Capítulo 3
Fechar os olhos e aperta as mãos em punhos com toda certeza irá virar uma mania, pois mais uma vez me encontro fazendo isso, a cada cinco segundos estou fazendo tau coisa, tudo para não surtar.
- O que quer dizer, com não querer que meus poderes funcionem? - Pergunto entre dentes sentindo a palma da minha ser cortada pelas minhas unhas, me fazendo lembrar que ainda estou viva, que posso sair daqui mesmo sem os meus poderes.
- Esse lugar foi construído por mim e para mim, o mesmo é refém dos meus comandos e poderes, todo o poder de qualquer um que eu queira. - Ela sorrir orgulhosa apenas não reviro os olhos por não saber do que ela é capaz.
Eu não conheço essa mulher.
- O que quer de mim? - Questiono a olhando nos olhos.
- Bom além de revê-la. - Certo, não consegui me controlar revirando os olhos. - Não faça isso garota, você me deve respeito. - Ela berra batendo a mão na mesa, fazendo não só ela tremer como a estrutura do lugar em que nos encontramos.
- Se vossa majestade diz. - Digo lhe lançando um sorriso ladino.
Dessa vez ela joga sua paciência para o alto, junto com a mesa, pisco algumas vezes ainda sentada na cadeira. Minha mão se põe de pé, eu e Hidra a acompanhamos dando alguns passos para traz ao ver os olhos delas ficar negros, assim como os meus ficam quando utilizo dos meus poderes.
Ela olha em minha direção e sorrir, como um algum assassino de sangue frio faria, não me admiraria em nada se ela for uma.
- Acho melhor se afastar princesa, quando sua mãe fica assim creio que o melhor é deixá-la sozinha. - Hidra diz me puxando para fora do salão em que estamos.
Antes de chegarmos a única entrada visível do lugar uma sombra preta a fecha, nós fazendo parar de abrupto.
O híbrido xinga alto se virando para onde minha mãe se encontra parada com as mãos esticadas para frente do seu corpo, nada de humano, a não ser o seu corpo pode ser visto, a mesma está começando a ficar em volta em sombras.
- Temos que sair daqui. - O líder dos híbridos diz o óbvio.
- Mas como? Os meus poderes não estão funcionando se não se lembra. - Digo irritada, vendo tudo começar a ficar escuro a nosso redor.
- Minha criadora que me perdoe, mas eu não vou morrer por sua causa. - Ele segura a minha mão, e em um piscar de olhos não estamos mais no mesmo lugar.
Paro de o sentir ao meu lado ao cair no chão, e ao olhar ao meu redor vejo estar no meio de uma floresta e sem o híbrido ao meu lado.
Me levanto limpando as minhas mãos no vestido, que serviram como amparo para eu não cair de cara. Procuro algum sinal do híbrido, mas nada dele, testo os meus poderes para ver se estão funcionando, mas nada deles também.
- Mas que porcaria. - Reclamo para mim mesma.
Começo a andar sentindo meus pés começarem a doer, esse lugar não parece ter fim algum. Paro de me mexer piscando algumas umas vezes ao perceber que na verdade estou dando em volta em círculos, é como se esse lugar fosse mais uma caixa, dessa vez com aspecto de floresta e bem maior que a de vidro.
- Mas o que porcarias essa mulher criou? - Me questiono não esperando a resposta que vem.
- A rainha Estela apenas personificou os seus medos nesses lugares. - Uma voz infantil chega aos meus ouvidos me fazendo arrepiar.
Procuro a voz que estava a falar me deparando com uma garota, de cabelos negros, extremamente longos, praticamente na frente do seu rosto, impossibilitando de ver os seus olhos, se é que ela os possuí, com um vestido branco, se estivéssemos em um filme de terror do filme humano ela com certeza seria o mostro.
- A rainha Estela fez cada cômodo, cada caixa como você estava pensando... - Arregalo os meus olhos. - Tirando os medos de sua cabeça, a floresta que adorna o castelo estelar é um dos seus medos, isso aqui não é nada comparado àquele lugar. - Sua voz meio infantil, e que ainda me arrepia, não do jeito bom, diz para mim ainda se mantendo distante para bem dos meus nervos.
- O que você é? - Pergunto engolindo em seco não querendo verdadeiramente saber a reposta.
- Um medo. - Ela responde simplista.
- Um medo? - Repito sua resposta em um questionamento.
- Sim, eu sou você e você sou eu. - Fecho os meus olhos ao ouvir suas palavras. - Não posso ser um caixa, então ela me deixou aqui.
- Você não se parece nada comigo. - Digo sentindo um nó se formar em minha garganta.
A minha mãe tem medo de mim?
- Não tinha como ela saber como nós somos, ela só imaginou característica que seria inevitável, como o tom de pele, a cor dos cabelos, essas coisas genéricas.
- Os seus olhos... - Não termino a pergunta pois a garota que diz ser a minha persona, criada pela cabeça da minha mãe, tira os longos cabelos negros do rosto.
Só não caio dura no chão por que não espero mais nada desse lugar. No lugar dos olhos com pálpebras, cílios e glóbulos oculares, junto a íris, não existe absolutamente nada, e mais uma vez engulo em seco.
- Ela também não conseguiu imaginá-los. - Xingo alto, assustando a garota que pela primeira vez parece ter alguma reação.
- Me desculpe. - Ela diz começando a chorar alto, escandalosamente melhor dizendo, ao ponta minha cabeça começar a doer.
- Por favor não chora. - Eu peço tentando parecer o mais calma possível. - Eu não queria te assustar, eu só quero sair daqui.
- Não. - Ela berra vindo em minha direção tão rápido quanto um piscar de olhos, só me dando tempo de dar mais um passo para trás em puro reflexo. - Você acha que se eu soubesse a saída já não teria saído? Nós nunca vamos sair desse lugar. - Ela fala chorosa perto do meu rosto.
- Você não é real, não teria como sair daqui mesmo se ela deixa... - Não termino de falar tendo um click em minha mente depois da minha própria percepção. - Você não é real. - Repito a minha primeira frase um pouco mais baixo
- Obrigada por piorar o meu dia, sua ridícula. - Ela diz se afastando começando a chorar bem pior que estava antes.
Se eu não sair daqui vou matá-la, antes dela dá mais um fungada em meio aos lamentos extravagantes, ela nem é de verdade.
Ela não real, assim como esse lugar não, e se ambos não são reais, apenas fruto do medo da minha mãe, os meus poderes podem voltar a hora que quiser.
- Você não vai sair daqui. - A garota berra me fazendo fechar os meus ouvidos, para não estourar meus tímpanos.
É o que vamos ver.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro