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Ato 1

      Mais dois quarteirões e Skylar chegaria ao teatro. Se tivesse dinheiro, poderia ter pago um carro de aplicativo para chegar logo e se poupar dos dois quilômetros de caminhada da sua casa até o Lincoln Center, mas há algum tempo a bailarina se policiava para não gastar com o dispensável. E pagar corridas de carro era um luxo dispensável naquele instante.

      O problema é que fazia muito frio e a jovem queria entrar logo no estúdio, vestir a malha de bailarina e se aquecer antes da aula, para aquela sensação glacial desaparecer de seu corpo.

      Ao dobrar a esquina, a garota avistou o imenso teatro. A foto de Beth Maclntire, primeira bailarina da companhia, estampava a parede. Ela dançaria Rainha dos Cisnes no espetáculo de encerramento da temporada, espetáculo esse do qual Skylar ficara de fora por insuficiência técnica.

      Skylar achara injusto seu corte. Sabia que era tão boa quanto as bailarinas mais experientes da companhia e que tinha muito a oferecer, mas Leroy enfatizou que o balé era injusto porque é um reflexo da vida. E que tem suas próprias regras.

      A jovem não se conformava. Abominava-lhe aquele mundo pegajoso, de trocas de favores, de panelas entre as bailarinas e das rivalidades acirradas entre elas. Tinha dias que a pressão era tão grande que a garota queria pegar o primeiro avião e voltar para Iowa, o estado onde nasceu, e pilotar a velha colheitadeira de milho John Deere de seu pai. Porém, ela nascera com o dom de dançar. O balé era o mundo que a acolhia e a abraçava quando tudo parecia desabar, o único amor que a preenchia. E por esse amor, ela iria até o fim.

      As primeiras garotas que ela avistou ao entrar foram Rebecca e Hope, que teclavam celulares. Ela se aproximou e deu seu sorriso mais alegre, recebendo abraços carinhosos das amigas.

      — Você parece um sorvete, Skylar — Rebecca, uma bela jovem de cabelos escuros e ondulados, observou com exagero.

      — Não é toda garota que tem sorte de ter carro e poder vir nele para trabalhar — Skylar tirou o gorro, revelando lindos cabelos castanho claros, quase louros.

      — Todos os dias eu pergunto se não quer que eu passe na sua casa para te dar carona. E você sempre recusa — Rebecca se defendeu. Ela tirou o trench coat que cobria seu corpo magro, vestido por um casaquinho côr de rosa sobreposto ao collant branco; a loura também usava uma saia curta branca, meias calça cor de rosa e perneiras da mesma cor.

      — São só três quarteirões e minhas pernas não vão cair se eu andar um pouco.

      — Bem atlética ela — Hope fez uma careta sarcástica. — Fã de caminhadas.

      — Bailarinas são atletas, ok? — Skylar tirou as botas de cano alto ao sentar-se no banco de madeira de três lugares e calçou um par de meias ¾ brancas.

      Diferentemente da escola onde ela estudava em Iowa – onde todas as meninas tinham obrigatoriamente de usar collant preto, meias calça e sapatilhas rosas, sem saias — , o uniforme era livre na New York Citty Ballet. Skylar não costumava fazer combinações diferentes, vestindo sempre a meia calça preta fio 50 por cima do collant regata preto, e calçando meias ¾  e sapatilhas brancas. Algumas moças usavam calças legging ou de moletom, como a Verônica. Os coques tinham que ser perfeitos.

      Skylar guardou sua roupa dentro da mochila, pondo dentro do armário metálico. Se aproximou do espelho, mirou sua própria imagem, tentando encontrar a menina de cinco anos de idade cheia de sonhos, que queria ser uma bailarina famosa. Há muito a ponte que a unia ao passado fora quebrada.

      Ela era uma jovem linda, de olhos verdes, pele branca e nariz levemente arrebitado. Os cabelos castanhos e lisos formavam uma bela moldura para seu rosto de modelo. Não era alta, tinha respeitáveis 1,70 de altura e curvas discretas no corpo. Mas ao dançar diante da mesa de jurados da NYCB, impressionara Thomas Leroy, e fora contratada para integrar o corpo de baile da companhia.

      O problema era que em seu caminho para o estrelato estavam bailarinas talentosíssimas e uma estrutura que não via com bons olhos mudanças súbitas na hierarquia.

      A garota se lembrou de uma coreografia que estavam ensaiando. Um contemporâneo. Uma das solistas ficou furiosa porque a miss caipira – como Verônica a chamava – sugeriu ao coreógrafo uma tripla pirouette em seu solo.

      — Para uma caipira de Iowa, você é bem atrevida. Quem pensa que é para dar sugestões?

      Os primeiros dias na nova companhia foram especialmente difíceis para a jovem que crescera cercada de amor e proteção pelos pais e amigos. Os professores eram exigentes, as responsabilidades eram bem definidas e a dança devia ser encarada como máxima prioridade.
Aos 21 anos de idade, no vigor de sua forma física, Skylar sonhava vencer na vida. Aceitou um jogo que lhe foi imposto.

      Mas as regras, estas ela era quem faria.

      — Falta duas semanas para o espetáculo — Hope, lembrou, tirando alguns pelinhos da sobrancelha ao lado da amiga.

      — Está nervosa? — a moça do interior fazia o coque.

      — Quem não ficaria? Vou dançar a Princesa Espanhola. É muito difícil dançar com leque. E se a merda do objeto cair?

      — Que dramática! Se vira para distrair a platéia, Hope — Rebecca terminou de amarrar as fitas de cetim das sapatilhas. Em seguida, fez um pequeno ajuste na saia transparente e forçou o colo de pé ao se levantar, para alongá-lo. — Você é muito pessimista.

      — É meu primeiro papel importante — a outra se defendeu. — É natural que eu esteja apreensiva. Você nunca sentiu ansiedade? Nunca sentiu vontade de fazer xixi antes de entrar no palco?

      — Claro que senti. Não sou um robô. Mas você se falando como se fosse acontecer, de o leque cair e tal, e isso atrai más energias.

      — De vez em nunca você fala algo que presta, Becca — Skylar sorriu. Segurou a mão de Hope, e a fez olhar para si. — Ela tem razão, amiga. Pense positivo. Vai dar tudo certo.

      As três amigas se juntaram num abraço e saíram juntas do vestiário, entrando na sala quando faltava vinte minutos para o início da aula. Skylar ergueu a meia calça um pouco acima do umbigo e começou a se aquecer com um espacate frontal; sentiu a dor dos músculos diminuir e debruçou-se sobre a perna direita.

      Quando criança, Skylar sentia fortes dores nos músculos posteriores das coxas e nas virilhas, o que a levava a chorar e a achar que nunca teria flexibilidade de bailarina. Cinco meses de balé depois, ela era a mais flexível e alongada da turma de doze meninas, e essas qualidades se aprimoraram com o tempo.

      Ao lado dela, Hope também fez espacate e fez careta, apontando com o queixo para um dos cantos da sala. Skilar olhou para uma moça de collant rosa, blusa de moletom, saia transparente rosa e polainas, com as pernas abertas em segunda posição – para os lados – e o busto encostado no tablado.

      — Garota metida! — Hope comentou. — Sempre fica longe do pessoal, olha para a sala como se tudo isso aqui fosse dela e não move um único músculo do rosto quando se alonga.

      — Não a acho metida. Só é focada.
— É uma patricinha, uma metida. Foi educada pela mãe como se fosse a bailarina.

      — Cara, essa tua implicância com a garota é ridícula.

      — Ridículo é ter mais de vinte anos e ser chamada pela mãe de Garota Doce.

      Alheia ao que Hope e Skylar conversavam, Nina soltou um suspiro, levantou-se calmamente e caminhou graciosamente até seu lugar na barra.

      Nesse instante, a porta da sala de abriu e a professora e o pianista entraram. Eles cumprimentaram aos bailarinos com um bom dia dito à uma voz quase inaudível, e tomaram seus lugares.

      Beth Maclntire entrou por último.

      — Que mau humor! — Rebecca riu ao ouvido de Skylar, que a acompanhou no gracejo. — Acho que alguém não teve uma boa noite de sexo.

      Skylar prestou atenção às marcações dos exercícios propostos pela velha professora de cabelo louro e curto – quem sabe, tingido – e subitamente, seu olhar virou-se para cima, para a arquibancada, onde Thomas Leroy observava de braços cruzados os bailarinos.




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