Capítulo 5
Fizemos o nosso pedido e nos sentamos à mesa. Minha cadeira ficou entre papai e mamãe, eu dei um beijo na bochecha do papai, e disse:
- Papai esse lugar é tão lindo! Obrigada por essa surpresa! Até parece um sonho! Quando Sarabi nascer precisamos voltar. Quero ler pra ela uma história em francês! Talvez eu até escolha " O pequeno príncipe." Mamãe você já sabe qual será a primeira história que vai ler para Sar?
Mamãe sorriu. – Não, Amy... Ainda não pensei nisso. Quem sabe você possa escolher!
Eu me animei com a ideia. Enquanto o nosso pedido não chegava, fui a estante de livros. Eu estava apaixonada, a única coisa que me deixou triste era que eu não conseguia entender nenhum livro. Todos eles vieram exclusivamente da França. O proprietário do lugar era neto de um senhor que fugiu da França na época da guerra. Ele era um aspirante a escritor. O nome dele era Apollon, e dois dos livros em todas as prateleiras eram especiais. Eram escritos por ele mesmo. Um se chamava "Fenêtre de Paris", que mamãe me disse que significava "Janela parisiense". Outra coisa incrível em mamãe. Ela sabia um pouco de francês. Sempre foi encantada pela torre Eiffel, amava um bom crepe, se inspirava nos jardins que aquele povo por anos foi mestre em cultivar, e sonhava em conhecer os Alpes. Ela me contou uma vez que, quando jovem ela estava inscrita em uma excursão, mas infelizmente vovô ficou muito doente bem naquela época e ela precisou desistir... Sinto muito por isso até hoje, e eu sei que ela também. O outro livro de Apollon era um pouco mais misterioso e bem grande! O nome era " Finales Incomplètes". Esse eu mesma me arrisquei a traduzir: "Finais Incompletos". O neto do senhor Apollon, disse que esse é um livro de crônicas, que ele escreveu durante toda sua vida, mas que publicaram só depois que ele faleceu. Uma tristeza repentina tomou conta da minha mente. O vovô Apollon passou sua vida inteira escrevendo boas histórias e ele nunca pôde ver elas unidas em páginas, dentro do seu próprio livro. Naquele momento desejei o ter conhecido. Acredito que ele era uma pessoa que me inspiraria. Desejei saber francês para poder ler o que aquele homem tanto dizia. Quais eram suas dores, suas paixões, suas vulnerabilidades. Queria ter tido a oportunidade de perguntar a ele como era morar na França. Se o croissants de lá é mais gostoso. E desejei que ele pudesse me contar como foi fugir da guerra, quem ele precisou deixar pra trás, e se ele amou alguém de verdade. Provavelmente sim, afinal, ele era um escritor! Fiquei imaginando como foi construir sua vida por aqui, o que ele mais sentia falta... Bom talvez se eu aprender francês eu posso descobrir tudo isso nesses dois livros que estão em minhas mãos.
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