23. Você não é o meu pai
JEON JUNGKOOK
A noite teria sido completamente calma, se todas as minhas dúvidas não tivessem sido sanadas. Depois de tudo que aconteceu, somente em único dia, ao final da noite, eu consegui ter paz, justamente com toda a interação que aconteceu entre Yoongi e Nayeong.
Eu gostaria de entender, com todas as minhas forças, onde eles aprenderam a ser discretos. Porque de acordo com tudo que eu aprendi, olhar fixamente e ficar secando a pessoa do inicio ao fim, não é ser discreto.
Não que eu, Jeon Jungkook, esteja reclamando. Muito pelo contrário, a sensação é como se diversos fogos de artifício estivessem sendo estourados dentro do meu peito. O meu pequeno sonho pessoal, era sim, de fato, ver os meus dois namorados se pegando.
É um desejo um tanto quanto ardiloso, todos sabemos. Mas, que futuramente chegaria, principalmente depois das interações discretas que eu presenciei pela manhã. Querendo ou não, há algo rolando, eles só não conseguiram sacar ainda.
Talvez eu tenha fingido dormir, somente para acompanhar o que rolava, com certeza. Mas, isso faz parte dos ossos do ofício e eu sou sempre bom em fingir. Mesmo que às vezes eu utilize isso para as coisas que eu sei que devo dizer a eles. Mas, não acho necessário contar algo que me deixa angustiado aos meus namorados.
Não quero preocupar. E de toda a maneira, estando com um curativo no nariz, eu só precisava de uma paz. Daquele sentimento de euforia no peito, daquela sensação gostosa e borbulhante na boca do estômago. Precisava apenas disso, para que eu pudesse dormir em paz.
E eu tive, observando Nayeong e Yoongi interagirem de uma maneira travada, mas ainda sim, interagirem.
Os meus olhos estavam bem fechados e eu estava pronto para dormir. Mas, aquela sensação quente na virilha subiu por todos os locais e eu não consegui ficar por mais tempo deitado na cama. O calor se tornou insuportável e eu sabia que ele não vinha de mim.
O que me instigou a sair do quarto e ir dar uma olhada no que os dois aprontavam na sala. Mas, quando eu cheguei, eles não estavam lá. E diferente do esperado, Nayeong e Yoongi estavam se pegando na cozinha.
A cena era de encher os olhos e confesso que até fiquei emocionado. Mas, o que me tirou a paz fora que a quentura que eu sentia, que me fez ficar de pau duro. Ao ponto de doer. Talvez, apenas talvez, Yoongi estivesse instigado demais a beijar Nayeong e simplesmente se entregou a toda aquela sensação.
Mas, eu sabia que aquela quentura no meu corpo inteiro, era muito mais do que apenas excitação. Era tesão puro, justamente ao ponto de me deixar na mesma situação e conseguir sentir com força tudo que ele se deixava sentir.
Yoongi não estava se bloqueando. Com a boca grudada na de Nayeong, ele esquecia até como bloquear os sentimentos.
Eu dei um sorrisinho antes de subir com dificuldade para o quarto de volta. Eu sabia que iria continuar daquela mesma maneira, quente e duro. A única coisa que fiz fora arrancar minha roupa e me deitar na cama, aguardando que toda aquela sensação gostosa e sufocante passasse.
Mas, ainda sim, aquele sorriso idiota na minha cara persistia.
Eles não só estavam interagindo, como se beijaram. Eu estava me sentindo instigado e somente por isso, eu conseguia sentir que os dias iam ser bons. Mesmo que de fato isso não aconteça, a minha felicidade é nítida.
Depois de alguns minutos eu fingi dormir, já que ouvi barulhos no corredor. Yoongi passou pela porta do quarto. Seu aroma estava mais forte que o meu. Não tive como observá-lo, já que os meus olhos estavam fechados e eu tentava de todas as maneiras não abri-los.
Mas, eu senti sua presença ao meu lado. Então ele me balançou, e aos poucos abri meus olhos, encarando a imensidão azul dos seus.
