25. Faça-me sua, alfa
DUAS SEMANAS DEPOIS
Duas semanas. Eram duas malditas semanas, com Jungkook longe.
Yoongi não podia esconder o quanto estava preocupado, principalmente porque o alfa sequer deu notícias de seu estado em Busan. A marca ainda fazia questão de mostrar que ele estava bem, conseguia sentir perfeitamente as alterações de humor e o cansaço.
Tanto que ao andar dos dias, o Min vinha se sentindo exausto. Mas, isso tudo se dava de um cansaço que não lhe pertencia. De toda maneira, poderia lidar com isso. Conquanto, não podia evitar ficar preocupado com Jungkook. O cansaço em excesso que sentia, indicava que Jungkook não estava se dando descanso, e isso era de fato preocupante. Afinal, ele não estava lá para dá-lhe uns puxões de orelha.
Às únicas coisas que Yoongi não conseguia lidar era com as mudanças de humor e a maneira rápida que Nayeong ficou doente. Contudo, o aroma da híbrida denunciava para o alfa que não era somente um pequeno resfriado ou qualquer outra coisa.
Seu cio estava ali. O cio de Nayeong estava batendo a porta e a qualquer momento a híbrida chamaria por seu alfa. Mas, Yoongi sabia muito bem que Nayeong não o tinha como dono. Jungkook era o único que detinha esse título e seria uma tortura para a híbrida passar o cio sozinha. Não só para ela. Já que Yoongi sabia muito bem que para o seu lobo, ele teria que se controlar dobrado pelos chamados.
Os cios despertam todos os sentidos, enlouquecendo-os de uma maneira fora do comum. Yoongi sabia bem que nem mesmo todo seu autocontrole seria capaz de aguentar os chamados de uma híbrida em cio.
Talvez, Yoongi estivesse rezando para todas as divindades, para que Jungkook voltasse o quanto antes para casa.
Os dias já foram cansativos e dolorosos demais. A gata estava a cada dia mais dependente de Jungkook. Os choros constantes, a manha, e a forma como se manteve excluída de qualquer outra coisa que lhe lembrasse Jungkook. Tudo isso mostrava para Yoongi a dependência da híbrida em questão do alfa mais novo.
Yoongi sentia-se incomodado com aquela situação. Era incomum ver Nayeong tão amuada e retida quanto ela estava naquele momento. Mas, tinha ciência de que boa parte da sua exclusão se dava ao cio próximo.
O alfa respirou fundo, checando novamente o celular. Pela terceira vez, somente naquele dia. Mas, absolutamente nada de Jungkook, nem sequer uma mensagem avisando que estava vivo e voltando para casa.
Yoongi lamentou baixo. E sem muito saber o que fazer, subiu as escadas e caminhou paciente em direção ao quarto. Que agora era dividido com Nayeong.
Na ausência de Jungkook, a híbrida ficava ali consigo. Ocupando o espaço grande da cama que era bem nítido para si todas as noites. Yoongi não admitiria em voz alta, mas, gostava da companhia de Nayeong. Não se sentia mais sozinho na ausência de Jungkook.
Assim como ele é dependente do alfa mais novo, a híbrida também é. Juntos, conseguiram sanar mais a saudade e ter uma noite de sono tranquila. E assim, Yoongi sorriu.
Ao entrar no quarto, viu Nayeong deitada no lugar de Jungkook, agarrada ao travesseiro do alfa. Cheirando-o com toda paciência do mundo e esfregando as bochechas nele.
Yoongi sorriu com a imagem. Era adorável de se ver.
Ouviu logo em seguida, o ronronar baixinho de Nayeong, que se encolheu na cama. Ao se sentar no colchão macio, se deitou de frente, suspirando e inspirando.
O aroma de Nayeong estava no seu máximo, beirando ao insuportável de tão forte.
— Yoonie.. não me sinto bem.
Paciente, Yoongi deitou-se de lado, tocando a testa da híbrida que se encolheu com o toque gélido da mão do alfa.
— Você tá quente, Na. — Suspirou, se sentando na cama logo em seguida. — 'Tá com febre.
— Eu tô me sentindo meio mal. 'Tô enjoada, minhas mãos estão tremendo. — A gata balbuciou fraquinho, se ajeitando na cama com mais facilidade.
— Vou molhar uma toalha, com água fria, para colocar na sua testa. Se ajuste melhor na cama e não se cubra tanto. — Dito isto, o alfa seguiu em direção ao banheiro.
Pegando de dentro do armário pequeno uma das toalhas de mão, molhando-a rapidamente na água assim que abriu a torneira da pia. Ao torcer e fechar a torneira, se adiantou e foi em direção ao quarto.
Nayeong estava menos coberta, e a cabeça estava ajeitada no travesseiro de Jungkook. Logo, o alfa colocou a toalha pacientemente na testa da garota, tocando-a logo em seguida nas bochechas.
Realmente ela estava queimando pela febre alta. Yoongi tentou entender como ela ainda estava acordada, já que com a febre alta daquela maneira, poderia tê-la desmaiado.
— Se estiver sentindo algo mais forte, me avise.
Nayeong acenou devagar. Sorrindo agradecida para o alfa, que sorriu.
Voltando para o outro lado da cama, Yoongi deitou-se e suspirou fraco. Deitou-se de lado e virado para Nayeong que estava de olhos fechados, esperando que aquela toalha fizesse algum tipo de efeito.
Mas, diferente do esperado, a única coisa que Yoongi viu fora Nayeong remexer-se na cama e seguido disto, um gemido alto, que beirava a um miado escapou da híbrida. Logo o alfa soube o que estava acontecendo.
Nayeong havia entrado no cio.
*
— Yoonie-ah, tá doendo muito..
A voz de Nayeong era chorosa. Suas bochechas estavam completamente vermelhas, seus olhos marejados e seus dentes mordiam seus lábios com extrema força.
Yoongi sentia o corpo da híbrida tremer violentamente em seus braços. Fora os miados e gemidos, ela tremia e estava queimando em febre.
Mesmo com todo o aroma atrativo da garota, Yoongi fechou os olhos e respirou fundo. Seu lobo estava arranhando as paredes de todo seu interior e aos poucos, a sua sanidade se esvaia para qualquer lugar que fosse. O aroma de amora de Nayeong era gostoso e tampouco o alfa conseguia descrever em quais níveis.
O Min se manteve calmo, jogando água nos cabelos de Nayeong. Torcendo para que aquela água fria abaixasse a temperatura alta do corpo da garota, que a qualquer momento poderia desfalecer em seus braços.
— Eu sei que dói, mas, faremos o possível para abaixar sua temperatura. — Após dizer, Yoongi colocou as mechas dos cabelos de Nayeong para trás. Passando as mãos sobre o rosto da híbrida, que tremeu com o contato e com a água fria sobre o rosto. — Mantenha seus olhos abertos, Nayeong.
— Minha cabeça tá tão pesada, eu não consigo abrir os olhos, Yoon. — Soluçou. Se contorcendo novamente pela nova leva de dor. E ao se inclinar para frente, Nayeong agarrou os braços de Yoongi — que se segurou firme para não cair dentro da banheira de água gelada — gemendo baixinho.
