Capítulo 1
A parte do vidro que eu quebrei é retirada me dando a visão de um corredor mal iluminado, com cerca de quatro híbridos a minha espera, um deles reconheço como o mesmo que pulou em cima de mim na floresta, Apolo se eu não estiver enganada.
Meio assustada e trêmula, sentindo o meu punho doer me levanto do chão em que me encontrava esparramada e começo a sair da caixa de espelhos, onde eu estava prestes a enlouquecer.
O híbrido adolescente que tem traços, de um servo, estende uma mão para me ajudar a descer os pequenos degraus que tem para chegar ao piso batido do corredor, eu aceito não me sentindo capaz de dar um passo certo.
Depois da minha descida rápida, seguro mais firme o rapaz com o intuito de mostrar para ele não soltar, o mesmo parecendo me entender me apoiando um pouco mais, enquanto começamos andar pelo extenso corredor que parece de início que não dá para lugar algum. Depois de andarmos alguns bons metros chegamos a uma porta de madeira marrom escuro que parece ser bem antiga.
Olho para os híbridos atrás de mim que permanecem de cara fechada, então levo o meu olhar para Apolo que me segura sem me fitar.
- O que está acontecendo? ‐ Pergunto ao mais novo que nada me responde. - Aquela voz era da... ‐ Não consigo terminar o que iria questionar pois sinto um mundo soluço se formar em minha garganta, é como se apenas ter o pensamento que estou tendo me fizesse chorar.
- Saberá de tudo assim que chega à sala de fogo, não se preocupe. - Apolo diz no mesmo tom que o meu começando a esticar seu braço livre para abrir a porta a nossa frente.
Assim que a mesma é aberta parece que entramos em uma época totalmente diferente, antes em corredor quase que, como se diz no mundo humano, estilo industrial, agora em outro com várias portas com tochas para iluminar o caminho. Mais uma vez me pego andando em direção a uma porta de madeira dessa vez preta no fim do corredor, ignorando por completo as outras no decorrer do caminho.
Apolo mais uma vez abre sem me soltar. Dessa vez sem mais corredores chegamos ao que posso chamar de hall com o mesmo aspecto do segundo lugar, onde passamos iluminado apenas com a luz do fogo. Meus olhos correm por cada parte o teto abobado, com lustres que possui vê-las apagadas.
Depois de alguns minutos andando pelo salão amplo passamos por uma entrada em espiral que dá para uma espécie de sala do trono, mas sem o trono apenas com o pedestal do mesmo.
Paramos no meio dela, dessa vez me sinto ser solta por Apolo que se afasta consideravelmente de mim, olho para ele que apenas faz uma reverência com a cabeça e some juntos aos outros híbridos, eles simplesmente sumiram me fazendo olhar de um lado para o outro com olhos arregalados em surpresa.
Mas o que diabos acabou de acontecer?
Não vejo ninguém até onde minha vista alcança, começo a me locomover pelo local, mas não vejo saída a não ser se eu voltar andar pelo hall gigante de antes.
Respiro fundo parando no local, prestes a explodir de tanta raiva e confusão. Tentei usar meus poderes mais uma vez talvez funcione dessa vez, pelo menos é o que eu torço para que aconteça.
- Vamos lá Blue, você tem que sair desses manicômios mágico e assustador. - Isentivo a mim mesma.
Mais uma vez no dia ou na noite, não sei que horas são, sinto as minhas veias esquentarem enquanto meu poder se locomove por elas, mas como antes nada acontece. Um grito de frustração rasga a minha garganta enquanto bato o pé.
- Mais que porcaria. - Não tem como sair daqui sem os meus poderes. - Eu juro que vou acabar com cada um que estiver fazendo isso. - Berro para os ventos.
Cansada, e me sentindo com fome e sede, resolvo me sentar na beirada do pedestal para esperar o que quer que eles estejam planejando, quando estou quase me agachando para chegar no pequeno degrau, passos começam a soar me fazendo levantar de supetão, quase perco o equilíbrio no processo.
Ficando ereta e muito mal preparada para o que está vindo em minha direção, eu apenas espero.
Alguns segundos dos passos começarem a soar, Hidra adentra a sala em que estou, ele sorrir assim que seus olhos batem em mim, desgraçado.
Em passos longos, mas lentos, o mesmo chega perto o suficiente para eu ver que os pelos do seu rosto foi aparado.
- Onde estamos? - Pergunto a ele que me olha de cima a baixo ainda com o sorrisinho presunçoso no rosto, fecho as minhas mãos em punho para não socar a cara dele, posso não ter os meus poderes, mas ainda sei lutar o suficiente para acabar com ele.
- Estamos nas antigas ruínas do castelo estelar. - Ele responde como se eu soubesse.
- O Gabo não está aqui, está? - Respiro fundo para não começar a surtar.
- Está e não está. - Ele dar de ombros começando a andar observando as paredes de pé direto triplo, de tão alta que são, nesse lugar não tem ao menos uma janela.
- Pode explicar melhor? - Pergunto entre dentes.
- Ele está a uns bons quilômetros, o castelo dos pássaros vermelhos fica nessa mesma região, estamos na floresta, no castelo estelar. - Ele repete mais uma vez o nome do local o que não me diz basicamente nada.
- Certo, a quilômetros daqui. - Falei, mas para mim do que para ele. - E o que estamos fazendo aqui mesmo?
- Depois do dia que você esteva no meu acampamento no reino dos pássaros brancos e me contou que sua mão tinha morrido no mundo humano com uma doença misteriosa, eu fiquei um pouco abalado e sem querer acreditar no que meus ouvidos tinham escutado. - Ele para de andar olhando para mim. - Então resolvi investigar, não que eu estivesse duvidando das suas palavras, longe disso, eu só precisava de mais provas que a minha criadora não estava mesmo entre nós.
- E o que você descobriu? - O interrompi praticamente virei basicamente uma caixinha de perguntas.
- Bom mandei os melhores homens para o mundo em que você falou que vocês estavam, antes do idiota do seu pai trazê-la para esse.
- Existem outros mundos? - Meu rosto se banha em confusão.
- Sim, mas alguns são inacessíveis e outros perigosos demais para nós aventurar neles, mas isso pode ficar para depois não? - Eu assinto me mantendo calada para que ele continue. - Os meus homens foram no mundo dos humanos, mas nada foi encontrado, nenhum rastro que a criadora passou por lá em algum momento de sua vida.
- Vocês foram na nossa casa?
- Lá não tinha nada que a arremetesse a passagem dela.
- Como não? Eu e ela vivemos os meus dezoito anos lá. - Exclamo me sentindo confusa.
- A sua mãe nunca viveu no mundo humano. - Ele diz calmamente, abro a minha boca algumas vezes para falar alguma coisa, mas nada vem.
Isso é impossível.
- Quem te criou foi uma Banshee, a mesma é dona dessa floresta, e está a vagar por aí sem lembrar que a sua mãe a induziu a ser uma espécie de babá sua, elas têm o poder de projetar a imagem de seu indutor. - Eu fecho os meus olhos me negando a acreditar em tal bobagem.
Impossível, mesmo ainda não sendo um amor de pessoa, ela ainda era real. Nossos momentos bons e ruins, sempre foram extremamente reais.
- Sinto muito querida, mas eu não pude vê-la crescer. - A voz que escutei a minha vida inteira me atinge os ouvidos, me fazendo abrir os olhos que tinha fechado e ao olhar mais à frente à minha mãe estava a me observar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro