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Ato 16

      Skylar encheu sua garrafinha com água do bebedouro e tomou um gole. Fez movimentos circulares nas panturrilhas ao se abaixar, sentindo aquele incômodo muscular, aquela dor que incomoda, mas que toda bailarina gosta; esse tipo de dor avalia o desenvolvimento físico de quem prática dança.

      Quem acreditou que Margareth daria refresco para eles na primeira semana estava colhendo os frutos. Dores.

      Porém, não eram as dores físicas que minavam a jovem. Eram as dores da alma. 

      A moça desejava voltar para seu apartamento, tomar um bom banho quente deitar e se esquecer daquele dia, principalmente aquela chateação de saber que na sala ao lado suas colegas mais velhas, além da Jasmine, participavam da audição que decidiria quem seria a nova Rainha dos Cisnes.

      Ou melhor, a sucessora de Beth Maclntire. 

      — Bom, acho que por hoje chega — Troy disse ao se aproximar, dando um beijo na testa da namorada.

      Em situações normais esse beijo era o que bastava para fazer uma punção gostosa aflorar no peito de Skylar.

      Agora ela só sentiu estranheza e distância.

      O beijo de Troy lhe pareceu gelado, seco, sem significado e sem vida, o que a fez ligar um mecanismo que a avisou que alguma coisa estava errada entre eles.

      — O que foi? — ela perguntou franzindo as sobrancelhas, em questionamento.

      O moço coçou a cabeça. Bufou, suspirando profundamente, apoiou um dos braços na parede, bem na frente dela, com um semblante sério.

      — Algum problema? — a bailarina insistiu.

      — Skylar, meu amor, eu não sei esconder o que sinto. Sou franco, sou sincero, e tudo o que tenho de falar, faço na cara. Eu sou assim, foda-se quem não gosta. E tenho que te falar uma coisa.

      Os lábios de Skylar tremeram nervosamente em lentas ondulações.

      — Você… quer terminar comigo? — ela arriscou e suas palavras impensadas – as primeiras que lhe vieram a cabeça – produziram uma mudança fulgurante no rosto do rapaz.

      — De onde você tirou essa ideia? — a voz dele subiu em uma oitava.

      — O jeito que você falou faz eu pensar que não quer continuar.

      — Mesmo? Quantos namorados você já teve para saber que é assim que eles terminam um relacionamento?

      Parecendo vexada, Skylar abaixou por um instante os olhos.

      — Poucos. Mas acho que é assim que é.

      — Acha! Para mim, não é assim que as coisas funcionam.

      — Então, qual é o problema?

      — Você, Sky.

      Os olhos da moça se arregalaram em perplexidade, como se tivesse tomado um choque.

      — Eu? Por que? — erguendo o queixo em desafio, pôs as mãos na cintura.

      — Por que? Tenho reparado muito em você. Na cara que você faz quando o Leroy anuncia uma mudança numa produção e seu nome não está ali. De longe eu olho para seu rosto, e não gosto nem um pouco da cara que você faz quando a Margareth elogia a Nina, a Verônica e a Jasmine.

      — Que cara eu faço, Troy Bayle?

      — Quer que eu fale mesmo?

      — Se eu estou perguntando, é porque quero.

      — Ok, vamos lá: eu vejo uma garota com cara de quem sofre de complexo de inferioridade e que faz bico igual a uma criança só porque a prima que a visita tem uma boneca mais cara e mais bonita.

      — Ah, não! Não, senhor Troy Bayle. Não é verdade que meu namorado está me chamando de… de invejosa!

      — Não tire palavras da minha boca.

      — Mas não é isso que você pensa?

      — Não.

      — Então, o que pensa?

      — Que você tem que parar de ficar abatida todas as vezes que as outras se dão bem, como se elas estivessem tirando alguma coisa sua. Skylar, tente entender que Nina e Verônica tem mais experiência de palco que você e são sucessoras naturais da Beth. O histórico delas aqui é muito importante.

      — Eu não acho justo.

      — Você consegue girar os 32 fouettès da Coda de Odile? Fouettès bons, sem tirar a perna de base do lugar, sem ficar tonta com os giros ou com os braços perdidos?

