pequeno lugar aonde todos confessavam seus pecados ao padre, tomei cuidado para não ser visto, pois ela estava ajoelhada de costas, contudo muito próxima de mim.

— Padre, eu pequei — Começou, alto suficiente para que eu escutasse dos degraus acima.

— Qual seu pecado minha filha? — A voz madura ecoou atrás da grade de ferro que os separava.

— Eu fiquei em silêncio, me acovardei, não fui capaz de resistir ao mal — Continuou, a voz mais tornando-se pesada.

— O que você fez filha? Por que não foi capaz? — indagou, compreensivo.

— Eu fiquei com medo... ele fez tudo... nós somos feito as cortinas naquela casa, silenciosas, mas úteis, se não estivermos lá, sentiram nossa falta — redarguiu, a tristeza nublou suas feições graciosas.

Quando me movi acima, acabei batendo o joelho contra o degrau que rangeu, o som fez a moça se assustar e voltar sua atenção à escada acima, tentei subir e sair correndo, mas acabei prendendo a saia do hábito num maldito prego torto e me enrosquei, o desespero de tirar foi tanto que acabei rasgando só para sumir dali logo.

O padre iria me dar um belo castigo se me pegasse ali.

— Amanhã voltarei e continuaremos padre, as paredes tem ouvidos aqui pelo visto — comentou ela, aborrecida e provavelmente desconfiada.

Quando me dei conta, já estava nos corredores aonde ficavam os quartos, não demorou muito e logo Cícero apareceu, batendo os pés pelo piso velho que rangia como tudo naquela igreja velha.

— Não fuja de mim rapaz! Sei o que fez! — Sua voz me alcançou, antes que eu entrasse no quarto e fingisse estar lá fazia tempo.

— Do que está falando? — Apertei os dentes, me fazendo de desentendido.

— Não seja sonso! Estava espiando, não é? — Cruzou os braços, semicerrando os olhos.

— O que eu te disse da última vez? — A represália era óbvia.

— Como serei padre um dia, se não puder escutar as confissões e dar as penitências? — Tentei me defender da acusação merecida.

— Este não é seu papel! Você ainda é muito novo! Então faça o que estiver predestinado a fazer e pare de ser tão curioso! Lembra da última vez? — Repreendeu, gesticulando repetidamente.

A situação a qual ele se referia; se tratava de uma senhora na flor da juventude que havia ido se confessar há alguns meses, dizendo que havia pecado, detalhando claramente os pensamentos e atos libidinosos que não envolviam seu marido e sim outro homem, coisa que acabei escutando e isso acarretou um belo castigo e vários sermões, além de uma penitência por provavelmente “me deixar levar pela malícia”, obviamente um exemplo que não deveria se repetir, pois isso me levaria a pecar.

Não iria pedir desculpas por aquilo, mesmo que fosse ser castigado.

— Qual a minha penitência? — Já sabia o que viria, então me antecipei.

— Depois do almoço irá rezar dez aves marias e doze pai nosso, em seguida, quero que limpe o altar da santa Maria
— Ordenou, severo.

Assenti, o seguindo rumo à cozinha que ficava nos fundos da igreja, sob um teto de gesso e cimento quase caindo aos pedaços devido ao tempo. Enquanto mastigava, conseguia apenas pensar no que ela teria dito se eu não tivesse interrompido.

De quem estava falando? O que havia acontecido?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro