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Ato 19

— O que será que ela fez para ganhar o papel? — Trixie perguntou a Hope.

As duas faziam elevés alternados de frente para a barra, esticando as pontas dos pés e fazendo-os ficar alongados. A escolha de Nina como estrela da nova temporada gerou boas resenhas entre os bailarinos. 

— Deve ter dado uma chupada daquelas nas partes íntimas do diretor — a outra disse com seriedade, gargalhando em seguida.

— Que horror, amiga — Trixie virou-se de costas ficando ao lado da barra, e fazendo um plié, segurando o calcanhar da perna de fora, ficou ereta aos poucos e esticou a perna até a orelha.

Sentada no chão, absorta em pensamentos seus, Skylar terminava de arrancar a unha do hálux direito que há dias queria se desprender de seu corpo.

A dor quis correr em ondas por seu cérebro, a moça passou algodão e enrolou prontamente com um esparadrapo.

Ambos os pés da moça tinham um aspecto feio de se ver. Marcas roxas, unhas encravadas por causa do uso constante das sapatilhas de ponta, bolhas… Ela não usava sandálias ou chinelos mesmo nos dias quentes a fim de não chocar as pessoas, mas sentia grande orgulho de dizer que era bailarina, quando lhe perguntavam porque seus pés eram daquele jeito.

— Eu não seria capaz disso — Trixie fez uma cara de nojo, ainda aludindo a um provável programa que Nina fez.

— Já eu sim — Hope arrumou a sainha rosa e arrumou a perneira esquerda. — Sexo oral é tudo de bom. Mas não acho que a Nina tenha chegado a tanto, não faz o estilo dela. Ela é muito quietinha.

— Mas as pessoas quietas que são as piores — Trixie ironizou.

— Ah, nem vem! Ela não deve nem saber o que é se masturbar. 

— Mocinhas assim que são um prato cheio para homens como Thomas Leroy. Imagine quanta coisa para ele ensinar e quanta coisa para ela aprender.

A calma de Skylar não resistiu a tanta maldade. 

— Por que a vida íntima da Nina é tão importante para vocês? — a garota cruzou os braços ficando cara a cara com as duas. 

Trixie e Hope trocaram um olhar estarrecido, tão chocadas ficaram com a acidez das palavras da colega.

— O que ela faz dentro das quatro paredes não é da nossa conta — Trixie deu de ombros. — Só estamos teorizando, nada de mais.

— É — Hope apoiou. — Só isso. 

— Vai dizer que você não acha estranho que um dia a Verônica seja a Odette e a Odile, e no outro, o nome da Nina apareça na lista? — a primeira continuou.

— Não acho — Skylar balançou a cabeça em negação. — Seria estranho se fosse qualquer outra. Mas é a Nina. Vai ver o Leroy pensou melhor e decidiu que ela tem as características para dançar os dois cisnes.

— Tá bom — Hope deu de ombros.

Embora não visse com bons olhos os comentários depreciativos que as garotas faziam com Nina, sempre atribuindo sua timidez à falta de uma vida sexual e ao domínio constante que a mãe exercia sobre ela, Skylar concordava que era estranho que uma reviravolta tivesse acontecido. A conversa que as duas tiveram à noite havia fornecido pistas de que Nina faria alguma coisa para obter o papel que toda bailarina gostaria de ter.

Se Nina usou algum método escuso para se dar bem e tirar a rival Verônica do caminho, então ela não era tão gentil e inocente.

Como são sujos e pútridos os caminhos para chegar ao estrelato, Skylar pensou. 

Quando entramos numa escolinha de balé, vivemos alegrias e fazemos amizade com todo mundo, e é legal porque além de tudo não vemos maldade em nada. Mas depois que crescemos e a pressão para mostrar resultados vem, somos capazes de tudo. Até de sacrificar nossos valores.

Jasmine veio correndo rapidamente em sua direção, sorrindo alegremente, e ficou de costas.

— Posso te pedir um favor? Faz aquele coque duplo que só você sabe fazer e que eu acho tudo?

Um sorriso pendeu da boca de Skylar pela forma tão gentil com que o pedido foi feito.

— Claro, senta no chão pra eu fazer.

A loura sentou-se de costas para a moça de Iowa, pondo-se em posição de borboleta.

— Você faz uns coques muito bonitos, Skylar.

— Obrigada.