— Hyung.. — Chamei-o baixo e ele negou. Ali não era ele, mas sim, seu lobo. Com um breve "shh", o vi arrancar a roupa às pressas e subir sobre os meus quadris.
Me arrancando um gemido rouco, ao que senti sua bunda encostar em meu pau.
— Perdoe o hyung por fazê-lo choramingar. — A voz soou traiçoeira e sem perder tempo, o senti avançar em meu pescoço e beijá-lo; enquanto seus quadris rebolavam sobre o meu caralho. — Acho que cabe a você agora, fazer o seu hyung choramingar, o que acha bebê?
Sua voz soou ainda mais traiçoeira, e os meus quadris pulsaram a cada rebolada que sua bunda dava sobre o meu caralho. Coloquei minhas mãos em sua cintura, apertando-a com força, ouvindo-o rosnar baixinho contra meu ouvido. Ao que beijava a pele sensível de meu pescoço e mordia.
O contato de sua bunda com meu pau, fez as minhas pernas tremerem e eu não consegui controlar a maneira que apertava sua cintura. Apertei-a com mais força, cravando as minhas unhas curtas ali e sentindo os caninos de Yoongi furarem meu pescoço.
Não era mais nós dois. Nossos lobos estavam sedentos e o sexo não costumava ser um dos mais carinhosos quando estávamos com tanta sede um do corpo do outro.
E ao senti-lo posicionar meu caralho em sua entrada, eu soube que a noite seria completamente louca.
DIA SEGUINTE
CHOI NAYEONG
Respirei fundo, assim que pulei da cama por causa do despertador. Este que me avisava que hoje começaria o meu dia no trabalho. Não podia negar que estava animada e loucamente instigada a começar logo. Mas, eu entraria um pouco tarde, já que seria apenas coisa de primeiro dia.
Tentei ao máximo esquecer o que aconteceu ontem, mas, eu ainda conseguia lembrar perfeitamente de como foi aquele beijo e de como eu me senti ao beijá-lo. Talvez, as minhas bochechas estivessem bastante coradas e um sorriso idiota surgisse pelos meus lábios. Contudo, eu não podia simplesmente esquecer o beijo de ontem.
Seu toque em minha bunda, a maneira que beijou meu pescoço e que simplesmente me apertou. De um jeito que nunca ninguém me tocou, nem mesmo Jungkook. Mesmo que muitos dos nossos amassos não tenham prosseguido, ele nunca foi totalmente a fundo com seus apertos. Digo, nunca tocou da maneira que Yoongi tocou em minha bunda.
Digamos, que apesar de toda a intimidade que temos ao tomar banho juntos, ele ainda se sente preso para me tocar da maneira que eu desejo que ele me toque. Ali, naquela cama, me peguei pensando nos dois e tampouco me envergonho com isso. Porque talvez, eu esteja nutrindo sentimentos por Yoongi e eu não sei o que pensar sobre isso.
Mas, isso me faz questionar que provavelmente ele fingirá. Que simplesmente dirá que fora algo de momento ou qualquer outra desculpa plausível para o momento.
Ao me sentar na cama, me sinto inquieta. Passo as mãos sobre o rosto, mordendo meu lábio levemente. Mas, resolvi não pensar tanto sobre o que aconteceu. Simplesmente desço da cama e vou me arrumar.
Manter minha cabeça ocupada vai me impedir por tempo suficiente de pensar no que aconteceu ontem e como aconteceu. Porque talvez, isso me instigou a querer mais e eu não estou pronta para ser negada.
Não estou pronta para receber um não. Porque isso, simplesmente pode ser algo da minha cabeça e ele somente me beijou por causa do meu cio. Já que eu sei que meu aroma está mais elevado que o normal e meu cio está cada vez mais próximo. Ou ele deve ter me beijado porque o momento fora propício para tal.
Muitas dúvidas estão em minha cabeça, quando se trata de Min Yoongi. Mesmo que eu tenha amado o beijo, ainda me sinto insegura. E por me sentir insegura, sei que preciso parar de pensar no que aconteceu. É uma maneira de sobrevivência.
