Brenda entrou no escritório de seu chefe, havia sido chamada a uma reunião com o mesmo.

__ bom dia querido.

Ela disse e ela apontou para a cadeira onde calmamente Brenda sentou-se.

__ posso saber o que me trás ao seu esconderijo?

O homem sorriu e a fitou.

__ temos um trabalho para você.

__ gosto disso. Faz tempo que fico apenas nas ruas na patrulha e isso confesso me deixa entediada.

__ pois bem, o trabalho a qual vou te enviar não será nada entediante ou fácil.

Brenda o observou seriamente. A anos esperava esta tal oportunidade surgir. Uma boa investigação, talvez.

__ parece divertido, chefe.

__ será um trabalho infiltrada em uma comunidade e você tem so que me trazer informações do maior chefe do tráfico da mesma.

Brenda sorri, desafiador do jeito que ela gostava.

__ me diga então quando começo patrão?

O homem abriu um armário onde havia fichas e informações sigilosas e pegou uma pasta.

Ele colocou sobre a mesa em seguida.

__ tem todas as informações sobre ele nesta pasta e seu trabalho será obter mais disso.

Brenda pegou a pasta e folheava observando detalhes sobre o traficante

__ homicídios, lavagem de dinheiro sequestro e é claro o tráfico, ele parece bem importante.

__ ele é simplesmente o maior traficante do Estado se não do país, este homem movimenta milhões por ano em tráfico e até onde sei até mesmo internacional.

Ela observou a fotografia e o nome.

__ Murilo Barreto, 26 anos, esteve em reformatórios... Ele deve ser bastante revoltado e violento.

O homem piscou para ela.

__ na verdade ele somente matou alguns inimigos que queria dominar seu império.

__ e os sequestros?

__ dos mesmos que queriam dominar seu território.

__ então ele pode ser manipulável? - Brenda deu uma gargalhada.

__ não vá com tanta sede ao pote, Brenda. Talvez ela a surpreenda.

Ela levantou-se segurando a pasta.

__ em 6 anos de polícia, nada me surpreenderia, chefe.

__ é seu primeiro caso de investigação.

__ isso é verdade, e devo dizer obrigada por me confiar a este cargo.

__ estude bastante e me ligue assim que estiver pronta, você tem até amanhã a tarde...

__ e como será?

__ vai viver alguns meses dentro da comunidade bem próximo a ele e o resto você sabe como fazer, assim eu espero.

__ pode deixar que farei bem o meu papel.

__ nada de armas. Deixe sua arma ao sair.

__ já?

__ você tem algumas horas para subir ao morro.

__ então serei apenas uma mocinha recém chegada...

__ sim e não banque a heroína dos oprimidos na comunidade, pois você agora é um deles.

__ certo chefe, vou começar a estudar o meu perfil.

__ sua conta e risco e o risco maior e ser descoberta.

Ela já estava em retirava quando o ouve dizer

__ boa sorte.

__ será uma linda experiência.

Se fitaram sorrindo e Brenda enfim se retirou caminhando até onde deveria deixar seus pertences.

Quando chegou ao local um também seu amigo lhe sorria.

O policial Sousa era um de seus grandes amigos da corporação.

__ este sorriso tem algum significado? E a que devemos sua honrada visita senhorita?

Ela deixou a arma sobre a bancada e o distintivo e o sorriu.

__ esta entregando os pontos?

Ele a fitou serio desta vez.

__ não meu parceiro, eu vou investigar um traficante e devo deixar meus pertences... como bem sabe senhor espertinho.

O homem deu uma sonora gargalhada

__ de tudo de sabe aqui, sabe como é... Rumores.

__ eu diria fofoca, mas a palavra rumores parece mais interessante.

__ diria muito interesante o que você enfrentará.

__ já passou por isso?

Ela perguntou fitando o velho amigo nos olhos.

__ sim e foi promissor, eu prendi uma quadrilha de sequestradores muito tempo procurada pela polícia do estado.

__ você é um veterano no assunto investigar.

__ Sim, e agora estou aqui.

__ você merece descanso.

__ daria tudo para voltar a ativa, bela jovem.

__ não ouse me chamar de novata.

__ nem pensar!

__ espero você voltar em breve.

__ pode apostar que sim e com boas notícias.

Com uma piscadela, ela deixou o amigo e se retirou.

Em seu carro, Brenda olhou sobre o banco de carona um ápice a sua carreira. O documento constando informações sobre o traficante.

Brenda vivia sozinha em seu pequeno e simples apartamento no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Quando entrou em seu apartamento o seu bichano roçou em sua perna.

__ oi, amiguinho...

Ela acarenciou o gato de cor acinzentada.

Caminhou até a cozinha onde abriu o armário e pegou a ração do bichano.

__ você deve estar com fome. - cuidadosa, ela põe a ração na vasilha do gato que logo comeu.

__ você sempre esta com fome, gatinho.

Ela sorriu, não havia dado um nome ao bichano.

__ tenho que arrumar alguém para cuidar de você.

Estava falando com um gato.

Virando os olhos e rindo de si mesma se despia jogando a roupa sobre o sofá e caminhando até o banheiro onde em seguida tomou um longo banho quente. Esperando relaxar...

Murilo fumava um charuto no alto do morro em sua casa. Parecia apenas uma casa simples, mas não.

Era um disfarce do lado de fora, tijolos apenas e uma sacada onde no espaço havia uma piscina e uma bela Vista a toda cidade carioca.

__ patrão.

Ele ouve alguém dizer quando virou-se era Vinicius, seu braço direito ao comando do tráfico.

__ o que temos agora? - Murilo perguntou soltando uma baforada do charuto.

__ o morro esta tranquilo, nenhuma novidade, patrão.

__ faço bem meu trabalho.

__ ao que parece, esta tranquilo demais.

Murilo olhou atentamente ao amigo.

__ sabe de alguma coisa, Vinicius?

__ nada, só estou entediado.

Os dois gargalhavam

__ entao de um baile no fim de semana.

__ nada mal. Vou organizar com os caras.

__ talvez eu compareça.

__ mas é claro que Sim, a comunidade ficaria agradecida.

__ tendo me mantido avulso.

__ isso está sendo percebido e esta na hora de agitar, irmão.

O amigo deu um tapinha em seu ombro e se retirou.

Contemplando a vista do morro, ele observou o céu, a lua brindava uma noite incrível.

Murilo deu um longo suspiro.

Todo aquele império estava cansando Murilo.

Pensou em como seria sua vida, se não fosse um traficante.

Olhou para sua pistola e pensou em suas perdas e ganhos vivendo aquela vida hora glamurosa, hora arriscada, ou diria, sempre arriscada.