— Nayeong..
— Vai doer mais forte, Yoongi. Eu estou tentando não gritar, mas, vai chegar um momento..— Os olhos chorosos de Nayeong encararam o alfa, que suspirou. — que eu vou gritar.
— Eu já tentei de todas as maneiras ligar para Jungkook, mas, ele parece mais incomunicável que qualquer outra coisa. — Nayeong riu, fraco e negou com a cabeça. Soltando o braço do alfa, para que ele pudesse jogar mais água fria em sua cabeça.
E assim Yoongi fez. Despejou o tanto de água fria que podia na cabeça da híbrida, para que pudesse ao menos abaixar a temperatura.
Os maiores problemas dos cios, são a temperatura alta. O corpo treme, fica mole e o indivíduo desmaia. Ao acordar, o cio vem com mais força ainda. Nayeong precisava se manter acordada, ou o cio pioraria em intensidade de dor e ficaria completamente difícil controlá-la.
Tocando na testa de Nayeong, sentiu-a menos quente. Então, parou de jogar água sobre seus cabelos. Puxando a toalha para mais perto.
— Me dê suas mãos. — Prontamente foi obedecido. Nayeong ronronou baixinho, fungando em seguida. Estava chorando. — Apenas se impulsione para cima e eu pego você.
A híbrida afirmou devagar com a cabeça e fez o que lhe fora dito para fazer. Impulsionou-se para cima e logo Yoongi pegou-a, segurando-a perto de si. Tampouco se importou se a sua roupa ficaria molhada pelo corpo úmido de Nayeong.
Quando passou a toalha ao redor da menina, Yoongi enrolou-a no corpo alheio. Para logo, pegá-la de uma vez no colo. Estilo noiva.
— Por que está fazendo isso? — Perguntou Nayeong.
— Isso o quê?
— Me ajudando. Não é sua obrigação, Yoongi. — A voz de Nayeong soava baixa e mansa. Ela mal tinha forças para falar, tampouco para andar.
Yoongi por sua vez, sorriu de lado. E ao entrar no quarto, ainda mantendo Nayeong em seus braços, ajeitou da maneira que podia a cama. Quando terminou, colocou-a deitada no lugar de Jungkook.
Sem se preocupar em respondê-la, Yoongi removeu os lençóis da cama, deixando apenas os travesseiros. Posicionou um atrás da cabeça da híbrida que agradeceu e se ajeitou devagar.
— Você faria o mesmo por mim. E mesmo se não o fizesse, ainda sim, eu te ajudaria. Não sou uma pessoa ruim, Nayeong. — Yoongi disse-lhe e ao terminar, o alfa retirou os sapatos e entrou no closet.
Removendo com calma a camiseta e a calça molhada, vestindo uma regata branca e uma bermuda preta. E com toda paciência do mundo, jogou os cabelos escuros para trás. Saindo logo em seguida do quarto e como se não bastasse, recebeu os olhares incisivos da híbrida.
— Nunca achei que fosse, Yoonie. — Um sorriso doce escapou de seus lábios e Yoongi sentiu seu coração vacilar algumas batidas. Mas, não se importou com aquela sensação sufocante que sempre dava as caras quando se tratava de Nayeong.
A passos calmos, o Min se aproximou da cama, sentando-se na ponta. Puxando do bolso o celular, mandando mais algumas mensagens para Jungkook. Mas, se deu conta de que o alfa não entrava no aplicativo de mensagens há dias.
Preocupou-se, mas, sabia que não podia fazer nada. A não ser rezar para que justo naquele momento, ele olhasse o telefone.
— Se precisar retirar a toalha, pode o fazer. Prometo não olhar.
Nayeong riu baixo. A risada saiu rouca.
— Obrigada. — Com um aceno de cabeça, Yoongi lhe respondeu.
Cruzou os braços e manteve o olhar perdido e longe da cama atrás de si. Já que Nayeong se mexia, e provavelmente estava retirando a toalha de seu corpo.
Mesmo que todo seu corpo estivesse sendo chamado para a híbrida, como um imã; faria de tudo para que não passasse dos limites e acabasse olhando o que quer que fosse. Não queria ser invasivo e olhar para o corpo de alguém que não lhe autorizou a tal.
A movimentação continuava, mas, Yoongi sabia que essa movimentação estava muito próxima de si. Já que o aroma de Nayeong estava instalado em suas narinas.
Não estranhou quando sentiu as mãos da híbrida em sua cintura, subindo calmamente por sua barriga coberta pela camiseta. Nayeong o envolveu em um abraço e descansou sua cabeça nas costas do alfa. Quando olhou para baixo, Yoongi viu as mãos curtas da garota e sorriu fraco.
Levou suas mãos até as mãos pequenas, segurando-as com paciência. Colocou uma de suas mãos para trás, tateando até encontrar os pés de Nayeong. E quando encontrou, puxou-os levemente para frente. Indicando para que ela o abraçasse com as pernas e assim a híbrida fez.
Nayeong abraçou o alfa por trás com as pernas, ronronando pela temperatura gostosa que o corpo de Yoongi emanava. E daquela maneira ficou, até sentir a dor cessar brevemente. Mas, tanto Nayeong quanto Yoongi sabiam que era apenas questão de tempo para que voltasse com mais força.
— Tira a camiseta, só um pouquinho. — Pediu e Yoongi riu.
— Tá se aproveitando da boa vontade, gata.
— E você tá deixando. — Riram em uníssono e prontamente Yoongi tirou a camiseta. Sentindo Nayeong se aninhar em si novamente, depositando um beijinho em suas costas. Beijinho este, que fora o suficiente para o arrepiar dos pés a cabeça.
Com toda calma do mundo, Nayeong esfregou suas bochechas levemente na pele quente das costas de Yoongi. Ronronando baixinho e fraquinho pela proximidade.
Yoongi em sua vez, segurava os pés de Nayeong. Totalmente a mercê da híbrida e de seus toques leves e castos. Sentiu as mãos da menina em sua barriga novamente, subindo para seu peito e ali, arranhando levemente com as unhas curtas.
Ele devagar abaixou a cabeça, mantendo os olhos fechados. Alguma coisa lhe dizia que Jungkook não chegaria cedo, já que ele não deu as caras ou enviou algum tipo de aviso.
Apesar de toda calma aparente, Yoongi estava surtando internamente. Tentava compreender o que faria. E o pior de tudo, o porque de ceder tão facilmente. Imaginava ter sido o aroma, mas, algo dentro de si dizia que ia muito além dos aromas.
Sua mente tentava encaixar todas as lacunas que faltavam, seu lobo arranhava as paredes de seu ser, desejando ceder. Seu lobo queria ceder, ao que seu lado racional lutava para controlar. Nayeong não era sua, tampouco seria sua.
Não fazia sentido levar-se a ceder por alguém que não lhe pertence.
A única coisa que podia fazer era ajudá-la. Mas, até que momento as ajudas que poderia oferecer seriam suficientes?
E dado aos próprios pensamentos, sentiu Nayeong se afastar de si. Mesmo ao soltar a respiração que prendia, Yoongi sentiu-se vazio.
Sentiu-se incomodado com o afastamento. Mas, não se pôs a reclamar e não olhou para trás.
— Qualquer coisa, grite. Vou comer alguma coisa.
— Tá bom. — Escutou a voz chorosa de Nayeong e aos poucos se levantou. Ao olhar levemente para trás, viu a mesma deitada de lado, o travesseiro entre as pernas e o corpo encolhido em posição fetal.
Ao sair do quarto, Yoongi ouviu-a chorar.
*
Yoongi ainda estava atordoado com os gritos. Gritos estes, que se transformaram em gemidos e miados desesperados. Tentou de todas as formas tapar os ouvidos, mas, quando se deu por si, já estava subindo as escadas as pressas.
Tropeçava nos próprios pés. Nayeong estava chamando, ou melhor, gritando. E pelo nível do seus gritos, estava desesperada.
O Min sabia que naquela altura do campeonato, Jungkook não daria as caras. Caso o quisesse, já teria aparecido. Era ele e Nayeong. Teria de fazer o que fosse possível para ajudar Nayeong.
Nunca presenciou cios de híbridos, mas, sabia inteiramente que aqueles gritos e chamados desesperados, eram do mais forte cio. Não imaginava que os mais fortes pudessem ser daquela maneira, e tinha quase certeza que o indivíduo ficaria cansado. Muito mais cansado que alfas e ômegas ficam em seus cios.
Ao entrar no quarto, suas narinas foram agraciadas pelo aroma ainda mais forte e atrativo da híbrida, que bateu em sua face com toda força do mundo. Yoongi sentiu as pernas tremerem e desejou não ter se virado, mas, quando o fez já era tarde.
A cena que viu, mexeu com todas as suas estruturas e seu lobo ganiu. A fraqueza nas pernas que sentiu fora absurda, assim como a queimação em seu quadril. Suas pernas estavam bambas e fracas, mas, ainda sim, lhe guiavam até a cama.
Onde Nayeong se encontrava de quatro. Com a bunda bonita arrebitada para cima e a parte superior do corpo abaixada. Os nós dos dedos estavam brancos, e Yoongi pode perceber isso assim que se aproximou o suficiente de onde ela estava.
Os gemidos e miados de Nayeong eram ainda mais altos, visto que com toda necessidade do mundo, ela esfregava-se contra os travesseiros. Parecia querer algum tipo de alívio que não viria, já que ela gritou ainda mais alto.
O alfa engoliu seco. A garganta aos poucos estava travando e ele nem sabia o que fazer. O corpo estava travado, seus olhos observavam todos os detalhes do corpo de Nayeong. Que por instinto, balançava a bunda diretamente para si.
Ela sabia que ele estava ali. Conseguia sentir o cheiro dele e a aura de alfa.
E acima de tudo, Yoongi sabia que ela precisava de si. Já que naquele exato momento, Nayeong não gemia mais coisas desconexas, mas sim, seu nome.
— Yoon..— O gemido saiu mais como um miado. Aos poucos, Nayeong se levantou, aproximando-se do alfa que estava parado na ponta da cama. — Yoonie..
— Você sabe que eu não posso. Não posso te ajudar com isso, eu não sou seu alfa, Nayeong. — Yoongi disse. Os olhos arregalados. A respiração descompassada. — Eu não sou seu..
As palavras mais saíram como um fato doloroso, não como uma afirmação. Yoongi sentiu seu ar faltar. Mas, ainda sim, conseguiu encarar os olhos da híbrida que respirava fundo.
— Mas..— A voz saiu chorosa e trêmula. Nayeong parou em frente a Yoongi. Dando a visão de seus olhos cheios de lágrimas e angustiados, o alfa tremeu. — Eu confio em você, Yoongi. E-eu confio em você para que seja meu alfa. Só que..— Nayeong se engasgou ao dizer, os olhos estavam mais cheios de lágrimas — Nós não sabemos quando o Jungkook vai voltar, estamos às escuras. E se ele não voltar a tempo?
— Nayeong..eu não posso.
— Vai me deixar aqui, esperando pelo Jungkook, sentindo toda essa dor? — A híbrida soluçou, os olhinhos cada vez mais cheios de lágrimas. — Eu preciso de você, Yoongi. Por favor.
E novamente Yoongi tremeu. O corpo se curvou e ele apoiou as mãos na cama. Seu corpo tremia compulsivamente e seus rosnados eram altos. Mesmo que sua parte racional desejasse recusar, seu lobo precisava ceder.
Eles precisavam ceder. Se render.
Mesmo com todo seu autocontrole, há coisas que nem sempre podemos controlar. Nem sempre podemos controlar nossos instintos e Yoongi sabia muito bem. Seus ouvidos captaram novamente os chamados de Nayeong.
Que daquela vez, estava sentada sobre os joelhos na cama. Perto do alfa, observando-o e tentando compreender o que se passava. Mesmo que acabasse soltando gritos pela dor que ainda estava sentindo e cada segundo ficava mais forte.
— Yoon, por favor..
— Não posso, eu não posso. — Negou. Apertando com mais força os lençóis.
— E-ele pediu para que você cuidasse de mim, Jungkookie pediu. Por favor, cuide de mim. — Yoongi ouviu-a chorar. Nayeong caiu no choro novamente, curvando-se na cama.
Estava doendo.
— Não assim, Nayeong. Assim não, não me peça isso.
— Yoongi, ele não vai chegar. Eu não consigo aguentar mais, eu estou tentando, mas, não consigo aguentar mais. — Nayeong gemeu novamente.
Mesmo com toda a força que tinha. Sabia perfeitamente que não poderia aguentar mais. Seus limites haviam sido esgotados e seu corpo a qualquer momento iria ceder.
Todas as suas emoções estavam sendo liberadas e o resquicio de sanidade que lhe restava aos poucos estava sumindo. Seu choro tornou-se mais alto e seus gemidos eram ainda mais fortes.
Doía tanto, que a híbrida mesmo que tentasse, não conseguiria descrever toda a dor que sentia. Começava em seu quadril e se dividia por todo seu corpo.
Fora suas pernas que estavam completamente úmidas pela lubrificação natural. Estava pingando, dado a excitação que sentia e a maneira que seu corpo se encontrava. Seus instintos, de alguma maneira, reconheciam Yoongi.
Confiavam, desejavam, precisavam.
— Faz passar, por favor, alfa.
Devagar, Yoongi recompôs sua postura, encarando a híbrida. Nayeong chorava sem medida, seu corpo tremia. Suas bochechas gordinhas estavam vermelhas e seus olhos ainda mais marejados.
A boca pequena sendo massacrada pelos dentes. De alguma forma, ela tentava aliviar toda a dor que sentia, mordendo os lábios e apertando os lençóis nos dedos. Assim como ele estava fazendo naquele exato momento.
Yoongi sentiu seu coração acelerar e o ar que até então prendia, escapar pela boca. Assim como sentiu suas bochechas molhadas. Além do ar que prendia, prendia lágrimas. Lágrimas essas, que caiam sem medida pelas suas bochechas.
— Que droga, Nayeong. — Aos poucos, as orbes castanhas, tornaram-se azuis. Um azul tão claro e bonito, que Nayeong sorriu fraco.
Ao soluçar ainda mais alto, a híbrida abriu levemente os braços. Estava chamando o alfa para si.
— Alfa, por favor.
Devagar, Yoongi subiu na cama, parando dentro dos braços da híbrida. Logo levando as mãos grandes para a cintura fina da gata, que arfou baixinho.
— Estou aqui, meu bem.
Com um sorrisinho, Nayeong se aproximou mais. Colando os seios no peito desnudo do alfa, levando as mãos curtas para o rosto de Yoongi que fechou os olhos levemente.
E com todo desejo que sentia em seu âmago, Nayeong o beijou. Subindo as mãos para os cabelos do Min, que arfou contra a boca de híbrida, que sorriu ao meio do beijo. Não precisou de muito para que Yoongi a retribuísse.
As línguas dançavam dentro das bocas, assim como o bater de dentes era forte. O que se iniciou sendo um beijo paciente, terminou como um beijo selvagem e cheio de um desejo guardado que naquele momento, ambos puderam livrar-se.
Descendo os beijos para o pescoço de Nayeong, Yoongi chupou cada pequena área sensível que ele tinha ciência que Nayeong tinha ali. Ouvindo os gemidos roucos da híbrida. Que a beira do colapso, chamou por si.
— Faz passar, Yoonie, faz. — Lamentou a híbrida, soluçando ao sentir o próprio ventre se contorcer pela dor. Suas pernas estavam ainda mais molhadas, sua entrada estava pulsando.
— O alfa vai fazer passar, amor.
Para aliviar a sensação incômoda, passou uma perna na outra. Para em seguida, apertar os ombros do alfa que sorriu. Os olhos brilhando em um azul escuro, que aos poucos escurecia cada vez mais.
E quando colocou as mãos na cintura de Nayeong, subiu-as para os seios da híbrida. Apertando com força os seios médios e bonitos. Se deliciando com a reação de Nayeong, que gemeu ainda mais por si.
Contudo, ele estava apenas começando.
— Fique de quatro, Nayeong. Mostre-se para mim, meu bem. — O pedido mais saiu como uma ordem e ela prontamente foi obedecida.
Ao soltar-se de Yoongi, Nayeong se deitou na cama de bruços, erguendo os quadris na direção do alfa. Tampouco a híbrida importou-se em ficar de quatro para o alfa, mostrando-se do jeito que fora pedido e da maneira que desejava. Naquele momento, não havia nenhum tipo de vergonha entre os dois.
A necessidade sempre falava mais alto acima de toda vergonha que poderia vir a sentir. Talvez, pudesse se sentir envergonhada depois de todo o transtorno, mas durante, não sentia algum resquício.
Yoongi, em sua vez, desafivelou o cinto. Não perdendo tempo ao abrir a calça e livrar-se dela.
Seus olhos estavam em Nayeong, e na maneira que ela se encontrava na cama. De quatro, com a bunda totalmente exposta para si e gemendo. Gemendo seu nome tantas vezes, que sua sanidade já estava lhe dando adeus aos poucos.
Yoongi parou por um tempo, observando a bunda bonita e branquinha da híbrida. Completamente arrebitada e vermelha pelos possíveis arranhões que ela poderia ter dado.
Nayeong estava balançando os pés, agoniada para qualquer tipo de contato que pudesse receber de si. E a gata não reclamou quando sentiu as mãos de Yoongi sobre sua bunda. Apertando e apertando a carne macia, observando que aos poucos seus dedos ficavam perfeitamente marcados ali.
Yoongi rosnou baixinho ao ouvir miados altos. Nayeong estava totalmente entregue. A gata deixou de se controlar e não tinha motivos para tal.
Ao levar as mãos para a parte interna das coxas de Nayeong, sentiu-a completamente molhada. Estava pingando. Pode perceber que sua entrada estava vermelhinha, completamente exposta para si. Era como se implorasse para ser fodida.
Yoongi estava duro. Podia sentir seu pau pulsar dentro da própria cueca. Desejava o quanto antes estar dentro de Nayeong, mas, pelo pouco de consciência que ainda tinha; sabia que não podia ir com sede ao pote.
Poderia muito bem machucá-la e naquelas condições era o que menos desejava.
Colocando as mãos na cintura de Nayeong, o alfa abaixou-se. Ficando com o rosto perfeitamente perto da bunda da híbrida, tendo total visão de sua boceta.
Seu lobo ganiu pelo aroma de amora ainda mais forte. O corpo tremeu e imediatamente o alfa passou sua língua pela entrada da gata. Que ao sentir a língua quente, chupando e lambendo-a inteira, miou ainda mais alto. Rebolando os quadris, empurrando-os para mais perto do alfa, para sentir mais de sua língua em seu interior.
Yoongi estava se deliciando com o gosto doce da lubrificação da menina e ainda mais com todas as reações que o corpo de Nayeong estava lhe dando. Com toda paciência, colocou as mãos na bunda da híbrida, parando-a.
E logo ao se afastar, conseguiu ter a visão de seu rosto. Já que Nayeong o encarava com os olhinhos pidões e a boca entreaberta.
— Tão doce, meu bem. — Sorriu o alfa, mordendo os próprios lábios. Ao ouvir tais palavras, Nayeong gemeu ainda mais alto.
— Alfa, alfa, por favor.. — A voz da híbrida saiu ainda mais rouca e intensa. Nayeong tinha urgência. — Me come, por favor, por favor..
— Como você quer que o alfa coma você, amor? — Cuspiu as palavras, colocando as mãos grandes contra a bunda da híbrida que gemeu manhosa. Gemidos esses, que enlouqueceram ainda mais os sentidos alheios.
Yoongi não sabia por quanto tempo duraria, mas, precisava aproveitar ao máximo o pouco de sanidade que lhe restava.
— Yoonie-ah! Faça do jeito que quiser, como quiser. Mas, me fode logo!
Ao dizer, miou em seguida. Mexendo com mais desespero a bunda.
Yoongi sorriu. Até lá, a coloração de seus olhos não eram mais azuis. Toda sua íris se encontrava escura. Seu lobo assumia o controle e ele estava mais do que satisfeito. Sua menina tinha pressa e ele precisava sanar suas vontades o quanto antes.
Livrando-se da cueca, Yoongi aproximou-se de Nayeong rapidamente. Segurando-a pelas coxas, e ao vê-la abrir mais as pernas para si e empinar-se ainda mais. Não poupou tempo ao segurar o próprio pau pela base, e posicioná-lo na entrada da híbrida.
Nayeong até lá, miava e gemia, de maneiras incompreensíveis. Conquanto, quando sentiu o caralho do alfa lhe invadir, seu corpo tremeu e seus gemidos soaram ainda mais altos. A parte superior de seu corpo se abaixou e apenas sua bunda se manteve elevada para ele.
Com os dedos cravados na cintura da gata, Yoongi movimentou-se. Seu corpo tremeu ao sentir a híbrida. Seu canal vaginal lhe recebia muito bem e era quente, muito quente. Os movimentos eram precisos e rápidos. Era-se possível ouvir os estalos do seu quadril ao bater contra a bunda da híbrida. Vai e vem tão ritmados, que beirava ao irreal pela precisão.