Então ao terminar de me vestir, respiro fundo e saio do quarto. Sei que não estou sozinha, já que sinto o aroma dos ovos fritos e do café. Provavelmente é Yoongi, já que Jungkook somente tirou folga ontem e não poderia tirar folga hoje novamente.
Quando entro na cozinha, o vejo de costas. Utilizando da mesma roupa que utilizava a primeira vez que nos vimos. Ao parecer perceber minha presença, suas mãos param de mexer nos copos na pia e ele se vira para me encarar.
Os olhos pequenos, provavelmente pelo sono. Mas, diferente do habitual, eles ficam azuis novamente e eu respiro fundo, abaixando a cabeça e encarando a xícara que está posta na mesa.
— O cheiro tá gostoso, é uma pena que eu não vou conseguir comer. — Comento com um sorriso leve, e me aproximo, colocando café na xícara rapidamente.
— Hoje é seu primeiro dia não é? — O ouvi perguntar, mas, não tive coragem o suficiente para olhar em seus olhos então acenei com a cabeça. Levando a xícara aos lábios e tendo absoluta certeza de que ele encarava todos os meus movimentos.
— Sim. E provavelmente eu vou chegar tarde, já que eu não sei direito como vai funcionar. — Dou de ombros, mordendo os lábios ao sentir o café queimar minha língua e logo ao terminar respiro fundo e olho na direção de Yoongi que já não me olha mais.
Aliviada respiro fundo. E a passos calmos vou até a pia onde ele está e me aproximo de si, e ao seu lado eu paro e me inclino levemente para colocar a xícara lá.
— Qualquer coisa, ligue para mim ou para Jungkook que iremos buscar você.
Yoongi diz, e logo ele olha em meus olhos e eu posso sentir meu corpo travar e minhas bochechas ficarem quentes. Mas, da maneira mais gentil do mundo eu sorrio.
— Eu sei me virar, Yoongi oppa. — Sorrio abertamente. — E você sabe que eu não gosto de incomodar.
— Jungkook irá enlouquecer com a sua demora, assim como enlouquece com a minha quando eu fico horas fora. — Ele continua me encarando e para desviar o nervosismo, eu me afasto de si e sorrio simples. — É perigoso.
— Eu posso me cuidar.
Afirmo uma última vez e respiro fundo. Me afastando aos poucos, ao que vejo ele afirmar.
— Até mais, Yoon.
— Até mais, Nayeong.
Sem muitas palavras, eu saio. Segurando o nervosismo na garganta e a vontade de chorar. Por que eu me sentia tão angustiada e a vontade de chorar a cada segundo aumentava?
Seja lá quais fossem os motivos, tudo piorou depois que os meus lábios provaram da única pessoa que eu achei que não beijaria.
Talvez, isso tenha sido a minha ruína.
*
00:30
Encarar o relógio me faz arregalar os olhos, já que percebo que já passam das onze horas. Eu simplesmente me deixei levar na biblioteca e sequer vi o tempo passar.
Tinha muita coisa para fazer, decorar e me enturmar. Seria fácil trabalhar lá, mas, de toda forma seria cansativo. Contudo, eu sabia que deveria me policiar quanto ao ver os livros e ficar lendo-os.
Já que em meio a imersão que eu tive com eles, conversei umas boas horas com o meu chefe. Que me esclareceu cada pequena coisinha dali e como tudo funcionava. Assim como as poucas pessoas que estavam comigo desde a manhã disseram, ele de fato era simpático e estava sempre disposto a ajudar seus funcionários a se saírem bem.
Digamos que eu era a única curiosa e desejei passar um pouco mais de tempo lá. Mas, uma das poucas curiosidades daquela biblioteca, é que ela funciona até altas horas. Então, digamos que não foi de todo um problema, já que boa parte dos meus estudos residiam dentro da biblioteca onde eu agora trabalho.
Conquanto, sei que terei problemas ao chegar. Eu achei que demoraria, mas, não que demoraria tanto ao ponto de chegar quase uma hora da madrugada em casa.
Quando abri a porta, as luzes estavam todas apagadas. Somente uma luz vinha da cozinha, fora todo o silêncio da casa. Me senti prestes a ser abatida. Em uma cena de filme de terror. Logo suspirei, porque provavelmente Jungkook estaria chateado comigo.
Ao que tentei não fazer barulho, ouvi um limpar de garganta da cozinha e logo a voz de Yoongi ecoou de lá:
— Nayeong, venha até aqui.
Então, eu fui. Totalmente rendida, pronta para ser abatida e sem sequer perder tempo, eu fui. Com as mãos em frente ao corpo e a mochila ainda nas costas, eu fui. Porém, parei na entrada da cozinha. Olhando Yoongi, que bebia um chá e folheava um livro.
— Oi.
— Oi? — O ouvi rir. E logo ele colocou a xícara na mesa e fechou o livro depois de o marcar onde parou. — Sei que não me deve satisfações, mas, sabe que horas são?
— Meia-noite e alguma coisa. — Respirei fundo, engolindo todo meu nervosismo. Mesmo que de fato eu não o devesse satisfações, ainda me sentia nervosa. — Eu só consegui olhar o celular quando já era meia-noite e eu estava chegando aqui.
— São meia noite e meia. — Ele pausou, parecia pensar nas palavras — Passou esse tempo todo com o celular desligado, Nayeong? — Eu acenei e ele respirou fundo, com um sorriso incrédulo nos lábios.
— Eu não vi a hora passar. Eu só fiquei perdida, enquanto ouvia meu chefe me explicar as coisas sobre a biblioteca. Claro, me enturmei com os outros e fiquei lendo.
Vi seus olhos vacilarem e ele me encarar com mais afinco.
— Chefe? — Acenei. Percebendo que ele não prestou mais nenhum tipo de atenção no restante das coisas que eu disse. Logo, respirei fundo. — Uma pessoa totalmente desconhecida. Ficou conversando com uma pessoa desconhecida até essas horas da noite?
— Yoongi, o senhor Kim não é desconhecido. Ele é simpático. Eu já o conheço a bastante tempo, já que vou na biblioteca para estudar. — Suspirei.
— Ainda sim, é desconhecido. E vai continuar sendo desconhecido. — Afirmou, como se tivesse total certeza do que estava falando e eu me empertiguei.
— Onde está Jungkook? — Mudei de assunto. Mordendo meus lábios em aflição. Rezando para que ele mudasse de assunto também.
— Ele está dormindo. Koo ficou preocupado e até queria ir atrás de você, mas, não aguentou e acabou indo dormir. — Encarei as minhas mãos e respirei fundo, me sentindo chateada por tê-lo deixado preocupado. — Hoje você teve uma ação irresponsável.
Levei meus olhos até Yoongi, franzindo as sobrancelhas. Tendo a certeza de que ele não deixaria isso passar.
— Oi?
— Não olhou o celular, ficou até mais tarde conversando com uma pessoa desconhecida. Isso é total falta de senso de responsabilidade, Nayeong. — Insistiu, e eu respirei fundo.
— Eu sei o que eu fiz, Yoongi. E não fiz porque quis, eu só me esqueci e coisas assim acontecem. Não sou irresponsável. — Senti as minhas bochechas esquentarem. — O senhor Kim não é desconhecido. Porque tanto Jungkook, quanto Jimin o conhecem. Ele é um bom homem, e é simpático. Pare de ser assim.
— Parar de ser assim? — Arregalou os olhos, encarando a minha pessoa. Os olhos mais azuis que o normal. — Por que tudo tem que ser tão difícil com você? Por que eu tenho que parar de ser assim, se não estou fazendo nada demais?
— O que você tá dizendo? Fala sério, qual é o seu problema? — De repente, tudo se tornou tão confuso que eu já não consegui mais entendê-lo. Uma hora ele estava me repreendendo por chegar tarde e agora isso. — Não está fazendo nada demais? Analise toda a situação do início, Yoon!
