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Ato 2

      Skylar sentia que sua calcinha fosse molhar toda vez que o diretor artístico da companhia parava diante dela e puxava conversa. Ele não era necessariamente um deus grego, na verdade lhe minguavam atributos físicos; em contrapartida, tinha olhos perscrutadores que faziam-na se sentir invadida por dentro e um ar de poder, imponência, que impressiona qualquer garota.

      Era impossível saber o que se passava na cabeça de Thomas Leroy. Pragmático, perfeccionista e exigente, ele construía e destruía carreiras. Skylar se sentia aliviada por nunca ter chamado sua atenção. Dançar no corpo de baile tinha suas vantagens, às vezes.

      — Um, dois, três...! Up! — a professora dizia. As instruções eram monótonas, diferentemente dos exercícios, sempre dinâmicos.

      Os bailarinos executavam três tendus, descendo consequentemente em plié, os braços se levantando em quinta posição. Quando se desenvolve e aprimora a memória corporal, passos difíceis se tornam naturais com o tempo. Os braços e pernas dos bailarinos trabalham de forma ordenada e autônoma, dentro do compasso musical, e por mais que o tempo passe, o corpo sempre se lembra, depois de acionado.

      Por não ser muito alta, Skylar executava allegros com muito mais facilidade que boa parte das bailarinas e tinha equilíbrio e controle nas pirouettes.

      Os exercícios de centro eram os preferidos da jovem. Em alguns momentos se desconcentrou por causa da presença do diretor, que a olhava com o indicador apoiando o queixo.

      Skylar se perguntava mentalmente porque era alvo daquela atenção inconcebível, se na sala estavam Verônica, Nina, Rebecca e Trixie, algumas das mais talentosas artistas da companhia, e torceu para que o motivo daquela atenção não estivesse ligado ao boato de que Leroy assediava suas bailarinas.

      Ele era fascinante. E irradiava um encanto semelhante à música tocada por um tritão.

      Droga, não posso me desconcentrar, a jovem pensou.

      Girando tour piqués em volta da sala, ela fez a pose a final em frente ao lugar onde Leroy se sentara, e nesse momento, ele esboçou um sorriso para a moça. Atordoada, ela voltou para o canto e deu de cara com uma Beth de braços cruzados e olhar desafiador. A primeira bailarina mediu a moça de Iowa da cabeça aos pés, sorriu com desdém e tomou lugar atrás de Charlie para executar seu exercício.

      Mesmo próxima da idade de se aposentar, Maclntire esbanjava talento e vigor, circundou a sala com extrema graça e leveza. Mereceu as palmas da professora.

      — Ótima aula - a mulher sorriu, após ser reverenciada e aplaudida pelo elenco. — As solistas vão para outra sala. Os demais ficam aqui.

      Beth foi a primeira a deixar o recinto. Nina e Verônica saíram quase lado à lado, ao mesmo tempo que Thomas Leroy saiu por uma porta lateral.

      — Bom ensaio, amiga — Skylar recebeu um abraço e um beijo na testa de Rebecca, que juntou-se às solistas.

      — Obrigada.

      Com a sala desprovida das bailarinas mais técnicas e experientes e sem a presença intimidadora de Beth e Leroy, os ensaios pareceram mais apetecíveis a Skylar. O ambiente menos carregado a fez se jogar mais, a se arriscar, e a professora elogiou seus fouettès, fazendo com que um sorriso surgisse em seu rosto pálido.

      A jovem fechou a porta do armário após tirar suas coisas e se vestiu. A aula e os ensaios foram muito proveitosos, e apesar de estar com pouco dinheiro, um bom prato de sopa cairia bem.

      Ela estava andando apressadamente pelo corredor, já perto da porta, quando sentiu alguém tocar seu ombro direito, mas não viu ninguém ao se virar para essa direção. Olhando então para a esquerda, viu um Troy sorridente segurando um livro.

      — Você e suas brincadeiras, Troy — a jovem riu.

      — Essa já é manjada e você sempre cai — ele bagunçou os cabelos da colega. — Gata, você foi muito bem hoje na aula. Até o Leroy gostou.

      — Não é para tanto.

      — É, sim. Ele nunca sorri. Não durante uma aula.

      — Ok, mas o que isso quer dizer?

      — Tudo e nada, ao mesmo tempo. Pode ser que ele esteja cogitando mexer no elenco principal, te dando um papel de maior destaque.

      Skylar parou e riu, levando a mão à boca.

      — Não viaja, Troy. Ninguém tira o papel principal da Beth.

      — Quem falou em papel principal, Skylar? Você é boa, mas nem tanto. Rainha dos Cisnes não é o único papel importante. O Pas de Quatre e o Pas de Troix săo importantes também.

      — Está bem, eu viajei. Mas, supondo que Leroy cogitasse mexer no elenco, que sentido isso faria agora?

      — Não sei. Quem sabe ele esteja pensando em algo para o início do ano?

      Skylar achava incrível se um dia ganhasse um upgrade na companhia, mas sabia que seu momento ainda se projetava longe. E preferia que fosse assim. Viera de uma cidade do interior, tinha ambos os pés no chão, e além disso, dançar no Lincoln Center já era uma grande vitória.

      Troy Bailey continuou expondo várias teorias enquanto caminhavam por uma das avenidas mais movimentadas da fria e cosmopolita de Nova York, até entrarem numa lanchonete - a preferida dos amigos. Rebecca e Hope também vinham ali, quando os ensaios terminavam cedo.

      — Um prato de sopa de carne, por favor — a bailarina pediu. — E uma Pepsi. Sem gelo.

      O amigo fez o mesmo pedido. Sentaram-se numa mesa bem ao fundo, próxima a um grupo de jovens que conversavam numa língua que ela reconheceu como português. Brasileiros.

      — Será que estamos seguros aqui? — Troy riu.

      — Esse pessoal que viaja normalmente tem mais dinheiro do que qualquer habitante de Nova York. Eles é que deveriam ter medo de ficar perto de bailarinos pobres como nós.

      — Até que são simpáticos. Mas são um pouco barulhentos.

      A garçonete trouxe os pratos dos dois, desejando que tivessem bom apetite.

      Skylar apenas pôs uma colherada na boca, arregalou os olhos e se abanou.

      — Está muito quente.

      — Sua doida — o bailarino riu. — Tem que assoprar antes de comer.

      Molhando um pedacinho de pão na tigela, Troy levou à boca e mastigou-o tranquilamente, fitando os lindos olhos verdes da bailarina. Esta sustentou o olhar dele no seu, sorrindo enquanto comia sua sopa.

      Eles tinham esse ritual. Sorrir e olhar para o outro sem nada a dizer por quase um minuto, em expectativa. E expirado esse tempo, uma pergunta qualquer surgia.

      — Onde vai passar suas férias? — Troy deu um gole em seu refrigerante.

      Skylar deu de ombros.

      — Vou voltar para Iowa. Passar um tempo com meus pais. Clarear um pouco as idéias e voltar com tudo no começo do ano.

      — Legal.

      — E você?

      — Vou ficar aqui mesmo em Nova York. Não tem um lugar em especial para onde eu queira ir.

      — Poderia ir para Iowa comigo.

      — E você vai me ensinar a pilotar uma colheitadeira de milho?

      — Olha, que você gostaria.

      Os dois jovens riram.

      Troy arriscou-se e segurou a mão da jovem, sentindo-a fria. Um sorriso se desenhou em seus lábios ligeiramente carnudos.

      — Não consigo ficar longe do Lincoln Center. E além disso, é em Nova York que tudo acontece.

      Skylar assentiu, sorrindo também. De repente, seria legal ficar na cidade onde trabalhava e confraternizar com os amigos no natal. Uma das maiores árvores de natal do mundo começava a ser montada, e ela queria tirar várias selfies em frente a ela para postar no Instagram com a seguinte mensagem: "Meu primeiro Natal em Nova York". Sem falar que Trixie disse que a avó fazia um peru delicioso e queria a amiga passasse o Natal em sua casa.

      A jovem se sentia novaiorquina, anseava viver o clima de fim de ano – com bonecos de neve, tudo – em companhia dos amigos. Mas sua família era mais importante e Skylar não abria mão de estar com seus pais, irmãos e sobrinhos.

      Os dois amigos voltaram de braços dados e Troy deixou Skylar na porta da casa que ela alugava.

      — Obrigada pela sopa — ela deu um sorriso, pondo as mãos enluvadas nos bolsos do trench coat.

      — De nada.

      Sorriram um para o outro, se despediram.

      Skylar se despiu, entrou no banho quente e enquanto banhava seu corpo nu, por um momento se imaginou como a Rainha dos Cisnes com Troy como seu príncipe.


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