Os dedos de Yoongi marcavam a cintura de Nayeong. Está, que se encontrava completamente perdida dentro das sensações gostosas que seu corpo recebia. A gata sentiu uma das mãos de Yoongi puxar seus cabelos. E rapidamente ele enrolou os fios na mão, puxando-os com força para trás.
Nayeong gritou, e seu corpo foi para trás pelo puxão que recebeu nos cabelos. Suas costas bateram contra o peito do alfa, que continuou fodendo-a com força. Os estalos estavam cada vez mais audíveis e obscenos.
Aos gritos, Nayeong segurou uma das mãos de Yoongi. Gemendo ainda mais alto ao senti-lo acertar um pontinho gostoso dentro de si.
Yoongi repousou a cabeça sobre o ombro da híbrida. Cheirando aquela área de seu pescoço, chupando e mordendo.
Era nada mais, nada menos, que instinto. O lobo desejava a presa e naquele instante, não só os vizinhos sabiam do que se passava naquela casa, como a rua inteira sabia o que se passava dentro daquele recinto.
O lobo alfa que habitava Yoongi estava muito satisfeito. Mas, não menos desejoso. O aroma de Nayeong parecia traga-lo cada vez mais, entorpece-lo e rende-lo a níveis catastróficos. Yoongi não poderia resistir, nem mesmo se quisesse.
Ele iria fodê-la de todos os jeitos e maneiras possíveis. De quatro, de frente, de cabeça para baixo, de lado. Para repetir tudo de novo. Reprimir vontades é como morrer várias vezes, e uma coisa que o lobo odiava era reprimir suas vontades.
Com as mãos apertando os seios da híbrida, seus quadris se movimentavam cada vez mais fortes. Os estalos ainda mais altos inundaram todo o quarto. Os gemidos obscenos e as palavras desconexas que escapavam da boca dos dois.
A híbrida desejava mais. Ter o alfa dentro de si era maravilhoso. Suas paredes vaginais o recebiam tão bem, que Nayeong sentia que poderia gozar a qualquer momento.
Contudo, o alfa retirou-se de dentro da híbrida. Soltando seus cabelos e colocando-a de frente para si.
— Deite-se de bruços. — Ordenou e prontamente foi obedecido.
Nayeong deitou-se, a respiração descompassada e o corpo prestes a entrar em colapso.
Ao juntar as pernas da híbrida, Yoongi sentou-se sobre as suas coxas. Posicionando seu pau novamente na entrada de sua boceta, para invadi-la de novo. Repousando suas mãos na cintura da híbrida, apertando a carne macia daquela área e arranhando com as unhas curtas.
Seus quadris se moviam com mais agilidade. Era como se a cada instante que se passasse, seu corpo tornasse ainda mais desejoso da garota.
Os gemidos eram altos, as palavras obscenas e os miados de Nayeong aos poucos se tornavam escassos. Ela já estava ficando sem forças para gritar.
Yoongi tinha a perfeita visão do seu pau entrando e saindo da vagina da gata. A visão era gostosa e lhe enchia ainda mais o âmago de tesão. Ele pode sentir Nayeong se contrair ao redor dele. Um rosnado escapou de seu lábios e logo sua mão esquerda desceu contra a bunda da gata, em um tapa forte e ardido.
Nayeong miou, gemendo baixinho. Tentando rebolar os quadris, e numa pequena tentativa, sentiu o alfa ir ainda mais fundo dentro de si. Seus dedos seguraram com mais força ainda os lençóis da cama, arrancando-os.
Desejando torturar ainda mais a garota, Yoongi movimentava-se lentamente. Saindo tão lentamente, que os dedos os pés de Nayeong se esticaram e a gata lamentou baixinho. Ao voltar a invadi-la, chocou os quadris contra a bunda bonita de Nayeong.
E ainda dentro dela, mexeu as próprias ancas, rebolando-os. Sentido com precisão a híbrida se contrair ao redor dele com mais intensidade.
Daquela maneira que Nayeong se encontrava, estava completamente rendida e imóvel ao alfa. Seus gemidos eram agudos e a maneira com qual clamava por Yoongi desesperada. O ápice demoraria a ser alcançado e os corpos de ambos estavam completamente suados. Os caninos de Yoongi aos poucos escapavam de seus lábios. Seu lobo queria mordê-la, sentia ânsia em fazê-la sua.
— Alfa.. — Chamou. A voz baixa, engasgada.
Saindo de cima das pernas de Nayeong, Yoongi puxou-a com calma. Ainda existia um pequeno fio de consciência dentro de si.
Com toda paciência do mundo, virou a gata de barriga para cima.
Nayeong respirava fundo. As bochechas vermelhas, os dentes massacrando os lábios pequenos. O peito subindo e descendo pela respiração descompassada. Mas, acima de tudo, seus olhos se mantinham encarando-o. Com um brilho totalmente diferente do habitual.
Ao que abriu os braços, Yoongi automaticamente foi até Nayeong. Fechando os olhos ao senti-la abraçá-lo. Com a cabeça no pescoço do alfa, o farejou, beijando logo em seguida a pele molhada pelo suor.
— Respire. — Yoongi disse, tentando de todas as formas recuperar a própria respiração. — Apenas respire.
— Você é muito forte, eu não consigo, é tão gostoso.. — Yoongi afastou-se, para encará-la com mais afinco. As lágrimas se formando no cantinho dos seus olhos. — Mas, eu não quero que pare.
— Nayeong..— A voz de Yoongi estava diferente. A híbrida percebeu a oscilação de azul e castanho. Um sorriso escapou de seus lábios. — Tem certeza que é isso que quer?
— Ainda dói tanto, tanto..— Novamente Nayeong voltou a chorar. Causando todo um caos dentro do alfa, por vê-la chorar tão desesperada. — Eu sei que não vai me machucar, Yoon.
— Nunca. — Seus olhos ainda oscilavam em tons de azul e castanho. Para por fim, voltarem ao preto.
— Faça-me sua, alfa. — A voz soou baixa e mansa.
Yoongi sorriu.
Um beijo se iniciou. Tão perdido quanto os primeiros. O bater de dentes, as línguas se enroscando, um sentindo o gosto do outro. Todos os desejos reprimidos sendo soltos.
Os corpos sendo um só.
Entre as pernas de Nayeong, Yoongi segurou-a pelas coxas, invadindo-a novamente. Fodendo-a forte, indo até onde seu limite cedia e até onde Nayeong pedia.
Os gemidos eram baixos, arranhados, roucos. O cansaço aos poucos se fazia presente. O quadril do alfa batia fortemente contra a bunda da híbrida, que se deliciava ainda mais com as sensações fortes. Jogando a cabeça para trás, enquanto suas unhas judiavam das costas do alfa.
E agarrada a ele, ela continuou.
Com todo um equilíbrio, Yoongi levantou-se da cama. Trazendo a híbrida consigo. As pernas de Nayeong lhe agarraram pela cintura e suas mãos agarraram as coxas alheias.
Com todo o fogo que lhe consumia dos pés a cabeça, encostou as costas de Nayeong contra a parede. E para ter mais apoio, colocou suas mãos sobre a mesma.
A cabeça da gata estava jogada para trás, enquanto suas mãos arranhavam com força suas costas e seus quadris se moviam em perfeita sincronia. Porém, a bunda da garota batia contra a parede. Causando gemidos altos e miados descompassados.
A sanidade transcendia. O desejo era cada vez mais intenso.
— Yoongi.. — Nayeong gritou. As pernas trêmulas, o quadril colapsando com as inúmeras sensações de uma única vez. Ela sentia que poderia explodir a qualquer momento.
— Olhe para mim. Olhe para o meu rosto enquanto eu fodo você, olhe em meus olhos.
E assim ela olhou. Encarando as orbes escuras, que não lhe causavam medo. Apenas lhe deixavam ainda mais excitada.
— Alfa, assim. Fode assim.
Um sorriso libertino brotou nos lábios do alfa. Que movimentou os quadris com calma. Com uma das mãos, segurou a híbrida mais próxima a si e a outra mão, continuou apoiada contra a parede. Precisava do equilíbrio certo.
— Você gosta quando o alfa te come gostosinho assim, amor? – Um sorriso brotou nos lábios da gata. As unhas arranharam ainda mais as costas alheias.
— Gosto, Yoon..
— Eu sei que você gosta, meu bem.
Yoongi rosnou. Os olhos incisivos. Observando cada detalhe da garota, que sorria para si. Sem muito saber como aguentar, Nayeong o abraçou.
A cada investida dos quadris de Yoongi, os dois gemiam juntos. Nayeong miava e Yoongi rosnava. Aos poucos os limites estavam sendo alcançados e o ápice era tão mais que desejado.
Yoongi apertou Nayeong ainda mais contra seu corpo. Ela estava mole, mas, gemia para que ele continuasse. E a cada pedido, ele o aceitava com êxito.
Conquanto, ao ouvir o grito de Nayeong e sentir seu corpo espasmar em seus braços, ele soube que seu ápice lhe entregou o que ela precisava.
*
Já se passava das quatro horas da tarde. E somente dentro de todas aquelas horas, Nayeong e Yoongi se encontravam perdidos dentro do ósculo que se formou. Eles não ouviam, não sentiam absolutamente nada. Seus corpos estavam perdidos dentro da descoberta nova, que se permitiram sentir, somente quando encontraram um a boca do outro.
Durante o complô de seis horas, se encontravam trancados dentro de um quarto. Transando. Yoongi tentava de todas as maneiras saciar Nayeong e com êxito, aos poucos estava conseguindo. Mas, ele tinha plena certeza que ainda se levaria mais horas até que Nayeong se encontrasse completamente satisfeita. Assim como seu lobo. Perdidos dentro do próprio ósculo, tampouco foram capazes de perceber que a presença que se fazia ausente no início de tudo; estava ali. Observando tudo.
Jungkook ficou preso no trânsito, e o pior de tudo, sem celular. Já que esqueceu o próprio carregador e não teve tempo o suficiente para ser capaz de ir comprar um. Ele sabia que algo estava acontecendo, principalmente porque Yoongi se encontrava inquieto e ele tornava-se inquieto. Mas, não imaginou que ao chegar em casa teria uma surpresa e tanta.
Os gritos e miados de Nayeong anunciaram para Jungkook o que ele já sabia desde o início. Os gemidos de Yoongi eram cada vez mais satisfeitos. Quando olhou para dentro do quarto, um sorriso inocente brotou nos próprios lábios. Apesar de ficar um pouco assustado pela maneira em que eles estavam transando, Jungkook sentia-se unicamente mais inspirado e feliz ao ver seus namorados juntos.
Em todo tempo que estavam juntos, não pensou que isso aconteceria. Mas, vendo a cena, todos os seus conceitos estavam mudando e suas certezas eram ainda mais nítidas. Mesmo que quisesse dizer que já estava ali, não se sentia capaz de interromper o ósculo formado pelos dois.
Naquele momento, Nayeong cavalgava gostoso em cima de Yoongi. As mãos curtas segurando firme os cabelos do alfa, os quadris ansiosos, rebolando algumas vezes de maneira errônea. Mas, diante do desespero que ela se encontrava, a híbrida desejava o ápice.
Yoongi gemia rouco. Com as mãos posicionadas na cintura de Nayeong, apertando-a com força. Enquanto seus lábios beijavam cada parte do seio da gata. E chupavam cada área exposta do pescoço da gata. Até Nayeong o abraçar, com força, gemendo tão manhosa, que Jungkook sentiu-se arrepiado.
Ele desejava eternizar toda aquela cena para si. Mas, sabia que ela estava acabando, então ficou ali, encostado no batente da porta. Já que eles não o perceberiam tão cedo.
Em contrapartida, abraçada a Yoongi, Nayeong sentia todo seu corpo aos poucos colapsar. Estremecer, para por fim, amolecer. O ápice estava ali. Tão perto, que suas unhas arranharam com mais força as costas do alfa.
Yoongi sentiu os caninos encostarem em seus lábios inferiores. Seu corpo estava tremendo, da mesma maneira que pegava fogo. Suas mãos foram de encontro com os cabelos de Nayeong, segurando-os firmemente.
Repousando a cabeça no pescoço da híbrida, farejou seu pescoço, beijando-o. Os quadris de Nayeong se movimentavam ainda mais freneticamente, a cada quicada, os gemidos de ambos eram ainda mais altos.
Denunciando a tamanha satisfação que sentiam.
Estava ali, tão perto.
Tremendo sobre os braços do alfa, Nayeong gozou. E da mesma maneira, Yoongi desmanchou-se.
Ao farejar novamente o pescoço da híbrida, abraçando-a ainda mais forte para si, mantendo-a dentro de seus braços, protegendo-a do que quer que fosse; o alfa marcou-a. Cravando seus caninos ali. Na parte em que tanto farejava e na qual tanto desejava morder.
O corpo de Nayeong amoleceu ainda mais em seus braços e seus miados foram baixinhos. A híbrida o abraçou, tremendo por sentir o incômodo em seu pescoço, mas, satisfeita por tê-lo.
Nayeong fechou os olhos, entregando-se a sensação gostosa que subia por todo seu corpo. Pode sentir seu coração acelerar, sua respiração ficar pesada, seu corpo tremer e seus olhos encherem-se de lágrimas.
Yoongi retirou os caninos, o lobo observou a marca. Lambendo-a para que cicatrizasse mais rápido.
Yoongi fechou os olhos. Seu coração estava acelerado. E ao abri-los, o mar azul estava ali, ainda mais vivo.
Jungkook que estava parado perto da porta, recuou dois passos para longe. Os olhos avermelhados, ficaram ainda mais claros. A respiração se tornou acelerada e suas pernas ficaram bambas.
Ao colocar a mão sobre o peito ele pode sentir. Estava tão forte e estava feita. Nayeong estava ligada a ele.
Os olhos do alfa mais novo se encheram de lágrimas. A sensação era gostosa, de paz, calma e tranquilidade. E além de tudo aquilo, Jungkook sentiu a felicidade invadindo seu peito com força. Ao ponto de transbordar por seus olhos.
De joelhos no chão, ele estava rendido. Estava completo.