— O problema é você! — Quase gritou, mas, se controlou e eu resfoleguei. Me afastando alguns passos, ao que ele se aproximava. Os meus olhos se arregalaram. Por que eu era o problema? — A gente se preocupa e você age assim.
— O problema sou eu? — Respirei fundo. — O que eu fiz? Eu acabei de explicar e você agiu como se eu tivesse feito a coisa mais absurda do mundo. Eu só me atrasei! — Passei as mãos contra meu rosto, encarando sua postura impassível.
Meu corpo aos poucos estava indo pelo chão, devido ao limite do cansaço. Tudo que a minha noite não precisava era de uma discussão besta. Mas, se aproveitando da deixa e do seu silêncio, eu continuei:
— Você 'tá agindo como se eu fosse uma criança, mas, eu não sou criança, Yoongi! Eu sei bem do certo e do errado, e estou totalmente consciente das coisas que estou fazendo. Me sinto lisonjeada que esteja preocupado comigo, mas, você não é meu pai. — Questionei, sentindo meu coração acelerar a cada centímetro que ele se aproximava mais. — Peço desculpas se passei dos limites, mas, de toda forma eu não me importo.
— Claro, você nunca se importa. — Os meus olhos lacrimejarem de abrupto por suas palavras, assim como o nervosismo que me subiu pela espinha.
— Do que você está falando?
— Eu deveria estar falando algo em específico? — Seus olhos se franziram, e eu senti meu corpo travar ao percebê-lo ainda mais próximo. Não fui capaz de me afastar, já que minhas pernas travaram no lugar.
— Não sei, deveria? — Yoongi deu de ombros e eu pisquei algumas vezes. Mordendo meus lábios em puro nervosismo.
— Por que você não pergunta o que sabemos que quer perguntar, Nayeong? — De repente, bateu uma amnésia e meus lábios se abriram e se fechavam. Ao que eu não conseguia formar as palavras devidamente.
— Eu não sei o que você quer dizer. — Resfoleguei ao dizer, e vi seu sorriso aumentar. Até lá, já não havia mais espaço e Yoongi estava perfeitamente parado em minha frente, me encarando com aqueles olhos afiados. Como se pudesse saber de todos os meus pecados, somente com uma única olhada.
— Oh, não sabe?
— Não, eu não sei. E mesmo que eu saiba, por que devo dizer? Afinal, você sabe também. — Os meus olhos se arregalaram ainda mais, já que eu senti as mãos de Yoongi em minha cintura e encarei seus olhos azuis se suavizarem em um tom claro. Diferente do tom completamente escuro que me encarava ao me dar bronca.
A minha respiração ficou entrecortada e ele sorria, mantendo seu olhar preso ao meu.
— O que está fazendo, Yoonie..— A minha pergunta mais saiu como um sussurro desesperado. Meu corpo de repente ficou quente e eu me senti perdida.
— Nayeong-ah..— Sua testa estava colada contra a minha, assim como nossos corpos. Tão colados quanto fita adesiva.
Pude sentir sua perna esquerda ficar ao meio de minhas pernas. Suas mãos apertaram com mais força minha cintura e meus olhos encararam sua boca avermelhada e que naquele momento parecia ainda mais apetitosa.
— Se não tem intenção de me beijar, não me provoque alfa. Por favor. — Choraminguei contra seus lábios e o vi sorrir.
E diferente do esperado, Yoongi me puxou para si, grudando sua boca na minha com rapidez. E quando pediu passagem com a língua, simplesmente foi cedida.
Sua língua quente invadiu minha boca, e eu pude sentir seu gosto de camomila. Apreciando a calma que o ósculo fora formado.
Um beijo desesperado, repleto de sucções e bater de dentes que tampouco nos incomodou. Suas mãos subiram por meus braços, arrancando de mim a mochila, colocou-a no sofá. Ainda com sua boca colada na minha, enfiou suas mãos em meus cabelos, segurando-os com força e puxando-os, me fazendo encostar ainda mais em si e o abraçar.
