Capítulo 9
Ully
Quando acordei para minha tristeza,ele não estava mais lá,suspiro e me levanto. Hoje não teria aula mas tenho um encontro,bem eu não sei se é bem um encontro. Dean vai vir aqui em casa para assistir a um filme ao qual não escolhemos ainda qual vai ser. Bem,deixei claro que ainda não queria nada além de amizade e ele parece ter aceitado numa boa. Mesmo assim estou pirando,porque diabos eu aceitei? Pelo que eu sei,ele corre risco de vida perto de mim,já que só sirvo pra ferrar com todo mundo. Tento me lembrar do que Patch disse pra mim mas é difícil tirar o nó na minha garganta. Tudo bem,provavelmente estou sendo paranóica, nada vai acontecer com ele,é só não entrarmos em nenhum veículo e tudo resolvido. Certo? Será que ele vem de carro? Ah,chega Ully! Para com isso. Fico de banho tomado e espero até dar a hora dele chegar. A campainha toca e eu atendo.
- Desculpe sei que tô atrasado. - Ele sorri.
- Não, tudo bem. Entra. - dou espaço para ele e nos sentamos no sofá.
- Eu queria te levar ao cinema mas você não aceitou.
- Eu prefiro ficar em casa. - respondo pegando o controle. Acabou que o filme que vimos era até bom e Dean fazia comentários muito engraçados. Mas a todo momento pensava em Patch. O que ele estaria fazendo agora? Eu não sei exatamente o que os anjos fazem no céu,só espero que ele não demore muito pra voltar. Assim que penso nisso,levo um susto quando ele aparece de pé na minha sala do nada.
- Você está bem? O cara não morreu na luta,calma. - Dean diz me checando. Abri a boca para responder mas o que eu diria? Não foi isso,é que um anjo está parado na minha frente agora. Sem chance,além de passar uma de louca,eu estaria quebrando a promessa que fiz a Patch sobre não contar a ninguém sobre ele.
- Eu estou bem,só vi um rato passado aqui. - invento alguma coisa de última hora. Patch olha para mim e ri.
- Você quer que eu mate? - diz já se levantando.
- Não! - percebo que tinha me exaltado demais. - Quer dizer,coitadinho pode deixar ele viver. Eu vou no banheiro e já volto.
- Tá bom. Você é a primeira garota que eu conheço que não tem medo de ratos. - Eu tinha mas ele não precisava saber disso. Dou um sorriso pra ele e dou um aceno com a cabeça para Patch que me segue. Entro no banheiro e o puxo também. Fecho a porta.
- Você precisa parar de me assustar assim! - Falo com raiva. - Que bom que está aqui. - O abraço. - Mas será que não tem como avisar antes?! - surto de novo. Ele não fala por um instante e eu não entendo nada.
- Eu vim porque...porque... - ele se atrapalha e não entendo nada do que quer dizer. Faço um sinal para ele ir em frente.
- Eu queria te ver,saber se estava bem. Você está? - Eu o olho com a face cheia de perguntas mas respondo.
- Sim,estou legal. Você quer assistir filme com a gente? - Pergunto receosa. - Bem,se não quiser tudo bem,eu sei que você ter ter outras coisas pra fazer. Eu fico me perguntando o que você faz...
- Não tenho nada. Vamos? - diz ele abrindo a porta. Assinto e o sigo até a sala. Chego mais perto de Dean para dar lugar a Patch no sofá.
- Me atualize. - pede Patch. - Será que ele não entendia que eu não poderia ficar simplesmente falando sozinha? Ah,tudo bem.
- Caramba,ele passou por muita coisa pra lutar no vale tudo,não é? Aquele treinador ajudou muito ele,pena que a polícia não deixa o coitado em paz. Acha que ele vai ficar com a menina da escola? - Patch ri de mim mas pede obrigado.
- É mesmo,espero que ele consiga. Queria ter um treinador assim. - Dean responde.
- É mesmo? Você luta? Eu não sabia.
- Sim,luto um pouco de box. Tentei convencer Scott a fazer comigo mas ele não quis. É bom pra esvaziar a mente.
- Vamos prestar atenção no filme? - Fala Patch com a expressão estranha.
- Tô prestando. - respondo sem querer. Droga.
- O que? - Scott diz confuso.
- Ah...eu tô achando o filme legal. - quase dou um tapa na minha própria testa. Que burra que eu sou. Patch está rindo novamente,está fazendo de propósito? Depois de um tempo o filme acaba e eu e Dean estamos nos despedindo.
- Agente pode marcar de ir em algum lugar,se você quiser. Hoje foi bom. - Dean diz me abraçando. Vejo Patch atrás dele observando a cena.
- Claro,tudo bem. A gente combina. - Ele sorri e me dá um beijo na bochecha. Ele veio de moto então peço que tome cuidado na estrada.
- Preocupada comigo Callahan?
- Só não quero que sofra um acidente,estou falando sério. - Ele assente e vai embora,fico ali até a moto desaparecer da minha vista.
- O que deu em você? Estava estranho hoje. - digo para Patch entrando em casa e fechando a porta. Ele dá de ombros.
- Não houve nada.
- Está tudo bem? Você sempre está tão preocupado comigo mas eu nunca pergunto de você. Tá legal? - ele parece relaxar mais.
- Estou bem,não precisa se preocupar comigo. - assinto e ando com ele até meu quarto,bem quase já que somos parados por Scott.
- Dean né? Eu sabia que estava rolando alguma coisa. Conte tudo Ully. Não se preocupe não contarei nada para Dean. Se ele a estiver desrespeitando você é só falar comigo. Não que eu ache que ele faça isso mas nunca se sabe.
- Relaxa Scott,ele foi muito legal. Valeu pela preocupação. Precisa de algo? - Ele faz que não é eu vou para meu quarto. Sento na minha cama e ele me segue,noto que ainda está estranho.
- Você realmente está bem? - Pergunto preocupada.
- Esse Dean,você gosta dele? - responde em um sussurro. O que isso tem a ver com a pergunta?
- Ele é meu amigo e é legal. - ele simplesmente assente.
- Porque a pergunta?
- Só queria saber se ele está te fazendo bem. - Acho isso fofo da parte dele,pego meu celular e os fones de ouvidos,sento do seu lado e dou um para ele que põe na orelha,me imitando. Dou play na música escolhida.
- Estava escutando essa música e pensei em você. Vou pôr a tradução para você. - Ele me para. (É a música da mídia)
- Não precisa,eu entendo o idioma. - ele diz sorrindo,ainda preciso me acostumar com esse sorriso.
- Você fala inglês?
- Falo todos os idiomas. - diz como se não fosse nada. Eu o olho embasbacada.
- Todos? Chinês?
- Wǒ yě zài xiǎng nǐ - Eu rio de como aquilo soou,a pronúncia era engraçada mas eu não entendi nada.
- O que é isso? O que você disse?
- Eu também estava pensando em você. - diz agora sem abrir aquele sorriso lindo,estava sério. Ficamos assistindo músicas e eu pedia para ele falar mais em outros idiomas porque era muito interessante ouvir. Ensinei ele a jogar um joguinho que tinha no celular e pus minha cabeça em seu ombro,acabo pegando no sono.
Patch
Escuto aquela música que me deixou intrigado e Ully acaba dormindo em meus ombros,como ela pode ter conseguido dizer tudo o que eu estava sentindo apenas com uma música? Fico olhando ela dormir,a sensação de ter ela por perto era boa. Tento aproveitar o máximo dessa sensação porque cedo ou tarde,ela vai acabar. Ponho ela deitada na cama e a cubro antes que fique com cãibras e dou um beijo em sua testa parando no processo para sentir o cheiro bom de seus cabelos ondulados. É tão bom. Pego seu celular e ponho na cômoda.
- Boa noite,Anjo.
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