— Sabe… Uma vez assisti Star Wars, quando era criança, junto com meu irmão. Eu fiquei apaixonada pelo coque duplo da Leah Organa e queria fazer para usar na escolinha de balé. Mas minha professora não deixava, porque era contra o regulamento da escola.

— As escolas são bem rigorosas quanto ao uniforme e ao coque — Skylar revirou os olhos.

— Nem fale. Collant preto, meia calça e sapatilha. Só! Nem sainha deixavam a gente usar.

— É porque professores precisam ver o trabalho de certos músculos. Mas você agora trabalha numa companhia, não precisa mais se prender a esse tipo de indumentária. Pode ter seu estilo.

— Eu gosto do seu. De usar a meia calça por cima do body.

— Sou um pouco rebelde — Skylar deu uma risada gostosa que contagiou a menina loura.

Skylar não sabia que opinião formar ainda de Jasmine. Nas últimas semanas as duas conversaram bastante sobre assuntos triviais, criando uma certa intimidade, mas não uma confiança mútua. Elas evitavam adentrar em questões pessoais e até íntimas, preferindo só um congraçamento pouco maior que coleguismo.

— Já foi alguma vez a Times Square? — a mais velha perguntou, fixando alguns grampos no coque direito da jovem.

— Não, por falta de tempo, mas pretendo ir qualquer dia desses — Jasmine sorriu.

— Vai mesmo. A noite nova iorquina é muito bonita, mesmo sem lua parece que é dia por causa dos letreiros luminosos.

— Tenho um pouco de vertigem por causa de tanta luz  — a loura confessou. 

— Isso é um problema. Vai ter que usar óculos de sol. Mas vale a pena, não deixe de ir. Você gosta de personagens de filmes? Tem vários lá. O Hulk, o Darth Vader, a Elza, o Capitão América.

— Parece coisa de nerd.

— Ei! Eu não sou nerd, tá?

As duas riram.

— Não quis ofender, Skylar.

— Não me ofendeu. Nem vejo ser nerd como algo depreciativo. Nerds são inteligentes, sensíveis e boas pessoas.

— Mas a nossa cultura os vê como chatos.

— Coisa de ianque — Skylar bufou.

Depois de confeccionar o primeiro coque, o direito, ela começou o segundo.

— Posso te fazer uma pergunta? — a loura mordeu o lábio.

— Pergunte.

— Como é namorar?

O sorriso de Skylar ganhou um brilho especial ao se lembrar de Troy. De seu cheiro, da textura macia e ao mesmo tempo forte de suas mãos. Do som de sua voz.

Muita coisa faltava a ela, menos o mais importante: amor. Quando se sentia triste, era no peito largo e forte do bailarino que a jovem encontrava refúgio e impulso para recomeçar. Ele era mais do que namorado. Era um amigo. O melhor que ela teve.

O que ela podia responder a Jasmine senão que namorar era bom, que namorar a fazia se sentir preenchida de carinho e afeto?

Mas nem todos os garotos eram como Troy. 

— Só posso falar por mim — respondeu com honestidade. — Como eu namoro um rapaz gentil e carinhoso, digo que é maravilhoso. Por que a pergunta?

— Só uma pergunta aleatória.

— Está gostando de alguém?

— Não… não, imagina.

— Ah, não vai me contar?

— Não — a loura riu.

— Então, não vou mais fazer esse coque.

— Sky!... Está bem, eu falo. É a Lily.

— A garota nova de São Francisco? — Skylar não deu importância ao fato de Jasmine nutrir sentimentos por alguém do mesmo sexo. 

— Sim, ela mesma.

Leroy dera a Lily o papel que pertenceu a Rebecca. Era uma moça vigorosa e de expressividade, espontânea. Sem fingimentos.

— E você flertou com ela? Se declarou…?

— Não, sou muito tímida. Nem sei se ela gosta de meninas.

— O único jeito de saber é prestar atenção em como ela olha para as meninas. O olhar não esconde nada. E se mesmo assim não der pra perceber pelos sinais, pergunte a ela. Com sutileza, é claro. E conte dos seus sentimentos por ela.

— E se ela me der um fora? — a voz da garota se encheu de angústia.

Skylar semicerrou os lábios, o olhar subitamente sério.

— Bom, parte para outra. Ninguém merece implorar pela migalha de um sentimento. E depois, sempre tem alguém especial para a gente. 

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