Yoongi chupou meu lábio inferior, mordendo-o levemente e puxando com calma, para depois com a destra, segurar meu queixo; obrigando-me a olhar para ele.
— Agora você compreende os motivos pelos quais não somos amigos, mas, apenas conhecidos. — Eu abri minha boca, assim que Yoongi pressionou seu dedo contra meus lábios.
Segurei em sua camiseta, puxando-o para mais perto, choramingando por mais e ele sorriu. Aproximando-se e ao que eu dei um breve sorrisinho, coloquei minha língua levemente para fora e sem demorar, Yoongi chupou minha língua. E iniciamos mais um beijo desesperado.
Com suas mãos em minha bunda, apertando com força a região firme. Minhas pernas abraçaram sua cintura assim que ele me pegou no colo. Beijando-me com mais afinco do que ontem e com mais desejo.
Não consegui evitar e acabei ronronando, ao que a sensação do beijo fora mais gostoso que o aperto em minha bunda. Conforme o beijo ia perdendo seu ritmo, Yoongi ia cedendo e com paciência, ele colocou-me no chão novamente.
Depositando um selinho em meus lábios.
Precisei de uns segundos para ter firmeza em minhas pernas, então, respirei fundo. Encarando seus olhos que aos poucos iam perdendo a cor azul clara.
— Boa noite, Yoonie. — Disse baixo, olhando os meus dedos. Temendo tocar no assunto e ser negada, lhe desejei boa noite. Mesmo sabendo do beijo de minutos atrás.
— Boa noite, Nayeong. — Ele se afastou, e seus olhos voltaram totalmente a cor normal.
— Vou subir e novamente, me desculpe. — Me afastei em alguns passos leves, sorrindo fraco, puxando de cima do sofá a minha mochila. Agindo como se nada estivesse acontecido.
— Não acho que deve se desculpar comigo, mas sim com Jungkook, ele quase teve um surto com a sua demora. Mas, vai entender. — Yoongi sorriu, fraco e sem mostrar os dentes e logo voltou novamente para onde ele estava. Recuperando toda sua pose de alguns minutos atrás.
Sem pensar muito ou prolongar papo, eu saí correndo. Subindo as escadas com calma, enquanto sentia o ar em meus pulmões faltarem. Tentando a todo custo controlar os sentimentos em meu coração. Que mesmo já compreendidos por mim, ainda causavam em meus sentidos a confusão e me deixava totalmente perdida. E tudo só piorou depois desse beijo.
Eu só queria entender o porque eu queria mais.
Ao entrar no quarto, vi Jungkook deitado em minha cama, agarrado ao meu travesseiro. Então, a vontade de chorar aumentou mais.
O desespero dele fora tão grande, que tampouco se importou em tirar as chinelas, somente se deitou do jeito que estava em minha cama e agarrado ao meu travesseiro. Assim como vestia uma das camisetas de Yoongi. Já que eu podia sentir o aroma de menta por todo o quarto. O dele e o meu estavam misturados.
Era um método de proteção de Jungkook. Usar algo de Yoongi ou meu, para se sentir mais próximo de nós dois. Assim como eu sei que no escritório dele, tem uma foto tanto minha, quanto de Yoongi.
Logo retirei minhas roupas, ficando com as íntimas. E a passos leves, me aproximei da cama, me deitando e ao que sentiu meu aroma, Jungkook se guiou para mais perto de mim, me agarrando pela cintura e repousando sua cabeça em meu peito.
— Estou aqui, amor. — Sussurrei baixinho, contra o ouvido dele. Beijando suas bochechas gordinhas e quentinhas. Ele não disse nada, só ronronou como um gatinho. — Me desculpe.
Devagar o vi balançar a cabeça e acabei rindo levemente. Beijando sua testa e o abraçando o mais forte que eu podia. Mesmo com todo seu tamanho, ele sempre caberia perfeitamente em meus braços.
Ao me abaixar, farejei seu pescoço, sentindo o aroma de menta mais forte naquela área, então eu solucei. Sentindo os batimentos do meu coração ainda mais acelerados. Ofeguei, porque eu queria senti-lo novamente e desesperadamente.
— Eu acho que a gata fora capturada pelo lobo de pelagem branca e olhos azuis, coelhinho. — Disse baixo, observando-o dormir.
Compreendendo que aquela vontade de chorar era justamente por compreender o que aconteceu naquela noite.
Enterrei minha cabeça nos cabelos de Jungkook, farejei o aroma gostoso e me encolhi, abraçando cada vez mais forte o filhote de coelho em meus braços.
Conquanto, de repente, senti-me covarde. Já que o que eu mais temia que acontecesse, aconteceu. Yoongi fingiu que nada aconteceu e de qualquer forma, eu também fingi. Mas, porque parecia doer tanto?
Eu beijei e farejei os cabelos de Jungkook, ouvindo-o várias vezes ronronar com os afagos que recebia. Mas, eu precisava tomar banho e me livrar da ressaca do cansaço, para poder dormir mais leve.
E tentar de quebra, me esquecer dos beijos. Dos malditos beijos.
Com certa dificuldade, me soltei dos braços de Jungkook e o ajudei a se arrumar na cama, beijando suas bochechas novamente e apagando a luz.
As palavras de Jungkook nunca ecoaram com tanta força em minha cabeça, quanto ecoavam naquela noite e simplesmente depois de eu ter recebido outro beijo de Yoongi. Talvez, Jungkook esteja considerando várias coisas ou especulando várias coisas dentro daquela cabecinha imaginativa dele.
Mas, quando vi seu sorriso ao me responder, algo se remexeu dentro de mim. Meu instinto na mesma maneira que me prega peças, me faz ver a verdade. Eu sou uma hibrida e não deveria estar tão apegada a alguém que não é de fato meu dono.
Jungkook estabeleceu isso comigo, a partir do momento em que estabelecemos laços afetivos. Mas, ali, naquele momento, eu não entendia se laços afetivos foram estabelecidos com Yoongi. Contudo, para que eu pudesse me sentir tão necessitada de sua presença, quase que imediatamente; provavelmente nossos laços afetivos foram estabelecidos.
Meu banho não demorou muito, assim como não demorei muito para me vestir. Ao escovar os meus dentes, desliguei a luz do banheiro e voltei novamente para o quarto. Indo me deitar ao lado de Jungkook.
Me aconcheguei perto dele, brinquei com os fios soltos de seu cabelo, sentindo sua respiração quente bater contra meu nariz. Enrosquei minhas pernas nas dele, e beijei seus lábios novamente.
Mesmo com todo o escuro, se torna instintivo beijar os lábios ou acariciar as bochechas e mexer nos cabelos.
Em contrapartida, a cama afundou atrás de mim. Meu corpo travou e o aroma de menta invadiu minhas narinas novamente. Senti minha garganta travar e a ansiedade tomar conta de mim. Os meus lábios foram massacrados por meus dentes e eu respirei fundo. A respiração quente bateu contra meu ouvido e as mãos mornas tocaram minha cintura desnuda.
— Vire-se. — A voz de Yoongi saiu e ecoou baixa contra meu ouvido e todos os pelos de meu corpo se arrepiaram.
— O Jungkook tá dormindo. — Disse baixinho, temendo seja lá o que fosse que eu pudesse temer naquela altura do campeonato.
— Exato. Não é como se ele fosse se incomodar, mesmo acordado, não é? — Ele sussurrou contra meu ouvido novamente, subindo as mãos da minha cintura para minha barriga.
Senti meu corpo cada vez mais quente. Então, me virei para ele. Sentindo sua respiração quente bater contra meu nariz.
Repousei minhas mãos contra seu peito e segurei firme em sua camiseta.
— Yoon..— Choraminguei baixinho, sentindo-o beijar minha bochecha com toda paciência do mundo.
— Deite-se de barriga para cima. — Yoongi se afastou devagar e logo fiz o que ele pediu. Sua voz soando baixa e ansiosa, assim como meu corpo. Ansioso e trêmulo.