      — Eu tenho muito o que melhorar, mas...

      — Skylar, aqui tem bailarinas quatro anos mais velhas que você, e que aprimoraram isso.

      — Mesmo assim não é justo.

      — Injusto seria te colocarem num papel importante que exige responsabilidade e maturidade, e você não dar conta, você se expôr. É injusto? Oi, Skylar, prazer, essa é a vida. Mulher, a vida não é uma fábrica de sonhos. Eu queria fazer o papel de Príncipe Siegfried, mas não posso, porque na minha frente tem um cara foda chamado David. Mas ao invés de torcer para ele quebrar um tornozelo, eu me benefício da experiência dele para aprender mais coisas e isso você devia fazer.

      — Até a Jasmine e aquela tal de Lily foram chamadas, Troy…!

      — E daí, meu amor? Vai ver elas tem alguma coisa de que a produção precisa. Um tipo de carisma, sei lá. E a Lily não caiu aqui de paraquedas, ela foi chamada porque trabalhava num teatro de São Francisco. Ela não é qualquer uma. Só uma daquelas moças que estão lá vai ser a Rainha dos Cisnes, e se isso te serve de consolo…, não será nem a Liliy, nem a Jasmine.

      Skylar começava a perder ânimo para continuar discutindo.

      No fundo, ela sabia que não valia a pena se enervar por questões alheias ao seu controle, por mais que tivesse expectativas.

      — Desde quando você é durão assim? — permitiu-se a um meio sorriso.

      — Acho que desde sempre — ele a segurou pelos ombros, beijando-a novamente na testa.

      E olhando-a bem dentro dos olhos, fez-lhe um pedido.

      — Escale os degraus uma vez de cada, meu amor. Não queime etapas. Ser primeira bailarina exige muitas responsabilidades. Sua hora vai chegar.

      A garota assentiu.

      — Está bem.

      — Ótimo.

      Assim dizendo, os dois se abraçaram e trocaram um beijo.

      Skylar pretextou que queria dormir mais cedo. Troy não gostou da dispensa, porém concordou.

      Ele saiu assim que a conversa acabou, dando nela um último beijo, deixando-a sozinha.

      De repente ouviu o estrondo de uma porta se fechando e logo Nina apareceu correndo, o semblante abatido, os olhos vermelhos com algumas lágrimas caindo. 

      O que aconteceu nessa audição?, Skylar se perguntou.

      Sem olhar para sua colega, Nina entrou no banheiro, lavou o rosto com água, se olhou no espelho.

      — Patética! — se xingou. — Era sua chance, sua única chance e você a deixou escapar pelas mãos.

      Concentrada em se destruir moralmente, Nina se sobressaltou ao ver Skylar entrando. Teve vontade de mandá-la sair, não estava com cabeça para conversar, porém não era justo descontar na jovem de Iowa suas frustrações.

      — Você está bem, Nina? — Skylar perguntou mostrando preocupação.

      Os anos de solidão na companhia fizeram de Nina uma mulher desconfiada, incapaz de discernir entre o que era preocupação ou só falsidade.

      Outra bailarina certamente usaria aquele momento de dor de Nina contra ela.

      Skylar, porém, parecia incapaz de desejar o mal de alguém ou armar.

      Pelo menos Nina o imaginava.

      — Não, Brooks! Não estou bem…! Eu não passei na audição!

      Levando uma das mãos a boca, a moça de Iowa se surpreendeu.

      — Aquela idiota de São Francisco — Nina começou. — Entrou na sala na hora que eu estava dançando a coda. Eu me assustei e caí sem terminar a sequência. Eu disse que podia tentar de novo, mas o Leroy disse que não precisava, porque já tinha visto o bastante. Fui descartada!

      Sem palavras certas para dizer naquele momento, Skylar meneou a cabeça.

      — A Verônica vai ser a nova Rainha dos Cisnes, Brooks…! A Verônica!

      E soltando um palavrão, Nina virou as costas para a colega, saiu correndo. 

      Skylar a acompanhou até onde lhe foi possível, porém Nina chegou antes ao início da escada rolante da estação de metrô e sumiu em meio aos passageiros.

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