*
— Está doendo? — Yoongi apontou para o pescoço da híbrida. Nayeong negou, com um sorriso preguiçoso.
— Eu só tô com sono. — Nayeong riu ao dizer. Um pouco rouca pelos vários e vários ruídos feitos.
Yoongi sorriu, negando levemente com a cabeça. Sentiu as costas arderem, mas, cuidaria depois. Com toda paciência, levantou da cama. Apoiando as mãos sobre o colchão, tentando recuperar a firmeza das pernas. Acabou rindo, sendo acompanhado por Nayeong que percebeu o estado ao qual ele se encontrava.
— Minhas pernas são inúteis.
— Yoongi! — Nayeong colocou as mãos sobre a boca, ao ver a situação do alfa que ria, enquanto observava suas pernas tremerem.
Sem saber o que fazer, Yoongi sentou-se na cama de novo. Balançando a cabeça, enquanto desmanchava-se em risadas.
Sem muito o que fazer, Nayeong sentou-se na cama. Os cabelos desgrenhados, às bochechas coradas e a boca machucada indicavam seu estado.
Aos poucos, aproximou-se de Yoongi. Ficando ao lado dele, deitando brevemente sua cabeça em seu ombro. O alfa por sua vez, sorriu. Levando a mão direita para o rosto de Nayeong, acariciando suas bochechas gordinhas.
— Acho que agora dá. — Yoongi tentou novamente levantar e por fim conseguiu. Sorrindo para Nayeong, que observou seu sorriso. Os olhos brilhando e as bochechas ainda mais coradas.
Sentia vergonha pela nudez. Mas, tentou de todas as maneiras não prestar a atenção nisto.
— Eu tô com sono, Yoonie. — Manhou, bocejando logo em seguida. Os olhos ficando ainda mais pequeninos.
Observando-a, Yoongi sentiu seu coração acelerar várias batidas. A marca estava enviando-lhe todos os tipos de informações.
Estava difícil assimilar todas elas.
— Você precisa de um banho, tá fedorenta.
— Yoongi! — Rindo, Nayeong acertou Yoongi levemente na cintura. — Não tô fedendo.
— Tá sim. — O alfa fingiu tampar o nariz, arrancando ainda mais risadas de Nayeong que negou. As bochechas inflando e o biquinho se formando em seus lábios cheinhos.
— Eu sou cheirosinha, alfa. Seus sentidos que estão todos errados. — Aos risos, Nayeong encarou-o. Yoongi revirou os olhos, batendo na testa de Nayeong com os dois dedos.
— Venha, vamos tomar um banho, gatinha. — Devagar Nayeong abriu os braços e Yoongi prontamente pegou-a no colo.
Caminhando com a garota em direção ao banheiro. Nayeong se aninhou em si, os olhos fechando-se pela calma que lhe invadiu.
Ao descansar a cabeça no pescoço de Yoongi, farejou-lhe, beijando aquela área com calma. Vendo todos os pelinhos do pescoço do alfa se arrepiando.
— Yoonie?
— Sim? — Ao entrar no banheiro, Yoongi fora diretamente para o box. Entrando rapidamente e fechando a portinha de vidro.
Logo, a água começou a cair e o vapor quente tomou conta do recinto.
— Suas costas estão doendo? — Perguntou baixo.
— Elas estão queimando, Nayeong. Mas, nada que seja grave. — Colocando Nayeong no chão, manteve a híbrida perto de si. Para que ela tivesse firmeza o suficiente nas pernas e não acabasse caindo ao chão.
Devagar, Nayeong molhou os cabelos e o corpo. Puxando devagar Yoongi para mais perto. Com calma, Yoongi se molhou. Sentiu suas costas queimarem e viu os olhinhos de Nayeong se arregalarem.
Assim como ele, ela estava confusa. A marca enviava todos os tipos de informações para ambos e até mesmo para Jungkook. Yoongi temia que ele estivesse no trânsito. Sentir uma marca pode ser complicado.
— É tão diferente, eu..— Piscou algumas vezes, os olhinhos arregalados a cada nova sensação que invadia seu coração.
Yoongi sorriu. Sentir Nayeong era diferente, ao mesmo tempo, que era bom.
— Você está com sono, com fome, e mesmo que ainda sinta dor nas partes íntimas. Está satisfeita. — Yoongi disse. Vendo Nayeong arregalar os olhos e rir.
— São muitas informações, é muita coisa, Yoonie. — Acanhada, Nayeong se encostou em Yoongi. Abraçando-o pela cintura, escondendo o rosto em seu peito, enquanto ambos sentiam a água quente molhar seus corpos e acalmá-los.
— Você só precisa sentir, organizar e aos poucos balbuciar cada coisa que sente. Aos poucos, não precisa ser tudo de uma vez. — Com as mãos sobre os cabelos de Nayeong, Yoongi bagunçou-os levemente.
Lavando-os com toda calma do mundo e aguardando que toda a confusão que existia em Nayeong passasse.
— Seu lobo gosta de mim. — Os olhos de Yoongi se arregalaram e ele riu. — Mas, você está confuso. Por que está confuso, Yoonie?
— Não acha que podemos conversar sobre isso depois? — Suspirou. Nayeong sem muito saber o que dizer, optou por concordar levemente.
— Obrigada, Yoonie.
— Não me agradeça, gatinha. — Com um sorriso breve, Yoongi lhe respondeu.
Puxando Nayeong mais para si, ele a abraçou e prontamente foi retribuído. E daquela maneira ficaram, até que sentissem coragem o suficiente para se afastarem.
*
Yoongi estava de joelhos, perto da cama, enquanto segurava as mãos da híbrida. Nayeong estava ainda mais manhosa, e os sintomas pós-cio ficavam ainda mais nítidos para si. Os olhinhos aos poucos iam se fechando, mas, ela estava com receio de dormir e o alfa sair. Então, estava lutando contra o sono e aproveitando cada momento com Yoongi ao seu lado.
Yoongi por sua vez, sorriu. Não pretendia sair dali tão cedo. Se dependesse do seu lobo, continuaria ali. Junto com a necessidade de estar perto e todas as outras emoções confusas dentro de seu peito.
Mesmo que tentasse compreender o que era, estava difícil.
— Vejo que vocês aproveitaram muito sem mim. — A voz de Jungkook ecoou por todo o recinto. Tanto Nayeong quanto Yoongi foram despertados do transe no qual estavam,
Yoongi levou o olhar até o namorado, revirando os olhos. Depois voltou a olhar para Nayeong, que sorria completamente adorável. Não era total surpresa que Yoongi estivesse chateado pela falta de notícias de Jungkook. Durante duas semanas.
Aos poucos, o alfa mais novo se aproximou dos dois namorados. Beijando as bochechas de Yoongi com tudo que podia. Estava morrendo de saudades e não parava de contar nos dedos os dias para que pudesse voltar.
Yoongi riu, mas, o bico chateado ainda persistia em seus lábios. Nayeong riu do jeito do outro e voltou seu olhar até Jungkook. Abrindo os braços para receber um abraço e prontamente foi atendida.
— A gente sentiu saudades, Jungkook. Você poderia ter ligado, seja lá o que fosse. Ficamos preocupados, seu irresponsável. — Yoongi riu, pela mudança súbita de recebimento de Nayeong.
— Meu Deus, deixem para me crucificar depois. Eu tô carente e morrendo de saudades dos meus dois namorados. — Um biquinho surgiu nos lábios bonitos e Nayeong riu. Yoongi negou com a cabeça.
— Vai ficar sem leitinho. Por uma semana. — Nayeong se desmanchou em risadas. Jungkook encarou o namorado com os olhos arregalados. — Se reclamar, fica por duas.
— Tá bom, tá bom. Agora vem aqui, me enche de beijinho vai.
E Yoongi foi. Se juntando a Nayeong e enchendo Jungkook de beijos e apertos. Fora todas as cócegas que ele recebeu, cada cócega, para descontar cada atraso e falta de notícia. As risadas de Jungkook eram completamente altas e jogado sobre a cama ele ficou, enquanto Nayeong e Yoongi ficavam em cima dele, apertando as partes sensíveis de sua barriga, fazendo-o rir descontrolado.
Com as bochechas coradas, o alfa pediu clemência e ela foi cedida. Ao abraçarem Jungkook, encheram as bochechas gordinhas de beijos. E como o bebê que sempre foi, sorriu completamente adorável pelas bitocas e selinhos molhados.
— Eu sinto muito. Mas, eu realmente não consegui falar com vocês. Eu tentei de todas as formas, porém, os dias foram horrivelmente corridos e tampouco parei.
— Eu nem vou comentar sobre o cansaço que eu senti. Espero que você tenha se cuidado, Jeon Jungkook. — A voz de Yoongi soou ameaçadora. Com paciência, ele se ajeitou na cama, sentando-se com as pernas cruzadas.
— Bom, esperamos que aqueles quinze dias que ele ficou em casa, tenha servido de alguma coisa. — Nayeong piscou para Yoongi, voltando seu olhar para Jungkook. Que riu, revirando os olhos.
— Você está bem? — perguntou, Jungkook. Os olhinhos redondos completamente focados em Nayeong.
— Estou, Jungoo. — Com um sorriso ela respondeu. Mesmo com todo aquele cansaço que estava sentindo, ainda conseguia se manter por alguns segundos.
— Mesmo, mesmo?
— Mesmo, mesmo. Yoonie cuidou bem de mim, Jungoo. — As bochechas da híbrida ficaram coradas e Yoongi encarou os próprios dedos. As bochechas também, tomando uma coloração diferente da habitual. Jungkook riu.
— Vejo que ele cuidou bem de você e você cuidou bem dele. — Jungkook sorriu. As bochechas corando e os olhinhos brilhando. — Fico feliz.
— Jungoo? — Nayeong chamou.
— Sim, amor?
— Eu amo você. — Ambos os alfas sorriram. Contudo, Yoongi limpou levemente a garganta, levantando-se da cama com calma.
— Eu amo você, gatinha. — Ao beijar-lhe na bochecha, sorriu para a híbrida. Nayeong por sua vez, voltou a se deitar. O cansaço aos poucos estava lhe vencendo.
— Eu posso dormir aqui? — A voz saiu baixa. Mas, antes mesmo da resposta, Nayeong já se aprumava na cama dos dois alfas. Estava tão confortável, que não desejava sair dali tão cedo. A cama era grande o suficiente para três pessoas, não ia fazer diferença se ela dormisse ali.
— Pode. — Disseram em uníssono e Jungkook riu.
— Vou ir tomar um banho. Eu tô um nojo. — Yoongi confirmou, tampando o nariz. Arrancando de Nayeong risadas baixinhas.
— Vai logo, que a gente já tá quase morrendo sufocado com esse seu futum.
— Credo, hyung. Eu nem tô tão fedido assim. — Estagnou-se, enquanto aos poucos retirava as peças de roupa. Jungkook estava apenas se cheirando, conferindo se estava realmente um nojo.
Yoongi riu.
— Vai logo besta. — Yoongi disse, rindo. Nayeong estava na ponta esquerda da cama, os olhos ainda perdidos e amuados. Completamente atônita ela piscava. Parecia esperar o sono.
Yoongi logo se abaixou, pegando do chão tudo que Jungkook deixou cair ao se jogar na cama. Colocando todos os objetos na mesinha de canto, ao lado de Nayeong. Ao se levantar, encarou a híbrida. Esta que olhou para si, sorrindo tão verdadeiramente, que Yoongi pode sentir seu interior balançar.
Seu lobo arranhou suas paredes, estava uivando para si. Rosnando para si. Pela primeira vez em anos, seu lobo se portou daquela maneira. Mas, ao se dar conta, Yoongi percebeu que não era unicamente a primeira vez que seu lobo se portava daquela maneira.
Seria a segunda vez, em todo tempo. Afinal, a primeira fora com Jungkook.
Nayeong apenas encarou os olhos do alfa. Estes que estavam tão azuis, que ela se perguntou o porque estavam daquela maneira. Era diferente de tudo que seus olhos já viram, dos olhos de Yoongi.
O alfa curvou-se, parecia ficar sem ar.
— Yoonie, tá tudo bem? — Tentou se esticar, mas, prontamente Yoongi negou.
Voltando a encará-la. Mas, ali, seus olhos estavam diferentes e ele esbanjava ainda mais seriedade do que o esperado.
— Tá tudo bem, Nayeong. — Arriscou um sorriso, mas, este saiu quebrado demais. Então, Yoongi o escondeu.
A gata não prolongou muito o assunto. Seu cansaço estava falando ainda mais alto do que qualquer outra coisa. Não conseguia entender como estava aguentando por todo aquele tempo. Mas, ao receber a afirmativa de Yoongi, ela apenas cedeu.
Os olhos se fecharam, seu corpo se encolheu dentro das cobertas e no sono ela caiu. Levando junto consigo, Yoongi. Que estava de joelhos ao chão, encarando qualquer coisa que não fosse Nayeong.
Finalmente, todo aquele furacão de emoções se estabilizou e ele podia compreender o que acontecia consigo.
Sentiu-se patético, puramente patético. Seus olhos encheram-se de lágrimas e ele negou. Sempre seria muito mais fácil negar do que aceitar.
Não conseguia entender os motivos do porquê negar-se tanto. Mas, ali estava ele. Prendendo-se novamente, bloqueando tudo e todos. Deixando que as lágrimas caíssem por suas bochechas, sufocando-o com mais sentimentos confusos.
Estava tudo ali, desde o início. Mas, ao invés de respostas, ganhou ainda mais dúvidas. E com todos os bônus, ganhou medo. Entrando ao fim, em sua fase de negação.
Yoongi devagar se levantou, quase tropeçando nos pés. Sem muito esperar, saiu porta fora. Fechando-a e se direcionando para a sala.
Aquele furacão dentro de si estava o quebrando. Justamente por não ter as respostas que ele sempre precisava. Mas, ali, dado ao momento e ao que pode perceber; teve ainda mais dúvidas. Por que era tão complicado?
Por que ele era tão complicado?
Limpou as bochechas, e sentou-se na banqueta da cozinha. Encarando a janela, ficando em profundo e total silêncio.
Continua no próximo capítulo.
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