Senti seu corpo sob o meu, suas mãos apoiadas, uma de cada lado de minha cabeça. Nossas barrigas estavam coladas, assim como nossas intimidades, seus olhos me encaravam de cima e eu pude ver a imensidão azul deles.
Dentro de todo aquele breu, seus olhos brilhavam em um tom de azul bonito. Eu sorri, colocando minhas mãos em sua cintura, abraçando a mesma com as minhas pernas.
Logo Yoongi se abaixou, beijando-me o canto dos lábios, descendo seus beijos pelas minhas bochechas até chegar em meu pescoço. Para somente ali, chupar e morder, com toda paciência do mundo, as áreas sensíveis de meu pescoço. Eu ronronei e gemi para cada sensação gostosa que abraçava meu corpo.
Yoongi ficou sob os cotovelos na cama, descendo sua mão esquerda para minha cintura, apertando-a com força, enquanto chupava levemente a área perto de meus seios. Com a sensação gostosa que invadiu meu corpo, um choramingo partiu de mim, assim como um gemido mais alto soou.
Eu ri baixo, mordendo meu lábio para tentar barrar qualquer possível gemido.
Mas, não dado ao suficiente, pude senti-lo ficar duro entre as minhas pernas. A calça de moletom já não era mais capaz de camuflar todo o volume e assim que senti o volume encostar em minha coxa, mordi meus lábios com mais força. Movendo meus quadris levemente, para sentir mais.
Os olhos de Yoongi voltaram até mim e ele respirou fundo, soltando o hálito quente contra meu rosto. Coloquei minhas mãos em seu rosto, puxando-o para mais perto, sentindo ele se deitar por completo sob meu corpo — sem despejar todo seu peso sobre mim — e colocar suas mãos repousadas em meus ombros.
Sua cabeça se enfiou em meu peito e ele beijou somente aquela área de meus seios, deitando sua cabeça em meus seios logo em seguida. Apertei ainda mais minhas pernas ao redor de sua cintura, sentindo o volume de sua calça ainda mais nitidamente encostar em minha intimidade, que estava somente coberta pelo tecido fino da calcinha.
— Nayeong-ah..
— Yoon, assim..— Pude sentir seus músculos tensos. Tão ofegante quanto ele, suspirei. Sentindo-o mexer o próprio quadril. Ainda cobertos pelas peças de roupa, eu pude sentir o estímulo gostoso em minha entrada, por cima da calcinha. — Por favor, alfa. Dessa forma é tão gostoso..
Manhei baixinho e Yoongi apertou-me ainda mais contra seus braços e mordeu um pouco forte a área de meu seio, enquanto se impulsionava para frente, investindo os quadris contra os meus.
Em questão de alguns minutos, gememos juntos e baixo. O corpo de Yoongi tremia sob o meu, assim como o meu tremia. E daquela mesma maneira ficamos, em cima de meu corpo ele estava e não se moveu nenhum pouco para sair de cima.
Coloquei minhas mãos em seus cabelos, bagunçando-os levemente e cheirando-os com toda calma do mundo. Enquanto sentia sua respiração se regularizar. Fechei os meus olhos e respirei fundo, com um sorriso idiota ao canto dos lábios.
Tentando acalmar a euforia de meu peito. Que se expandia como gás hélio.
— Tenho medo da resolução que isso possa tomar, Yoongi.
Disse tão baixo, que quase não pude me ouvir.
— Por que diz isso?
— Não sei. Parece que isso é tudo muito novo, assim como parece que há algo errado com nós dois.
— Nayeong, apenas durma.
— Você se afastaria ao perceber que não é bem isso que deseja?
— Não sei, Nayeong. Assim como eu sei que você não sabe. — Eu suspirei, assim como ele fez o mesmo, mas, tampouco soltou meu corpo.
— Tenho medo de que no final disso tudo um de nós saía machucado. — Somente ditei baixo, fraco. Fechando os meus olhos e me entregando ao cansaço.
Apertando Yoongi ainda mais em meus braços.
Continua no próximo capítulo.
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